Mateus Aleluia ou A canção ativa


Na esquina do dia e da noite de hoje, ainda há pouco, quando meu coração iniciava o balanço do tempo, reencontrei um amigo mais do que querido: Mateus Aleluia. Não o encontrei pessoalmente posto que notícias me dizem que ele morou para além do mar, nas vielas angolanas, de qual não sei que cidade, se Luanda ou Huambo, talvez Lopito. Outras me falam de Cachoeira, cachoeirano que é, lá na Bahia.

Mateus é o último remanescente de Os Tincoãs, grupo vocal cujo traço africano é a marca ideológica da resistência. Os Tincoãs agiram com extrema expressividade num tempo em que os grupos vocais baianos detinham a força da negritude, aquela mesma força referenciada em Léopold Sédar Senghor. Escutar Mateus, amigo mestre, mexeu com minhas lágrimas. 

Que disco maravilhoso esse Cinco Sentidos. Fico me perguntando como um disco desses passa despercebido. Disco forte, disco certo, sentido telúrico e anímico. E é de 2010. Estou atrasado 7 anos, mas chegou o dia de te reencontrar, meu velho. De te dizer o quanto és importante na vida pequena e parca do aspirante a poeta. Mateus Aleluia, grandes aleluias por ter te reencontrado, mesmo que apenas sonoramente.

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador