O lobo, o cordeiro, e a “agressão venezuelana” ao Brasil
por Gustavo Gollo
Logo ao nascer, o cordeirinho se dirigiu sozinho a um regato. Enquanto bebia despreocupadamente, o lobo se aproximou sorrateiro, surgindo repentinamente ao lado da criaturinha ingênua.
Assustadíssimo, o pequeno viu o lobo retirar a boca imensa da água, para mirá-lo ferozmente, dizendo:
— Ah, então é você que vem sempre aqui sujar a minha água quando estou bebendo?
Apavorado com a intervenção raivosa, o cordeirinho baixou os olhos ante o olhar selvagem do lobo e respondeu-lhe com voz trêmula:
— Não, não era eu; eu acabo de nascer e nunca tinha vindo beber água.
A petulância do cordeirinho ao contradizer o lobo, o fez bufar iradamente, enquanto seus olhos faiscavam de indignação por tão tamanho desrespeito demonstrado pelo pequeno, impelido o lobo responder com ferocidade:
— Ooora! Mas se não foi você foi seu pai!
E tascou o cordeirinho.
A Venezuela possui as maiores reservas de petróleo do mundo, nas quais os Estados Unidos já botaram olho grande e pretendem abocanhar na marra.
Tendo levado o país à bancarrota, os estadunidenses planejaram invadi-lo, tendo já plantado lá um interventor que se diz presidente, e incitado sublevações contra o governo.
Inventaram também uma ajuda troiano-humanitária, que tentam impingir ao país. Significativamente, a bondade do presidente americano, tão fervorosamente empenhado em construir um muro que impeça a entrada de latino-americanos nos EUA, se dirige exclusivamente aos detentores do petróleo, esquecendo seus inúmeros compatriotas sem teto, ou haitianos, por exemplo, que agradeceriam qualquer ajuda. A ajuda troiana endereçada aos venezuelanos, aliás, foi denunciada pela cruz-vermelha que tratou de tirar o corpo fora, evitando se comprometer com os senhores da guerra, sendo usada para levar a destruição, em lugar de conforto. A ajuda-troiana faz lembrar o lobo na pele do cordeiro, o que já é outra fábula.
Tendo empossado um lambe botas na presidência do Brasil, os estadunidenses estão empurrando o país, para uma guerra absurda contra os venezuelanos.
Embora tendo declarado anteriormente que não levaria o país à guerra, o vice-presidente brasileiro, estranhamente, “retificou” sua posição, aventando a ressalva descabida de que só invadiria a Venezuela se ela, antes, agredisse o Brasil.
Ora, que propósito poderia ter uma ressalva tão idiota, senão abrir a guarda para uma agressão simulada, promovida pelos EUA, tão interessados na guerra. Notícias muitíssimo preocupantes já estão sendo forjadas, sugerindo que os venezuelanos tenham atacado o Brasil, a exemplo do cordeirinho da fábula.
O absurdo que constituiria em uma invasão da Venezuela pelo Brasil tem que ser compreendido, denunciado e impossibilitado antes que fermentem rumores e paixões tresloucadas. Vivemos tempos estranhos.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
Pior é que é verdade que a Venezuela bombardeou o Brasil, com uma bomba de gás lacrimogêneo. A Venezuela jamais deveria ter bombardeado o Brasil. Bombas de gás lacrimogêneo não são armas convencionais. Se eu fosse presidente, eu segurava meu saquinho de bosta e soltaria três bombas nucleares na Venezuela.
É verdade esse bilete.
Ajuda humanitária como um cavalo de tróia.
O legado da ajuda dos Estados Unidos começa com o cerco de 1763 de Fort Pitt (Pittsburgh moderno), quando os EUA ainda faziam parte da Grã-Bretanha. Oficiais britânicos ordenaram e pagaram dois cobertores para serem levados de um hospital de varíola para serem presenteados à tribo Lenape a fim de “transmitir a varíola para os índios”, de acordo com uma entrada no livro de registro do capitão William Trent. Foi então que os EUA estabeleceram seu precedente para usar a ajuda humanitária como um cavalo de tróia.
A USAID esteve envolvida em parcelas de mudança de regime em Cuba, na Ucrânia, na Síria e muitas outras.
Os Estados Unidos já usaram ajuda para a América do Sul como um pretexto para armar golpes de Estado. O criminoso de guerra neoconservador Elliot Abrams, que recentemente foi nomeado Representante Especial dos EUA para a Venezuela, estava envolvido em uma conspiração para entregar 27 milhões de dólares em armas disfarçadas de ajuda humanitária aos contras da Nicarágua nos anos 80. Embora o programa não tenha sido executado pela USAID, é um testemunho dos motivos ocultos geralmente inerentes à assistência humanitária dos EUA.
VENEZUELA: @StateDept anuncia que Elliott Abrams levará uma delegação norte-americana viajando de avião militar até a fronteira colombiana para entregar ajuda humanitária à Venezuela. pic.twitter.com/4UfSQHd1UI
– Abigail Williams (@Abs_NBC) 21 de fevereiro de 2019
A USAID, embora não esteja aparentemente envolvida nessa trama, tem uma história muito mais chocante na América do Sul. O presidente John F. Kennedy estabeleceu a agência, colocando o atual Escritório de Segurança Pública (OPS) – um programa de treinamento policial internacional – sob sua alçada. De acordo com Mark Ames, “o OPS era essencialmente um proxy da CIA, liderado por um agente chamado Byron Engle”…. https://www.mintpressnews.com/
Recomendo o documentário sobre o golpe de 2002, produzido pela tv estatal irlandesa, “The Revolution Will Not Be Televised”, que pode ser visto aqui: https://www.youtube.com/watch?v=wF_5xZIstPw.
Excelente… recomendo ver no YouTube o documentário Confissões de um Assassino Econômico. Vale a pena TB.
Grato pela dica.
O bravíssimo general deveria comandar, na frente , a invasão da Venezuela, para levar na fuça um tiro, contudo estes tipos rampeiros se escondem em Brasília a milhares de quilômetros do local.