A devassa da Lava Jato

Os blogueiros sujos apostam que Lula será absolvido da acusação sacada contra ele pelo MPF/PR. Alegam que as testemunhas de acusação confirmaram a inocência do ex-presidente petista. Não creio que isto seja muito relevante.

Todas as testemunhas ouvidas na Devassa aberta para investigar a Inconfidência Mineira confirmaram que Tomás Antonio Gonzaga não participava de discussões políticas. Ele debatia poesia com seus amigos, quando as discussões deixavam de ser poéticas ele se retirava do local. Nas oportunidades em que os saraus ocorreram na casa dele, Gonzaga se recolheu para dormir antes dos inconfidentes discutirem a sedição. Em seu depoimento ele disse que nunca se envolveu ou quis se envolver em qualquer tipo de debate que colocasse em xeque a autoridade Real da qual o poder dele derivava.

Apesar disto, Tomás Antonio Gonzaga foi condenado por presunção. Na sentença, o Juiz encarregado do caso destacou que o fato do réu não ter confessado era irrelevante. Como era juiz ele conhecia as técnicas de interrogatório e sabia exatamente como evitar produzir prova contra si mesmo.

No caso da Lava Jato a condenação de Lula é certa. A sentença provavelmente foi escrita no dia em que Sérgio Moro recebeu a acusação. A ausência de provas apenas reforçará a tese de que pelo contexto Lula cometeu sim o crime descrito na denúncia. O PowerPoint de Dellagnol provou a centralidade do ex-presidente nos eventos criminosos narrados.

Além disto, as testemunhas podem ter dolosamente inocentado Lula, político que lhes fez favores lucrativos. O simples fato dele ter sido Presidente é suficiente para que o petista seja considerado o chefe da quadrilha investigada nos processos da Lava Jato.

Sérgio Moro é um típico caçador de cabeças https://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/sergio-moro-e-os-cacadores-de-cabecas-por-fabio-de-oliveira-ribeiro. No processo contra Lula ele poderá invocar a paradigmática condenação de Tomás Antonio Gonzaga para condenar o réu. Jurisprudência histórico-histérica tipicamente brasileira, entendem…

 

Fábio de Oliveira Ribeiro

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