20 anos sem Nelson Gonçalves, o Rei do Rádio

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Jornal GGN – Relembrando a história da música brasileira, esta semana marca 20 anos da morte do cantor e compositor Nelson Gonçalves. Como o segundo campeão de vendas no país, com mais de 81 milhões de disco, o músico que na infância e parte da juventude pensava ser gago, hoje é aclamado como rei do rádio. 2019 marca o centenário do artista.

Nelson, que nasceu como Antônio Gonçalves Sobral, em 21 de junho de 1919, no Rio Grande do Sul, apesar das diversas profissões nunca desistiu da música. Após estudar canto acadêmico, por seis anos, com o maestro Bellardi, Nelson aprendeu que não era gago, como desconfiava, mas taquilárico (do grego takimós: respiração curta, acelerada). Já inserido no cenário musical, decidiu então trocar o nome Antonio para Nelson, que considerava mais melódico.

O ano de 1941 marca a estreia do primeiro disco do cantor, um 78 RPM contendo o samba “Sinto-Me Bem”, de Ataulfo Alves. Logo após, Nelson é eleito o Rei do Rádio, em concurso promovido pela Revista do Rádio. Entre seus sucessos gravados na década de 40 estão: “Maria Bethânia” (Capiba), “Normalista” (Benedito Lacerda/ Davi Nasser); “Caminhemos” (Herivelto Martins) e “Renúncia” (Roberto Martins/Mário Rossi).

Já 1952 marca a parceria de Nelson com Adelino Moreira, letrista e compositor do gênero samba-canção, que compôs para Nelson cerca de 370 músicas. Dessa união nasceram alguns dos maiores sucessos do cantor, como “A volta do boêmio”, “Deusa do asfalto”, “Êxtase e Escultura”.

O artista,  que impressionava por sua extensão vocal, chegou a gravar músicas com Ângela Rô Rô (Simples Carinho), Kid Abelha (Nada por Mim) e Lulu Santos (Como uma Onda). Em 1984 lançou Eu e Elas, em duetos com Alcione, Ângela Maria, Beth Carvalho e outras mulheres da música brasileira; E em 1985 lançou Eu e Eles, com duetos com Caetano Veloso, Fagner, Luiz Gonzaga, Tim Maia e outros nomes da MPB.

Durante cerca de 50 anos de carreira, Nelson gravou mais de 2.000 canções, 183 discos em 78 rpm, 128 LPs e 300 compactos. Vendeu mais de 81 milhões de discos. Ganhou 38 discos de ouro e 20 de platina. Também foi contemplado pela RCA com o Prêmio Nipper, recebido apenas por ele e por Elvis Presley.

Nelson Gonçalves morreu em 18 de abril de 1998. Na década de 90 foi encenado o musical “Metralha”, uma versão dramatizada de sua biografia. Em 2001 foi lançado o documentário “Nelson Gonçalves”, que contou sua trajetória, por meio da encenação de Alexandre Borges e Julia Lemmertz, com direção de Elizeu Ewald.

Comemorando a vida e a obra, e pranteando a ausência, sua filha Lilian Gonçalves fez uma audição com sua obra, para convidados, no dia 18 de abril, no Bar do Nelson, parte de sua casa. “Fiz esse bar para que o nome de meu pai não caísse no esquecimento. Aliás, esse era um medo dele, pois dizia que o Brasil não tinha memória”, comentou Lilian Gonçalves.

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Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

2 Comentários

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  1. Lembro que Nelson Gonçalves
    Lembro que Nelson Gonçalves morreu numa data próxima do Leandro. Da dupla Leandro e Leonardo. Acho que a diferença foi de dias.

    A morte de Nelson Gonçalves, um cantor com muito mais expressão no cenário nacional, sumiu da mídia.

    Só se falava do Leandro por causa do sucesso da dupla naquele momento.

    Triste mídia !

  2. Infelizmente hoje não temos
    Infelizmente hoje não temos mais músicas, tenho 22 anos mas meu pai tem 70 e cresci vendo e ouvindo ele escutar as musicas de Nelson Gonçalves, Orlando Dias, Orlando Silva, Ataulfo Alves entre outros. Hoje vemos um Brasil pobre de cultura, pobre de política vemos o país em uma depravação total! Mas o que esperar de um país que trata bandidos como semi deuses.

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