Governo de MG suspende atividades da Vale em Brumadinho

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – A Secretaria de Estado de meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), do governo do Estado, determinou que todas as atividades da Vale na área da Barragem 1 da Mina Feijão, em Brumadinho, sejam suspensas. A barragem fica na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Por meio de nota, a Secretaria informou que, no primeiro auto de fiscalização relativo ao rompimento da barragem, foi determinada a interrupção de todas as atividades mineradoras no local, menos as que fazem parte de ações emergenciais. As informações são do jornal O Estado de Minas.

A Semad alega que a fiscalização de barragens é competência da Agência Nacional de Mineração (ANM), que enviou uma equipe técnica a Brumadinho para investigação das causas do rompimento, verificando ‘in loco a real situação dos fatos ocorridos e tomar providências legais estabelecidas’. Em nota, a ANM revela que informações declaradas ‘pela empresa’ no seu Sistema Integrado de Gestão de Segurança de Barragens de Mineração (SIGBM), baseada em vistoria realizada em dezembro último por um grupo de técnicos da empresa, ‘estes não encontraram indícios de problemas relacionados à segurança da estrutura’.

A barragem rompida está em operação desde meados dos anos 1970 e não recebia mais rejeitos desde 2015. Em dezembro, novo licenciamento foi obtido pela Vale por parte do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) para, entre outras coisas, desativar a estrutura (descomissionar). Segundo a Semad, a licença aprovada pelo Copam seguiu ritos e procedimentos vigentes, ou seja, o órgão não autorizou a disposição de rejeitos, mas a retirada de todo o material depositado e posterior recuperação ambiental da área.

A Semad diz, ainda, que determinou, não só a suspensão das atividades, mas ‘a abertura imediata de um canal onde houve acúmulo de sedimentos que interrompem o fluxo natural do curso de água. Também foi determinado o rebaixamento do nível do reservatório da barragem VI’. Outras medidas solicitadas são monitoramento da qualidade da água no Rio Paraopeba e o monitoramento em tempo integral das estruturas remanescentes com comunicação imediata ao Centro de Comando e equipes que estiverem em campo.

A estrutura rompida tinha área total aproximada de 27 hectares e 87 metros de altura.

De acordo com a Agência Nacional de Mineração, “a barragem que se rompeu designada de B1, é uma estrutura para contenção de rejeitos, de porte médio, que não apresentava pendências documentais e, em termos de segurança operacional, está classificada na Categoria de Risco Baixo e de Dano Potencial Associado Alto (em função de perdas de vidas humanas e dos impactos econômicos sociais e ambientais)”.

A ANM disse ainda que “a concessionária apresentou em março de 2018 a primeira Declaração de Condição de Estabilidade dessa barragem. Realizou sua revisão periódica de segurança em junho de 2018, tendo apresentado a respectiva Declaração de Condição de Estabilidade, como também, apresentou em setembro de 2018, a terceira Declaração de Condição de Estabilidade, expedida por auditoria independente”. Por ultimo, diz a agencia, foram apresentadas as informações de que foi feita vistoria por um grupo de técnicos em dezembro de 2018 e que eles “não encontraram indícios de problemas relacionados à segurança da estrutura”.

 

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

3 Comentários

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  1. Vale a pena ver de novo?

    Esse filme de suspender atividades da empresa, bloqeuar seus bilhoes para idenizar moradores tá ficando cada vez mais velho e manjado.

    Juntam o executivo mineiro mais o legislativo e o judiciário e aperta o toniquete da mineradora apenas para livrarem a sua própria cara diante da pinião publica mundial.

    Daqui a alguns meses tudo é liberado por uma liminar concedida por algum desembargador, licenças para minerar e matar serão concedidas pelo poder executivo sem contestação pelo legislativo, apesar dos protestos e advertencias das ongs e sociedade organizadas, “que só servem para atrapalhar o progresso”.

    Esse filme já passou em Mariana, extamente do jeito que começa a ser rodado em Brumadinho.

    As vítimas de lá ainda não receberam um unico centavo de idenização, mas aposto que muitos juizes, advogados e políticos já receberam o seu quinhão para que as coisa continuem a correr frouxas.

    Frase de parachoque de caminhão: “Quando um rico mata um pobre, o defunto é quem vai preso”

    Nessa tocada, os moradores de Mariana ainda terão que idenizar a Vale, e os de Brumadinho também.

    Brasil, cinismo pouco é bobagem!

       

  2. Vale
    O governo de Minas deveria suspender as atividades de todas as unidades da Vale em Minas Gerais e o governo federal fazer o mesmo em todo o Brasil até a apresentação de estudos sérios de profissionais que não sejam esses que atestaram que estava tudo bem com o que estava tudo errado. A direção da Vale não pode ter outro destino que não a cadeia e esses técnicos pelos menos a demissão

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