Lei hermética do gênero e a causa da homossexualidade, por Marcos de Aguiar Villas-Bôas

 

Lei hermética do gênero e a causa da homossexualidade 

por Marcos de Aguiar Villas-Bôas

Tratamos anteriormente neste blog da quarta lei ou princípio hermético: da polaridade e vimos que tudo pode ser compreendido em opostos, mas eles são apenas graus da mesma coisa. O todo é uno. No último texto sobre o tema, foi abordada a lei hermética do ritmo.

A sexta lei, ou princípio hermético do gênero, coaduna-se com as leis anteriores quando prescreve o seguinte: “O Gênero está em tudo: tudo tem seus princípios Masculino e Feminino, o gênero se manifesta em todos os planos da criação.”

Na versão do Kybalion de que dispomos, a lei de causa e efeito é a sexta, enquanto que a lei do gênero é a sétima e última, porém muitos estudiosos abordam o tema situando a lei do gênero como a sexta. Como foi assim que sentimos e como as coisas no cosmo não são engessadas, sendo muito importante seguirmos a intuição, a lei de causa e efeito ficará para o texto seguinte e final sobre esse assunto.

Masculino e feminino, assim como todos os demais opostos, são apenas graus da mesma energia. Nada é 100% masculino ou 100% feminino. Quando se fala aqui nesses dois gêneros, não se está tratando exatamente do gênero biológico ou sexual: homem ou mulher, mas há relação entre as duas dualidades. 

A comunhão das energias masculina e feminina se dá aparentemente em todo o cosmo, não importa a dimensão, pois são opostos que se coadunam para gerar o equilíbrio do todo. Em alguns planos, em alguns momentos, pode até ser mais complicado perceber essa dualidade, seja pelo fato de as consciências serem ainda muito primitivas, seja pelo fato de já serem bastante evoluídas e terem transcendido a dualidade vista como opostos separados.

Os sexos masculino e feminino manifestam-se especialmente aqui na terceira dimensão, no plano dos encarnados, e com mais vigor quando os seres ainda estão mais animalizados, não significando que o sexo seja algo ruim, porém que ele é mais carnal, instinto e animal do que propriamente espiritual. No plano encarnado, nesta fase de evolução, o sexo chega a ser imprescindível para o equilíbrio das energias da maior parte dos seres.

No plano desencarnado, os espíritos podem plasmar órgãos sexuais quando ainda estão mais próximos da matéria, quando sua mente ainda projeta sua vida encarnada sobre o corpo espiritual, dentre outras razões. Lá também há sexo, mas não necessariamente com cópula. Há uma troca de energias que muitas vezes tem o objetivo exatamente de equilibrar as energias masculina e feminina em dois seres.

Talvez fosse até melhor não utilizar esses termos masculino e feminino para evitar a confusão com a biologia, a fisiologia e a sexualidade, sendo possível substituí-los, por exemplo, pelos conhecidos termos taoistas yang e yin.

Yang vibra o masculino, positivo, ativo, provedor, focado, individual, competitivo, prático, racional, extrovertido, vontade, força, mental, solar, dia, construtivo, rápido, aterrador, quente.

Yin vibra o feminino, negativo, passivo, receptivo, sistêmico, global, cooperativo, detalhista, sentimental, introspectivo, sabedoria, resistência, intuitivo, lunar, noite, instrutivo, lento, oceânico, frio.

Já dissemos algumas vezes neste blog que, apesar de positivo e negativo serem frequentemente atrelados a bom ou mau na língua humana, do ponto de vista das energias funciona melhor entender positivo ou negativo como os polos diferentes de uma pilha ou qualquer outra bateria, como a do carro. O polo negativo das baterias não é mau, ruim, indesejado. Muito pelo contrário, ele é desejado, necessário, uma face que completa o polo positivo.

São graus de energia que se complementam. Bom ou mau, por sua vez, são qualificações sujeitas a enorme subjetividade, cuja compreensão muda bastante na medida em que se ultrapassa mais níveis de consciência. Na maior parte da humanidade, bom ou mau está muito definido pelos desejos ilusórios do ego e por padrões mentais (crenças) limitantes.

O homem com muita energia feminina e a mulher com muita energia masculina não serão necessariamente homossexuais. Há homens heterossexuais que, por exemplo, se apagaram devido a terem sido mimados demais pela mãe e ficam sem a força da energia masculina yang, ou seja, com pouca vontade e personalidade. Ele fica apegado à mãe, às vezes meigo, dócil, com mais energia feminina do que masculina, mas nem por isso passa a sentir atração por homens.

Esse desequilíbrio nas energias pode fazer também com que o homem termine procurando uma namorada ou esposa que seja tão cuidadora como a mãe. Ele vai buscar características semelhantes às da mãe e/ou que esta aprove. Corre o risco de ver o relacionamento como uma falsa necessidade, tornando-se emocionalmente dependente, mesmo que seja talvez o provedor do ponto de vista financeiro.

Pode tornar-se um homem com pouca energia de liderança e de maturidade do Rei e talvez também com pouca energia de força do Guerreiro, para nos valermos dos arquétipos mencionados no excelente livro, já citado em outros textos, Rei, Guerreiro, Mago ou Amante: a redescoberta dos arquétipos do masculino, de Robert Moore e David Gillete.

Outra obra que trata bem de desequilíbrios da energia masculina na humanidade é João de Ferro, de Robert Bly. Ele prega a busca do homem natural, em lugar dos distorcidos arquétipos masculinos que têm sido almejados, como o do homem bonzinho, que está relacionado com o exemplo daquele criado sob as asas da mãe e controlado por ela, ou como o do homem machão, o garanhão que tem como objetivo de vida ser rico, famoso, ter o máximo de mulheres e, de vez em quando, dar uns tapas naqueles que não lhe agradam.

Muitos homens falam brincando que vivem para as mulheres, mas isso é a pura verdade. Não é raro eles nem notarem que vivem para provar aos outros serem capazes de conquistar as mulheres. Como têm desejos de baixa vibração, costumam atrair parceiras com energia mais densa, muitas vezes apenas interessadas no superficial, como dinheiro e beleza estética.

Daí porque muitos homens entram em desespero para se tornarem ricos e terminam cometendo todo tipo de crimes e imoralidades. Ser rico, esbanjar bens materiais é uma forma de ser admirado e conquistar ou manter mais mulheres superficiais. Dentro desse caminho, homens e mulheres tornam-se cada vez mais rasos, vazios, têm relações conturbadas, de interesse, traem-se etc.

As polaridades precisam estar equilibradas. É isso o que acontece, em regra, nos indivíduos mais sábios. Alguém pode ter um fantástico talento em algo e ser completamente desequilibrado em outro aspecto. Vide inúmeros esportistas com dons incríveis que se afundam em drogas, no esbanjamento de dinheiro etc. A consciência desperta com verdadeira sabedoria, e não somente a mera inteligência intelectual, tende a vir acompanhada de energias masculina e feminina bem equilibradas.

Para tanto, é preciso que a pessoa seja ativa, provedora, mas também saiba dar espaço, respeitar, receber. Ela deve ser prática, executiva, mas também precisa saber criar, intuir. Ela deve buscar melhorar, querer crescer, mas mantendo-se sempre aberta à cooperação. Ela sabe quando acelerar e quando ficar mais lenta. Sabe quando precisa ser dura com amor, porém é dócil e alerta na maior parte do tempo.

O espírito encarna muitíssimas vezes como homem e como mulher, em diferentes planetas, em muitos países, como rico e como pobre, como saudável e como deficiente, e assim por diante, exatamente para poder ir desenvolvendo cada uma das características de cada polo.

Aqueles que se interessam pelo mesmo sexo são muito corajosos, pois escolheram encarnar nessa situação e enfrentar as consequências de viver numa sociedade ainda preconceituosa. Não raro, são espíritos muito femininos que encarnam como homens ou espíritos muito masculinos que encarnam como mulheres.

O espírito chamado de evoluído é apenas alguém experiente, que já alcançou maior lucidez, sendo capaz de equilibrar suas energias, de ter uma percepção maior do que os demais, gozando de mais paz e manifestando imenso amor puro e incondicional.

Isso não quer dizer que espíritos já com uma boa bagagem não possam estar em desequilíbrio ao longo de suas encarnações. Os desafios da vida encarnada e os carmas são algumas razões pelas quais muitos espíritos evoluídos passam por situações complicadas ao longo da encarnação. Em nossos trabalhos nos centros espiritualistas e como terapeuta temos visto casos espetaculares de despertar da consciência nos quais a pessoa, em poucos meses, parece ter se tornado alguém completamente diferente. Transformações assim decorrem, com frequência, de um maior equilíbrio das energias masculina e feminina. 

Em um Diálogo com os Espíritos gravado recentemente com o Guardião Zé Pilintra, também conhecido como Mago Cryptrus, pelo médium Edson Rosa, a entidade explicou que vem trabalhando em outros médiuns como um membro da falange de pombogiras Maria Malumbo. Esse diálogo apenas irá ao ar em 2019, mas tivemos a oportunidade de acompanhá-lo durante as gravações realizadas por Jefferson Viscardi em Salvador/BA.

A singela situação narrada pelo Mago Cryptrus soluciona muitas dúvidas das pessoas. Primeiro, uma entidade da umbanda pode não somente trabalhar em diversas linhas, apresentando-se em arquétipos distintos, como pode até mesmo se apresentar como um espírito mais masculino, forte, racional em uma ocasião e como um espírito mais feminino, sensual, intuitivo em outra ocasião.

Isso é importante para espíritos que precisam equilibrar suas energias masculina e feminina, que é o caso de boa parte dos encarnados e desencarnados. Tudo e todos podem atuar com mais energia masculina ou com mais energia feminina em cada situação.

Quando um prego é batido numa tábua, ele é ativo em relação a ela. É o macho, o ferrão que acessa a parte receptora. Por outro lado, para fincar o prego na tábua foi necessário um martelo bater nele primeiro. Sob esse ponto de vista da relação martelo/prego, o martelo agiu com mais energia masculina e o prego sendo o receptor, passivo, fazendo o papel da energia feminina.

Isso não quer dizer que o homem encarnado deverá ser sempre o ativo e a mulher sempre a passiva. Mostra justamente o contrário: todos precisamos equilibrar as duas energias e podemos ter atuações com prevalência de um dos polos a depender da situação.  

Cada vez mais se nota que os sexos masculino e feminino nem sempre se confundem com prevalência de energia masculina e feminina. Isso reforça que, espiritualmente, todos são, e devem mesmo ser, masculino e feminino, ainda que uma energia possa prevalecer e o ser prefira se apresentar no plano espiritual mais com uma forma masculina do que feminina, e vice-versa.

Alguns amigos de Chico Xavier dizem que ele se apresenta normalmente nas dimensões desencarnadas como uma mulher que ele foi em alguma encarnação, mas, quando vai falar com os espíritas, sobretudo os encarnados, ele se mostra como o Chico Xavier que foi até pouco tempo. A forte energia feminina era, aliás, clara em Chico nessa sua encarnação, apesar de ter um corpo do sexo masculino.

O equilíbrio das energias masculina e feminina pode ser buscado com análise para autoconhecimento e entendimento acerca de pensamentos, sentimentos, emoções e comportamentos que revelam desequilíbrios. Em seguida, busca-se alterá-los em direção a um maior equilíbrio. Exercícios de meditação focados em equilibrar os lados direito (feminino) e esquerdo (masculino) também são úteis. O terceiro olho, ou chackra frontal, que fica um pouco acima do meio das sobrancelhas, é considerado um ponto neutro. A respiração que inspira por uma narina e expira pela outra, trocando as posições repetidamente, muito usada na Yoga, também tem eficácia. 

A compreensão da espiritualidade ajuda a desfazer uma porção de mitos, males entendidos, ilusões, crenças limitantes, incompreensões que geram dúvidas, angústias, depressões, conflitos nos encarnados e entre eles.

É importante que haja maior abertura nos estudos e busca ampla pelo conhecimento que gere autoconhecimento e despertar crescente da consciência. O hermetismo e os estudos posteriores pautados nele podem ser poderosos aliados nessa busca. 

Marcos de Aguiar Villas-Bôas é terapeuta holístico, consultor jurídico e político, espiritualista universalista, reikiano usui, reikiano xamânico, estudante de psicanálise e de Programação Neurolinguística (PNL), praticante de meditação e amante do todo e de todos. Deixou a sociedade de um dos cinco maiores escritórios de advocacia do país, sediado em São Paulo/SP, para seguir seu sonho de realizar pesquisas em Harvard e em outras universidades estrangeiras, mas, após atingir muitos dos seus objetivos materiais, percebeu, por meio da Yoga, de estudos e práticas espiritualistas sem restrições religiosas, que seus sonhos e suas missões iam muito além das vaidades acadêmica e profissional. Hoje busca despertar a consciência, o mestre dentro de si, e ajudar os outros a fazerem o mesmo, unindo o material e o espiritual e superando todas as demais dualidades. 

Redação

6 Comentários

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  1. não existe “ciência espiritualista”

    A grande conquista civilizatória dos gregos foi separar o verdadeiro conhecimento (sophos) da mera opinião (doxa). Este blog promove a façanha de um retrocesso de mais de 3000 mil anos de civilização ao colocar no mesmo patamar de conhecimento estabelecido a opinião do sr. Villas Bôas.

  2. como holistico tá fazendo um otimo trabalho, amplia o nivel de conhecimento trazendo pesquisas e dados reais, de quantitativos, e referencias pra tornar o teu trabalho mais conhecido no meio cientifico. Isso tudo que voce escreveu é muito interessante, não precisa ser perfeito, mas já trazendo algo como uma pesquisa sobre as pessoas nos seus artigos, daria uma margem maior para o entendimento sobre o enraizamento da cultura humana limitante, assim também pode tirar um quantitativo de quantas pessoas estão despertando, isso é interessante, saber a procura das pessoas quantas estão procurando.. Um jeito para saber sobre é utilizando o proprio google ads. mas uma pesquisa real feita por você é com toda luz muito melhor.

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