A consolidação de manchetes

Em jornalismo existe a chamada consolidação das matérias, ou seja, juntar diversos temas referentes ao mesmo personagem ou ao mesmo assunto em uma mesma matéria.

O Zé Grandão tinha um exemplo clássico do nosso amigo Roberto Motta, no Diário de Poços: “Caminhão Mercedes, cujas vendas aumentaram no último mês, atropela ciclista na avenida Dom Bosco”.

Guardadas as proporções, é a manchete da Folha sobre o financiamento do BNDES para a Usina Jirau:

Luis Nassif

19 Comentários

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  1. Seguindo as normas do STF, a
    Seguindo as normas do STF, a multa somente deverá ser paga após esgotados todos os recursos disponíveis. Provavelente a usina ficará pronta bem antes, haja em vista a quantidade de recursos e a morosidade em julgá-los…………

    Ao meu ver, continua o ataque entre os consórcios que ganharam cada um uma das grandes represas. A Folha apenas escolheu seu lado…..

  2. Tá. Um caminhão que tem suas
    Tá. Um caminhão que tem suas vendas aumentadas e o atropelamento de alguem não guarda relação, co-relação, relação de causa e efeito, etc.

    Já o empréstimo, eu pisaria no freio das conclusões, porque como você deve saber, um projeto desse que não é de “vender banana na esquina” exige um projeto giganteco, um business plan detalhadissimo, análises de risco, etc. A construção de uma usina exige certificações às dezenas e multas de aspecto ambiental demonstram que no mínimo o projeto ou desrespeitou normas ou avançou sem a devida aprovação ambiental; e conceder empréstimos para um projeto desse tamanho que corre risco de embargo além de meras multas (ela seriam apenas um sinal do risco), seria perigoso.

    Por conta disso, não me parece que a manchete esteja errada, já que um empréstimo desse vulto pode ter sim uma relação com o multas, etc, pelo menos na sua análise. O empréstimo foi concedido após a multa? Significa que o projeto avançou a parte o empréstimo. Nesse caso o projeto quanto ao aspecto ambiental respeitava o exposto ao banco? Se respeitava porque a multa? O banco averiguou a questão e a multa não implicaria em problemas para a obra, logo para retorno do dinheiro envolvido, logo prejuizo aos cofres públicos?

    Como vejo, a manchete está correta, considerando o exposto.

    Salvo é claro, que você veja a manchete como um ataque sutil ou aberto ao BNDES, estatal que em geral você vê com bons olhos. Mas nesse caso seria uma questão de gosto não de fatos.

  3. Guardada nenhuma
    Guardada nenhuma proporção.

    Imagine uma manchete assim:

    Daniel Dantas, preso em Brasília, faz cooper no Parque do Ibirapuera.

    Não se trata de “diversos temas”, mas sim um contraponto, pois o que o jornalista queria mostrar é a contradição entre uma obra embargada e o gasto de um órgão público.

    No caso da manchete citada por João Grandão, não há nenhuma correlação entre vendas em alta e atropelamento de ciclista.

    Diferentemente se fosse assim:

    Caminhão Mercedes, com carga roubada, atropela ciclista na avenida Dom Bosco

  4. Reunião de Serra com
    Reunião de Serra com jornalistas, regada a scotch, discute campanha.
    Josias de tal, ontem promovido no jornal, apanha da mãe.
    Economista, formado por correspondência, lança-se à Presidência.
    Serra venceria no segundo turno, se passasse pelo primeiro.
    Fernando Henrique aos franceses: “o pré-sal é nosso”…

  5. Do Painel do Leitor de hoje,
    Do Painel do Leitor de hoje, na Folha:
    Ditadura
    “Golpe de Estado dado por militares derrubando um governo eleito democraticamente, cassação de representantes eleitos pelo povo, fechamento do Congresso, cancelamento de eleições, cassação e exílio de professores universitários, suspensão do instituto do habeas corpus, tortura e morte de dezenas, quiçá de centenas, de opositores que não se opunham ao regime pelas armas (Vladimir Herzog, Manuel Fiel Filho, por exemplo) e tantos outros muitos desmandos e violações do Estado de Direito.
    Li no editorial da Folha de hoje que isso consta entre “as chamadas ditabrandas -caso do Brasil entre 1964 e 1985” (sic). Termo este que jamais havia visto ser usado.
    A partir de que ponto uma “ditabranda”, um neologismo detestável e inverídico, vira o que de fato é? Quantos mortos, quantos desaparecidos e quantos expatriados são necessários para uma “ditabranda” ser chamada de ditadura? O que acontece com este jornal?
    É a “novilíngua”?
    Lamentável, mas profundamente lamentável mesmo, especialmente para quem viveu e enterrou seus mortos naqueles anos de chumbo.
    É um tapa na cara da história da nação e uma vergonha para este diário.”
    SERGIO PINHEIRO LOPES (São Paulo, SP)

  6. Interessante, quando se trata
    Interessante, quando se trata de notícia sobre o governo Paulistanunca existe tal “consolidação” de manchetes, quando se trata do governo federal essa “consolidação é regra”.

    A impressaõ é que nenhuma manchete positiva sobre o governo Lula pode ser escrita na FSP, todas – repito TODAS – tem que ter um viés negativo.

    Em relação ao governo Paulista é a mesma coisa, mas com o sinal trocado.

    Realmente a Folha virou um pasquim (no mal sentido, nada a ver com o saudos Pasquim, com “P” maiúsculo), pena que não seja o único jornal a jogar sua história no esgoto de forma tão bisonha…

  7. Essa manchete de hoje, em O
    Essa manchete de hoje, em O Globo Online, ganhou:

    Maior banco suíço revelará nome de clientes ricos ao fisco dos EUA

    Plantão | Publicada em 19/02/2009 às 11p5m BBC

    Pergunta: E eles teriam clientes pobres ?

  8. Uai, mas isso nao qualifica
    Uai, mas isso nao qualifica como fofoca?

    “O filme estrela Tom Cruise -cientologista bonitinho recem divorciado da divina australiana Kidman, que tentou lhe jogar uma panela na cabeca- e Penelope Cruz -ex-catolica que nunca fez um filme bom depois que foi pra Hollywood porque la ela so eh a “exotica da semana”- eh muito bom, e …”

  9. Então Nassif, acho que o
    Então Nassif, acho que o combinado requentado de hoje é atacar a hidrelétrica. O Globo também traz em destaque “hidrlétrica privada traz 60% de verba pública”, como se: 1) fosse algum defeito isto acontecer; 2) essa dinheirama estivesse disponível “de grátis” e 3) o mercado estivesse uma mar de tranquilidade, repleto de liquidez e fosse um capricho das partes buscar financiamento público.
    Francamente, não dá…A má vontade e a má -fé são generalizados. Qual país hoje não estaria dando graças de ter uma obra desse porte em andamento e com $ para financiar em tempos de crise? Está decretado, no país dos urubucanos não pode ter obra com financiamento público, pois dinheiro só é bom se for privado.

  10. Marco Aurélio
    “multas de
    Marco Aurélio
    “multas de aspecto ambiental demonstram que no mínimo o projeto ou desrespeitou normas ou avançou sem a devida aprovação ambiental”
    Não é bem assim. Muitas vezes as multas decorrem de acidentes. Por exemplo. Se um caminhão carregando óleo tombar na beira do rio e despejar o óleo o Ibama aplicará uma multa. Culpa do projeto? Não. Acidentes acontecem e o Ibama multa. Numa obra deste porte com obras a serem realizadas por 4/5 anos, muitos acidentes/multas vão acontecer.
    Outras vezes as multas, depois de discutidas tecnicamente, com novos elementos técnicos, são retiradas. Nem tudo num projeto dessas dimensões pode ser previsto, nem pelos técnicos que elaboram o projeto nem pelo Ibama.
    Mas em certas situações é melhor pagar uma multa que cumprir exigência do Ibama. Tem cada uma…

  11. Foi um manchete dúbia.

    “Trem
    Foi um manchete dúbia.

    “Trem Bala Rio-São, embargado, tem maior verba da história.”

    É óbvio que uma obra desse porte necessitária de verba pomposa. E tal verba não necessariamente teria relação ao motivo do embargo.

    E o que diz a matéria, que mesmo embargada, tal obra recebe dinheiro do BNDES. Não se atenham ao título.

    Talvez:

    Candidato Zé, impugnado, tem triplex no Chile.

    Não necessariamente, a impugnação, tem relação com o triplex do candidato. O candidato em questão, pode ter legalmente o bem, ter declarado o imposto de renda de forma correta. E, a impugnação ser motivada por uma questão técnica das leis eleitorais.

  12. Sanzio,

    “ditabranda” é
    Sanzio,

    “ditabranda” é aquele regime ao qual a Folha de São Paulo emprestava carros para assassinar opositores, em troca de ocupar durante décadas uma praça no centro de São Paulo para erguer, contra todas as leis, uma estação rodoviária.
    Se tivesse sido eleito pelo voto, como Jango, Allende ou, hoje, o Chavez – por quem, diga-se, eu não tenho nenhuma simpatia – aí então seria ditadura.

    O pior é que uma revista especializada em meios de comunicação deu ao Otávio Frias o título de “democrata” emérito.

    Nós ainda vamos ver o Garrastazu Médici reconhecido como defensor dos direitos humanos…

  13. Vem mais,por aí.Antes o
    Vem mais,por aí.Antes o pódio era ocupado pela Petrobrás,sugerindo uma pré-falência,agora, as hidrelétricas,o PAC já e freguês de caderno,enquanto
    o PIG ,demos & tucanos,recorrem ao TSE,STF e Roma. Do queixo para baixo, é canela…

  14. O ministro Gilmar Mendes,
    O ministro Gilmar Mendes, aquele que deu dois hcs para Gilmar Dantas, aquele que nadou de braçada na privataria, esteve no programa Roda Viva, aquele que já foi um bom programa, da TV Cultura, aquela que é a porta voz dos tucanos, aqueles que venderam o Brasil na bacia das almas.

  15. O imposto dos tucanos é mais
    O imposto dos tucanos é mais bonito
    O governo de São Paulo está ampliando o rol de produtos que entrarão no regime de substituição tributária. Nesse regime, o imposto que seria cobrado na venda final é pago pela indústria ou pelo importador. Isso facilita em muito a fiscalização. Para definir o valor a ser cobrado, se adiciona uma margem ao preço base do produto (preço que seria cobrado na ponta) e depois se aplica a aliquota de ICMS.

    A indústria tem reclamado que o governo calcula margens mais elevados do que a prática fazendo com que a carga tributária cresça. A reclamação tem sentido. O governo calculou as margens num período em que a economia crescia a cem por hora. Agora com a crise, as margens tem caído.

    Se essa medida fosse do Governo Federal a mídia já teria caído matando. Mas como é uma medida do Governo José Serra (mais conhecido como Zé Pedágio) nem foi comentada na mídia televisiva. Nos jornais impressos, não foi tema de capa.

  16. “Jornalismo de
    “Jornalismo de resultados”

    Imagine um jornal de grande circulação (coisa cada dia mais rara) que esteja passando por dificuldades financeiras pelas razões mais diversas (desde crise estrutural pela mudança de paradigma até pela má gestão familiar) e como um raio de luz divina receba uma substancial ajuda financeira de um determinado e poderoso conglomerado industrial ou financeiro com interesse na divulgação dirigida de certas informações de mercado. Ora para inflar as suas ações na bolsa de valores, ora para plantar ataques aos seus concorrentes ou passar uma série de boatos para abalar os seus concorrentes. Vcs acham que este jornal ou revista não vá fazer este trabalho? O jornalismo de resultados de hoje transformou isso em regra (o único e maior patrocinador, governo federal, é o único que não faz, ora por incopetência ora por chantagem explicita). Aqui em Itajaí, pequena cidade de 170 mil habitantes, existe um exemplo claro deste jornalismo de resultados. O Diarinho (como é chamado) transformou isso em prática. Seu antigo e falecido proprietário, campeão de ações não julgadas de calúnia e difamações, “plantava” notícias de seu interesse pessoal ou chantageando prefeitos para empregar seus parentes ou acochados. Veja e FSP, são hoje os principais orgãos da imprensa de resultados. O Estadão e O Globo, em menor escala, mas especialistas em chantagear os governantes de plantão, com denúncias e balões de ensaio sem provas (vide o caso dos grampos no STF). Hoje, esta imprensa de resultados em sua pequenez e estreiteza peculiar estão prejudicando o país, pois seus interesses particulares ou de classe estão acima dos interesses nacionais. Não vejo solução, senão resistir ou o governo dar uma incerta como o Chaves deu e hoje está sendo prageado pelos 4 cantos do mundo.

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