BC atuou de forma independente, diz diretor

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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O diretor de Política Econômica e Assuntos Internacionais, Luiz Awazu Pereira da Silva, disse hoje (26), ao comentar o Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central (BC), que a autoridade monetária atuou de forma “tempestiva e tecnicamente independente” para cumprir seu papel de controle da inflação e estabilização da economia.

Awazu deu a declaração ao responder a questionamento sobre a efetividade da atuação do BC, já que a projeção de inflação da própria autarquia para este ano, de 7,9%, extrapola o teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é 6,5%. O centro da meta é 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

“O BC atuou de maneira determinada desde abril de 2013 na frente do combate à inflação, da manutenção da estabilidade. Desse ponto de vista, nossa atuação foi tempestiva, tecnicamente independente e se endereçou em momentos complexos aos problemas que se colocavam para o Brasil”, disse o diretor, em entrevista para detalhar as previsões do relatório.

Além da projeção para 2015, o documento estima inflação de 4,9% no fim de 2016 e de 4,7% no primeiro trimestre de 2017. No cenário de mercado, que incorpora dados de pesquisa  do BC junto a investidores, as projeções indicam inflação de 7,9% em 2015, 5,1% em 2016 e 4,9% no primeiro trimestre de 2017. As estimativas são para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O Banco Central também espera retração de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e riquezas produzidos por um país) para este ano. Para Awazu, a previsão relativa ao PIB é “realista”. Ele ressaltou que foi levada em conta a perspectiva de redução dos investimentos da Petrobras, afetada pelas investigações da Operação Lava Jato.

Awazu reafirmou que a expectativa do BC para 2016 é retomada de um cenário mais favorável para a inflação. A autoridade monetária vem divulgando, há algum tempo, a avaliação de que a pressão inflacionária é resultado de dois movimentos de ajustes de preços. Um é o dos preços externos, impactados principalmente pelo fortalecimento do dólar. O outro é o dos preços administrados, como o da energia e da gasolina. Segundo o diretor do BC, o objetivo é que os efeitos desses fenômenos fiquem circunscritos à inflação de 2015.

Na avaliação dele, as previsões do cenário de mercado indicam que os efeitos da atuação da autoridade monetária já se fazem sentir.“Os efeitos se fazem sentir, sim, em 2015, através dessa redução das expectativas [para a inflação] no médio e longo prazo”, declarou. O diretor do BC citou fatores positivos que, na visão da autoridade monetária, tornam “factível” alcançar o centro da meta de inflação estabelecido pelo CMN ao longo do ano que vem.

Awazu ressaltou que ajustes macroeconômicos – como o pacote fiscal do governo – potencializam os efeitos da política monetária. Destacou, ainda, que o aumento dos preços administrados se concentrará no primeiro trimestre e que o mercado de trabalho está menos tensionado. Por fim, segundo o diretor, movimentos como a queda de preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional) atenuam os efeitos do repasse da alta dólar para os preços da economia doméstica. Apesar de positivos, o BC considera que esses sinais ainda não são suficientes e por isso, destacou Awazu, a política monetária precisa continuar “vigilante”.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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