A disputa pela PGR fora da lista tríplice para convencer Bolsonaro

Segundo Bernardo Mello Franco, trata-se de “uma guerra de lobbies, intrigas e dossiês” na disputa entre os candidatos para conquistar a escolha de Jair Bolsonaro

Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – A disputa pela Procuradoria-Geral da Republica está mais acirrada do que parece. É o que informa Bernardo Mello Franco, em sua coluna desta quinta-feira (15), caracterizando como “uma guerra de lobbies, intrigas e dossiês”.

Isso porque se até o último ano a disputa se dava nas eleições internas da Associação Nacional de Procuradores da Republica (ANPR), com a decisão entre os mesmos membros do Ministério Publico Federal, formando a chamada lista tríplice entregue ao presidente da Republica, desde que Jair Bolsonaro afirmou que não seguiria a lista, as pressões e tentativas de convencimentos estão ocorrendo nos corredores do poder.

A atual PGR, Raquel Dodge, ja considerada impopular entre seus pares, estaria tentando outras estratégias para atrair a indicação de Bolsonaro, com esforços de criar pontes com os defensores da Operação Lava Jato e se submetendo a consentir com decisões das quais não concorda.

No último período de sua gestão no MPF, Dodge traçou uma tentativa de acatar todas as frentes polêmicas, não tanto para os procuradores internamente, mais para a opinião publica e também para o atual presidente da Republica, quem tem a palavra final na decisão do futuro PGR que assume a partir deste ano.

Nessa linha, conforme já mostramos aqui, a procuradora-geral tratou de se afastar ou se omitir quando uma postura era demandada de sua competência na PGR, a exemplo da demissão de membros da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos, ou silenciando qualquer tentativa de afastar o procurador Deltan Dallagnol do comando da Lava Jato, mesmo após a divulgação das irregularidades cometidas pelas mensagens divulgadas pelo The Intercept Brasil.

Todos estes esforços teriam somado pontos para a avaliação de Bolsonaro na seleção do procurador que irá assumir o posto maior do MPF.

Na outra ponta, estaria também lutando pela nomeação o subprocurador Augusto Aras, nome conservador e considerado alinhado ideologicamente à Bolsonaro, e da mesma recondução de Raquel Dodge. De acordo com Bernardo Mello Franco, Aras despontava como favorito ate o inicio desta semana.

“Aras fez de tudo para se mostrar alinhado a Bolsonaro. Elogiou o presidente, esbravejou contra a “ideologia de gênero” e atacou o MST. Quando sua indicação parecia certa, deputados do PSL descobriram que ele não é bolsonarista desde criancinha. Agora o procurador tenta se explicar para os caçadores de comunistas”, escreveu.

E foi a partir daí que outros nomes de também perfil conservador surgiram como opções para o atual mandatário, caso de Paulo Gonet, ex-sócio de Gilmar Mendes, Bonifácio de Andrada, filho de um ex-deputado do PSDB, ou de Alcides Martins. Ainda é incerta a escolha de Bolsonaro sobre quem assumirá o cargo maior do MPF pelos próximos anos, mas o presidente ja definiu que “opiniões sobre armas, meio ambiente e reservas indígenas vão influir em sua escolha”, completou o colunista.

 

Redação

3 Comentários

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  1. Uma coisa é certa; Dodge está fora do páreo, se o Bozo tiver o mínimo de pensamento estratégico. Isto porque, cumprindo o segundo e último mandato, ela tem tudo para fazer uma gestão independente da influencia presidencial.

    Só um idiota reelege um procurador que só nos últimos meses demonstra alinhamento com o chefe.
    Que isto sirva de lição aos de esquerda, como eu.

  2. Raquel é oportunista.
    Se encontrou nas quebradas com o temer e deu certo.
    Fez chifrinho com o bozo pra ver se cola.
    A única razão para o bozo não reconduzi-la seria o machismo.
    E por isso bozo não o fará, a menos que ela se converta a jesus(?)

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