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  1. Empreiteiras do Lava Jato e o buraco do metrô em São Paulo

    Do Tijolaço

     

    29 de novembro de 2014 | 12:29 Autor: Miguel do Rosário         

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    Os procuradores que foram à Suíça buscar os documentos oferecidos pelo Ministério Público de lá, com informações ligadas ao escândalo da Petrobrás, estão de parabéns.

    Merecem o destaque que tiveram na grande mídia.

    Nada como termos um Ministério Público atuante, vigilante e corajoso, enfrentando os poderosos.

    É de se lamentar, todavia, que, no caso do cartel dos metrôs em São Paulo, conhecido como o trensalão, a postura tenha sido diametralmente oposta.

    Ninguém foi à Suíça pegar documentos.

    A Suíça enviou documentos ao Brasil, e os mesmos foram “esquecidos” numa gaveta do MP federal de São Paulo.

    O procurador que esqueceu os processos numa gaveta acaba de ser perdoado por Gilmar Mendes.

    É bom lembrar que o trensalão tem conexões com o escândalo das empreiteiras, porque são elas que abrem os buracos e fazem as obras.

    Vocês lembram do escândalo do “buraco do metrô“?

    O Consórcio Via Amarela, formado pelas empreiteiras Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez, era responsável pelas obras.

    Em 12 de janeiro de 2007, um buraco gigante se abre em São Paulo, matando 7 pessoas, ferindo outras tantas e destruindo centenas de casas.

    Ninguém foi punido até agora.

    E olha que morreu gente, e tratava de um problema ainda maior do que pagar propina a funcionário de estatal.

    O problema de usar material de baixa qualidade para fazer as obras.

    Neste caso, nem sei se podemos acusar o MP de ter esquecido o processo numa gaveta.

    A promotora Eliana Passareli, que assumiu o processo em 2009, explicou que a principal dificuldade está em ouvir as 112 testemunhas de defesa.

    Pois é, mas dificuldade por que?

    Teria faltado apoio da cúpula do Ministério Público?

    O procurador-geral da República não quis dar declarações sobre o episódio?

    Ou será porque a justiça, neste caso, não estaria sendo leniente, quase cúmplice?

    Nem a mídia jamais fez pressão.

    Não interessava, porque não atingia o PT.

    Se houvesse investigação séria naquele momento, em 2007, talvez pudéssemos ter evitado alguns dos problemas vividos na Petrobrás.

    As empreiteiras que tocavam as obras do metrô eram as mesmas flagradas, pela Operação Lava Jato, pagando propina a diretores ou ex-diretores da Petrobrás.

    Seus comandos executivos eram os mesmos.

    Possivelmente, o modus operandi na relação com o governo de São Paulo e as estatais era o mesmo.                                 

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=23356  

  2. INVESTIDOR ESTRANGEIRO NÃO DÁ

    INVESTIDOR ESTRANGEIRO NÃO DÁ “BOLA” PARA A “CRISE” E SEGUE APOSTANDO FIRME NO BRASIL

        

    (Do Blog) – Enquanto, aqui dentro, refém da síndrome da “crise” e do “fim do Brasil”, muita gente está com medo de fazer negócios ou adiando investimentos, os estrangeiros, menos afeitos à imprensa local e aos comentários nos portais da internet, continuam apostando firme na segunda economia das Américas e  sétima maior do mundo.

     

    A Comissão Econômica para a América Latina, informa que, até setembro, o IED – Investimento Estrangeiro Direto, caiu em cerca de 28%, em média, no continente, com destaque negativo para o México (- 18%), tido como o “queridinho” dos mercados. Enquanto isso, ainda segundo a CEPAL, o Brasil foi o único país em que cresceu o Investimento Estrangeiro Direto – acima de 8% – que deverá se manter em um patamar superior aos 60 bilhões de dólares até dezembro, sem queda expressiva com relação aos últimos anos.

    Segundo informa o “Valor Econômico”, as estatísticas do Banco Central mostram que os investidores nacionais e estrangeiros reagiram de forma bem distinta quanto a  um segundo mandato para  Dilma Roussef.

    Se o investidor local, no período eleitoral e pós eleitoral, tirou dinheiro do país, os estrangeiros –  certamente motivados pelo fato de o Brasil ter voltado a ter superávit primário no mês passado, ainda ter reservas acima de 375 bilhões de dólares, com uma dívida líquida pública de apenas 33% do PIB, e por recomendações de compra de ações como as da Petrobras, feita pelo Deutsche Bank, há alguns dias – apresentaram forte aporte em IED e na compra de títulos públicos e ações, com ingresso conjunto, no país, de mais de 11 bilhões de dólares em outubro. Mais informações: http://noticiasbancarias.com/economia-y-finanzas/03/11/2014/la-inversion-extranjera-en-america-latina-disminuye-un-23/73236.html#comment-1309 http://www.streetinsider.com/Analyst+Comments/Deutsche+Bank+Starts+Petrobras+(PBR)+at+Buy/10030402.html

    http://www.maurosantayana.com/2014/11/investidor-estrangeiro-nao-da-bola-para.html

  3. Roubar ou não roubar?
    O

    Roubar ou não roubar?

    O cronista Carlos Heitor Cony escreveu que a corrupção faz parte do nosso DNA. Citou o prefeito do Rio, Mendes Âncora, e o Maracanã, JK e a construção de Brasília, Maria Andreazza e a ponte Rio-Niterói e Itaipu binacional como exemplos tratados pela mídia como de corrupção sem precedentes. O empresário Ricardo Semler, 55 anos, sócio da Semco, disse em artigo na Folha de S. Paulo que “nunca se roubou tão pouco”. Segundo ele, hoje a corrupção engole 0.8% do PIB brasileiro contra 3.1% e até 5% no passado. Semler é tucano de carteirinha. Fez campanha para Aécio. Mas denunciou a hipocrisia dos que criticam a impunidade e vão gastar em Miami o muito que ganham irregularmente.

    Semler lembrou também que quase todo mundo pratica diariamente pequenos atos de corrupção no Brasil como “aceitar um pagamento sem recibo para o médico” ou dar uma cervejinha para o guarda aliviar isto ou aquilo. A direita ironizava o PT por se colocar como o criador de tudo, até da roda, no Brasil com o famoso “nunca na história deste país”. De repente, passou a dizer que “nunca história deste país se roubou tanto”, atribuindo ao petismo praticamente a invenção da corrupção em grande escala. Há, ao menos, cinco problemas nessa abordagem.

    O PT, que pregava contra a corrupção, atolou-se nela. Nunca pagará suficientemente por suas contradições e por sua arrogância moralista, o que é uma forma de seus adversários dizerem que o odiavam mais quando estava certo.. Mas fez a melhor política social do país desde Getúlio Vargas, a melhor na vigência da nossa tão esquálida democracia. O bolsa-família, mesmo como ampliação de mecanismos anteriores, e o ProUni são revoluções na paisagem excludente brasileira. Isso absolve o PT? Não. A corrupção, porém, também não anula esse feito. O roubas, mas faz não vale. O que foi feito tampouco deixa de valer. Então? O simplório fica complicado. O simples vira complexo. O PT costuma ter o PMDB, o PP e outros na sua companhia nos grandes escândalos que marcam a sua biografia. O PSDB, principal crítico da roubalheira petista, tem o privilégio da precedência no mensalão e o ônus da semelhança com o Petrolão no propinoduto de São Paulo.

    Falar dessas equivalências provoca uma reação ensaiada: defesa dos ladrões petistas? Chantagem barata. Atribuir ao petismo a invenção da corrupção ou o seu recorde tem a ver com uma estratégia ideológica destinada, antes de tudo, a invalidar suas políticas sociais. É isso que incomoda realmente. Por causa disso se deve perdoar ou tolerar o PT que manda no país? Não. O petismo não perdoa. Se o petrolão fosse tucano, o PT estaria exigindo pena de morte para todos os envolvidos. Aqui se faz, aqui se paga. É o lema da corrupção que faz a festa das empreiteiras e o caixa de campanha dos partidos. Sempre se roubou. Sempre se roubará? Somos um país de ladrões?

    Não há lugar para a dúvida shakespeariana entre nós: roubar ou não roubar? Roubar.

    Nossa dúvida existencial é outra: como preservar e ampliar as políticas sociais do petismo acabando, ao mesmo tempo, com o triste hábito nacional da corrupção? Certamente isso não aconteceria pela simples entrega do poder aos tucanos. Só quem acredita em Papai Noel se convenceu de que nada havia de irregular nos aeroportos nas terras da família de Aécio Neves. Nosso único consolo é que nunca se investigou e puniu tanto a corrupção no Brasil. A impunidade começará a chegar ao fim quando deixarmos de falar ao celular enquanto dirigimos.

    É isso.

    Talvez.

    http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=6729

  4.  
    TERCEIRO TURNO?

    Faltou 

    TERCEIRO TURNO?

    Faltou combinar com os eleitores

    Ao analisar os seus resultados, as recentes eleições para o congresso e executivo apontaram para um desejo de continuidade, o ímpeto de mudança que teria dominado o país era mais um desejo dos comentaristas do que um diagnóstico preciso.

    por Guilherme Scalzilli

    Foto: Mídia NinjaO último processo eleitoral brasileiro foi marcado pela continuidade. A maioria absoluta dos deputados federais e estaduais reelegeu-se. (1) Metade dos senadores em fim de mandato alcançou o objetivo. Dos dezoito governadores que tentaram permanecer no cargo, onze conseguiram. Oitenta milhões de votantes endossaram a polarização entre PT e PSDB, rejeitando as candidaturas presidenciais alternativas. Cerca de 54 milhões optaram depois pela via situacionista, dando-lhe a quarta vitória seguida.

    Os resultados frustraram as expectativas de renovação acima das médias históricas (2) e, principalmente, de uma derrota do governo federal. Isso aconteceu porque o ímpeto de mudança que teria dominado o país era mais um desejo dos comentaristas do que um diagnóstico preciso. Em outras palavras, a perspectiva de transformação do cenário político baseou-se na projeção de anseios setorizados e teve natureza essencialmente propagandística.

    O equívoco nasceu nos consensos do campo midiático sobre as manifestações populares do ano passado. Ansiosos para domesticar a perigosa simbologia dos protestos e sua polêmica pauta original, certos observadores apressaram-se em acomodá-los sob um denominador comum. O suposto desejo coletivo de mudança foi então adotado como fator identitário e unificador do fenômeno heterogêneo e caótico das manifestações.

    Essa leitura também ajudava a neutralizar ideologicamente a militância. Uma reação generalizada “contra tudo que está aí” dispensava plataformas e condicionantes sociais ou partidárias. Era a essência positiva de qualquer atitude rebelde, inclusive quando os seus argumentos se mostravam rasteiros, como nas falácias sobre os gastos com a Copa do Mundo. (3) O mesmo valia para a ilusão “tática” dos blocos mascarados. (4)

    Logo a mídia passou a instrumentalizar a revolta com fins eleitorais. A condenação do radicalismo das ruas serviu para reforçar sua antítese pacífica e ordeira, a mudança pelo voto. O mantra apaziguador “a resposta será dada nas urnas em outubro” virou moda na imprensa corporativa, adquirindo uma tonalidade pedagógica de forte viés autoritário.

    Claro que todos previam a influência desse discurso na disputa presidencial vindoura, fortemente plebiscitária e polarizada. A naturalização do mote novidadeiro disseminava e fortalecia o apelo de qualquer candidatura oposicionista que se tornasse competitiva. E conferia uma fachada isenta ao antipetismo preponderante nos veículos.

    A jogada tinha algum respaldo histórico. Nas pesquisas de 1989, por exemplo, a mudança política foi o motivo mais citado para a decisão final de voto, particularmente a dos eleitores do vitorioso Fernando Collor. (5) Em 2002, a metáfora da esperança brandida por Luiz Inácio da Silva utilizou apelo semelhante. (6)

    Ao longo de 2014, contudo, a novidade sucumbiu à vulgarização midiática. Repetido nos slogans de Dilma Rousseff (“Muda Mais”), Aécio Neves (“Muda Brasil”) e Marina Silva (“Coragem pra mudar o Brasil”), o conceito diluiu-se até perder o sentido. Serviu tanto para o governo acenar com melhorias quanto para a oposição amenizar seus elogios aos programas federais. Virou um rótulo camaleônico a serviço do oportunismo.

    Parece inegável que as narrativas mudancistas do marketing eleitoral dialogavam com efetivas demandas da sociedade. Mas as versões jornalísticas desses anseios tomavam-nos como parte do legado subjetivo dos protestos, e não como suas causas, exagerando a possível influência deles sobre as urnas. Se as manifestações escancaravam a falência do sistema representativo, (7) dificilmente prenunciariam uma guinada institucional que dependesse da própria estrutura sufragista caduca.

    Os prognósticos de renovação eleitoral falharam ao simplificar demais as motivações do voto no país. Fizeram de um fenômeno socioculturalmente delimitado um microcosmo representativo da maioria, ignoraram os enormes contingentes populares que não aderiram à febre reivindicatória e desconsideraram os estímulos morais e pragmáticos do chamado “eleitor não-racional”, decisivo em qualquer disputa. (8)

    Misturando estratégia publicitária com análise conjuntural equivocada, a apologia da mudança pelo voto iludiu os círculos oposicionistas a ponto de comprometê-los moralmente com a fantasia redentora. O espírito vingativo que se apossou dos derrotados é consequência direta dessa perplexidade rancorosa contra os eleitores que baldaram suas previsões.

    http://www.diplomatique.org.br/acervo.php?id=3086

     

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