A deselegância de Soninha

A deselegância de Soninha

Por João Paulo Caldeira, do Blog Pauta Pub

Me assusta a velocidade com que a Soninha jogou no lixo seu potencial político. Em questão de 4 anos, passou de alternativa à velha política a uma caricatura ambulante que ninguém leva a sério, seu eleitorado encolheu e hoje sua atuação se resume a defender a candidatura de Serra. No blog de seu gabinete, chamou Haddad de filho da puta com toda as letras e em caps lock. Que deselegante


Este texto contou com o dedo de Max Fischer. Qualquer erro, a culpa é dele.


    
Agora pouco vi um post Gabinete da Soninha no qual ela atacava o Haddad mostrando como a educação no Brasil havia piorado. Logo no começo já mistura alhos com bugalhos dizendo que “os centros urbanos estão mais sujos, mais violentos. Aumentar a capacidade de consumo sem melhorar a Educação é uma tragédia (…)“, confundindo causa e consequência e misturando qualidade do ensino – que é importante, claro – com problemas estruturais e sociais da cidade, cidade esta, que convém lembrar, ela esteve no comando da subprefeitura da Lapa nesta mesma gestão (e que, segundo ela, foi um sofrimento).

Não li o texto inteiro, porque meu objetivo aqui não é este. Quem quiser se aventurar está aqui. Lá pelas tantas ela chama Haddad de filho da puta com todas as letras e em caps lock. Que deselegante, diria Sandra Annenberg.

Print Screen do referido texto – na postagem original ela tirou o filho da puta

Me assusta a velocidade impressionante com que a Soninha jogou no lixo todo o potencial político que tinha. Há exatos quatro anos atrás, eu estagiava na Bandeirantes e Soninha concorria à prefeitura. Em um dos debates organizados pela emissora, ela chegou lá de bicicleta, para mostrar como aquilo era viável. Eu lembro bem que na PUC muita gente votou nela no primeiro turno. Ela poderia ter se tornado a alternativa para uma parcela grande da juventude que é desiludida com política e que quer alguém novo.

Eu mesmo, confesso, gostava dela e das ideias dela. Por algum motivo, ela conseguiu jogar tudo isso fora.

Hoje, virou uma caricatura ambulante de si mesma, não sendo levada a sério pelo grupo que hoje ela defende – por causa do episódio da maconha – e nem pelo eleitorado mais liberal, que não consegue engolir as pérolas que ela solta no twitter ou no Ask.fm.*

Seu eleitorado encolheu, prova cabal da redução de sua influência: se em 2008 ela conseguiu mais de 250 mil votos, em 2012 não conseguiu mais de 170 mil.  Quem votou nela há quatro anos procurou outras pastagens, como Chalita,  o próprio Haddad ou mesmo o voto nulo.

Essa última tentativa de “colaborar” com a campanha do Serra me cheira a desespero.

Chega a ser triste.

*(para não me acusarem de estar trabalhando para o outro lado, coloco uma citação na integra de uma pergunta feita no Ask.fm: “Quão difícil é criticar um governo com 80% de aprovação popular e defender uma candidatura que representa uma prefeitura com 80% de reprovação? Você é do contra ou acha que a maioria é burra mesmo?” Resposta dela: Acho.)

Luis Nassif

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