Cantam loas a mídia brasileira: Ângela Merkel foi reeleita. Irá comandar novamente a mais forte nação europeia, a Alemanha. Terceiro mandato consecutivo. A mulher mais tempo no poder. Símbolo vivo de um neoliberalismo mal acabado.
Porém digo: aos que chegaram a compará-la com Margareth Thatcher, a “dama-de-ferro”, primeira ministra inglesa, outro ícone da direita, peço calma: Thatcher morreu odiada pelos ingleses. Houve quem propusesse, inclusive, que seu enterro fosse privatizado, tal a penúria imposta pela dama, na década de 80, à população inglesa em nome de ajustes ou equalizações das contas. Merkel, ao contrário é bem-quista e admirada pelos seus patrícios.
Não é para menos, a Alemanha é uma ilha de prosperidade em meio à crise econômica que assola a União Europeia, desde 2008.
A taxa de desemprego bate recordes na Grécia, Portugal, Espanha, Chipre e Itália. A França oscila. Então, como não reconhecer e reeleger uma mulher que soube conduzir o país de maneira tão primorosa por caminhos tortuosos, não é mesmo?
De doze países que tiveram eleições só na Alemanha o governo permaneceu o mesmo. Os ancoras dos telejornais deram está noticia como se fosse mérito. A imprensa se agarra na única representante do neoliberalismo que acreditam que deu certo.
Não é bem assim. A Alemanha antes da crise já era o país mais rico e influente do velho continente. Tinha como se defender. E o fez de maneira impiedosa. Usando todas as armas da cartilha liberal varreu o colapso econômico para as outras nações. Notadamente as mais fracas. Interferindo diretamente na soberania dos mesmos. E, portanto no respeito e dignidade da população. O povo grego que o diga, mais aperto a “troika” vai exigir.
Usando como “muleta” a União Europeia, medidas amargas de controle de fiscal foram impostas aos associados em crise. Pois, afirmaram, se medidas amargas não fossem adotadas o continente (leia-se Alemanha) implodiria, com consequências imprevisíveis.
Ou seja, a UE é união quando se trata de riqueza e poder. E desunião quando os problemas econômicos ameaçam os mais poderosos.
É o mesmo proceder dos norte-americanos em relação aos latino-americanos. Quintal e costumeiro depósito de lixo deles.
Bem, no entanto a mídia brasileira, na pressa de exaltar Ângela Merkel e sua exemplar maneira de como conduzir uma nação, fortaleceu a posição de quem querem sistematicamente destruir, PT e a Dilma Rousseff.
Pois, façamos justiça, se há alguém para se comparar a chanceler alemã, sem receio de errar, este alguém é a presidente Dilma.
O Brasil, assim como a nação germânica, está com a inflação controlada, baixíssimas taxas de desempregos. Investindo em saúde, educação e programas sociais de inclusão. Se desenvolvendo.
Resumidamente, em meio à crise que assola o planeta desde 2008, o Brasil é uma ilha de prosperidade. Combate à corrupção com a mesma veemência que defende nossa soberania.
E, fez tudo isso, sem ter o mesmo poder econômico e sem recorrer ao expediente vergonhoso de crescer às custas da miséria de outros países.
Então, como se percebe não há necessidade de pedir para Merkel se candidatar à presidência do Brasil, como querem alguns. Basta Dilma Rousseff ser reeleita, concordam?
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