Tucanos querem que estudante pague a escola superior, por Reginaldo Moraes

Artigo do Brasil Debate

Por Reginaldo Moraes*

Está de volta a velha ideia do PSDB de privatizar o ensino superior. Depois que o reitor tucano afundou a USP com suas aventuras, isso se alastrou. E agora a proposta é ressuscitada por alguns gurus da nova direita, reagrupada em torno de Aécio Neves para o segundo turno das eleições presidenciais.

Um deles, Samuel Pessôa, escreveu artigo na Folha de S. Paulo comparando cobrança de educação superior com cobrança de pedágio urbano. Engraçado, porque pedágio é cobrado de proprietário de carro – a mensalidade escolar seria cobrada de pessoas, proprietárias de si mesmas.

A sequência de argumentos utilizados para justificar a proposta merece ser comentada, porque aparentemente expressa um “bom senso” que seria aceito por qualquer pessoa (Samuel ou não). Mas é gato por lebre.

Na verdade, é mais uma tentativa de privatizar o ensino superior. Ainda mais? Pois é, ainda mais. Mas a privatização não vem pelo caminho de “vender a USP” para um empresário. Isso seria provocação demais. É outra coisa: privatizar a sustentação da escola, por meio da cobrança de mensalidades.

O ensino superior passaria a ser um “investimento privado” do estudante e de sua família, já que ele seria o beneficiário desse ensino, mais tarde. Investe hoje e “lucra” amanhã, diz ele.

Diz o articulista: “O ganho para a sociedade de um novo profissional graduado, cujo conhecimento foi adquirido em universidade, é bem medido pelo ganho de renda desse profissional.”

A afirmação parece apenas uma expressão do ‘bom senso’. Pode ser senso comum, mas não é bom senso. Veja, por exemplo, onde pode nos levar esse aparente bom senso: o ganho para a sociedade com a formação de um médico seria “um bem medido pelo ganho de renda desse profissional”? Deus nos livre desse critério! A sociedade ganha mais quando os médicos engordam suas contas bancárias?

Diz mais: “O ensino universitário deve ser pago. Note que esse fato independe de a instituição de ensino superior ser legalmente pública ou privada.

Muito engraçada a frase, porque parece até descuidada, casual. Mas não é. A escola privada já é paga, oras bolas. Se a escola pública cobrar mensalidade ela iria competir com a privada. Quer dizer, a cobrança na escola pública poderia até ampliar o mercado para a escola privada: se ambas forem pagas, tanto faz, afinal de contas…

Nos Estados Unidos, em muitas ocasiões, os dirigentes das escolas privadas lutavam contra as dotações governamentais para escolas públicas. Sabe qual era o argumento? Diziam: isso beneficia as escolas públicas injustamente na “competição” com as privadas. Dá pra entender os nossos privatistas, não é?

Amnésia tucana

E continua o sr. Samuel: “Para os alunos que não podem financiar as mensalidades da universidade, há o recurso ao crédito educacional. Para as famílias pobres que teriam dificuldade de ter acesso ao crédito educacional de mercado, há programas públicos, como o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), com taxas fortemente subsidiadas.”

Antigamente eles eram mais disfarçados. Diziam que deviam pagar “aqueles que podem”. Até isso já sumiu da estória. E ainda mais curioso: o artigo “esquece” o ProUni. Ora, como ele se refere subliminarmente aos Estados Unidos, deveria lembrar que a massificação do ensino superior naquele país só ocorreu porque massas enormes tiveram acesso a esse ensino sem pagar.

Sim, sem pagar. Quando o sistema dobrou de tamanho, na segunda metade dos anos 1940, isso ocorreu por conta de um programa de bolsas para desmobilizados da guerra.

Em 1949, metade dos estudantes de ensino superior nos EUA era composto de bolsistas do governo federal. Metade! Mas tem mais: esse sistema de bolsas seguiu com outros programas, inclusive aqueles destinados a incorporar estudantes negros, latinos etc.

Foi assim que o sistema cresceu. O programa de empréstimos só adquiriu relevância nos últimos 30 anos, a chamada era de privatização. E é menos bem-sucedido do que nosso Fies.

A dívida estudantil é hoje uma tremenda dor de cabeça para as famílias e para o governo americano. É a segunda dívida privada do país – depois das hipotecas. Ganha da dívida com cartão de crédito. Se não tiver um socorro do governo federal, vai virar uma tragédia.

Mais uma: “Além dos impactos orçamentários positivos, a instituição de cobrança de mensalidade para os cursos universitários públicos teria efeito importante sobre a eficiência das universidades. O tempo médio de graduação seria reduzido e a vinculação do aluno ao curso aumentaria.”

Declaração de fé

Aumenta a eficiência? A afirmação não tem base nos fatos, é pura declaração de fé. O artigo define como “eficiência” o tempo médio de graduação e a “vinculação do aluno ao curso”.

O que quer dizer isso? Que ele não pula fora? Não parece ser esse o caso das escolas americanas. Aliás, nas escolas privadas com fins lucrativos, em especial, esse tipo de “eficiência” é um desastre – tanto no tempo de graduação quanto no indicador de desistência.

A imensa maioria dos estudantes abandona a escola, simplesmente. Bom, seria interessante que o artigo medisse essa “eficiência” nas nossas escolas pagas também. Elas têm taxas de evasão monumentais, hoje só reduzidas, precisamente, por conta de injeção do dinheiro público (bolsas e empréstimos) que têm reduzido ou zerado o pagamento dos estudantes. Ou seja, a escola só melhora quando não é paga pelo estudante!

Quintal dos EUA

Bom, mas vamos aos finalmentes: não se trata de argumento nem de razão. O que nos separa da visão dos tucanos e aliados é o lado da política. Nós achamos que é preciso construir e espalhar escolas e universidades para desenvolver o País e reduzir as desigualdades, sociais e regionais. Eles não.

Vamos dizer claramente: eles não acreditam na gente, eles sonham com Miami, como as peruas e os juízes metidos a besta.

Eles acham que nós devemos ser um quintal dos Estados Unidos. Um apêndice. Um apêndice não precisa ter escolas superiores, pesquisa, inovação. Eles governam sucateando escolas e privatizando tudo o que podem. Foi assim o governo FHC, foi assim o governo Aécio em Minas, é assim o governo tucano em São Paulo.

É o partido do racionamento – racionamento de renda, de emprego, de energia, de escolas – e, agora, até racionamento de água. Não é surpreendente que venham com mais uma ideia privatizadora, toda enfeitadinha num docinho colorido. Tem veneno dentro dessa maçã.

* Reginaldo Moraes é professor da Unicamp, pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre os Estados Unidos (INCT-Ineu) e colaborador da Fundação Perseu Abramo

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Redação

36 Comentários

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  1. Os pobres já nao incomodam

    Os pobres já nao incomodam mais só nas filas dos aeroportos estao nas universidades e disputando concursos publicos com os separatistas por isso a furia da exclassemedia pra cima do PT .

  2. Por que justiça é o pobre

    Por que justiça é o pobre subsidiar o ensino superior do garoto rico.

    “mas as cotas, mimimi”.

    Pois bem. Mas 50% não são cotas e são preenchidos por pessoas que podem, sim, contribuir com uma mensalidade.

    Não há dinheiro para tudo. É necessário reconhecer isso.

    Sendo assim, se o dinheiro é escasso (e dinheiro é escasso por definição), é preciso alocá-lo onde é prioritário.

    E a prioridade é o ensino de base – afinal, nao se quer igualdade de oportunidades? Pois bem. Vamos parar de subsidiar o curso de direito do filho do Juiz e vamos pagar uma escola decente para a filha da empregada.

    Não dá para ter os dois na escala em que precisamos.

    Sendo assim, que se dê bolsa integral para os cotistas. Mas que os que podem pagar, que paguem. Afinal, por mais que a sociedade se beneficie da formação deste sujeito, quem mais aufere ganho é ele. Afinal, é ele que ganhará mais, ele que adiquirirá mais conhecimento e etc.

    E antes que digam que ele trabalha para a sociedade e outras falácias, eu lhes digo: balela. O brasileiro é egoísta e não contribui com nada. Se fosse assim, os ex-alunos de universidades públicas fariam doações depois de terem progredido na carreira – afinal, estudaram de graça.

    Mas não. Não temos notícia de movimentos como esse.

    Sendo assim, por uma questão de justiça com os pobres que pagam pelo ensino superior que não acessam (mesmo com as cotas), sou favorável, sim, ao pagamento de mensalidades por aqueles que podem.

     

    1. Universidade Pública.

      Discordo, a universidade pública não cobra mensalidades, mas, é financiada através dos impostos pagos por todos.

      Agora qual o critério para cobrar ? Qual o custo de um curso de Medicina, Direito, os mais tradicionais ? Qual a renda ? Ia variar de acordo com o curso.

      Rico estuda mesmo é no exterior e faculdades particulares.

       

       

    2. A falácia da “mensalidade para cobrir custos”

      Você é vítima da falácia que as mensalidades poderiam ajudar significativamente nos custos de funcionamento de uma universidade. Nada mais falso.

      Anos atrás, quando eu participava de uma lista de discussão, alguém veio com uma proposta: “vamos cobrar um salário mínimo de todos aqueles que frequentarem a universidade pública!” Em São Paulo, isso seria R$ 810/mês/estudante – uma despesa com que muitas famílias não poderiam arcar. Como essa arrecadação contribuiria percentualmente para o sustento da universidade?

      Pego aqui o exemplo da Unicamp, onde me graduei. Entre graduação, pós e extensão, hoje a Unicamp tem ao todo aproximadamente 43 mil alunos. Anualmente, isso daria 45000 x 13 x R$ 810 =  R$ 452.790.000,00. Por outro lado, o orçamento previsto para 2014 era de R$ 2.103.692.101,00. Ou seja, mesmo com esse arranjo esdrúxulo, a receita conseguida com as mensalidades seria de mais ou menos 1/5 dos valores orçados para funcionamento da universidade, a preços de 2014.

      Por outro lado, levando em conta que na pós-graduação grande parte dos alunos conta com bolsas de estudos e que as mesmas são fornecidas em última análise pelo estado (através da CAPES, CNPQ, Fundação Vitae e FAPESP, no caso de São Paulo) e que a Unicamp tem cerca de 16000 alunos de pós, poderíamos dizer que a contribuição direta dos estudantes via mensalidades nesse arranjo hipotético proveria aproximadamente 13% das despesas orçamentárias da universidade; o estado entraria com 87%. Como nesta situação haveria a necessidade de bolsas de graduação,  o estado continuaria a ser o principal responsável pelo financiamento da universidade, talvez num nível até mais elevado que o de hoje em dia. Cabe ressaltar que, no exterior, as bolsas de estudo não servem somente para que o estudante se mantenha, mas também são usadas para pagar os custos de matrículas e mensalidades.

      Finalmente, há um estudo feito na própria Unicamp que derruba o mito de que as mensalidades sustentam significativamente as universidades dos Estados Unidos.

  3. Ensino Superior Gratuito dogma arcaico da esquerda


    O dogma da esquerda da Universidade Pública é arcaico, a Universidade deve ser pública no sentido de democratizar o seu acesso, via ENEM (SISU)  ou Vestibular Seriado, etc, etc.

    Todo aluno tem que pagar, a dívida consistiria em Créditos que poderiam ser saldados financeiramente ou por serviço prestados a comunidade, o aluno escolheria de acordo com a sua condição econômica.

    Se a sociedade como um todo contribui para a formação do aluno, o aluno deve retribuir a sociedade, pagando em serviço ou pagando monetariamente.

    Hoje vivemos uma engação em termos de ensino superior, por um lado as faculdades particulares criadas à época do FHC, de qualidade medíocre, sobrevivendo as custas do PROUNI, FIES, por outro lado as Universidades Federais ou Estaduais sucateadas, sem estruturas mínimas de ensino de qualidade.

    O que resta são algumas Faculdades e Universidades Particulares e Públicas de excelente qualidade, mas que infelizmente são uma minoria dentro do universo universitário brasileiro.),

     

     

  4. È muito raro o Pais onde

    È muito raro o Pais onde educação superior é totalmente de graça. Paulo Maluf e Roberto Setubal estudaram na Politécnica sem pagar um centavo, tem logica?  A escola deve ser paga COM bolsas de estudo para alunos que comprovadamente não podem pagar. Assim é no mundo inteiro. Boa parte dos estudantes da USP e UNICAMP são de classe média alta, se eles estudam de graça os CUSTOS REAIS de seus estudos estão sendo pagos pela população pobre das favelas através do ICM, é o pobre subsidiando o rico, como é que fica o pensamento de esquerda?

    Universidade de graça é um mito dos anos 40 que não tem logica economica, social ou politica, apenas faz parte da mitologia da esquerdolandia.

    1. “È muito raro o Pais onde

      “È muito raro o Pais onde educação superior é totalmente de graça.”

      Você descreveu o Brasil. Por acaso não temos universidades públicas e também particulares? O ensino superior no Brasil não é integralmente gratuíto. Quem pode pagar, faz faculdade particular.

      Concordo com as distorções que haviam no passado (e ainda existem). Tem muito rico estudando em universidade pública, quando poderia estar na particular. Mas essa distorção diminuiu. No tempo em que Maluf, Setubal ou mesmo eu frequentamos o nível superior, universidade federal era exclusivamente para ricos. Hoje, apesar de ainda existir, essa distorção diminuiu. Esperamos que diminua ainda mais. No caso específico da USP, por exemplo, se um dia passarem a utilizar o ENEM, já vai ser um avanço.

       

  5. Nunca precisei de bolsa

    Nunca precisei de bolsa família, não estou dentro do perfil de nenhuma cota (a não ser que inventem cota para alemão de olhos verdes), minha faculdade foi particular, no período noturno, pois durante o dia trabalhava e tinha sempre que sair correndo do trabalho para pegar o ônibus que me levaria até a faculdade em outro município, distante 40 Km, pois na minha cidade não tinha. Chegava em casa todos os dias por volta da meia-noite.

    Típico discurso de adepto da meritocracia e totalmente contrário a cotas, bolsas e consequentemente do PT, certo?

    Errado! Sempre votei no PT e sempre votarei. Não porque desmereça o esforço pessoal, tanto meu quanto dos outros, mas porque reconheço que muita gente, mesmo esforçada, não vai conseguir chegar a faculdade e a um bom emprego sem que lhe sejam dadas as condições mínimas para isso.

    Transformar universidade pública em privada vai na contramão de tudo isso. Se queremos que o Brasil se torne uma nação desenvolvida, devemos incentivar a educação, tanto nos níveis fundamental e médio, quanto no nível superior, e não tornar esse acesso mais dificil e elitizado.

    1. Muito bonito o seu

      Muito bonito o seu discurso.

      Mas e se não houver dinheiro para uma educação “pública, gratuita e de qualidade” em todos os níveis?

      Vamos continuar gastando mais dinheiro por aluno na Universidade que no ensino de base.

      É na base que mora o problema. É a base que devemos priorizar. Mais importante que ter um (ou alguns) negro e pobre formado é ter MILHOES de negros pobres sabendo ler, escrever e fazendo contas básicas.

      Me desculpem, mas o dicurso bonito de vocês apenas esconde o intento de preservar um privilégio típico da classe média, que é ter ensino superio de graça para os filhos.

      Nosso sistema é muito injusto. As família pagam uma fortuna por escolas particulares na base ou tem que se sujeitas a escolas públicas de baixa qualidade.

      No entanto, quando acessam o ensino superior, é tudo de graça. Não pagam nem o estacionamento.

      E nem fazem doações depois que se formam, crescem e, muitas vezes, enriquecem.

      Isso é justo aonde?

       

      1. Temos que melhorar todos os

        Temos que melhorar todos os níveis de educação, concordo, porém, quem disse que cobrando mensalidades nas universidades públicas, haverá melhoria dos outros níveis ? Que tal pagar menos juros de dívidas, e, aplicar a sobra na educação em geral ?

      2. Meu primeiro e segundo grau

        Meu primeiro e segundo grau foram em escolas públicas. Entrei na faculdade sem fazer cursinho, na época em que só se entrava via vestibular.

        Esqueceu do PNE, que destina 10% do PIB para a educação? Esqueceu dos royalties do pré-sal? O governo está pavimentando o caminho para melhoria da educação em TODOS os níveis.

        Também não devemos esquecer da responsabilidade de cada instância federativa. Educação básica é de responsabilidade de estados e municípios. Não basta o governo federal ter mais dinheiro, mas também é necessário melhorar a gestão estadual e municipal desses recursos.

        Enfim, privatizar a universidade não deve ser opção para escolher entre o resto do ensino público. Devemos melhorar todos os níveis. Ou então, teremos uma multidão de jovens com ensino médio e fora da universidade, principalmente quando forem cursos com maior carga horária, que impeçam o trabalho de forma simultânea.

        Eu, por exemplo, cursei Ciências da Computação. Mas se minha vocação fosse a medicina, estaria em apuros. No meu tempo, só rico entrava nas federais, pois podia fazer quantos cursinhos quisesse, o dia todo, sem precisar trabalhar pois o pai pagava tudo.

        1. meu primeiro e segundo grau

          Minha trajetória é parecida com  a sua: escola pública até o Ensino Medio  (detalhe meu pai era padeiro e minha mãe costureira). Consegui cursar  PUC-SP com bolsa de 80%  e tive muita dificuldade para pagar os 20%  porque tinhamos que ajudar nas despesas da casa. Quando me formei demorei muito para conseguir pagar o saldo devedor, cheguei a ficar inadiplente, foi uma luta muito grande,  sou a favor de cotas, a favor de bolsas, do Prouni etc.etc.

          Fui professora da rede publica em SP por anos e conheço de perto como a Educação  Publica foi destruida nestes 20 anos de PSDB e o estrago que o Aécio realizou em Minas Gerais . Não acredito em copiar modelos, seja americano ou europeu temos que traçar nosso proprio caminho onde a Edcuação, a Saúde e a Segurança sejam prioridades , buscando a excelência.

           

    2. Nunca precisei de Bolsa, também.

      Jorge Luis, sua luta é idêntica a minha. Passei pelas mesmas dificuldades que você, e mesmo assim sou a favor dos benefícios socias. A diferença é que não sou loiro de olhos azuis, e sim negro. Dilma 13.

  6. quarta-feira, 19 de maio de

    quarta-feira, 19 de maio de 2010

    PMDB propõe cobrança nas universidades públicas

     

    Da Agência Estado

    Principal aliado do PT na campanha de Dilma Rousseff à Presidência, o PMDB apresentará proposta para o programa de governo com pontos que colidem com o que os petistas pregam. No capítulo da educação, o PMDB aconselha Dilma a instituir “progressivamente” a cobrança de mensalidade nas universidades públicas federais, caso seja eleita presidente.

    O partido escalado para ocupar a vaga de vice na chapa acha que o governo deve cobrar prestação dos alunos “cuja renda familiar anual seja superior a 150 salários mínimos”, a referência corresponde hoje a R$ 76.500,00.

    “Essa proposta é inconstitucional”, avaliou o jurista Dalmo de Abreu Dallari, ao destacar que o artigo 206, inciso IV da Constituição, garante a gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.

    Para Dallari, a sugestão é “puramente demagógica” e não tem futuro. “Trata-se de expressão de egoísmo e insensibilidade social”, afirmou.

    Nas diretrizes do programa de Dilma, aprovado no 4.º Congresso do PT, em fevereiro, os petistas propõem exatamente o contrário. Diz o texto que, para ter educação de qualidade e constituir uma sociedade do conhecimento, será necessário “aprofundar o processo de expansão das universidades públicas”.

    http://pitanganewsbrasil.blogspot.com.br/2010/05/pmdb-propoe-cobranca-nas-universidades.html

     

    1. Segundo Eduardo Cunha, lider

      Segundo Eduardo Cunha, lider do PMDB na Câmara dos Deputados, metade dos parlamentares do partido estão alinhados com o PSDB e não com o PT.

      Então, não é surpresa.

  7. Meias verdades
    Como está virando hábito neste espaço, o texto é um festival de meia verdades misturadas com insinuações. Espero que a eleição venha logo para que as coisas voltem ao normal.

    A comunista China e os polos de inovação tecnológica do mundo emergente, Singapura e Coreia do Sul, cobram de seus alunos taxas para ingressar nas universidades públicas. A mensalidade não cobre 10% dos custos, mas existe um valor simbólico em contribuir para algo que promove o interesse dos alunos.

    No Canadá, não existem universidades públicas, mas o acesso ao ensino superior é bem melhor do que no Brasil: as mensalidades são subsidiadas pelo governo (mas não são gratuitas) e o os alunos, dependendo da renda, tem acesso à bolsas de estudo que devem ser parcial ou totalmente restituídas após um ano do término do curso. Detalhes: as bolsas são condicionadas ao bom desempenho escolar.

    O problema do ensino superior americano tem uma origem completamente diversa. Em primeiro lugar, o excesso de crédito estudantil levou o custo de frequentar uma universidade às alturas, especialmente na Ivy League. Em segundo lugar, a geração pós-Baby Boomers cresceu com a ilusão de que devem escolher o curso que gostam sem preocupação com o retorno financeiro. Resultado: milhares de jovens que gastaram meio milhão em cursos como literatura árabe do século X e que depois de formados, precisam pagar o empréstimo com um emprego de salário mínimo.

  8. O ensino público gratuito é a

    O ensino público gratuito é a maneira que o pobre tem de ter um diploma de nível superior, mas na prática, nos cursos de maior procura e que remuneram melhor, a classe média e alta quem se faz presente.

    Engraçado a nossa classe média revoltada, que diz que os seus impostos sustentam pobes vagabundos e os ricos parasitas, que dizem que levam o país nas costas, defenderem um candidato a favor do fim da Universiade pública gratuita. 

    Pode-se até tirar o pobre da universidade, por isso sou contra, mas a classe média que tanto alega sofrer e não ser beneficiada, vai ser prejudicada também. 

    E como o dinheiro das privatizações, que seria para a saúde e educação, o dinheiro economizadono ensino público superior vai acabar nas mãos dos credores da dívida pública. 

    A universidade pública gratuita beneficia os pobres e, sobretudo, a classe média raivosa. A classe média não foi prejudicada nos governos do PT, embora seus beneficios sejam mais dificeis de mensurar que os das classes altas e baixas. O seu único prejuízo é o seu “empobrecimento relativo”, devido aos ganhos maiores das classes mais baixas (Aeroportos que parecem rodoviárias. A classe média tradicional foi muito mais prejudicada nos governos Tucanos, pela não correção adequada da alíquota do IR (Que persiste no governo atual) e pelas reduções salariais e diminuição na atividade econômica.

    Aécio não deveria ser o candidato da classe média e alta contra Dilma candidata dos pobres. Tem gente que se sente representado  por Aécio, mas não é. Diria que se o eleitor fosse totalmente consciente e votasse por interesse próprio, Aécio não teria sequer 10 % dos votos.

  9. Fácil definir um critério

    Marido ou mulher – servidor público – renda mensal – R$ 13.000,00

    Marido ou mulher – servidor público – renda mensal – R$ 5.000,00

    Filho que não trabalha e entrou na Universidade Pública – renda mensal – ZERO

    Renda familiar per capita R$ 6.000,00

    Exemplo: PUC RS Ciência da computação Valor das demais mensalidades (da 2ª à 6ª): R$ 1.861,01

    Preço do curso em uma universidade pública: R$ 500,00 por mês, corrigido anualmente em função do IPCA.

    Acima da renda familiar per capita de R$ 500,00 por mês o valor da mensalidade seria majorado proporcionalmente, até um limite máximo de R$ 1.000,00.

    Pronto, o cálculo está feito, a verba poderia ter destinação específica para o programa de cotas ou então de bolsas de pré-vestibulares para alunos de menor renda, dessa forma os recursos seriam mantidos no próprio sistema universitário público. Abaixo da renda familiar per capita de 6.000,00 o curso seria gratuito. Isso atende a esmagadora maioria da classe média (a de verdade) e deixa o sistema em condições de solvência.

    1. Pare de defender o

      Pare de defender o indefensável. Você está querendo que as pessoas subsidiem a educação duplamente. Nossos impostos já bancam o (parco) ensino, e melhor: é rateado por 100% da população, inclusive as classes cheirosas que mandam os filhos para o exterior.

      No seu modelo o custo cai no lombo do assalariado. É mais uma mordaça financeira para o povo.

      1. Se é indefensável, você pode

        Se é indefensável, você pode me explicar pq os Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e outros países desenvolvidos possuem TODAS AS UNIVERSIDADES pagas? Que eu saiba Harvard, Oxford, Cambridge e tantas outras universidades são privadas e nem por isso os pais deixam de pagar os outros impostos. O exemplo dado é muito bom e atende para quem realmente precisa que a universidade seja de graça. As universidades públicas brasleiras estão sucateadas, não produzem mais tecnologia, apenas repetem feitos já descobertos,os alunos não tem segurança pois não há dinheiro pra garantir isso, as salas são o inferno no calor e os laboratórios possuem equipamentos da época da segunda guerra mundial. Não acha que esse dinheiro serviria para ajudar a desenvolver a faculdade sendo que, ainda assim, as pessoas que não tem condição, não precisariam pagar? Não acha muito melhor do que financiar universidade privada para o povo? Pensa bem pq o que o FIES faz nada mais é do que repassar dinheiro DO POVO para o EMPRESÁRIO dono da universidade. Nesse caso o dinheiro DO POVO seria aplicado NO POVO.

        1. Não sei se você sabe, mas nos

          Não sei se você sabe, mas nos EUA a escola pública é a que “funciona”, ou seja os pais tem cerca de 16 anos para juntar dinheiro para pagar a universidade. Aqui é o oposto, passamos (quem tem condições) até os 17 anos pagando escolá pública. 

  10.  A ideia de cobrar a os
     A ideia de cobrar a os alumnos não é ruim, porem todo dinheiro recaudado deve servir exclusivamente para subsidiar as bolsas dos alunos mais carentes e con talento. A USP esta cheia de gente de clase media sem talento algum, e que se encontra lá unicamente por que  tiveram uma boa formação na escola… e isso não implica que seus estudos universitarios sejam satisfactorios. Esa gente tem que pagar!

  11. Felizmente no Brasil de hoje

    Felizmente no Brasil de hoje cada vez tem menos desa turma dos “”direitos”” de tudo e de graça e tem cada vez mais cidadãos que consideram que tudo tem custo e se algo é de graça é porque outro trabalha para pagar, ao fim do dia NADA É GRATIS na vida, alguem está pagando. Universidade gratuita é uma aberração, não tem logica para o total da população, quem não tem nenhum filho na universidade publica gratuita acaba pagando pelo sortudo que nem conhece.

    Na verdade a velha esquerda adora universidade publica porque lá sempre tem uma cota de desocupados, os “”estudantes profissionais”” que são a base de movimentos,blac blocs, manifestações, assembleias, coletivos,  é a turma do violão e fumo, que moram tambem de graça nos alojamentos  e lá ficam por décadas, de curso em curso, vivendo a custa de todos e ainda descolando namorados que se ligam nos mochileiros tatuados cabeludos.

    1. Ricos mandam os filhos pra universidades públicas

      No meu tempo, nos cursos de  Engenharia, Medicina e Direito, não tinha pobre frequentando, só “filhinho-de-papai”

    2. Quanto preconceito em um

      Quanto preconceito em um único comentário .. vc é o típico eleitor de direita que não suporta ouvir a palavra  “Inclusão social”  por esse  e diversos outros motivos eu quero esse fantasma do conservadorismo fascista bem longe do meu Brasil … Não podemos retroceder , precisamos ser progressistas , precisamos olhar pra frente e caminhar , TODOS  JUNTOS  ….   Sem distinção.

    3. O que acontece no Chile ??? Queridinho dos tucanos…

      Pois o pais coqueluche dos tucanos, o Chile, a anos enfrenta uma grave crise, pois a sociedade chilena cansou do ELITISMO nas universidades e quer a ESCOLA PÚBLICA E GRATUITA, para todos. É balela falar em que os filhos de familias mais ricas iriam pagar e os pobres teriam bolsas, uma FORMA PRECONCEITUOSA DE CRIAR DUAS CLASSES DE ALUNOS OS QUE PAGAM E OS POBRES QUE ESTUDAM ÀS CUSTAS DOS OUTROS. Só a escola pública e gratuita para todos e um processo seletivo amplo, como o que ocorre com o ENEM é que vai garantir o equilíbrio no hiato social. Se os ricos estão tão preocupados com a sustentação das universidades, e admiram tanto os gringos, porque não agem minimamente como eles, com generosas doações às universidades???? Aqui só querem se apropriar das benecesses do estado. Vejam que na área de segurança, se o valor gasto com segurança privada tivesse 1/3 dele destiando à segurança pública, o orçamento dos estados para a área seriam dobrados, e com certza os resultados seriam infinitamente superiores aos que se obtem com a segurança privada.

  12. Não tem nada de privatizar

    Isso é uma afirmação estúpida. Como já defendeu Cristovam, a idéia é os filhinhos de papai pagarem pelos estudos nas universidades federais. O que tem isso a ver com privatização? Pagamos INSS e o SUS não é privado, ora bolas!

    Retirar orçamento dos pobres para famílias que tem condições de bancar os filhos é uma péssima distribuição da renda nacional.

    Não é difícil de entender.

  13. ENSINO PÚBLICO GRATUITO

    Garantir ensino público gratuito e de qualidade, em todos os níveis, é a única forma de construir um futuro mais digno, mais justo e menos desigual. A privatização do ensino é o veneno com o qual a direita golpista pretende asfixiar os mecanismos de ascensão social e impedir o acesso do povo à cultura e à produção científica. Este plano cruel dos neoliberais direitistas mostra que a juventude consciente deve apoiar a reeleição da Presidente Dilma, para preservar as políticas de redução das desigualdades.

  14. tucanos x privatização

    Para e Elite Brasileira, você não é NADA, você nã EXISTE. Você  é apenas MERCADORIA. É assim que é  tratada a EDUCAÇÃO.    Então se você quiser  EXISTIR  Terá que  pagar para a  ELITE. Essa é a idéia.

     

     

     

  15. Ensino pago = elite feliz

    Muintos dos caciques do PSDB esqueceram que estudaram em escolas e Universidades públicas. FHC estudou em colegios particulares, mas fez graduação na USP, pq. não fez uma particular? Jose Serra estudou em colegios públicos, mas se graduou na Poli-USP, não fez particular pq. o pai era de classe média baixa, atualmewnte deve ter esquecido suas origens. Pimenta da Veiga graduado na Universidade Federal do RJ. Assim vai os inumeros caciques do PSDB.
    Provavelmente seus filhos e netos devem ter estudados ou estudam em Universidades públicas.
    No tempo em que estiveram no governo não valorizaram os professores, não investiram na educação, para esconder a degradação da falta de investimento, adotaram a politica de não reprovar ninguem (as mães tinham orgulho de dizer que seus filhos nunca repetiram na escola), apesar de não saberem ler e fazer as 4 operações.
    Creio que eles não devem estar gostando de seus filhos e netos terem que conviver com em salas atualmente frequentadas pelo povão, pelos pobres, pelos moradores de Conjuntos Habitacionais.
    Não devem estar gostando em ter que dividir espaço no trânsito com esse monte de pobres que nunca tiveram carros, ter que entrar em avião cheio de pobres que finaciam viagens de férias em 12 prestações.
    Frequentar as mesmas praias e pontos turisticos antes só ocupadas pela elite.
    Eles devem ter odio dos pobres estarem frequentando Universidades Estrangeiras pelo programa Ciências sem Fronteiras, frequentando Universidades Federais que adotaram a nota do Enem, frequentando Universidades particulares atraves do financiamento estudantil.
    Muintos desses caciques, quando em palanques falam com orgulho que estudaram em escolas públicas, então não dá para entender porque agora estão cuspindo no prato que comeram?

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