
Foto: Agência Brasil
Por Alexandre Bueno
Comentário referente ao post “Xadrez do pós-Temer e as eleições, por Luis Nassif”
A administração Temer acabou na corridinha de Rocha Loures. A partir dali, e restou ao governo apelar para o factóide da intervenção para seguir respirando. O aceno final, para mim reflexo de desesprero, foi o aceno à candidatura e o discurso na Fecomercio sobre o Golpe de 64 e a necessidade de “centralização”. Um claro teste de ideias para lideranças.
O fato é que a agenda reformista está incompleta. Falta muito ainda para desmontar a CF88 e transformar o Brasil em um imenso campo produtor de proteínas a serem exportadas para China. Este será nosso papel. Por outro lado, a eleição que se avizinha promete ser pior que a de 2014. Não haverá PTx PSDB, mas um desfile de nanicos batendo boca em debates nas majoritárias. Para além disso, o Congresso já se auto imunizou contra a crise de credibilidade, com o financiamento público de campanhas. Teremos ainda mais nanicos e o ocaso talvez definitivo dos cacicques. E aqui entra a lógica do presente e dos próximos passos:
1) Existe a demanda por reformas por parte da “elite”. Este é o fato
2) Temer não conseguiu entregar a mercadoria
3) A eleição que se avizinha será um show de horrores e de pulverização. Haverá a multiplicação de Marcos Felicianos e do baixo clero em geral no Congresso
4) Quem ganhar para presidente, pode ser até o Alckmin por WO, muito provavelmente não conseguirá lidar com Congresso. Será impossível controlar o Legislativo, que além de fisiológico será intelectualmente limitado
5) Com isso, a tal agenda das reformas já nasce morta ou, pelo menos, bastante comprometida
Em hoje temos:
1) A investigação de Temer que pode ter seu ápice no período eleitoral. Lembremos que a PGR é muito boa em sincronizar cornogramas de investigação e acontecimentos políticos
2) A fragilidade do Presidente, que já não conta com apoio do Congresso por estarmos em ano eleitoral
3) A falta de disposição de ex-aliados (Globo) em defendê-lo
4) A prisão de Lula
E o que de excepcional pode acontecer então:
1) A queda de Temer e a assunção de Rodrigo Maia, mas isso não resolve o problema da mediocridade do Congresso
2) A nomeação de um interventor militar ou do próprio judiciário com a dissolução do Congresso
3) Deus sabe
Portanto, não bastaria só derrubar o Temer. Seria preciso mexer no Congresso…

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