População já se posiciona a favor da legalização do aborto

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Pesquisa da ONG Católicas pelo Direito de Decidir afirma que, para 85% dos entrevistados, menos mulheres morreriam por abortos clandestinos

(Fernando Frazão/Agência Brasil)

Embora o presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores tenham criticado o aborto realizado em uma menina de 11 anos em Santa Catarina, mais cidadãos tem se mostrado a favor da realização do aborto legalizado e seguro.

Pesquisa da ONG Católicas pelo Direito de Decidir em parceria com o Instituto Ipsos mostra que 85% dos entrevistados diz que “menos mulheres morreriam por abortos clandestinos” se o procedimento deixasse de ser criminalizado.

O levantamento também destaca outros percentuais: 67% dos entrevistados disseram apoiar o direito ao aborto legal em situações específicas; 87% apoiam o procedimento “quando a vida da mulher corre perigo”, “quando a saúde da mulher corre perigo” (85%) e “quando a gravidez é resultado de estupro” (83%).

Ao mesmo tempo, o percentual que apoia a permissão do aborto em todas as circunstâncias ultrapassa aqueles que apoiam a proibição em todos os casos (19% e 14%, respectivamente).

“O direito ao aborto tem sido profundamente atacado por grupos e líderes religiosos conservadores, muitos deles inseridos nos mais variados espaços de poder”, afirma Gisele Pereira, historiadora e uma das coordenadoras da ONG Católicas pelo Direito de Decidir.

Apoio à educação sexual, contra influência religiosa

Para 85% dos entrevistados, a educação sexual nas escolas contribui para a construção de uma sociedade onde meninas e mulheres têm os mesmos direitos que os meninos e os homens, 92% concorda que sejam fornecidas no Ensino Médio informações sobre métodos contraceptivos, tais como preservativos e pílulas anticoncepcionais.

O levantamento também mostra que 64,1% da sociedade brasileira se opõe a líderes religiosos que pedem voto a favor ou contra um candidato ou partido político.

Ao mesmo tempo, 48% da população brasileira discorda que um legislador católico ou evangélico tem a obrigação moral de votar contra o aborto.

A Pesquisa de Opinião sobre Religião, Aborto, Política e Sexualidade no Brasil contemplou 1000 brasileiros(as), entrevistados(as) por telefone no âmbito do sistema CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing).

O estudo abrangeu a população com mais de 18 anos de todas as classes sociais, faixas etárias, gêneros e regiões do país. A coleta de dados foi desenvolvida entre os meses de março e abril de 2021. A amostra e aplicação da pesquisa foram realizadas pelo Instituto Ipsos.

Leia abaixo a íntegra da pesquisa divulgada pela ONG Católicas pelo Direito de Decidir.

Pesquisa_Religiao_Politica_Sexualidade

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Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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