Jornal GGN – O ex-ministro da Fazenda e Planejamento Nelson Barbosa manifestou apoio ao GGN na noite desta segunda (31). O jornal sofreu censura judicial e foi obrigado a remover 11 reportagens assinadas por Luis Nassif e Patrícia Faermann sobre o banco BTG Pactual, sob pena de multa de R$ 10 mil por dia.
Em sua decisão, o juiz da 32ª Vara Cível do Rio de Janeiro diz que o GGN “transbordou a liberdade de expressão” e que a imprensa, embora livre, não pode publicar reportagens que gerem “danos à imagem de quem quer que seja”. O juiz não entrou no mérito das informações levantadas pelo GGN sobre o BTG nas reportagens.
“Toda solidariedade ao @luisnassif que, aliás, sempre dá espaço para direito de resposta a quem cita em suas matérias. Em vez de pedir censura, o BTG poderia ter respondido às matérias no próprio jornal GGN”, escreveu Barbosa no Twitter.
A censura ao GGN esteve entre os assuntos mais comentados no Twitter ao longo do dia, movimentando mais de 63 mil mensagens na rede social apenas sob a tag “BTG Pactual”. Outras tags, como “Banco do Brasil”, “3 bilhões” e “Nassif” também movimentaram cada uma mais de 20 mil mensagens.
A ABI (Associação Brasileira de Imprensa), a Fenaj, o Sindicato dos Jornalistas e a Abraji manifestaram solidariedade ao site e repudiaram a censura importa pelo juiz.
Os advogados do Grupo Prerrogativas emitiram nota afirmando que a sentença é genérica e “sem nenhuma fundamentação” jurídica. O presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, também repudiou a sentença.
Com apoio da ABI e do Instituto Vladimir Herzog, o site vai recorrer da decisão às instâncias superiores.
O GGN recebeu solidariedade ainda dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, do ex-ministro Fernando Haddad, do governador Flávio Dino e dezenas de políticos, sobretudo do PT, PCdoB e PSOL, como Guilherme Boulos, além de veículos da mídia alternativa – Brasil 247, Viomundo, Revista Fórum, Jornalistas Livres, Blog do Esmael Morais, Blog do Marcelo Auler, Diário do Centro do Mundo, Carta Maior, entre outros – artistas, acadêmicos, estudantes secundaristas e juristas.
Apesar da grande repercussão, até às 19h desta segunda (21) apenas o site Congresso em Foco, associado ao UOL, publicou uma nota a respeito da sentença contra o GGN. Todos os veículos da grande mídia mantiveram silêncio sobre a censura do BTG, apesar de diversos leitores terem cobrado a defesa da liberdade de imprensa.
Toda solidariedade ao @luisnassif que, aliás, sempre dá espaço para direito de resposta a quem cita em suas matérias. Em vez de pedir censura, o BTG poderia ter respondido às matérias no próprio jornal GGN. https://t.co/9351D3uE11
— Nelson Barbosa (@nelsonhbarbosa) August 31, 2020
Resolveram censurar Luis Nassif? Aparentemente revelar os possíveis podres da BTG Pactual, banco fundado pelo Paulo Guedes, virou motivo de perseguição política. O povo quer saber o que escondem. Não adianta tentar calar os jornalistas!
— Alexandre Padilha (@padilhando) August 31, 2020
10.019 leituras, 219 curtidas desse tweet – mérito seu, @luisnassif. https://t.co/HQcBoHpM0W
— Frederico Füllgraf (@Fregraf) August 31, 2020
É muito grave a decisão do juiz que mandou proibir reportagens do @JornalGGN sobre o banco BTG. A censura é um veneno para a democracia e está proibida expressamente em nossa Constituição. Toda solidariedade ao @luisnassif e ao GGN.
— Lula (@LulaOficial) August 31, 2020
1 Solidariedade ao @JornalGGN, de @luisnassif, que está sendo vítima de censura. Nenhum poder, nem o poder judiciário, tem autoridade para censurar a informação e a opinião e interditar um dos direitos humanos mais fundamentais, que é a liberdade de expressão e de imprensa (…)
— Dilma Rousseff (@dilmabr) August 30, 2020
A grande mídia faria bem ao princípio da liberdade de imprensa se desse sequência às reportagens do jornalista @luisnassif sobre o BTG Pactual que foram censuradas, pelo menos até que a decisão judicial seja revista.
— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) August 31, 2020
CENSURA: Quando a gente para de gritar de horror, a gente aceita tudo
Censura a 11 matérias do jornalista Luis Nassif (JornalGGN) visa impedir a divulgação dos negócios do BTG Pactual
Por Laura Capriglione https://t.co/k2szYkF1VA— Jornalistas Livres (@J_LIVRES) August 30, 2020
Total solidariedade ao Luís Nassif , vítima de censura de um juiz da 32a Vara Cível do RJ , por ter publicado matéria a sobre a compra pelo BGT Pactual de carteiras de crédito do Banco do Brasil, transação envolvendo quase 3 bilhões de reais, assunto ignorado pela grande mídia. pic.twitter.com/0ycqZdCSfn
— Ultrajano (@ultrajano) August 30, 2020
A justiça não quer mais que o @JornalGGN fale sobre os negócios do BTG-Pactual.
Segue meu texto sobre a promiscuidade entre o banco fundado pelo Paulo Guedes e o ministério comandado pelo…Paulo Guedes:https://t.co/R70mnlMGPb pic.twitter.com/UcUkJro63W
— JornalismoWando (@JornalismoWando) August 31, 2020
Questionar a venda de créditos avaliados em 3 bilhões por 371 milhões é absolutamente legítimo, para não dizer obrigatório. Os brasileiros tem direito a uma explicação e os jornalistas que suscitaram a questão, Luís Nassif e Patricia Faermann, merecem apoio, jamais censura.
— Felipe Santa Cruz (@felipeoabrj) August 31, 2020
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Os que leram as brilhantes matérias do GGN sabem do que se trata. Quem não leu está ávido para ler, ansiosos pela espera por mais alguns dias até que a medida censuradora seja revertida. Esse estupro legal não gerará nenhum feto indesejado mas, provocará sim, danos à imagem de uma determinada empresa e de uma já bastante desmoralizada esfera judicial.
Quem quiser pode ler em outros blogs, que não estão proibidos de falar do banco do P.Guedes, como o “Brasil de Fato”, por exemplo:
https://www.brasildefato.com.br/2020/07/16/de-maos-beijadas-bb-entrega-carteira-de-r-3-bi-para-banco-criado-por-guedes
A incopetência do juiz que impôs a cencura fica clara quando ele menciona “pequeno jornal”. Coitado desse ‘pequeno’ juiz. A grandiosidade do GGN está na sua integridade moral e jornalística. Salve o GGN! Até então, eu estava salvando apenas os links das matérias; mas, a partir daí, passei a salvar as matérias na íntegra. Elas estarão disponíveis para todos os cidadãos de bem deste país. Quero ver esses pequenos juízes e os salafrários que os acompanham tentarem censurar o povo brasileiro.
Imagino a servil seletividade cara de pau da imprensa e as constantes demonstrações explícitas de parcialidade por considerável parte do atual Poder Judiciário. Como se fosse uma parceria de parte da grande mídia com alguns membros do Poder Judiciário e sob o silêncio companheiro de um para com o outro, eu também visualizo ambos sendo mostrados para a população, em pleno horário nobre, via Jornal Nacional, sendo expelidos pelo tubo midiático de esgoto que é espetacularmente usado principalmente contra quem não reza a cartilha nada republicana da elite golpista.Imagino a servil seletividade cara de pau da imprensa e as constantes demonstrações explícitas de parcialidade por considerável parte do atual Poder Judiciário. Como se fosse uma parceria de parte da grande mídia com alguns membros do Poder Judiciário e sob o silêncio companheiro de um para com o outro, eu também visualizo ambos sendo mostrados para a população, em pleno horário nobre, via Jornal Nacional, sendo expelidos pelo tubo midiático de esgoto que é espetacularmente usado principalmente contra quem não reza a cartilha nada republicana da elite golpista.
Luis Nassif já antecipava num post scriptum de uma matéria recente envolvendo os negócios do BTG Pactual sobre o surgimento de mais um processo contra ele e o jornal GGN.
Noutra matéria, ele citava nominalmente o “grande corruptor”, uma figura maiúscula do banco.
Este mesmo “grande corruptor” já esteve preso, no bojo do escândalo envolvendo o ex-senador Delcídio Amaral.
Sintomaticamente, em 01 de agosto de 2016, “O BTG Pactual tem o prazer de anunciar o ex-ministro e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Azevedo Jobim como sócio e membro do Conselho de Administração, responsável por Relações Institucionais e Políticas de Compliance.”
O sucesso dos negócios do BTG depende em boa medida do silêncio sobre eles e de um forte aparato jurídico, para calar aqueles que informam ao público sobre eles e, se necessário, resolver alguns imbróglios jurídicos.
Sobre este último item, ver detalhes no livro de Jessé Souza, “A Classe Média no Espelho”, na seção “Como se Compra o Mundo”.