De “alma lavada”, Lula diz que falta “imprensa que me chamou de ladrão pedir desculpas”, após decisão da ONU

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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"Ideal seria, se pudessem, tirar o Bolsonaro e me colocar para presidir o País. Mas no final do mandato também não quero", brincou Lula

O ex-presidente Lula comentou na tarde desta quinta-feira (28) a decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU que reconheceu que os direitos políticos e individuais do petista foram violados por causa da parcialidade de Sergio Moro e dos procuradores de Curitiba na Lava Jato.

Lula disse que a vitória foi uma “lavagem de alma extraordinária”, mas cobrou os setores da grande mídia que ajudaram a detonar sua presunção de inocência. A declaração ocorreu no evento em que o partido Rede Sustentabilidade declarou apoio à candidatura de Lula em 2022.

“Ideal seria, se pudessem, tirar o Bolsonaro e me colocar para presidir o País. Mas no final do mandato também não quero”, brincou Lula. “A outra coisa era [a ONU] pedir para a imprensa que me chamou de ladrão por tanto tempo, me pedir desculpas. Só queria que dissessem: ‘fomos enganados pelo Moro e pelo Dallagnol'”, completou Lula.

Mais cedo, o ex-juiz Sergio Moro emitiu um comunicado oficial tentando esvaziar a decisão do Comitê. Ele disse que a decisão teve trechos “extraídos” e foi “influenciada” pelo Supremo Tribunal Federal, que no ano passado declarou Moro um juiz parcial no caso triplex.

“Embora os Estados tenham o dever de investigar e processar atos de corrupção e manter a população informada, especialmente quando um ex-chefe de Estado está preocupado, tais ações devem ser conduzidas de forma justa e respeitar as garantias do devido processo legal”, disse arif Bulkan, membro do Comitê da ONU.

“Embora o Supremo Tribunal Federal tenha anulado a condenação e a prisão de Lula em 2021, essas decisões não foram oportunas e eficazes o suficiente para evitar ou reparar as violações”, acrescentou Bulkan.

Agora, o governo brasileiro tem 180 dia para informar ao Comitê como pretende reparar os danos feitos a Lula, além de dar publicidade à decisão favorável ao ex-presidente e garantir que nenhum outro caso do gênero venha a se repetir.

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. O presidente Lula está enganado. A imprensa não o chamou de ladrão. quem chamou foi a mídia golpista.
    Esses,ele pode esperar sentado,não reconhecerão nunca a derrota. eles monopolizaram durante muito tempo a informação e ainda acrditam monopolizar.
    Serão,como muitos,um braço de banqueiros e congenêrres.

  2. A ver.
    Na mídia escrita, devem estar em reunião, analisando em quantos milímetros quadrados cabe a frase “Ah, sim, o Lula não é ladrão”, para poderem usar em algum espaço de rodapé ou margem entre os espaços publicitários mais chinfrins (de preferência, entre anúncios de massagistas e acompanhantes – eles vivem cheios disso, hoje em dia).
    Na televisiva, há uma dúvida cruel. Estão pensando em colocar algum maluco, pelado, correndo nas redações ao fundo do cenário, e gritando, “Lula não é ladrão!”; ou reprisar a cena final da minissérie “Agosto”, baseada em Rubem Fonseca, quando o delegado solta os presos todos da delegacia, no dia da morte de Getúlio Vargas, e um deles sai pelas ruas, gritando: “Viva Getúlio!”

  3. A Decisão da ONU repercutiu de maneira gigantesca não somente no cenário nacional, mas mundial, pois, como sabemos, todo ocorrido nesse últimos anos no Brasil, teve claro apoio e interferência desse lixo dos EUA que, infelizmente, ainda continua com a mesma conduta intervencionista na América Latina, dentre outras iniciativas, a tentativa insana de conter.o protagonismo de Lula..

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