Janot certifica que Dirceu não cometeu crimes enquanto preso

Não podemos esquecer

Que esta condenação feita pela Rosa Weber foi redigida pelo Moro que era seu auxiliar no julgamento da AP 470:”“Não tenho prova cabal contra Dirceu – mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite”.

O cinismo, o sadismo, o deboche e a prevaricação: isso é Janot.

Prezados leitores,

Como os atores do golpe, sobretudo do alto comando nacional (PGR) são bastante dissimulados, fingidos, cínicos, muitas interpretações verossímeis são possíveis, a partir do  que tem feito e dito o PGR, Rodrigo Janot. O atual PGR, assim como fazia Joaquim Barbosa, parece acompanhar o que é dito e escrito nos meios de comunicação – sejam eles da velha mídia, sejam os blogs e redes sociais digitais; percebo isso porque quando o MP e o próprio Janot passaram a ser fustigados e duramente criticados, sobretudo pelos blogs progressistas, o PGR passou a fingir que investiga e denuncia líderes políticos de todos os partidos, o que é tão falso como uma cédula de R$7,00. Tivesse o MP e o PGR atuado com a isenção e imparcialidade devidas, líderes tucanos como os quatro senadores tucanos Aécio Cunha e seu pupilo Antônio Anastasia, José Serra e Aloysio Nunes Ferreira já teriam  sido denunciados e se tornado réus no STF. Aquela falsa discussão e polêmica entre Rodrigo Janot e Gilmar Mendes, tendo o PIG como palco, foi puro jogo de cena, como demonstrei aqui em comentários anteriores. Janot e GM protegem Aécio e NUNCA tiveram interesse em investigá-lo, denunciá-lo e julgá-lo pelos diversos esquemas de corrupção em que o senador tucano está metido e sobre os quais há fartas provas documentais e testemunhais. Anastasia, relator do golpeachment, assinou decretos e cometeu as mesmas ‘pedaladas’ de que acusam a presidente Dilma Rousseff, quando governava MG, envolvendo bilhões de reais. Vários outros governadores, com destaque para o tucano Geraldo Alckmin, de SP, se valeram e se valem dos mesmos artifícios contábeis. Entretanto ninguém nas ALEs e nos MPEs cogitou abrir processo de impedimento contra qualquer um deles.

Rodrigo Janot sabe da inocência da presidente Dilma, mas a mantém sob a mira da ‘pistola’ que bravateou carregar consigo municiada de três cartuchos contendo cada um 16 balas. Mesmo sabendo dos crimes cometidos pelo juiz sérgio moro (que se fossem cometidos por um magistrado em país como os EUA ensejariam a prisão imediata dele), Rodrigo Janot pediu ao relator, ministro Teori Zavascki, que enviasse os inquéritos contra Lula para a Vara Federal de Curitiba onde atua o juiz persecutor de Lula e do PT, que age como um nazifascista, empenhado em criminalizar a Esquerda e o PT, aniquilando-os e encarcerando seus líderes. Foi sérgio moro quem redigiu o voto de rosa weber, para condenar, SEM PROVAS, José Dirceu, naquele farsesco e midiático julgamento da AP-470, vulgo mensalão do PT. Recentemente, sérgio moro antecipou ao jornal OESP a sentença de condenação do mesmo José Dirceu, também SEM PROVAS, 28 dias antes dela ser publicada e antes que a defesa de JD tivesse sido ouvida. O grampo ilegal da conversa entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula é de todos conhecido, assim como a ilegal e criminosa divulgação do conteúdo par a TV Globo; outro crime, este não apenas de sérgio moro, mas de todo o núcleo paranaense da FT da Farsa a Jato, envolve escutas ilegais em celas de presos e na área do fumódromo da carceragem da PF; policiais federais, procuradores do MP, assim como o juiz sérgio moro sabiam das ilegalidades, mas mesmo assim usaram as provas obtidas de forma ilícita. Delegados da SR/DPF/PR foram além: realizaram sindicância fraudulenta, cujo resultado – prometido para ser entregue ao juiz sérgio em novembro de 2015 – até hoje não foi concluída nem o juiz cobrou a PF por prestar contas e esclarecer o que ocorreu na cela de Alberto Youssef e na área do fumódromo; os delegados e agentes que denunciaram as ilegalidades foram perseguidos e ameaçados pela FT da Lava a Jato, conforme mostram as reportagens de Marcelo Auler e da revista CartaCapital. Todos esses fatos confirmam o que tenho escrito em meus comentários: a mais perigosa ORCRIM ou quadrilha – como se diz popularmente – em atividade no Brasil é a composta pelas instituições que, pela Lei, deveriam investigar e denunciar as práticas criminosas, que são a PF, o MP e o PJ.

A divulgação das converas entre Sérgio Machado e os senadores Romero Jucá e Renan Calheiros e entre Machado e o ex-presidente José Sarney foram um jogo combinado entre Rodrigo Janot, Gilmar Mendes e o delator. Assim como os delatores Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco, Sérgio Machado desfruta de gorda parcela da riqueza que amealhou com a prática criminosa, tranqüilamente em condomínio de luxo. Isso mostra que o crime pode compensar, desde que, se você for apanhado, alcagüete outras pesoas que possam ter participado da prática criminosa. Citei três delatores, mas há outros curtindo a vida, após a alcagüetagem. Essa é a nova lógica da justiça brasileira. Os que não se dobram à chantagem, à coação, à tortura psicológica são presos preventivamente, mesmo antes de haver contra eles uma acusação formal, condenados a penas muitas vezes desproporcionais e humilhados constantemente, pelo vazamento criminoso de informações sigilosas feitas pelos agentes públicos (da PF, do MP e mesmo do PJ) para o PIG; dois exemplos são o empresário Marcelo Odebrecht e o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu.

Rodrigo Janot mostra cinismo, sadismo e deboche quando, um dia após um desastrado discurso político – típico do pior tipo de político que se auto-intitula salvador da pátria e acima de qualquer suspeita – tenta angariar alguma simpatia da Esquerda, dos progressistas e dos que valorizam a Democracia e inclusão social, sobretudo os simpatizantes do PT, anunciando que José Dirceu faz jus ao indulto de Natal, que implica na extinção da injusta pena que lhe foi imposta no julgamento da AP-470. Se JD fazia jus a esse benefício, por que Janot não o anunciou antes de abril? Por que Janot não interveio quando JD foi mandado encarcerar por sérgio moro, em agosto de 2015, quando cumpria pena em regime domiciliar, já que a prisão foi abusiva e JD não tinha naquele momento qualquer acusação formalizada contra si, era vigiado e nenhuma interferência podia ter no curso das investigações, já que monitorado e vigiado pelo judiciário?

A conclusão a que chego é que tanto no caso do chamado “mensalão do PT” como agora, na Farsa a Jato, o que de fato está ocorrendo é uma perseguição política à Esquerda, visando alijá-la do governo federal e aniquilá-la. Percebo os líderes petistas, como José Genoíno e José Dirceu e mesmo outros, como Henrique Pizzolato, como perseguidos e presos políticos; a mesma percepção tenho em relação aos tesoureiros do partido. Por que digo isso? Porque TODOS os atos praticados pelos petistas que foram condenados também o foram por políticos e tesoureiros de outros partidos, como PSDB e PMDB. Entretanto NENHUM político tucano ou tesoureiro do PSDB, por exemplo, foi processado, julgado, condenado e encarcerado por atos semelhantes. Hoje está claro para mim, que toda a farsa do chamado “mensalão do PT” foi, na realidade, uma primeira tentativa de golpe de Estado, para recolocar a direita privatista e entreguista (a plutocracia oligáquica) de volta no Palácio do Planalto; o momento era outro e Lula uma liderança popular autêntica e muito forte. O golpe foi adiado, até que o terreno estivesse propício ao lançamento das sementes, o que veio a ocorrer em 2013. Naquele momento o modelo anticíclico mostrava sinais de exaustão; O Brasil tinha se comprometido a sediar dois mega-eventos esportivos mundiais (a Copa do Mundo de 2014 e a s Olimpíadas deste ano de 2016); a Petrobrás tinha investido dezenas de bilhões de reais e descoberto a enorme reserva do Pré-Sal. Ou seja, quase toda a capacidade de investimento do Brasil tinha sido comprometida com esses mega-projetos, que garantiram empregos e a manutenção da atividade econômica, num período em que o mundo capitalista vivia um grave crise, iniciada em 2008 e até hoje não superada. E onde há mega-projetos, há grandes chances de haver esquemas milionários ou bilionários de corrupção. Estavam à mesa, portanto, todos os ingredientes necessários para que os EUA se valessem da espionagem e da cooptação da PF, do MP e de parte do Judiciário brasileiro, para criar uma crise política e econômica, enfraquecendo o governo da presidente Dilma a ponto de derrubá-lo. Por orgulho ou pura teimosia alguns analistas – e mesmo a presidente Dilma Rousseff – insistem que o golpe não foi arquitetado no exterior. Mas as evidências são claras de que sem as informações fornecidas pela espionagem estadunidense, JAMAIS sérgio moro, os procuradores do MPF e os agentes e delegados da PF teriam as informações detalhadas sobre so contratos da Petrobrás com fornecedores e grandes empreiteiras e sobre o esquema de propinas para executvos da companhia e agentes políticos, com o objetivo de financiar campanhas. É fácil provar essa tese. Nem a PF nem o MPF barasileiros foram capazes de descobrir as contas de Eduardo Cunha  no exterior; se não fosse o MP suíço, Eduardo Cunha estaria incólume. A espionagem estadunidense não entregou Cunha antes porque a ela interessava que esse delinqüente achacasse e enfraquecesse o governo Dilma. Notem que o empenho do MPF e do STF contra Cunha é pequeno. As investigações e denúncias contra ele andaram a passo de cágado, até que o golpeachment fosse admitido pelo plenário da Câmara, naquele show de horrores que a que o mundo asssitiu estupefato, no dia 17 de abril de 2016. Ou seja, nem a PF, nem o MP, nem o STF se empenharam em investigar, denunciar, processar, julgar e condenar Eduardo Cunha pelas fartas ações criminosas que cometeu de forma continuada, durante muitos anos. Essa omissão, lentidão ou negligência das instituições judiciárias em relação a Eduardo Cunha reforça aquela tese de que elas estão agindo como uma ORCRIM, imbuídas do sórdido objetivo de derrubar um governo legítimo e nacionalista e no lugar dele colocar o que há de mais corrupto, fsiológico, privatista e entreguista, que são a quadrilha política que tomou de assalto o Executivo federal, a aprtir do dia 12 de maio de 2016, composta majoritariamente pelo PMDB e pelo PSDB, com a participação de outros partidos de direita e extrema-direita.