Atentado ao STF coloca em xeque possibilidade de anistia aos golpistas do 8/1

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Após explosões nas imediações do STF e ameaças contra ministros, o clima seria de "tolerância zero" sobre o PL que prevê anistia aos condenados do 8/1

Foto: Antonio Augusto/STF

O atentado com bombas que ocorreu, na noite de quarta-feira (13), nas imediações do Supremo Tribunal Federal (STF) pode pôr um fim na possibilidade de anistia aos condenados pela invasão dos Poderes em 8 de janeiro de 2023.

Segundo o Blog da Natuza Nery, no G1, logo após o incidente, ministros da Corte fizeram chegar aos líderes mais importantes do Congresso, por meio de telefonemas, o seguinte aviso: “não vamos permitir que ousem debater anistia depois disso“. O clima seria de “tolerância zero” sobre o tema.

Conforme adiantado pelo GGN, o homem responsável pelo atentado – que foi candidato a vereador pelo PL em 2020 – antecipou o atentado na internet, por meio de mensagens que incitam ataques a membros do Judiciário, políticos e até jornalistas

Em grupos de mensagens virtuais, deputados bolsonaristas reconheceram que o novo atentado deve prejudicar a tramitação na Câmara dos Deputados do projeto de lei (PL) que dá anistia aos golpistas, informou a Folha de S. Paulo.

Em uma dessas mensagens, compartilhadas em dois grupos no WhatsApp formados por parlamentares da oposição, o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) teria enviado uma imagem do autor da explosão acompanhada do texto: “Parece que foi esse cara mesmo. Agora vão enterrar a anistia“.

Já o deputado Capitão Alden (PL-BA) respondeu dizendo que “lá se fosse qualquer possibilidade de aprovar a anistia“.

O PL da anistia aos condenados pelo 8/1 tem sido usado como moeda de troca por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e isso tem “custado caro”. 

No final de outubro, apesar dos bolsonaristas colocarem a pauta como uma condição em troca de apoio a temas de interesse do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), a proposta foi retirada da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, o que atrasou sua tramitação.

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2 Comentários

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  1. A repulsa política dos órgãos POLÍTICOS que têm a atribuição de debater o tema é legitima.

    O congresso pode e deve decidir de acordo com a interpretação e sentimento que tem sobre os fatos e suas repercussões.

    Está é a natureza do ato de legislar.

    O que não pode é juiz do STF declarar que não haverá anistia.

    Aliás, juiz só deve falar nos autos.

    É o devido decoro que se exige de quem dará o direito.

    Ainda que sejam atacados, não lhes cabem opiniões ou manifestações políticas sobre qualquer fato, pelo menos não quando investidos institucionalmente.

    Não queremos o terrorismo, muito menos uma república togada.

    Já vimos onde isso deu.

    E foi tão grave quanto o atentado.

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