As varandas e o minotauro

Almir Forte

Estamos em busca de um tesouro perdido, porém, não temos um mapa, uma bússola ou avistamos um arco-íris, onde segundo os poetas existe um grande pote de ouro, que em nosso caso, será a democracia e o fim do estado de exceção, que se encontram a espera daqueles que tiverem a ousadia e a coragem para enfrentar os obstáculos e chegarem até o fim.

Nessa caminhada, não podemos estar sozinhos, precisamos de um grande exército formado por homens, mulheres e jovens do campo e da cidade, intelectuais, artistas, empresários, trabalhadores e todos que acreditam na construção de uma nação livre, independente, soberana, com um futuro onde os direitos e conquistas daqueles que ousaram enfrentar e lutar tenham uma vida com dignidade.

O minotauro que se instalou no palácio do Jaburu, caminha tranquilamente pelos seus labirintos, imerso nas sombras da noite com grande desenvoltura, corrompendo ou sendo corrompido, enquanto prepara a entrega da Base de Lançamentos de Alcântara, que possui uma das melhores localização do planeta para lançamentos de satélites, aos USA, como prova de boa vontade com o big brother do Norte.

A venda de terras brasileiras, inclusive na Amazônia, aos conglomerados internacionais já é uma realidade, a entrega do pré-sal está sendo concluída com a velocidade de um The flash, inclusive, pretende transferir a sede de empresas nacionais, como a Petroquímica Braskem (controlada pela Petrobras e Odebrecht) para os USA, o desmonte do BNDES, o banco de fomento ao desenvolvimento científico, tecnológico e industrial, faz parte da estratégia de atender aos banqueiros nacionais e internacionais.

E nesse ritmo, não sabemos onde e como chegaremos na manhã seguinte, na próxima hora ou no próximo ano, até a realização das eleições em 2018 é uma grande incógnita. O que restará para os brasileiros filhos de várias gerações que com muita luta, dor e sabedoria construíram essa nação, que até pouco mais de um ano, tínhamos orgulho de representar?

Precisamos construir a união em torno de um novo projeto nacional de desenvolvimento, que possa reacender nos brasileiros a vontade e a disposição para construir seu próprio destino, em busca de uma nova configuração política, econômica e social onde serão incluídos todos aqueles que acreditam que possamos derrotar o minotauro Temer e suas políticas antinacionais.

Nosso compromisso com as futuras gerações não nos permite ficarmos inertes, apáticos e impassíveis em nossas varandas – que não batem mais panelas –, olhando o horizonte através das frestas das janelas, sentados a beira do caminho “Esperando Godot”, ou acreditando que Teseu, o herói Ateniense, ressuscite e venha nos libertar.

A humanidade e os brasileiros nos pedem muito pouco, apenas que reconquistemos nossa autoestima, nossa alegria perdida, nossa fé em nós mesmo de que somos capazes de reconstruir, de unir o país em torno desse novo projeto de desenvolvimento, com eleições diretas, para que possamos eleger um Presidente da República comprometido com o país que produz, que trabalha, que estuda, que realiza pesquisas científicas e tecnológicas para atender aos brasileiros e não aos financistas de plantão.

 

 

 

Redação

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