A imprensa é elitista, preconceituosa e antipluralista?

A imprensa é elitista, preconceituosa e antipluralista?Joaquim Barbosa responde.

 

“Nosso sistema penal é um sistema muito frouxo. É um sistema totalmente pró-réu, pró-criminalidade. Não há sistema penal em países com o mesmo nível de desenvolvimento do Brasil tão frouxo, que opere tanto pró-impunidade”.

“Pelo que vejo, vocês (representantes da entidade de magistrados) participaram de forma sorrateira (na aprovação da emenda constitucional que cria quatro tribunais regionais federais). São responsáveis na surdina, pela aprovação”.

“Há muitos (juízes) para colocar para fora. Esse conluio entre juízes e advogados é o que há de mais pernicioso”.

“Nós temos partidos de mentirinha. Esta é uma das grandes deficiências, a razão pela qual o Congresso se notabiliza pela ineficiência”.

As Frases acima, ditas por Joaquim Barbosa, fazem parte da matéria intitulada: “Crítico –geral da República, Barbosa acumula desafetos” – 28 de Maio de 2103. Publicadas no Estado de S. Paulo.

Palavras contundentes, sem dúvidas. Descontextualizadas com certeza. Escolhidas a dedo, é óbvio.

A reportagem reforça a imagem de que: congresso e congressistas não prestam. Os partidos não existem. E os advogados mantém relação promíscua com certos juízes. E mais, Joaquim Barbosa é o “cara”. Honesto. Pulso firme. Corajoso. Ponderado.

Mas o assunto deste meu artigo não é propriamente o perfil do ministro, e se ele é bom ou não, mas sim a matéria de cunho tendencioso publicada no jornal. E o eterno trabalho de formiguinha do diário para desacreditar o governo perante a sociedade.

Fica evidente na reportagem, outra vez, que só publicam notícias que possam ajudar no objetivo mor, ou seja: derrubar o governo Dilma. Nada ético.

O prato da vez foi Joaquim Barbosa e seus destemperos. Suas palavras ajudam a derrubar a presidenta? Se sim, publiquem. Se não, inventem. Não dá para inventar. Então esqueçam.

Solapar os alicerces democráticos e colocar no seu lugar outra democracia, a sem povo, é a meta. Para 2014. A elite não se conforma com a perda do poder político. Como seu asseclas (PSDB, DEM e outros) não conseguem ganhar no voto, apelam para esses mecanismos: manipulações, com feições intelectualizadas e profissionais. É claro.

Bem, me desculpem se fica cansativo falar sobre este assunto, golpe e manipulação por parte da imprensa hegemônica, muitas vezes, mas se faço é por um simples motivo: eles procedem de modo semelhante. Apenas rebato. Todos os dias jornais, revistas e noticiários, martelam nas nossas cabeças o mesmo assunto, igual propaganda: o governo federal não presta, tudo está errado, eles querem censurar a liberdade de expressão, o Brasil era perfeito antes de Lula, o país está um caos, só tem corrupto, a imprensa é imparcial e pluralista e etc.  

E mais, a tentativa de regular as mídias é coisa de petista. Comunista. Socialista. E outros bichos mais. E de tanto dizer e redizer, o ruim se torna bom. O bom, ruim. 

Não é assim mesmo que os meios de comunicação se portam? Batendo na mesma tecla, sempre? E se fazem isso é porque funciona. Contra chato, chato e meio.

Porém, vamos admitir que a mídia esteja corretíssima nesse caso: ninguém no congresso é competente e o ministro, e atual presidente, do STF, sua excelência Joaquim Barbosa é o homem que o Brasil precisa. Lúcido. Sensato. Imparcial. Senhor da razão. Fala verdades que muitos, por medo, não falam. E a imprensa apenas cumpre o papel jornalístico de informar, de modo neutro.

Então, partindo dessas primícias, leiam estas outras frases ditas pelo Barbosa, não publicadas na matéria.

“A imprensa brasileira é toda ela branca, conservadora. O empresariado, idem. Todas as engrenagens de comando no Brasil estão nas mãos de pessoas brancas e conservadoras.”

“A mídia brasileira é afetada pela ausência de pluralismo”.

“A justiça condena pobres e pretos, gente sem conexão. As pessoas são tratadas de forma diferente de acordo com seu status, cor de pele ou poder econômico”.

“Vossa Excelência está destruindo a justiça desse país. (…) Vossa Excelência não está na rua, Vossa Excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro. (…) Vossa Excelência, quando se dirige a mim, não está falando com os seus capangas do Mato Grosso, ministro Gilmar Mendes”. Sabemos que Gilmar Mendes é inimigo ferrenho do Congresso e dos partidos progressistas e o primeiro a declarar a constituição inconstitucional, no mundo.

Agora, tirem suas conclusões sobre a imprensa a partir das palavras do presidente do STF.

Outra coisa, será que ele criou mais um desafeto, a mídia, no caso, e não sabe?

Redação

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