Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
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Onde nasceu a CIA – a rendição alemã na Itália, por Andre Araujo


Allen Dulles

O processo de rendição da Alemanha que tem seu termo em 7 de Maio de 1945 no QG dos Aliados em Reims na França ofuscou uma rendição menos importante das tropas alemãs no Norte da Itália, que se deu uma semana antes, em 30 de Abril de 1945, no Palácio Real de Caserta perto de Nápoles.

Os alemães tinham no Norte da Itália com eixo em Milão cerca de um milhão de homens em formação de batalha, bem armados e abastecidos, que poderiam ainda oferecer uma resistência coerente, não era uma tropa em debandada.

O grande objetivo estratégico de Allen Dulles, chefe do OSS, organismo precursor da CIA, que seria chefiado pelo mesmo Allen Dulles, era impedir que a inevitável rendição alemã se desse perante os “partigiani”, os guerrilheiros que obedeciam ao Partido Comunista Italiano. Se essa rendição fosse vista como uma vitória dos comunistas, as consequências politicas seriam desastrosas para os anglo-americanos. A rendição direta das forças alemãs para os Aliados ocidentais era de fundamental importância no pós-guerra.

Dulles mandou emissários ao General SS Karl Wolff, comandante geral de todas as forças alemãs no Norte da Itália e foi correspondido. Wolff estava disposto a se render e negociar sua situação pessoal. Segundo homem na hierarquia das SS, amigo pessoal de Hitler, peso pesado na cúpula nazista, Dulles pediu a Wolff uma prova de seu poder geral de comando: a libertação de Ferrucio Parri, líder partigiani não comunista que era prisioneiro dos alemães em um campo perto de Munich, Parri seria depois Primeiro Ministro da  Itália. Em 48 horas Parri foi entregue aos Aliados, o que atendeu a prova de poder de Wolff, demonstrou que realmente seria obedecido por todas as forças alemãs.

A primeira reunião de Dulles com Wolff foi na Suíça, em Ascona, onde Wolff chegou em trajes civis acompanhado de dois ajudantes de ordens. Dulles queria evitar o aperto de mão mas foi impossível. Combinou-se nessa reunião de Ascona os termos e modos de rendição. O romance detalhado de todo o processo está nas memorias de Dulles, publicadas em português.

A rendição nesse formato foi parte de um plano estratégico maior da cabeça de Dulles, o estabelecimento de uma aliança dos EUA com o Vaticano para a criação de um Partido católico para enfrentar o fortíssimo Partido Comunista Italiano que sem essa manobra dominaria a Itália do pós-guerra. O Vaticano aceitou o acordo mas precisava de recursos, suas rendas secaram com a guerra. Dulles montou um dinheiroduto através da Arquidiocese de Chicago, a mais rica dos EUA, com recursos que deram origem ao Banco do Vaticano (Istituto delle Opere Religiosi) e para administrar o canal foi designado um religioso de Chicago, o Monsenhor (depois Cardeal) Marcinkus.

O processo foi azeitado porque Dulles tinha um tio Cardeal nos EUA. Fundou-se dentro do projeto o Partido Democrata Cristão, que governou a Itália por 45 anos, destruído pela Operação Mãos Limpas.

O sucesso da Operation Sunrise deu cacife para Dulles criar a CIA em 1947, agencia que dominou por décadas pessoalmente ou através de diretores indicados por ele. Seu irmão John Foster Dulles foi o poderoso Secretario de Estado da Presidência Eisenhower.

Curiosamente, um filho de John Foster Dulles, que tem o nome do pai, é um historiador especializado em Brasil, com excelentes livros publicados sobre nossa Historia.

O General SS Karl Wolff sobreviveu ao fim da guerra sob proteção de Dulles, se não fosse teria seguramente sido réu em Nuremberg e condenado à forca. Foi processado depois pela Aleamna Federal, cumpriu algum tempo de prisão mas renasceu como consultor empresarial de sucesso, morreu na década de 70.  Abaixo foto dele depois da guerra.

Palácio Real de Caserta, em Nápoles, onde foi assinada a rendição alemã na Itália

Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

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  1. A 2a. guerra real

    A Europa dilacerada por um guerra – a 1a. – e posteriormente pelo crack de 29, viu surgir idéias nacionalistas pro meio do fascismo italiano e do nazismo alemão. Principalmente este segundo, que ocorria no país mais remoído pelo confronto do início do século , viu nas ferozes palavras de Hitler a certeza de resgate de seu orgulho. Hitler não tinha amigos, tinha conveniências, pois ele, como esquizofrênico megalomaniaco que era, se julgava acima do bem e do mal. O maior de seus inimigos eram os comunistas, que para ele , se aproveitavam da fragilidade alemã, depois da malfadada campanha da 1a. guerra , para crescer não só na Alemanha como nos vizinhos. Eram traidores , portanto.  O Anarquismo era muito forte na Espanha e na Itália e na França, o partido comunista galgava cargos públicos. Mas o seu maior inimigo – A Rússia , que já crescia como União Soviética – era uma ameaça latente ao ocidente que via em Hitler uma perigosa vontade de destruir o país do gelo. Enquanto Hitler fazia as vezes de varrer os comunistas do oeste europeu e também os judeus que habitavam os guetos , os ocidentais não se preocupavam muito, principalmente porque vigia o tratado de não agressão entre o Reich e o Kremlin. Porém, na hora em que Hitler lança seus exércitos para o leste, a coisa muda de figura. A URSS que já dominava a saída pela Criméia , no oriente médio, poderia dominar o resto do oriente médio e com isto angariar poder sobre a riqueza que os países da região tinham: O petróleo. Além disto , o Japão poderia avançar sobre a China e esta também não era vista como uma amiga do ocidente. A Alemanha tinha que ser detida a qualquer preço, mas não poderia ser derrotada pela URSS , sob pena do alastramento do comunismo. Isto fazia os pelos do clero católico arrepiar-se e então a correria desenfreada e quase suicida sobre a França, no dia D e sobre a Alemanha. Era o vai ou racha. Mesmo assim, o leste europeu foi angariado pela Russia comunista. Quase que os aliados capitalistas perdem a guerra. O nazismo nunca foi inimigo do Norteamericano. Tanto que muitos nazistas foram escondidos e até trabalharam em orgãos de tecnologia e inteligência dos EUA. O nazismo é bem quisto nos EUA, vide o tratamento que ele dá as minorias e ao seu quintal. O verdadeiro inimigo era o comunismo e por isto a campanha intensa dos aliados em convencer os oficiais mais próximos de Hitler que a Alemanha nunca venceria a URSS. Obviamente, o Vaticano também não queria comunistas no poder , pois seria o seu fim. Enfim, , todos os que comemoram a vitória na guerra fingem. Fingem os americanos, porque dizem que comemoram a liberdade sobre a estupidez do nazifascismo, fingem os franceses e ingleses que comemoram a manutenção de seus territórios longe do mesmo mal. Fingem os soviéticos ( hoje só Russos)  , que não conseguiram expandir seu poder como desejavam. E fingimos todos nós que acreditamos em heróis de guerra. ( eu não me incluo nisto)  

      1. A tese do senhor Pedro

        A tese do senhor Pedro Lorençon, não está completa, mas está certa,  pois esquece das traições do stalinismo com a política de Frente Popular e ataque à Social Democracia no Oeste Europeu sem entender da gravidade do ascenso Nazi Fascista e a falta de decisão das lideranças dos PCs frente a crise Européia e Mundial devido aos acordos travados pelo aparato burocratomilitar da URSS com as burguesias locais (governos de Frente Popular). Essa traição jogou as massas trabalhadoras no colo dos fascistas e liquidou os PCs no ocidente europeu. O surgimento de Hitler foi apoiado por Hindemburg e todo o ocidente (gigantescos financiamentos, liberação de construção de força militar até então proibida pelo acordo de Versailhes, etc, etc), mas em troca o facismo deveria tomar Moscou, com as tropas abençoadas pelo Papa e com as aceitações das Anexações da Austria, Thecos, Eslovacos, e posteriormente com a derrubada de todos os governos ocidentrais e ocupação militar com meia dúzia de soldados (as tropas estavam no leste), pois Vichi e os fascistas locais franceses se ocuparam em instalar a política de cooperação (idem Franco, Bélgica, Holanda, etc). A intelectualidade e os movimentos sindicais trabalhistas do ocidente; ficaram apavorados com as vitórias e a barbárie nazista e começaram a precionar o ocidente (Inglaterra, EUA; Canadá, etc) para sair da cômoda posição de não intervir (depois de ter investido muito capital no nazismo) e atacar militarmente os nazistas (Chamberlain foi subsdtituido por Churchil, mas somente depois de muito estragos)&nbsp;e somente quando o resultado da ação de Hitler não se fez de imediato (o exército alemão chegou às portas de Leningrado e Stalingrado e distou 300 km de Moscou), mas não resistiu às forças do povo soviético (guerrilhas e ataques suicidas às tropas e cidades e colheitas arrasadas deixadas aos invasores), timidamente começaram a obrigar os estados ocidentais a entender que Hiller não cumpriria com seu dever. Entende-se perfeitamente agora quando Hitler fala das “traições”&nbsp; e elas na verdade foram as ações “aliadas” na segunda metade da guerra, a própria invasão da Normandie Hitler entendia politicamente que teria como objetivo fortalecer o ataque ao Exército Vermelho e não preparou as defesas suficientes para conte-la e ao observar que era um ataque, liberou uma divisão Panzer nas Ardenhas e pela primeira vez os “Aliados” enfreentaram a Blistzkrieger e foi uma lambança total, mas não havia da parte do exército alemão e nem de Hitler a intenção de enfraquecer o já combalido Front Leste.</p><p>Esses dados só ficaram disponíveis apartir dos anos 85 e um dos jornalistas que pesquizou hoje morto foi Paulo Francis, mas que morreu (ou foi morto pelo aparato burocratomilitar brasileiro/PSDB como vingança pela denúncia de corrupção da Petrobras&nbsp;nos anos 90 feita por ele)&nbsp;pouco depois e não consolidou esse trabalho de tratar a 2ª GM politicamente e não apenas pelo ponto de vista militar.

  2. Agência Central de Picaretagem

    Nasceram fazendo picaretagens e seguem até´hoje fazendo.

    Mas o que é deles tá guardado.

  3. Humanidade

    A humanidade vive de hipocrisia, simbolismos, egoismos que se mesclam à esperança,à ilusão e à fé.Nesta sopinha de letras há o tempero da violência, da arrogância, e da força do poder. Nesta receita explosiva tem-se como prato final ,  quem pode mais chora menos.

  4. Só Vossa Senhoria

       Para me lembrar da frase : ” A Igreja não se administra com aves-marias e pais nossos ” , proferida pelo “grande” Cardeal Paul Marcinkus, o cardeal vindo de Cicero ( como Al Capone ), depois de citar esta pessoa tão influente nos anos 60/70, só falta um texto sobre a ligação entre a CIA – Vaticano – Loja P2 – Democracia Cristiana.

        E como prefiro os “operacionais” , discordo em tese de vc., pois como “criador ” da CIA , prefiro o Gen. Willian Donovan, ou seu sucessor, um grande amigo de JF Dulles, o Contra – Almirante Sidney Souers.

        O cerebro politico da extensão da OSS, para a futura CIA, foi Dulles, mas sem os “operacionais” como Donovan, H. Vandenberg, e o apoio de J. Forrestal ( Secretario de Defesa), enfrentando a forte oposição do poderoso J.E. Hoover ( FBI ), o Congresso não teria aprovado o National Security Act de 1947, que forneceu o ordenamento juridico e congressual, ao qual originou a CIA em 1949.

         Espero que vc. em próximo histórico artigo comente sobre a “Operação Europa”, sobre o financiamneto da CIA, durante os anos 40/50, de varios partidos politicos, incluindo socialistas, na França, Itália, Alemanha, incluindo a tese do pan-europeismo ocidental.

    1. Meu caro Junior, seu gabarito

      Meu caro Junior, seu gabarito é intransponivel pelos meus escassos conhecimento na area bélica-geopolitica. De fato Dulles não foi o primeiro diretor da CIA, eu diria que ele foi o “insnpirador” da agencia, tendo sido posteriormente diretor mas ele tinha o “carimbo” de elite superior aos demais, seu “network” diplomatico e politico era superior aos demais e

      desde o periodo OSS ele teve uma especie de tutela sobre o establlishment de inteligencia dos EUA mesmo quando não tinha cargos oficiais. O mesmo aconteceu com seu irmão John Foster Dulles, um grão-senhor do Departamento de Estado

      mesmo fora do poder. As grandes familias do poder diplomatico nos EUA se ligavam através do Council of Foreing Relations de Nova York e dentro essas familias os Dulles sobressaiam. Diante deles, Donavan era peso leve. embora operacionalmente mais efetivo no primeiro momento da CIA.

      1. Allen Dulles e a esquerda européia

         Pensamento e doutrina elaborada por ele nos anos 50 :

         – Para fazer frente ao comunismo na Europa Ocidental, os Estados Unidos não deveriam apenas apoiar movimentos “conservadores”, mas sim a esquerda anit-stalinista européia, os sociais democratas, e até os socialistas, incluindo ações em sindicatos e outras organizações sociais ” – 

          Para tais ações politicas foi criado no organograma da CIA, a Divisão de Organizações Internacionais, sendo que a unica falha desta doutrina quase ocorreu entre 1974/1976, em Portugal pós-revolução dos Cravos, mas foi muito bem sucedida em praticamente “criar” as bases para os partidos euro-comunistas ocidentais, notadamente o italiano.

      2. Esta é ótima – e o CFRNY

            W. Donovan desde 1915 era um “especialista ” em Europa, tanto que em 1915 – ainda civil – foi para lá em Missão Humanitária, sob os auspicios da Fundação Rockfeller ; já após a 1a Guerra Mundial, junto com sua esposa Ruth, estava novamente na Alemanha, em janeiro de 1923, na Baviera, em Berchtensgaden, quando hospedados na Pensão Moritz, tiveram que suportar horas de discursos noturnos de um homem, hospede da mesma pensão – Adolf Hitler.

             Outros “não operacionais” da “entourage” de A. Dulles, que eram próximos ao CFRNY, todos “Ivy League”, que da OSS permaneceram na CIA : Frederick Burkhardt, Willian Langer, George Franklin, e fora da CIA, mas com grande influência na ACUE ( American Committee for United Europe ) – uma organização a ela “ligada” politica e financeiramente – é um “quem – é quem ” dos anos 50, como: W.Bedell Smith, Paul Hoffman, Robert Paterson, James Webb, Duncan Sandys, R. Cromwell – e na parte sindical em apoio aos sindicatos europeus: os “judeus”, como David Dubinsky (AFL ), o ex-comunista Jay Lovestone, Irving Brown ( representante da AFL para Europa – agente CIA ), e a “cereja do sunday”: o jurista, futuro juiz da Suprema Corte Arthur Goldberg.

             O “homem do dunheiro” ( gélido, subterraneo, “não declarado” ): Thomas Braden.

    2. Sobre o financiamento pela CIA de partidos socialistas

      na Europa Ocidental, há bom material histórico.

      No caso da SFIO francesa, que recebeu $$$ desde o início da guerra fria, a escolha deste partido teve muito a ver com o ódio mútuo entre de Gaulle e o Departamento de Estado dos EUA desde 1942. A CIA não confiava muito no MRP, equivalente francês da Democracia Cristão italiana e do CDU alemão, motivo: havia muito “gaulistas” nele, refugiados lá quando de Gaulle decidiu sair da política e liquidar seu partido o RPF. De fato com toda a razão, pois em 1958 quando de Gaulle voltou surfando sobre a revolta dos militares em Alger, o MRP perdeu a maior parte dos seus deputados para o nova partido de de Gaulle…

      Tinha também o desejo de ter uma partido de esquerda pro-OTAN, permitindo ter um eleitorado popular mas não comunista, já que os partidos de direita eram historicamente muito elitistas. Na Ítala, o PSI, liquidado na operação “Mãos Limpas”  tinha também sua parte do butim…

      O caso mais emblemático foi a reação da CIA na Revolução dos Cravos de Portugal: foram buscar um obscuro professor universitário português da Universidade de Poitier (acho…) que tinha fundado um “partido socialista português” na França, e cuja maior qualidade era não ser comunista. Depois se contou a história copiando a história do PSP sobre á do PSOE espanhol, o que é uma invenção pura.

       

       

       

       

      1. Henry Frenay et “Combat “

         Este foi o primeiro contato francês com Dulles/OSS, realizado em fevereiro de 1943, em Berna na Suiça, quando o movimento maquisard “Combat” de Frenay começou a receber apoio e dinheiro da OSS, o que deixou “Le Grand Charles” e até seu “operador ” na França, Jean Moulin ( antes de ser preso e assassinado pela Gestapo, em Lyon ), muito ressabiados com as intenções norte-americanas em relação ao futuro da França..

          Já no pós-guerra, a insistência de Frenay e de sua União Européia dos Federalistas ( um grupo teoricamente de esquerda socialista pan-europeu ), no estabelecimento de uma “União Européia”, deixava De Gaulle mais preocupado ainda, e Frenay, antes de falecer aos 82 anos, em 1988, declarou que estas iniciativas eram financiadas pela CIA.

          

  5. A política é a guerra por outros meios… e vice-versa

    Nos bastidores da guerra costumam ocorrer manobras escabrosas.

    Na 2a guerra, por exemplo, milhões de pessoas perderam a vida, ficaram com sequelas físicas, psíquicas e traumas emocionais inomináveis. Na batalha de Stalingrado, até pedaços de corpos humanos (incluindo nádegas) serviram a alemães e russos para afugentar a inanição. Carne de canhão, as tropas do expansionismo nazi-fascista foram abusadas por seus chefes até às últimas consequências.

    Mas, os senhores da guerra não titubearam em barganhar posições às custas da mortandade de seus comandados. Tudo parte de jogos geopolíticos, que iam e voltavam ao sabor dos interesses dos poderes imperiais belicosos. 

    Os irmãos Dulles foram jogadores audazes deste pôquer macabro. Deixaram legado que perdura até hoje, buscando explicitamente a dominação do planeta, que julga seu e de mais ninguém.

  6. A(s) rendição(ões) alemã dos

    A(s) rendição(ões) alemã dos americanos foi(ram) providenciada(s) para os americanos parecerem ganhar a guerra. A rendição foi feita, mas os combates prosseguiram. Que rendição é essa? Norte da Itália? E Berlim? Berlim foi tomada no dia 08 de maio (hora europeia) ou 09 de maio (horário russo). No dia de ontem (09 de maio) os russos comemoraram a vitória na 2a. guerra, boicotado pelos “ocidentais”. Os americanos fingem que a guerra acabou antes…

    1. E tem mais coisa encoberta do
      E tem mais coisa encoberta do fim da guerra, como o prosseguimento de combates com guerrilhas nazistas até 1948, bem depois do fim da guerra com o Werwolf, uma guerrilha de resistência nazista à ocupação dos Aliados:
      http://www.coleshillhouse.com/ss-werwolf-the-nazi-resistance-organisation.php
      http://en.wikipedia.org/wiki/Werwolf

      Em todo caso, a mitificação da participação dos EUA no teatro europeu é supervalorizada enquanto o embate soviético, que foi o que decidiu de fato, tentam atacar a memória disso a todo custo.

      A segunda guerra propriamente dita dos EUA se dá no Pacífico contra o Japão, outro assunto bem desconhecido do grande público, apesar de não ser desprezível a estratégia de tomar a Europa pelo Sul e neutralizando os nazistas no Norte da África e Oriente Médio, mas o Reino Unido teve grande peso nessa parte.

      Os EUA tentam entrar no teatro europeu pra frear o avanço soviético e não deixar a URSS tomar até a Alemanha e mais países, foi como uma espécie de freio que culminou na divisão da Alemanha na parte Ocidental e Oriental, que marcou toda a Guerra Fria até a Unificação alemã.

  7. Vejamos o que diz

    Vejamos o que diz Stálin:

    Discurso de Stálin de 9 de Maio de 1945

    “Camaradas! Homens e mulheres compatriotas!

    O grande dia da Vitória sobre a Alemanha chegou. A Alemanha Fascista, forçada a ajoelhar-se pelo Exército Vermelho e pelas tropas Aliadas, reconhceu-se como derrotada e declarou sua rendição incondicional.

    No dia 7 de maio, um protocolo preliminar de rendição foi assinado na cidade de Rheims. No dia 8, representantes do Alto Comando Alemão, na presença dos representantes do Comando Supremo das tropas Aliadas e do Supremo Comando das tropas Soviéticas, assinaram em Berlim o último ato da rendição, o qual foi executado às 24h do dia 8 de maio.” Vejamos o que diz o marechal Zhukov, em seu livro de memórias: (em espanhol); “El 7 de mayo me telefoneó Stalin a Berlín y me comunicó: – Hoy, en la ciudad de Rheims, los alemanes han firmado el acta de capitulación incondicional. Elpeso principal de la guerra -continuó- lo ha soportado sobre sus espaldas el pueblo soviético y no losaliados, por eso la capitulación debe ser firmada ante el Mando Supremo de todos los países de lacoalición antihitleriana y no sólo ante el Mando Supremo de las tropas aliadas. – Tampoco estoy de acuerdo -continuó Stalin- con que el acta de capitulación no se haya firmadoen Berlín, centro de la agresión fascista. Hemos convenido con los aliados en considerar la firma del actaen Rheims como protocolo previo de la capitulación. Mañana llegarán a Berlín los representantes del AltoMando alemán y del Mando Supremo de las tropas aliadas. A usted se le nombra representante del MandoSupremo de las tropas soviéticas. Mañana llegará donde usted Vishinski. Después de la firma del acta sequedará en Berlín como su asesor político. El 8 de mayo, por la mañana temprano, llegó en avión a Berlín A. Vishinski, vicecomisario delpueblo de Negocios Extranjeros. Trajo toda la documentación necesaria para la capitulación de Alemaniay comunicó la composición de los representantes del Mando Supremo de las tropas aliadas.El 8 de mayo por la mañana empezaron a llegar a Berlín los periodistas, corresponsales y reporterosgráficos para captar el histórico momento de la formalización jurídica de la derrota de la Alemaniafascista, del reconocimiento por ella del irreversible fracaso de todos los planes fascistas, de todos susobjetivos misantrópicos……………………………………………………………………………………………………………………………………………… A las 24 horas en punto entramos en la sala. Comenzaba el 9 de mayo de 1945… Todos tomamos asiento a la mesa. Estaba junto a la pared donde habían fijado las enseñasnacionales de la Unión Soviética, EE. UU., Inglaterra y Francia. En la sala, a las largas mesas cubiertas con tapete verde, se acomodaron los generales del EjércitoRojo cuyas tropas habían destrozado en el más corto plazo la defensa de Berlín, obligando al enemigo adeponer las armas. Estaban presentes también numerosos periodistas y reporteros gráficos soviéticos yextranjeros……………………………………………………………………………………… A las O horas 43 minutos del 9 de mayo de 1945 quedó terminada la firma del acta de capitulaciónincondicional de Alemania. Propuse a la delegación alemana abandonar la sala. Keitel, Friedeburg y Stumpff, levantándose de las sillas, hicieron una reverencia y, bajando lascabezas, salieron de la sala, seguidos de sus oficiales de Estado Mayor…” Portanto, caro André Araújo, a rendição formal da Alemanha nazista aconteceu em 08 de maio!….A rigor, no início da madrugada de 09 de maio, quando terminou as assinaturas!…   

  8. Como sempre

    O André nos mostra bons conhecimentos e toca temas muito interessantes.

    Neste caso, aproveitando essa biblioteca mental do AA, gostaria muito que nos explicasse a forma como a mesma CIA e o FBI influenciam a nossa Policia Federal.

    Grato

    1. A nossa Policia Federal é de

      A nossa Policia Federal é de 1944, criada no Estado Novo como Departamento Federal de Segurança Publica. Não creio que tenha sofrido influencia do FBI ou muito menos da CIA, que são estruturas com outras funções. O FBI é policia investigativa para crimes federais e a CIA é uma agencia de inteligencia externa, funciona fora dos EUA.

      Nossa Policia Federal tem funções mais amplas que o FBI, é uma policia judiciaria alem de investigativa com amplitude maior que o FBI. Nos EUA a area de narcoticos tem uma policia especializada , a DEA. que aqui não existe, fica tudo na Federal.

      1. Será apenas fofoca de jornal?

        (Correio Forense, 14.04.2004)

        Ministro terá que explicar acusações de ex-chefe do FBI

        Policiais Federais do Brasil “sentem-se inferiorizados e desmoralizados devido à dependência de verbas” do governo dos Estados Unidos. A afirmação é de Carlos Alberto Costa, que chefiou o FBI no Brasil. Ele prestou depoimento nesta terça-feira (13/4) no Senado.

        Revista “Carta Capital”, Edição 283 de 24 de março de 2004

        Fiel transcrição:

        Carlos Costa, que chefiou o FBI no Brasil por quatro anos, fala sobre ordens dos Estados Unidos para “monitorar” o País e relata: como os EUA “compraram a Polícia Federal”

        Revista Carta Capital nº 185

        RELAÇÕES CARNAIS
        Documentos mostram, e provam, como os EUA, muito além dos acordos, financiam a polícia brasileira. Por Bob Fernandes, de Brasília

        Isto É de 21/11/02

        A CIA continua no Brasil
        Documentos obtidos por ISTOÉ provam que a agência de espionagem atua clandestinamente no Brasil. Delegados da PF afirmam que até FHC foi bisbilhotado por equipamentos da CIA

  9. perfeito, motta araujo…

    perfeito, motta araujo… fique nesta área, parwce ser mais a sua praia, poupando-nos dos comentários em economia.

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