Estávamos em um bar bebendo com amigos, em casa com a família, no trabalho defendendo o l’argent, no trânsito pensando na vida, nos hospitais, bibliotecas, parques, shoppings, praias, clubes, estádios, quando de repente, a sirene tocou e fomos obrigados a nos recolher.
Em uma ação do tipo só com a roupa do corpo, deixamos copos cheios em cima das mesas, as TVs ligadas, saímos sem bater o ponto, atravessamos sinais vermelhos, tiramos o acesso ao soro, fechamos os livros, pisamos nos gramados, deixamos as compras no balcão, não passamos a toalha nos pés para tirar a areia, pulamos as roletas, não esperamos o final da partida, quando de repente, a sirene tocou e fomos obrigados a nos recolher.
Estamos isolados e vulneráveis, sentados no sofá assistindo ao noticiário. Abro uma live com uma de minhas filhas que assustada diz: “É no mundo todo, pai”!
É no mundo todo!
Como se dizia na minha infância: Chegou a hora de separar os homens dos moleques, de mostrar serviço, de vender as garrafas vazias.
As autoridades teriam que atuar de forma competente e organizada para executar um protocolo emergencial que estancasse a primeira onda e, simultaneamente, reunir ministros, secretarias, profissionais e pessoal técnico para planejarem, em conjunto, ações objetivas de combate ao inimigo invisível e letal.
Passados alguns dias do primeiro toque da sirene, muitos não tiveram outra opção a não ser sair para não passar fome, outros sequer buscaram segurança porque negaram a existência do perigo.
É no mundo todo!
No Brasil, os responsáveis pelo planejamento, caminharam sempre na direção contrária e não sentaram para discutir como enfrentar e minimizar o contágio.
O ministro da saúde é um general especializado em logística, mas não tem capacidade organizacional para transportar materiais hospitalares de um estado para o outro por meio aéreo, enquanto em outros países as Forças Armadas foram acionadas pelas autoridades de saúde para contribuir no planejamento da força-tarefa de imunização.
Não custa lembrar que o presidente brasileiro ofereceu soldados para os EUA invadirem a Venezuela, e o presidente venezuelano ofereceu oxigênio para salvar vidas de brasileiros.
Dez meses passados e estamos à deriva, sem vacina, sem seringa, sem planejamento. Em Manaus os pacientes estão morrendo como os judeus, asfixiados em uma câmara sem oxigênio. Países vizinhos como a Argentina, Chile, Costa Rica e México já começaram a vacinação e outros estão adiantados em relação ao Brasil.
O presidente é mamífero bípede, fora isso nada mais o assemelha a um ser humano civilizado, não tem empatia, é portador de incompetência destrutiva e voraz, é necrófilo e não se importa com vidas pretas ou brancas.
Temos um governo de moleques, que não mostra serviço e que não tem garrafas vazias para vender. Incrível é olhar ao redor e perceber que ainda existe quem o isente de culpa, quem o considere de ruim a ótimo, quando ele é de péssimo à catastrófico; Quem admite que votou nele porque a decisão entre um professor e um assassino era muito difícil.
É no mundo todo, pai!
Ricardo Mezavila, cientista político
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