Aécio assina prefácio de livro inconveniente para Rede Globo

Jornal GGN – Nas próximas semanas deve ser lançada a biografia autorizada do ex-ministro da Justiça do governo João Figueiredo, Ibrahim Abi-Ackel. A obra promete abalar a relação entre Aécio Neves e as Organizações Globo. Isso porque o senador e candidato à presidência é autor do prefácio do livro, que dedica dez páginas para narrar o episódio da cocaína apreendida em malotes da emissora, que teria iniciado uma campanha de Roberto Marinho contra Ackel.

Enviado por Mara Baraúna

Rodrigo Lopes: Apreensão de cocaína gerou confronto Globo x Abi-Ackel

Do Viomundo

Por Rodrigo Lopes

Um livro a ser lançado nas próximas semanas promete abalar a relação entre o senador Aécio Neves (PSDB) e as Organizações Globo.

Trata-se da biografia autorizada de Ibrahim Abi-Ackel, ex-ministro da Justiça do governo João Figueiredo. Ele ocupou o cargo entre 1980 e 1985.

A obra, Ibrahim Abi- Ackel, Uma Biografia, escrita pela jornalista Lígia Maria Leite e prefaciada pelo senador Aécio Neves, diz que malotes da Rede Globo enviados para sucursal no exterior transportavam drogas.

Sete vezes deputado federal, entre 1975 e 2007, Abi-Ackel sofreu acusações no Jornal Nacional, em 1983, quando era ministro da Justiça, fruto de um confronto nos bastidores com o dono das Organizações Globo.

O livro dedica 10 páginas ao episódio.

Na página 359 o livro sustenta que a campanha promovida por Roberto Marinho contra Abi-Ackel nasceu de um engano do empresário, que acreditava que o ex-ministro havia determinado a apreensão de cocaína em malotes da emissora.

Leia a página:

O texto atribui ao ditador João Figueiredo a seguinte explicação: “A campanha do Roberto Marinho contra o ministro Ibrahim Abi-Ackel se deveu a um engano do senhor Roberto Marinho. Os malotes da Rede Globo para Nova Iorque serviram de transporte para cocaína. A Polícia Federal apreendeu dois desses malotes e o Roberto Marinho nunca perdoou o Abi-Ackel, porque pensou que foi ele que mandou fazer a apreensão. Esse foi o motivo”.

Em 1983, depois que o norte-americano Mark Lewis foi preso na alfândega dos Estados Unidos com pedras preciosas brasileiras avaliadas em U$ 10 milhões, os ataques ao ministro no Jornal Nacional começaram.

Em mais de uma reportagem, a Globo acusou Abi-Ackel de envolvimento com o contrabando de pedras preciosas, o que nunca foi provado.

A biografia autorizada de Abi-Ackel foi financiada através da lei Rouanet de incentivo fiscal e recebeu patrocínio da estatal de energia elétrica Cemig e do Governo de Minas. No prefácio da obra, Aécio Neves enaltece a vida pública do colega de Câmara dos Deputados.

“Fomos deputados, ele repetidamente mencionado entre os dez parlamentares mais influentes do Congresso”, diz o texto (leia um trecho acima). Mais adiante, depois de listar as qualidades de Abi-Ackel: “Foram essa qualidades que me fizeram recorrer a ele, como governador, em 2006, para o comando da Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais, onde conduziu um trabalho exemplar”, destaca Aécio.

Quando Abi-Ackel foi inocentado das acusações que sofreu da Globo, a Folha de São Paulo noticiou:

Ackel é inocente no caso das turmalinas

por JOÃO BATISTA NATALI

Foi na manhã de 29 de março de 1985. A alfândega do aeroporto de Miami apreendeu um carregamento de águas-marinhas, esmeraldas, topázios e turmalinas.

O portador das pedras, Mark Lewis — cidadão norte-americano, na época morador em Anápolis (GO) — não conseguiu documentar ser dono do carregamento. Foi o estopim do chamado “escândalo do contrabando de pedras preciosas”, em que o ex-ministro da Justiça Ibrahim Abi-Ackel (1980-85) teve seu nome envolvido, sem que sua participação seja objeto de qualquer evidência.

Ainda corre hoje na Câmara pedido para abertura de processo contra o ex-ministro por peculato, por conta de acusação contra seu filho, Paulinho. O filho teria mantido escritório de advocacia em que protelava extradições ou obtinha vistos de residente para estrangeiros que dependiam do arbítrio do gabinete de seu pai.

“Eu fui o bode expiatório. Não era militar e também não tinha mandato”, disse à Folha o hoje deputado Abi-Ackel (PPB-MG). Sua suposta ligação com as pedras apreendidas é das mais tortuosas.

Lewis era apenas uma “mula” (portador). As pedras pertenciam em verdade a Antonio Carlos Calvares, dono da Embraima (Empresa Brasileira de Mineração, Importação e Exportação), em Goiânia.

Calvares procurou o ex-ministro, que voltara a advogar. Pediu que ele intercedesse em sua defesa. Deu-lhe uma procuração, que foi apresentada por um advogado norte-americano, Charles Hayes, como prova de que Calvares e Abi-Ackel eram sócios no contrabando.

Hayes disse isso em entrevista no “Jornal Nacional”, da Rede Globo. A Folha apurou que na época eram tensas as relações entre a Globo e Abi-Ackel. Hoje, o ex-ministro prefere não falar sobre essa dimensão do assunto. A Folha procurou Hayes, mas não há pistas dele.

Outro personagem-chave na história foi um delegado da Polícia Federal, Mário Machado Filho, que instruiu o inquérito em Goiânia. Ele se aposentou e hoje mora em Aracaju (SE). Disse à Folha ter tido a impressão de que Calvares, para se dar ares de importância, simulou um grau de familiaridade com o ministro que nunca possuiu. Um caso de mitomania.

Foi essa uma das conclusões que o delegado remeteu à sede da PF, em Brasília. O inquérito foi arquivado. Sem inquérito, não houve tampouco motivo para processo judicial.

Calvares destacou para falar com a Folha um dos executivos da Embraima que se apresentou como seu sobrinho. Para este, o caso já rendeu para a família “US$ 150 milhões” em indenizações por difamação, pagas por jornais norte-americanos.

No plano judicial, o que houve de concreto foi um “grand jury” em novembro de 1986 em Lexinton, Estado de Kentucky, para apurar responsabilidades de norte-americanos e estrangeiros no contrabando de pedras brasileiras.

Abi-Ackel não foi em nenhum momento citado por dar cobertura ou como responsável direto pelo tráfico.

 

Redação

13 Comentários

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  1. Golpe: até matar o Youssef

    Golpe: até matar 
    o Youssef eles tentam!

    Até no dia da eleição o Golpe baixo prolifera

    No Conversa Afiada: http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2014/10/26/golpe-ate-matar-o-youssef-eles-tentam/#comment-1705961

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    Leia, amigo navegante, as notas da Polícia Federal:

     

    Curitiba-PR – A Polícia Federal informa que Alberto Youssef foi hospitalizado hoje, 25.10, no início da tarde, devido a uma forte queda de pressão arterial causada por uso de medicação no tratamento de doenca cardíaca crônica.

    Esta é a terceira vez que ocorre atendimento médico de urgência após a sua prisão.

    São infundadas as informações de possível envenenamento.

    Alberto Youssef permanecerá hospitalizado para a adequação da medicação e retornará à carceragem da Polícia Federal na Superintendência em Curitiba, após o seu pleno restabelecimento.

    Assessoria de Comunicação

    Polícia Federal

    E hoje, domingo de manhã:

     

    Curitiba-PR – A Polícia Federal informa que Alberto Youssef passou bem a noite e permanecerá, em princípio, internado por 48 horas, sob a escolta de Policiais Federais.

    Não havendo nenhuma outra intercorrência retornará à carceragem da PF da Superintendência em Curitiba.

    Comunicação Social da Polícia Federal no Estado do Paraná

    Curitiba, 26 de outubro de 2014.

    Tels. 41 3251-7810/ 7809 / 7813

    E agora, o que se diz nas “redes sociais” do Aécio Never:

     

    URGENTE – O doleiro Alberto Youssef acaba de FALECER depois de ser levado para um hospital na tarde deste sábado (25), em Curitiba.

    O Dr. Gileno Setubal, plantonista do Hospital Cardiológico Constantinni informou a dois jornalistas que faziam plantão no hospital, o óbito. Por recomendação expressa de uma pessoa desconhecida, após ter feito o comunicado foi proibida que a informação seja divulgada até o final da votação neste domingo.

    Assim como no caso Celso Daniel o PT providenciou uma queima de arquivo. Provavelmente o doleiro faleceu por envenenamento e não por enfarte como será anunciado. O mesmo PT que neste sábado fez um ato de vandalismo na sede da editora Abril, acaba de realizar mais um crime. Queima de arquivo contra que poderia depois de apresentadas as provas arruinar com a provável eleição de Dilma.

    Não sei se é tempo útil, mas tente repassar esta mensagem para o mácimo de eleitores. Não podemos votar o 13 neste domingo. É endossar além a corrupção, a segunda morte de quem sabia de mais. Isso é usado no oriente médio, e em ditaduras.

     

     

  2. Vamos tratar de comprar logo,

    Vamos tratar de comprar logo, antes que a “justiça” brasileira conceda  uma liminar retirando das livrarias.

  3. Excelente matéria de Janio de Freitas

    Janio de Freitas: A última investida da imprensa é feita com o nome do doleiro Youssef

    http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2014/10/janio-de-freitas-ultima-investida-da.html

     

    NA FRAUDE.Os enganados e o mentiroso

    A última investida originada na imprensa para interferir na disputa eleitoral –última, bem entendido, até a hora em que escrevo– é feita com o nome do doleiro Alberto Youssef, com abuso do condicional (“teria dito”, “teria feito”), com um hipotético delegado sem nome e com um tal depoimento de cujo teor nem o advogado do depoente ouviu falar.

    Dado apenas como doleiro, Alberto Youssef é mentiroso profissional. E negócio são importações mentirosas para exportar dólares como pagamentos. Sua atual busca de delação premiada, em troca de liberdade apesar de criminoso confesso e comprovado, não é a primeira. Voltou a ser preso, há seis meses, porque, desfrutando de liberdade concedida pela Justiça como prêmio por antigas delações, dedicou-se aos mesmos crimes que se comprometera a não repetir. A delação premiada e o acordo com um juiz foram ambos mentirosos.

    A investida e seus instrumentos são componentes que se mostram, como em outras eleições, da velha divisão do país.

     

  4. Mas que coincidência!

    Mas que coincidência! Um livro com as palavras Aécio Neves, Globo e cocaína!

    E vão dizer no clube que sou maldoso e certamente petista. 

  5. Globo no tráfico?

    Quer dizer que além de de tudo os Marinhos faziam tráfico de cocaína? E segundo o texto não ouve um não saber do Marinho. Ficou bravo pela polícia ter descoberto? E não com um funcionário que estava utilizando os malotes para tráfico? Sinistro.

    1. …..em 1985, no espetáculo

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=R1Uzs1QQM3M%5D

      …..em 1985, no espetáculo “Praça XI dos Bambas”, interpretado pela cantora Marlene, na Sala Sidney Miller da Funarte (série “Carnavalesca”), com roteiro e direção de Ricardo Cravo Albin, que chegou a adaptar a canção “A cocaína” (dedicada pelo autor(*) em 1923, ao jovem jornalista Roberto Marinho), para ritmo de tango…..

      (*)Sinhô

      Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira (http://www.dicionariompb.com.br/sinho/dados-artisticos)

  6. Ou o livro vai ser apreendido

    Ou o livro vai ser apreendido por decisão judicial ou Aécio vai mandar retirar esse prefácio rapidinho, antes da publicação.

  7. Tratando-se de empresa
    Tratando-se de empresa traficante de cocaína uma medida se um impõe: revogação da concessão de TV e rádios da Globo e a prisão de seus donos.

  8. E isso aqui, procede?

    E por falar em aécio + drogas + pedras peciosas…

    Isso aqui procede?

    http://plantaobrasil.com.br/news.asp?nID=82174

    Ex de Aécio: ‘ ele levava malas de dinheiro e diamantes para Aspen ‘

     

    04/05/2014 – Ex de Aécio joga “caca” no ventilador. “Ele levava malas de dinheiro e diamantes para Aspen”.

    Andréa Falcão: advogada, centrada e extremamente rigorosa. Esta é a ex-esposa de Aécio que vem assombrando o esquema montado em torno de seu ex-marido.

    Ex-esposa de Aécio Neves, Andréa Falcão mora no Rio de Janeiro com a filha do casal, Gabriela. Ela e Aécio foram casados por oito anos. Separados há catorze anos, Andréa tem hábitos saudáveis e esportivos sendo considerada pelos amigos uma atleta. Discreta e reservada, poucos sabem de suas atitudes que colocam em risco o projeto de Poder construído pela família Neves após a morte de Tancredo.
    Embora apresentado como político, Aécio Neves na verdade é apenas um produto comercial como tantos outros disponíveis no mercado, fruto de pesados investimentos publicitário. A início patrocinado por seu padrasto, o falecido banqueiro Gilberto Faria, em curto espaço já servia ao pesado esquema de desestatização e desnacionalização da economia montado pelo ex-presidente FHC.

    Eleito em seu primeiro mandato de deputado federal e Constituinte por Minas Gerais pelo PMDB, Pimenta da Veiga viu em Aécio a possibilidade do PSDB se apropriar da imagem de Tancredo Neves. Porém, como hoje, na época Aécio não tinha gosto pela política, tinha que ser constantemente cobrado e policiado.
    Entretanto, como sua carreira política tornava-se cada vez mais lucrativa, montou-se em sua volta uma eficiente estrutura com membros de sua família e políticos que viram nele a parceria ideal para ocupar o espaço político deixado por seu avô, Tancredo. Contudo, seus familiares e parceiros não contavam com um fato novo, o casamento de Aécio com Andréa Falcão.

    A FARSA

    Segundo amigos de Andréa, rígida por princípios, passou a questionar o comportamento de Aécio e a farsa montada para manter sua imagem. À amigos ela reclamava que isto impedia que Aécio amadurecesse.
    Separada de Aécio em 1998, procurou organizar sua vida, porém, com a eleição de Aécio para governador em 2002, no intuito de passar para a população uma imagem de homem de família, o esquema passou a utilizar sua filha Gabriela, sendo histórica a presença da mesma em sua posse.

    Sabedora do que realmente ocorria, Andréa passou a questionar esta utilização com receio de que a exposição, as companhias e hábitos de Aécio fossem prejudiciais à sua filha. Entretanto, o esquema montado em torno de Aécio insistiu, mesmo diante de sua recusa.

    Esta prática foi bastante reduzida nos últimos anos de governo de Aécio Neves, contudo, o mal já havia sido concretizado. Com a denúncia dos deputados mineiros Sávio Souza Cruz (PMDB) e Rogério Correia (PT) de enriquecimento ilícito dos irmãos Andréa e Aécio Neves perante a Procuradoria da República e Receita Federal descobriu-se uma gigantesca movimentação financeira de Aécio nos Estados Unidos.

    Constatou-se que os maiores depósitos coincidiam com as datas das viagens de Aécio Neves a Aspen, uma estação de esqui no Colorado, para onde Aécio se dirigia sobre a justificativa de que estaria levando a filha para esquiar. As suspeitas aumentaram ao se descobrir que as viagens foram feitas em jatinho fretado sem que sua bagagem passasse por qualquer alfândega, seja no Brasil ou USA.

    A área de inteligência da Receita Federal descobriu que uma integrante da inteligência da PMMG, conhecida como PM2, havia relatado uma discussão entre Aécio e Andréa Falcão, onde ela, de maneira enérgica, reclama; “deixe minha filha fora dos seus rolos, não quero que fique utilizando ela para servir de justificativa para você fazer o que faz”, Aécio pergunta. “Que rolo?”; Andréa Falcão responde; “levar estas malas de dinheiro e diamante para Aspen”.

    Este procedimento encontra-se desde o final do ano passado nas mãos do procurador geral, Roberto Gurgel, parado. Segundo amigos de Andréa Falcão, se ela for convocada a esclarecer os fatos ela irá contar tudo que sabe para defender sua filha. Pelo visto a família Neves finalmente terá a oportunidade de constatar que Andréa Falcão sempre falou sério.
    O senador Aécio Neves, consultado sobre o tema que seria abordado na matéria, optou por nada comentar e Andréa Falcão recusa-se a falar com a imprensa.

  9. Stanley Burburinho, em 2011

    Datado de 30/12/2011, tem um texto do Stanley Burburinho sobre o assunto do contrabando das pedras preciosas:

    Daily Archives: dezembro 30, 2011

    A Globo…. e plim!

    Posted on dezembro 30, 2011 by Pimon

    Por Stanley Burburinho

    O caso do contrabando de pedras preciosas

     

    Um escândalo que envolveu nos anos 80, durante o regime militar, o ex-ministro da Justiça Ibraim Abi-Ackel no contrabando para os Estados Unidos, mas foi inocentado.

    Leia em

    http://pimon.com.br/2011/12/30/

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