A Proclamação da República e a ação dos EUA

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

Por Motta Araujo

A REPÚBLICA FAZ 125 ANOS – Aguardei alguma lembrança mas nada. Uma data importante, não pode ser esquecida, estamos nos perdendo em firulas e boulos e esquecendo do Pais, um grande Estado que parece inexistir.

No artigo abaixo em meu blog uma análise da relação entre os Estados Unidos e a Proclamação da Republica, os EUA eram os maiores interessados no fim da Monarquia, assim que esta caiu em novembro de 1889, em abril de 1890 era fundada a entidade que hoje é a ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS, a OEA, a fundação da Republica no Brasil foi a senha para a criação do chamado SISTEMA PAN AMERICANO sediado em Washington.

Não por acaso o Brasil passou a se chamar REPUBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL, com uma Constituição, a de 1891 baseada na americana. Os EUA reconheceram rapidamente a Republica, em 29 de janeiro de 1890, 74 dias depois da Proclamação, o que naquele tempo era um periodo curtissimo. A Presidencia dos EUA em 1889 era do Partido Republicano, o presidente era Benjamin Harrison, neto de outro Presidente, o Secretario de Estado era James Bilne, dois pesos pesados da politica americana daquela época, a Guerra Civil tinha acabada há 25 anos e a ligação do Atlantico com o Pacifico por ferrovia tinha ocorrido há 20 anos, os EUA era um pais jovem extremamente interessado no Brasil, o unico grande Pais independente das Americas.

Hoje a República comemora 125 anos. A queda da Monarquia era amplamente desejada pelos EUA porque o Brasil, maior pais da América Ibérica, sendo Monarquia não tinha como fazer parte de um sistema de repúblicas que os EUA ambicionavam pilotar.

Assim que a Monarquia caiu e a República foi proclamada em 15 de novembro de 1889, os EUA se prepararam para dar reconhecimento ao novo regime, algo complicado nas relações internacionais. Não se tratava de novo governo mas sim de uma mudança completa de regime.

A Secretaria de Estado, chefiada por um peso pesado da politica americana, James Bline na Presidência de Benjamin Harrison, reconheceu a República dos Estados Unidos do Brasil em 29 de Janeiro de 1890.

No abril seguinte instalava-se em Washington a Primeira Conferencia Internacional dos Países Americanos, que deu origem ao Bureau Pan Americano que depois transformou-se na União Panamericana e esta é agora a Organização dos Estados Americanos, o mesmo organismo.

A Primeira Conferencia foi desagradável para os EUA porque dois grandes países por razões diversas não compareceram, o Brasil pela mudança de regime ainda em consolidação e o México, em plena ditadura de Porfirio Diaz, não via razão na ideia panamericana porque acreditava ter uma relação especial e preferencial com os EUA.

Com a ausência dos dois grandes países o grande jogador foi a Argentina, que dominou a conferencia. A Argentina tinha a pretensão de liderar a América do Sul e deixou isso claro na conferencia, para desagrado dos EUA.

A entrada de um Brasil republica no sistema interamericano era vital para a diplomacia americana, nunca muito à vontade com a Argentina (como não é até hoje). O rápido reconhecimento da Republica foi parte da estratégia americana de puxar o Brasil para seu lado para contrabalançar o protagonismo desagradável da Argentina.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

34 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. 125 anos de republica e os
    125 anos de republica e os Caiado continuam mandando em Goiás como no tempo do Império. Os Marinho, os Saad e outros barões da mídia agem como se fossem príncipes herdeiros de D. Pedro II. E os tucanos querem decidir o resultado das eleições como se fossem aristocratas detentores legítimos do poder. Há uma revolução republicana em marcha e em algum momento perderemos a paciência com estes restolhos do regime monárquico e da arcaica estrutura fundiária do país.

    1. Não sei como poderí
      amos resolver essa palhaçada pq eles detêm tudo de capital a aparato estatal então é muito difícil fazer qualquer mudança sem sofrer sérias represálias ou ser só morto mesmo.

  2. Iniciei a leitura imaginando

    Iniciei a leitura imaginando que haveria concatenacao entre o introito, meio e fim. Cheguei ao final do texto da mesma maneira que o iniciei, buscando uma explicacao de causa e efeito. Ao final, pude saber o motivo da minha ignorancia:Falta ao autor do texto o mais elementar conhecimento de causa, portanto, autoria rasa, leitura ininteligivel.

    Caro Nassif, um espaco nobre deve ser utilizado por articulistas minimamente conhecedores dos assuntos aos quais se propoe escrever. Repetir artigos da revista “Selecoes”, aquela que serve como doutrinadora do pensamento americano, pertence ao enciclopedismo pedante dos desinformados.

    1. Se o prezado anonimo pretende

      Se o prezado anonimo pretende uma narrativa completa sobre o tema com “”começo, meio e fim”” recomendo a leitura de HISTORIA DO BRASIL – 5 volumes – do magistral Rocha Pombo, sobre o reconhecimento internacional da  Republica existem 67 páginas em dois capitulos, lá a questão do reconhecimento do novo regime por Washington é tratado com minucias, maior espaço ainda tem o mais delicado episodio do reconhecimento da Republica pelas monarquias europeias, que levou muito maior tempo e complicadas demarches da chancelaria brasileira.

      Aqui tratei apenas de um micro episodio da ligação entre a fundação de um novo regime e a criação do que é hoje a OEA, se o prezado não entendeu vejo um problema de intelecção, o tema está exposto de forma sucinta em poucas linhas, a linguagem de blog não é a linguagem de livros, recomendo um cursinho para aprender a captar a lingua blogueira.

  3. Os Estados Unidos temiam um

    Os Estados Unidos temiam um grande império nas américas livre de sua dominação, e cuja independência firme já tinha sido testada quando Washington exigiu a abertura do Rio Amazonas à navegação internacional e esta foi negada com sarcasmo pelo Visconde de Ouro Preto. As tentativas de entrarem à força no Amazonas foram rechaçadas por uma força militar defensiva impensável para os americanos. Urgia acabar com o Império do Brasil por outros meios que não o militar, e os fazendeiros de São Paulo, sempre descontentes com a corte, e sempre sintonizados com as flutuações (inclusive políticas) das bolsas de Londres e de Wall Street, foram o instrumento ideal para isso. A Inglaterra também era interessada no fim da monarquia no Brasil. Joaquim Nabuco, o grande abolicionista, era monarquista fundamentalmente porque, muito bem informado sobre política e intensões internacionais, temia que com a República o país desmoronasse, e o Brasil viesse a perder sua imensa vantagem, que era exatamente a unidade política de seu vasto território. Realmente, os primeiros governos da República tiveram sobre seus ombros, antes de qualquer coisa, a tarefa hercúlea de manter a unidade territorial do Brasil. Quando os europeus perceberam que o Brasil não contava mais com a segurança de sua casa real, assegurada por toda a realeza européia que a ela era unida por laços de família, tentaram fazer uma espécie de butim sobre o país. A França reivindicou o território onde hoje é o Amapá. Com isso, se transformaria em uma potência amazônica, com direitos de navegação pelo grande rio. A Inglaterra também exigiu, com justificativa absurda, um grande pedaço do que hoje é o estado de Roraima, para assi transformar-se também numa potência amazônica, através do Rio Maú, afluente do Rio Branco. Desesperado, o governo republicano conclamou os grandes monarquistas para defenderem o país. O Barão do Rio Branco tirou o pijama e derrotou os franceses numa exposição de motivos históricos irrepreensível. Joaquim Nabuco, encarregado de barrar as pretensões dos ingleses, foi parcialmente vitorioso e parcialmente derrotado. Não conseguindo convencer o Rei da Itália que arbitrava a querela, este dividiu ao meio o território contestado, e assim aconteceu de o Brasil, já no século vinte, perder um território de 10.000 km quadrados para a Inglaterra, fato que os republicanos fizeram desaparecer das comemorações pela parcial viitória e depois fizeram sumir dos livros de história, em sua tentativa de consolidar a todo custo o novo regime. Roraima nos mapas do Império tinha três chifres, e agora tem apenas dois. Mas a unidade do país resistiu, com esta perda territorial que se espera que o tempo torne insignificante. E viva a República, já que hoje não faria nenhum sentido pensarmos em restuaração do Império.

    1. Januário,excelente

      Januário,excelente comentário.No mesmo diapasão do teu comentário,tentarei  postar em seguida um artigo que li na Internet ,que poderá abrilhantar o teu excelente comentário(é muito extenso )Saudações.

  4. Vamos aproveitar para eleger

    Vamos aproveitar para eleger os melhores e piores presidentes do Brasil desde 1889.

    Começo com o melhor e pior:

    Melhor – Getúlio Vargas (mesmo sendo ditador)

    Pior: FHC ( maior vendilhão do qual tive not´cias – nem Judas Iscariotes se compara a ele, porque vendeu um só e o primeiro vendeu um país todo, juntamente com a dignidade de seu povo).

    1. Sobrinho
      Será que realmente o

      Sobrinho

      Será que realmente o ditador foi o melhor?

      Tenho as minhas duvidas.

      Quanto ao pior, ainda fico com todos os militares, que foram usados pelas oligarquias internas e externas.

  5. Na linha do que coloca o

    Na linha do que coloca o “Raymond Goodventure”, também achei o texto meio insosso; quase uma propaganda das virtudes de ser “quase um amerciano”.

    É óbvio que houve intervenção americana em 1889, porque, por aqui, nem golpe de Estado nossos senhores feudais são capazes de fazê-lo se não ajudados por alguma potência estrangeira. Sempre foi assim. A Independência foi uma arrumação inglesa, desde a vinda do Príncipe Regente em 1808. Quando veio a República, proclamada de modo tão estranho que o então embaixador chileno morreu tentando descobrir como se faz uma mudança de regime daquele tamanha, num país deste tamanho, e sequer um desfile militar houve, o país ficou completamente acéfalo. Os coronéis paulistas, os mais entusiasmados com o golpe, concentraram tudo em seu estado e esqueceram que faziam parrte de um país; os demais de outros estados tão poderosos quanto, a maioria ficou como barata tonta, já que nunca tiveram espírito republicano. A coisa foi tão grave que em 1908, vinte anos depois do infausto golpe, o insuspeitíssimo Silvio Romero desabafava em sua obra, O Brazil Social:

    “(…)É um facto positivo, claro, evidentíssimo por todos reconhecido e proclamado, que as três classes que têm mais de perto dirigido a vida mental e pública do povo brasileiro – os políticos, os jornalistas e os literatos, levaram a um tal gráo de confusão, pessimismo e desanimo, que nem elles mesmos tomam mais pé no meio dos desatinos que accumularam. Só se ouvem pragas e esconjuros; apontam-se panacéas capazes de curar as fundas chagas da nação; surgem de todos os lados prophetas e guias, com suas bandeirolas de improvisados estadistas e salvadores dos povos.(…)O câmbio, a hyperprodução de café, as especulações dos bancos estrangeiros, a queda da monarchia, o militarismo, o regimen presidencial, os despotismos olygarchicos dos Estados, os gastos superfluos dos governos, os roubos nas repartições públicas (…)todas estas cousas e outras muitas tem sido invocadas como causa de nossos males. Mas é evidente, para quem sabe enxergar, que não passam de symptomas e effeitos de uma causa superior que se não tem querido ver (…)Se a lista das falsas causas é enorme, a dos falso remédios não é menor.(…) restauração da monarchia e até ditadura militar, reclamada em altas vozes das columnas de vários jornaes(…) Houve até político, litterato, jornalista, tido na conta de grande sabedor, que, com todo o desembaraço nos aconselhou a renuncia da indepencia e a submissão ao protectorado dos Estados Unidos… Tanto é profunda a incapacidade desses levianos directores da opinião brazileira!(…) ROMERO, Silvio. O Brazil Social – O problema. Revista do IGHB, volume LXIX, parte II, pp.106/107, Rio, 1908 No fundo, o Brasil, é um país meramente acidental.Não é um país de freios e contrapesos; e um país de sístoles e diástoles. Como diz Golbery do Couto e Silva. Mas a gente vai tentando, né?

  6. A AMAZÔNIA E A COBIÇA DO

    A AMAZÔNIA E A COBIÇA DO IMPERIALISMO

    A Amazônia é um fato territorial sul-americano que, cobiçada como celeiro de riquezas, transpõe os limites do Pacto Amazônico (firmado em 3 de junho de 1978) e da América do Sul, transformando-se em fato geopolítico, logo espaço de intromissão imperialista. (A crise colombiana e a intervenção dos EUA não deixam dúvidas quanto a isso.) A principal nação a ser afetada pela cobiça imperialista é o Brasil, detentor da maior parte dela. Mas é exatamente este fato territorial, cuja virtualidade espacial e econômica pode nuclear a fundação de uma potência no hemisfério sul, o elemento central sobre o qual se voltam os interesses estratégicos do imperialismo norte-americano. Compactua com ele a avidez da Europa ocidental e do Japão, na doce ilusão de dividirem a riqueza amazônica, como se a superpotência lhes permitisse tamanha ousadia, para além das sobras supérfluas. (Talvez lhes conviesse mais que a Amazônia continuasse sul-americana e clandestina). Mas a estratégia norte-americana é outra. Aos EUA não convém confrontar-se com uma possível potência rival no espaço das Américas; este espaço eles o tem como exclusividade sua. Claro, não está em disputa um deserto inútil. Disputa-se um esplêndido território, cuja riqueza pode prolongar a supremacia mundial da Norte-América. A energia existente no subcontinente meridional é vital ao grande irmão. A posse colonial e a fragmentação territorial. Eis a estratégia do imperialismo para os seus espaços periféricos. A Amazônia e a América do Sul se enquadram nesta terrível lógica.

    Para este fim serve a ideologia da Amazônia como patrimônio da humanidade; serve, também, a contínua ameaça – às vezes velada, às vezes explícita – da sua internacionalização. Para este propósito, criam-se mitos verdadeiros e fatos falsos. Ou falseiam fatos e justificam mitos, numa preparação dirigida da opinião pública, cooptada por uma mídia devidamente condicionada. Nesta onda, surfam “intelectuais” alienados. Tal se dá com as questões indígena e ambiental, com o narcotráfico e com a estória da “Amazônia pulmão do mundo”, desvirtuando-lhe o sentido e o alcance, numa pretensa ignorância da função oxigenadora dos oceanos e mares..

    Territorialmente a Amazônia corresponde a 1/20 da superfície terrestre, 2/5 do continente sul-americano, e mais da metade do território brasileiro. Além do Brasil, ela incorpora a Bolívia, a Colômbia, o Equador, a Guiana, a Guiana Francesa, o Peru, Suriname e a Venezuela. A Amazônia brasileira, que incorpora os estados do Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Roraima, Tocantins, o oeste do Maranhão e o norte do Mato Grosso, se considerada nos seus aspectos geodésicos e políticos, mede mais de cinco milhões de km², com uma população que não chega aos 20 milhões. Mas, esposando aqui a opinião do Almirante Gama e Silva, a verdadeira Amazônia brasileira tem cerca de 4,048 milhões de quilômetros quadrados, sendo 3,648 milhões ocupados por vegetação natural, e o restante ocupado por rios, lagos e usos institucionais ou diversificados.

    A Amazônia possui 1/5 da água doce do planeta, 1/3 das florestas latifoliadas. Ambicionada a sua diversidade biológica. É o maior banco genético da Terra. Não se tem ainda conhecimento pleno da quantidade de espécies vegetais e animais que nela existem. Já se computaram milhares de espécies vegetais e uma quantidade maior ainda de espécies animais. Além da floresta, ela inclui matas de várzea, campos e cerrados. Calcula-se em mais de um trilhão de dólares o valor da madeira de lei que dela se pode extrair, valorizadas no mundo inteiro, principalmente com a previsão, para as próximas décadas, do esgotamento das florestas tropicais da Ásia e da África. Existe na Amazônia mais de 100 espécies de madeiras nobres. Apenas 10% são conhecidas no exterior. No entanto, na Amazônia, uma ocupação racional e cientificamente planejada encontrará uma natureza favorável à rápida regeneração da floresta. Na imensidão das suas águas, a produção pesqueira atual retira mais de 180 mil toneladas por ano. Isto numa Amazônia ainda praticamente inexplorada, permitindo estimar-se em mais de 300 mil toneladas/ano esse potencial.

    Na Amazônia, está uma das maiores reservas mundiais de minerais estratégicos, cujo valor não se pode ainda dimensionar. Ouro no Pará, no Amazonas, em Roraima e no Amapá; ferro no Pará (serra dos Carajás), no Amapá, no Amazonas; sal-gema no Amazonas e no Pará; manganês no Amapá, no Pará e no Amazonas; bauxita no Pará (Oriximiná, no rio Trombetas e em Tucuruí), além de calcário, casseterita, gipsita, linhita, cobre, estanho, nióbio, tântalo, zircônio, criolita (usada como fundente na eletrólise do alumínio), caulim, diamante, chumbo, níquel. De vários destes minérios, o Brasil possui as maiores jazidas do mundo, estando, nos demais entre as maiores reservas.

    Resumindo: sobre o rico potencial amazônico, não faltam hoje estudos sérios. Desta forma, passo batido sobre o seu potencial petrolífero e sobre a existência de material radioativo, para a combustão nuclear, como o tório. Contudo, não posso omitir três questões que as julgo estratégicas para a geopolítica do século XXI: a era dos carboidratos que substituirá a era dos hidrocarbonetos, esta já em processo de declínio acelerado; a imensidão amazônica como o maior “vazio” geográfico que, apesar do clima quente e úmido, pode ser imediatamente ocupado, somando-se a isso o fato, nada desprezível, de que a Amazônia dispõe de quase 2,5 milhões de km² de terras propícias para a agricultura – 8% das disponibilidades mundiais. (Estudo sobre a produção mundial de alimentos, promovido pelo Governo dos EUA em 1967 – “The World Food Problem”); e a localização estratégica como núcleo de integração da América meridional, tanto para a unidade política da América Latina, quanto para a centralização de um poder imperial em novo processo colonial do subcontinente.

    Todavia, para impedir a biopirataria e a exploração predatória de grupos clandestinos ouconsentidos e de empresas estrangeiras lá instaladas, (mais de duas dezenas, quase todas asiáticas), cuja ação devastadora é cinicamente ignorada pelo Governo, os brasileiros precisam ocupar racionalmente a Amazônia, através de um planejamento estratégico, metódico, para obstar, não só a sua devastação, mas, também, para impedir que ela escape ao seu domínio. Povo que não sabe usufruir da riqueza que possui, acaba vendo-a devastada e surrupiada por estranhos.

    Ninguém desconhece a grande dependência que os países desenvolvidos têm do petróleo. Embora as reservas mundiais, hoje estimadas em um trilhão de barris, possam garantir o abastecimento, ao ritmo atual de consumo, por mais quatro ou cinco décadas, independentemente de novas descobertas, a verdade é que a maior parte destas reservas não se localiza no território dos países centrais. Os EUA já importam aproximadamente 60% do petróleo que consomem. No ritmo atual, as reservas ainda existentes no seu subsolo terminarão na próxima década, passando a depender totalmente do petróleo importado, ainda que, no futuro, este combustível perca importância graças ao desenvolvimento tecnológico, rumo a novas fontes de energia.

    Porém, não apenas de petróleo depende o desenvolvimento dos países ricos. Eles têm uma dependência, praticamente vital para continuarem ricos e formosos, de uma enorme quantidade de minérios, sem os quais a sua economia industrial desmorona.

    A dependência dos países, assim chamados, desenvolvidos.

    Minérios/Blocos

    EUA

    UE

    Japão

    em %

     

     

     

    Nióbio

    100

    100

    100

    Manganês

    98

    100

    100

    Alumínio

    91

    97

    100

    Tântalo

    91

    100

    100

    Estanho

    82

    80

    85

    Zinco

    57

    57

    48

    Mica

    100

    83

    100

    Cobalto

    97

    100

    100

    Cromo

    91

    97

    99

    Platina

    91

    100

    98

    Níquel

    70

    87

    100

    Tungstênio

    52

    87

    75

    Antimônio

    51

    91

    100

    Cobre

    13

    80

    80

    Fosfatos

    01

    99

    100

    Vanádio

    42

    100

    100

    Chumbo

    13

    44

    47

    Molibdênio

    100

    99

     

    Como representante da Trilateral, em 1979, Henry Kissinger, evidenciava essas carências: “Os países industrializados não poderão viver à maneira como existiram até hoje, se não tiverem à sua disposição os recursos naturais não-renováveis do planeta. Para isso, terão que montar sistemas mais requintados e eficientes de pressões e constrangimentos, que garantam a consecução de seus objetivos.”

    Eis porque a Amazônia transformar-se-á, no século XXI, numa das principais regiões do planeta, cuja exploração sustentará um novo ciclo de desenvolvimento.

    Até a definição das fronteiras brasileiras, concluída no início deste século, França e Inglaterra procuraram ampliar seus espaços na Amazônia às custas do Brasil. Porém, notório foi o interesse dos EUA no século XIX, em razão mesmo da sua política expansionista que incorporou pelas armas partes do México e comprou da Rússia o Alasca. Famosa foi a campanha deflagrada por um oficial da Marinha norte-americana, o Tenente Matthew Fontaine Maury, que, afirmando ser a Amazônia parte do complexo geográfico formado pelo Golfo do México, como uma extensão natural do Mississipi, defendia que a América meridional devia transformar-se numa dependência dos EUA. “O mundo amazônico” – pregava o Tte. Maury, que chefiava o Serviço Hidrográfico da Marinha norte-americana – “é o paraíso das matérias primas, aguardando a chegada de raças fortes e decididas para ser conquistado científica e economicamente.” Como conseqüência dessa campanha, em 1853, o Governo dos EUA enviava ao Congresso uma mensagem com uma referência à Amazônia: “uma região que, se aberta, à indústria do mundo, ali se achariam fundos inexauríveis de riquezas.” Não faltaram, então, pressões sobre o Império para que este abrisse o rio Amazonas à livre navegação internacional. O Imperador não cedeu. A Guerra civil norte-americana retirou, na ocasião, a questão amazônica da pauta expansionista dos EUA.

    Na década de 40, a tentativa de criação de um Instituto Internacional da Hiléia Amazônica, inspirado pelo professor Berredo Carneiro e que seria integrado basicamente pelas nações sul-americanas com interesses diretos na Amazônia, para estimular a sua exploração científica, inviabilizou-se na luta ideológica que o envolveu, tendo então sido visto como um instrumento de internacionalização do território amazônico.

    Vinte anos depois, foi a vez do Hudson Institute lançar o projeto dos “Grandes Lagos” para a produção de energia elétrica e para a navegação. Segundo o Cel. Manoel Teixeira Pires, este projeto iria representar uma autêntica variante ao canal do Panamá para ser utilizado pelos EUA. Na época, o governo brasileiro frustrou o projeto.

    Com o fim da guerra fria, as pressões retornaram. Em 1989, numa reunião do G-7, à qual o Pres. Sarney compareceu como convidado, foi ele instado a ceder direitos para que os países ricos pudessem explorar economicamente a Amazônia. Se a concessão fosse dada, a posse dos recursos acabaria traduzindo-se na posse do território.

    Em 1989, o então senador e hoje candidato à Presidência dos EUA, afirmava solenemente: “Os brasileiros pensam que a Amazônia é deles. Não é. Ela pertence a todos nós.” Mais recentemente, a mesma afirmação reproduziu-a outro senador (Kasten), que acrescenta: “assim como o ozônio, as chuvas, o oxigênio, etc., a Amazônia deve pertencer a todos.” Em 83, Margareth Thatcher havia sido mais enfática: “Se os países subdesenvolvidos não conseguem pagar suas dívidas externas, que vendam suas riquezas, seus territórios e suas fábricas.” Também Mitterand, em 89, afirmava: “O Brasil precisa aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia.” Até Gorbatchev, em 1992, julgou-se com o direito de afirmar: “O Brasil deve delegar parte de seus direitos sobre a Amazônia aos organismos internacionais competentes.” John Major, então primeiro-ministro da Inglaterra: “As nações desenvolvidas devem estender os domínios da lei ao que é comum de todos no mundo. As campanhas de ecologistas internacionais a que estamos assistindo, o passado e o presente, sobre a região amazônica, estão deixando a fase propagandística, para dar início a uma fase operativa que pode definitivamente ensejar intervenções militares diretas sobre a região.”

    Mais grave porém, porque está diretamente ligado aos interesses do imperialismo estadunidense, cuja estratégia é a incorporação colonial “definitiva” da América Latina ao seu contexto geopolítico, são as afirmações do Gal. Patrick Hugles, chefe do Órgão Central de Informações das Forças Armadas norte-americanas: “Caso o Brasil resolva fazer uso da Amazônia, pondo em risco o meio ambiente nos Estados Unidos, temos que estar prontos para interromper este processo imediatamente.” Ao que a senhora Madeleine Allbright complementa: “quando as questões são de meio ambiente, não existem fronteiras.” E a história nos ensina: quando um Estado poderoso precisa de um pretexto para intervir em outro Estado, qualquer pretexto serve. Esta lógica confere com a estratégia do Pentágono, divulgada pelo The New York Times (10/3/92), cujo objetivo é impedir o surgimento de uma potência militar fora da OTAN. Em 1995, o Chefe do estado-maior Conjunto, Gal. Collin Powell, recomendava a preservação da capacidade militar norte-americana em nível tal que desencorajasse o surgimento de qualquer adversário que pudesse desafiar o poderio norte-americano. E reservava uma posição subalterna para as forças armadas dos países latino-americanos.

    Ora, opiniões são simples manifestações de pensamentos. Nem sempre se transformam em fatos. Mas, o imperialismo possui uma lógica que não pode ser ignorada: para os EUA continuarem hegemônicos e manterem o seu gigantesco potencial bélico, a energia interna do seu território já não basta. Eles precisarão absorver a energia das nações que lhes são subalternas. Enquadra-se nisto a América do Sul e, naturalmente, a Amazônia.

    A British Petroleum/Brascan é o maior grupo estrangeiro que atua na Amazônia, detendo 174 mil km², ou 13% do subsolo reservado da Região Amazônica. Território equivalente aos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Santa Catarina. Um estudo do CNPq mostra a presença de empresas multinacionais na exploração mineral, concentradas na “chamada área reservada”, controlando cerca de 40% do subsolo dessa área da Região Amazônica, equivalendo a 367 mil km². 98% desta área está em poder de apenas 17 grandes grupos, ou seja, suficientemente poderosos para influenciarem as decisões políticas nacionais e para terem na sua retaguarda seus respectivos Estados nacionais.

    Não vou falar das centenas de ONGs que atuam na Amazônia, sob os mais diferentes pretextos e interesses – menos os dos brasileiros, evidentemente. (Como diria o Pe. Antônio Vieira: eles não querem o nosso bem; eles só querem os nossos bens). Citarei apenas o Conselho Mundial de Igrejas Cristãs (1981): “A Amazônia total… é considerada por nós como um patrimônio da humanidade. (…) É nosso dever (…) esgotar todos os recursos que, devida ou indevidamente, possam redundar na defesa, na segurança e na preservação desse imenso território e de seres humanos que o habitam e que são patrimônio da humanidade, e não patrimônio dos países cujos territórios pretensamente dizem lhes pertencer.”

    E tem brasileiro que incorpora essa lorota, sem se perguntar: por que só a nossa Amazônia deve ser “patrimônio da humanidade”, e não a Terra toda, hoje monopolizada economicamente por três ou quatro centenas de corporações mundiais e “privatizada” como patrimônio de alguns poucos milhares de indivíduos poderosíssimos, sobrepostos aos bilhões de homens e mulheres que mal vegetam ? Por que só o território amazônico deve ser internacionalizado, e não o território dos EUA que controlam a economia do mundo e concentram a maior parte da sua riqueza? Por que não o território culto da Europa ocidental, berço do imperialismo contemporâneo? No atual sistema de dominação mundial, a quem beneficiaria uma “pretensa” internacionalização da Amazônia?

    A questão colombiana, onde a presença dos Estados Unidos já é notória, traz-nos à lembrança – com o sinal trocado – o ocorrido há 150 anos na China, com a chamada Guerra do Ópio, quando a Inglaterra, atendendo aos traficantes ingleses que monopolizavam aquele comércio, atacou a China, e, com duas guerras saqueou o “celeste império”, abrindo-o para o livre comércio do Ocidente, sobretudo para o imperialismo inglês estabelecer a sua base em Hong Kong. Na ocasião, a rainha Vitória teria declarado que, se estivesse no lugar do Imperador da China, também proibiria o tráfico de ópio. Porém, era fundamental que a Inglaterra defendesse o “livre comércio”, sem o qual ela não sobreviveria, atribuindo-se à rainha a seguinte conclusão: “o país” – europeu, evidentemente – “que tivesse sob seu controle a China, não só controlaria todo o Oriente, como tornar-se-ia a nação hegemônica do século XIX”. As palavras podem não ter sido exatamente estas, mas a história corresponde a elas.

    Ora, correndo, embora, o risco da comparação exagerada, ouso afirmar que a potência que tiver sob seu controle a Amazônia, terá não apenas o domínio de toda a América meridional, como obterá dela os recursos naturais para sustentar-se como a hegemonia absoluta do século XXI.

    Os que tencionam alienar a Amazônia, que preço lhe atribuiriam? Alguns patriotas convictos declaram que ela é parte inseparável do Brasil, logo ela é inalienável. O seu preço custaria o sangue dos que tentarem disputá-la.

    No entanto, não preservaremos brasileira a nossa parte amazônica, se não preservarmos o Brasil como nação independente, capaz de transformar-se numa potência singular, núcleo forte de uma integração democrática dos povos latino-americanos.

    (Encerro recomendando a leitura da coletânea publicada pelo Núcleo de Estudos Matias de Albuquerque – “Amazônia” –, publicação valiosa sobre aquele rico território brasileiro e sul-americano.)

    Antônio Rezk
    MHD – Movimento Humanismo e Democracia

  7. É impressionnate não apenas o

    É impressionnate não apenas o baixíssimo nível, mas os erros grosseiros dos artigos históricos do Motta Araújo, represnetante da “alta cultura” da preconceituosa elite paulistana.

    O Brasil não participou da Primeira Conferência Pan Americana?

    Essa afirmação é de fazer corar qualquer estudante de segundo grau.

    O Brasil participou sim da Conferência, independentemente do modo de governo. A Proclamação da República ocorreu durante a conferência, causando a substituição do representante do Império(Laffayette Rodrigues Pereira)pelo represnetante republicano(Salvador de Mendonça).

    É também sem qualquer fundamento a informação de que os EUA desejavam a queda da monarquia. Muito pelo contrário, os EUA foram reticentes em reconhecer o novo regime, dada a boa impressão que D. Pedro II havia causado nos americanos durante sua visita para a Exposição da Filadélfia. A Proclamação da República foi muito mais saudada na Argentina, país que sempre suspeitou e teve péssima impressão da monarquia brasileira, e esperava obter vantagens do novo regime republicano na definição das fronteiras entre os dois países, principalmente na Questão de Palmas, no que quase obtiveram êxito, graças a um acordo desastrado negociado por quintino Bocaiúva, no qual o Brasil cederia metade do território do Rio Grande do Sul aos argentinos(o que causou alvoroço e foi rejeitado pelo Congresso).

    Sobre as posições argentinas, esse país estava cheio de razão. Os EUA, no período conhecido como Era dos Impérios, convocou a Conferência para consolidar seu domínio sobre o continente americano, através de cláusulas de arbitragem obrigatória(decidida spelos americanos)e tratados de comércio desfavoráveis para os latino-americanos. A Argentina, o mais rico país latino americano de então, se inssurgiu, bloqueando as pretensões americanas.

    A posição argentina estava correta, como se pode ver no desastroso tratado comercial celebrado entre Brasil e EUA(no qual o Braisl foi enganado, pois os EUA, ao celebrarem igual tratado com Cuba, eliminaram a única vantagem concedida so Brasil no açúcar, seu principal produto de exportação). Esse tratado foi rapidamente denunciado, e marca o início do modus operandi empregado pelos EUA: negociar tratados injustos, obter o que deseja e depois não cumprir suas obrigações.

    Na chancelaqria Rio Branco, o retorno da política externa brasileira às diretrizes traçadas durante o Império demonstram o quão equivocadas eram as pretensões republicanas, parte da “Ilusão Americana” alertada por Eduardo Prado.

    1. ROCHA POMBO, historiador

      ROCHA POMBO, historiador extraordinariamente minucioso em sua monumental HISTORIA DO BRASIL em 5 volumes

      DESMENTE completemente sua tese. Demonstra que os EUA estavam euforicos com a Proclamação da Republica no Brasil, o reconhecimento por Washington foi O PRIMEIRO ENTRE AS POTENCIAS DA ÉPOCA, 74 dias para uma mudança

      completa de regime. As potencias europeias levaram meses para reconhecer. Anterioremente aos EUA apenas as republicas do Prata, os EUA estavam visivelmente entusiasmados com o novo regime.

      Rocha Pombo tratou do tema do reconhecimento da Republica com detalhes como transcrição de telegramas “ipsi literis”  entre as chancelarias e as missões diplomaticas no Rio de Janeiro, não há como desmenti-lo a não ser que se diga que ele foi um historiador fraudulento, aliás essa deve ser sua opinião, porque minha narrativa é baseada em sua obra.

      1. As informações que eu citei

        As informações que eu citei estão no estão no livro “A República Velha e sua Política Exterior – 1889-1902, de Clodoaldo Bueno, um dos principais historiadores da política externa brasileira da Primeira República. Essa posição é convergente com o livro História da Política Exterior do Brasil, escrito em conjunto com amado Cervo, um dos principais historiadores da política externa brasileira.

        Em seu clássico “Presença dos Estados Unidos no Brasil”, o prof. Moniz Bandeira explica a preocupação do Congresso americano, que queria aguardar a manifestação do povo brasileiro antes de reconhecer o regime republicano, dada a quartelada com que foi Proclamada a República, havendo receios de que o Braisl se transformasse em mais uma ditadura militar latino americana. O professor explica a hesitação do presidente Harrinson, principalmente quando, devio ao confisco dos bens de D. Pedro II pela República, a imprnesa norte-americana passou a atacar o novo regime, dada a boa impressão causada por D. Pedro II em sua visita àquele país. Alguns senadores, inclusive, defendiam o não reconhecimento enquanto D. Pedro II estivesse vivo, em respeito ao monarca.

        Desnecessário maiores comentários sobre a afirmação ignorante de Motta Araújo sobre a suposta não participação do Brasil na I Conferência Pan-Americana, exemplo de sua monstruosa ignorância sobre o assunto.

        Como se pode ver, o historiador de botequim ignora a bibliografia mais básico dos temas que se mete a comentar. Seu conhecimento rasteiro serve apenas para impressionar madames e outros canastrões nas festas cafonas celebradas pela caipira e preconceituosa “elite paulistana”.

        1. 1.O Brasil NÃO participou da

          1.O Brasil NÃO participou da Primeira Conferencia da União Panamericana porque quem seria delegado do Brasil, o Conselheiro Lafayette,  foi nomeado pelo Imperio e ao ser proclamada a Republica ABANDONOU o posto, isso em 17 de novembro de 1889.

          2.Os Estados Unidos queriam ouvir a manifestação do povo antes de reconhecer o novo regime?  A realidade foi outra, a Republica foi reconhecida sem “”manifestação do povo”” em 29 de janeiro de 1890.

          Essas são DUAS REALIDADES, não dependem de opinião de autores de livros.

          1. 1. O Brasil participou da

            1. O Brasil participou da Primeira Conferência Pan-Americana, a “conferência” que você cita nunca ocorreu, o que houve foi a institutição da União Pan-Americana em 1890. O senhor, mais uma vez, dando mostras de sua incomparável ignorância, apenas menor que sua arrogância, aprendida em meio à provinciana e preconceituosa “elite cultural” de SP.

            Lafayette foi substituído por Salvador de Mendonça, que iniciou trabalhos procurando o reconhecimento do novo regime, sem sucesso, por causa dos fatos que eu citei anteriormente. O Brasil também co-patrocinou a proposta argentina para arbitragem, em oposição à proposta de arbitragem obrigatória apresentada pelos americanos. O Brasil atuou também em oposição à legitimidade de territórios obtidos mediante guerras de conquista(posição dos EUA)no que obteve sucesso.

            Salvador de Mendonça coordenou-se com a delegação argentina e não só fez aprovar a adoção do arbitramento obrigatório, proposta pelos Estados Unidos, como também conseguiu superar a resistência estadunidense à proposta da abolição da conquista. O governo americano opôs-se a essa proposta, no entendimento de que “não podia amarrar as próprias mãos para uma eventualidade de guerra com a Inglaterra, em virtude da qual tivesse de tomar o Canadá” (AHI/RH, 273/3/4). Mas, graças a Salvador de Mendonça, houve afinal entendimento também sobre esse ponto. Os dois projetos seriam, finalmente, aprovados com o apoio de todas as delegações, exceto a chilena, que se absteve (SANTOS, 2004: 125-126).  Como se pode ver, o Brasil não apenas participou, como teve uma participação importante, por meio da atuação de Salvador de Mendonça, que substituiu o Conselheiro Lafayette com a Proclamação da República.

            2. Sim, os EUA alegaram querer ouvir a manifestação do povo brasileiro, essa foi a justificativa apresentada para a recusa do reconhecimento, o que pode ser encontrado na obra de importantes historiadores(Clodoaldo Bueno, Amado Cervo, Moniz Bandeira, etc.).

    2. Lafaiette Rodrigues

      Lafaiette Rodrigues Pereira

      Atividades diplomáticas

      Em 1885 foi nomeado ministro em missão especial no Chile, para servir de árbitro nas reclamações italianas, inglesas e francesas motivadas pela Guerra do Pacífico entre o Chile, de um lado, e o Peru e a Bolívia, do outro.

      Em 1889, foi de novo acreditado ministro em missão especial, de parceria com Amaral Valente e Salvador de Mendonça, na delegação do Brasil à primeira Conferência Internacional Americana. Abandonou o posto em 17 de novembro de 1889por não aceitar a renovação dos seus poderes pelo Governo Provisório da República recém-proclamada. Deixou, dessa forma, de assinar os atos finais que criaram a União Internacional das Repúblicas Americanas, depois União Panamericana.

      http://pt.wikipedia.org/wiki/Lafayette_Rodrigues_Pereira

  8. E ……………

    Bom, alguns comentaristas deveriam pegar mais leve, mas como este espaço é democratico,vamos lá !!!

    É sempre bom ler sobre a história, tanto a oficial como a real, pois ambas nos fazem tirar nossas conclusões, e é afinal o que importa em nossos estudos auto-didatas !!!

    O que o AA diz, resssalto, sem querer entrar no mérito de seu artigo, mas apenas pinçando, – ”  A REPÚBLICA FAZ 125 ANOS – Aguardei alguma lembrança mas nada. Uma data importante, não pode ser esquecida, estamos nos perdendo em firulas e boulos e esquecendo do Pais, um grande Estado que parece inexistir.

    Faço somente e apenas uma ressalva  – ” … estamos nos perdendo em firulas e boulos ….”

  9. Posso levar pedrada.mais uma

    Posso levar pedrada.mais uma coisa dos EUA que deveria ser exemplo para o Brasil.é o ensino sistematico da sua história,seus presidentes e suas contribuições,suas guerras….Se aqui tivesse esse cuidado,não haveria tanto babaca pedindo a intervenção militar,não que não existiriam, mais seriam rapidamente execrados.a Midia se valendo da precariedade do conhecimento dessa juventude, veicula essas ideías como fosse algo normal.

  10. A proclamação da República

    A proclamação da República foi um mal para o país. Óbvio que não sou monarquista, mas alguns fatos devem ser analisados. Talvez se a Monarquia tivesse adentrado algumas décadas do século XX, e depois tivesse sido feita uma transição democrática, ou mesmo um parlamentarismo com o Imperador como figura decorativa, estaríamos melhor hoje.

    O Império nos garantiu mais de setenta anos de estabilidade política (1822-1889), além de nossa Constituição mais longeva até hoje. Isso em um período bastante conturbado, a própria fundação do país, que antes era Colônia e Reino Unido. Além disso, a Casa de Bragança era uma das mais antigas da Europa, e Pedro II também era Bourbon (Casa de Espanha e da França) e Habsburgo (Casa da Áustria), o que garantia blindagem contra novas aventuras imperialistas das potências europeias, ainda fortes e dominantes até 1945.

    A República, de modo oposto, nos trouxe mais de 100 anos de instabilidade, encerrada apenas com as eleições de 1994.

    Tivemos a República Velha, onde as eleições eram fraudadas e PRP e PRM se alternavam no poder.

    Depois a Revolução de 30 (golpe de Estado).

    Ditadura do Estado Novo (golpe de Estado).

    Restauração de 1945 (golpe de Estado).

    Suicídio de Getúlio (tentativa de golpe de Estado).  

    Quase impedimento da posse de Juscelino (tentativa de golpe de Estado).  

    Renúncia de Jânio (tentativa de golpe de Estado).  

    Instauração do Parlamantarismo  (golpe de Estado).  

    Golpe de 64 

    AI-5 (golpe dentro do Golpe)

    Fim da Ditadura com eleições indiretas

    Impeachment de Collor  (golpe branco de Estado).  

    Portanto, somente em 1994, mais de 100 anos após a proclamação da República, se instaurou a normalidade democrática. Mas, como sabemos, os golpistas seguem na ativa. E o histórico descrito acima deixa bem claro qual é a nossa tradição republicana…

     

    1. “Transição democrática”???? O

      “Transição democrática”???? O Brasil sempre foi uma Monarquia Constitucional Parlamentar como as de hoje, animal! Inclusive foi pioneiro nisso e era considerado o país mais democrático e com maior liberdade de imprensa do mundo! Permitia até a existência de partido republicano em plena Monarquia! A desgraça da republica que não passa de um golpe ditatorial liderada por meia duzia de militares e a elite escravocrata sem participação popular, pelo contrário, perseguiu, oprimiu e declarou pena de morte para milhares de monarquistas! A republica é a desgraça do Brasil! O sistema legítimo do Brasil é a Monarquia que nos deu independência, aboliu a escravidão e foi responsável pelo período de maior prosperidade e estabilidade desse país! É o modelo político mais próspero e estável do mundo e que nunca deveria ter deixado de exitir no Brasil! 😉

    2. O Império sempre foi Monarquia Constitucional Parlamentar

      “Transição democrática”???? O Brasil sempre foi uma Monarquia Constitucional Parlamentar como as de hoje, animal! Inclusive foi pioneiro nisso e era considerado o país mais democrático e com maior liberdade de imprensa do mundo! Permitia até a existência de partido republicano em plena Monarquia! A desgraça da republica que não passa de um golpe ditatorial liderada por meia duzia de militares e a elite escravocrata sem participação popular, pelo contrário, perseguiu, oprimiu e declarou pena de morte para milhares de monarquistas! A republica é a desgraça do Brasil! O sistema legítimo do Brasil é a Monarquia que nos deu independência, aboliu a escravidão e foi responsável pelo período de maior prosperidade e estabilidade desse país! É o modelo político mais próspero e estável do mundo e que nunca deveria ter deixado de exitir no Brasil! 😉

  11. 125 anos de república

    Lendo os comentários aqui, é vergonhosa a nossa falta de conhecimento da história. Seria bom que antes de sair escrevendo por pura paixão ” do contra ” ler, analisar. Fazendo isso, imagino que teremos , sim , muito mais elogios do que críticas pela vontade de alguém colocar aqui algum assunto.

    Antes de criticar, leia, conheça, aprenda.

  12. Li todos os comentários até

    Li todos os comentários até aqui e muito me estranha que, em nosso país, se comemore mais a Independência do Brasil que a Proclamação da República. Me parece que em âmbos os fatos não houve a participação da população, ela somente assistiu. Alguém poderia me informar porque isso ocorreu?

    1. Independência

      Como assim a Independência não teve participação popular? Já ouviu falar em Dia do Fico? O “eu fico” denota uma  resposta, quem você acha que fez a pergunta? A resposta mais completa dizia “Diga ao povo que fico!”
      E as lutas pela independência na Bahia, Pará, Piauí Maranhão e Cisplatina? 
      Provavelmente não, pois deve ter sido educado pelos livros republicanos que procuram destruir tudo de bom que o Império fez. 
      Já no golpe de 15 de novembro, o dia da infâmia, realmente o povo não teve nenhuma participação. Ao contrário, expulsaram a família Imperial na calada da noite para que o povo não visse, pois certamente a revolta seria incontrolável. Como disse um jornalista da época, o “povo assistiu bestificado aquilo tudo” sem entender o que ocorria. Mas depois, houve sim revoltas, contidas por Floriano Peixoto com ações militares genocidas, estado de sitio e censura. 
      Prometeram fazer um plesbiscito para que o povo decidisse qual regime preferia mas era uma mentira. O fizeram 123 anos depois, e ainda deram mais tempo de TV para o presidencialismo e a adiantaram a data em 5 meses. 
      Por favor amigo, vá pesquisar. A internet tem farto material à disposição. 

       

  13. primeiro destino de um “chanceler” norte-americano

    1906 – visita do Secretário de Estado Norte-Americano Elihu Root ao Brasil. É a primeira vez que um responsável pelas relações exteriores dos EUA viaja ao exterior. Nunca havia saido. Destino? Brasil

  14. O Nassif presta um desserviço

    O Nassif presta um desserviço ao disseminar os artigos eivados de erros grosseiros do Motta Araújo, que servem apenas para desinformar os leitores. Nesse, mais uma vez, erros grosseiros dos fatos históricos(dizer que o Brasil não participou da I Conferência Pan-Americana)e, como sempre, a visão tosca e provinciana da “elite cultural” paulista, grupo de cafonas provincianos que são apenas motivo de vergonha para nosso país.

    tsc tsc tsc tsc Nassif.

    1. Na PRIMEIRA CONFERENCIA

      Na PRIMEIRA CONFERENCIA PANAMERICANA em Washington, em abril de 1890 o BRASIL deixou de ser um signatario da ata de fundação porque o delegado do Brasil , Conselheiro Lafayette, representava o Governo Imperial e  considerando que esse Governo tinha sido deposto o delegado do Brasil se julgou sem poderes para representar a Republica dos Estados Unidos do Brasil, portanto OFICIALMENTE  O BRASIL NÃO PARTICIPOU DA CRIAÇÃO DO SISTEMA ONAMERICANO, onde está o erro?

      1. O problema do senhor é sua

        O problema do senhor é sua arrogância, típica de sujeitos inseguros. O senhor faz aqui o mesmo que fez em outro tópico, no qual, do topo de sua “autoridade” de autor de livros financeiros, demonstrou desconhecer conceitos dos mais elementares, como remessas unilaterais.

        Mas nesse tópico o senhor se superou. Vejo agora que parte de seu lamentável artigo foi copiado diretamente da wikipedia. tsc tsc tsc

         

        Trecho de Motta Araújo.

        A Primeira Conferencia foi desagradável para os EUA porque dois grandes países por razões diversas não compareceram, o Brasil pela mudança de regime ainda em consolidação e o México, em plena ditadura de Porfirio Diaz, não via razão na ideia panamericana porque acreditava ter uma relação especial e preferencial com os EUA.

        Verbete da wikipedia

        Two nations which might have been expected to play a major role, were passive: Brazil because of internal political developments (the Empire was giving way to the Republic), and Mexico, which under the long-term authoritarian rule of Porfirio Díaz had a special and deferential relationship with the United States. 

        http://en.wikipedia.org/wiki/First_International_Conference_of_American_States#Fight_over_Blaine.27s_presidency

        O senhor ainda traduziu “deferential” como “preferencial”, o que denota sua ignorância do idioma inglês.

        Enfim, essa é a “elite cultural” paulistana.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador