Depois falo de Vinicius
por Romério Rômulo
Se eu te entregar a noite
o que faço do meu corpo?
Se eu te deixar meu corpo
o que vou dizer da noite?
São os entraves do mundo
as calças que me acobertam
São as varas que me abatem
e mordem meu sacrifício.
Só bebo meu vinho amargo
só estranho o pão e o trigo
que passam pelo meu olho
e esmagam meu espaço.
A poesia que me arranca
teu braço que me sustenta
a vida que me debate
a fome que me ilumina.
Quanto vou morrer agora
se no teto já caído
a sombra da tempestade
faz a carne desabar?
Quanto tempo tenho ainda?
Romério Rômulo
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É muito agradável ler um poema entrecortado por anúncios…
Ah, se Vinicius estivesse vivo…
Hoje…
“Pelas ruas o que se vê
É uma gente que nem se vê
Que nem se sorri
Se beija e se abraça
E sai caminhando
Dançando e cantando cantigas de amor
…”