Exclusivo: GGN mostra como o senador Giordano participou do Itaipugate dos Bolsonaro

O inquérito civil pode reacender o caso que quase derrubou o governo paraguaio, desta vez no outro lado da fronteira, no território de Jair Bolsonaro

Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – Alexandre Giordano (MDB-SP), atualmente senador suplente da cadeira que era do senador Major Olímpio (PSL-SP), entrou na mira de investigações do Ministério Público Federal (MPF) pelo caso que, em 2019, ficou conhecido como ItaipuGate, acusado de favorecer empresas na compra de energia excedente de Itaipu. O inquérito civil pode reacender o caso que quase derrubou o governo paraguaio, desta vez no outro lado da fronteira, no território de Jair Bolsonaro.

À época, o GGN fez ampla cobertura do caso, mostrando que Giordano atuou como uma espécie de lobista da empresa Leros, companhia apontada por ligações com a família de Jair Bolsonaro, interessada em obter a licença para distribuição da energia de Itaipu.

Nas negociações, a empresa chegou a ser apresentada às autoridades do Paraguai como ligada à família do atual mandatário, conforme divulgaram jornais locais. No Paraguai, o caso foi amplamente investigado e gerou uma crise política, quase levando à derrubada do presidente Mario Abdo Benítez e de seu vice-presidente.

Um pedido de acesso à informação solicitado pelo deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) mostrou, em agosto de 2019, a agenda de encontros entre Giordano e Bolsonaro no Palácio do Planalto, confirmando o elo entre Bolsonaro e o lobista do caso para favorecer a empresa, hoje senador investigado pelas autoridades brasileiras.

Como havia noticiado a imprensa paraguaia, para efetivar as transações, Giordano articulou junto a outro lobista do país, Joselo Rodriguez, que se dizia assessor do vice-presidente do Paraguai, Hugo Velázquez, pressionando a ANDE, estatal de energia do país, a aceitar mudanças no acordo de Itaipu para beneficiar a Leros, com a autorização de Bolsonaro, ainda que prejudicando empresas nacionais como a Eletrobras.

Com a morte do senador Major Olímpio (PSL-SP) por Covid-19, em março desse ano, o apontado lobista do caso ItaipuGate, Alexandre Giordano (MDB-SP), assumiu o posto parlamentar.

Em 2019, o GGN mostrou outras suspeitas do Grupo Leros também em negociações junto ao ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, quando ele era secretário do Meio Ambiente do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo, concedendo licenciamento ambiental a grupos de empresas, entre elas a Leros, disfarçando os beneficiários finais de negócios.

Salles ainda atuou em benefício de interesses da Leros e outras empresas do setor de reciclagem e lixo no próprio governo Bolsonaro, em sua gestão no Meio Ambiente, ao criar o Programa Lixão Zero. Os desdobramentos envolvem os mesmos personagens do caso ItaipuGate: Joselo Rodriguez, além do presidente da Leros, Adriano Deguimendjian, e o hoje senador investigado Alexandre Giordano.

Redação

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