Clipping do dia

As matérias para serem lidas e comentadas.

Redação

10 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. MP acusa Beto Richa por improbidade…

    … no massacre do Centro Civico 

    (Diego Ribeiro e Amanda Audi – Gazeta do Povo)

    O governador Beto Richa, o ex-secretário da Segurança Fernando Francischini, os coronéis da PMCésar Kogut, Arildo Luís Dias, Nerino Mariano de Brito e o tenente-coronel Hudson Teixeira foram acusados formalmente de improbidade administrativa pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), nesta segunda-feira (29), em razão da “batalha” do Centro Cívico, no dia 29 de abril. O anúncio sobre a ação foi feito pelo MP exatamente no dia em que o episódio que deixou 213 feridos completou dois meses.

     

     

  2. Quem resiste à bicicleta não o faz por má-fé, mas por burrice…

    Entrevista obrigatória. Esse secretário é, na minha opinião, um dos grandes acertos do haddad.

    Como não sei linkar o titulo, vai por extenso mesmo. http://www.revistaforum.com.br/blog/2015/06/quem-resiste-a-bicicleta-nao-o-faz-por-ma-fe-mas-por-burrice-mesmo/

     

    ‘Quem resiste à bicicleta não o faz por má-fé, mas por burrice mesmo’

    Em entrevista, o secretário municipal de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, chefe da pasta que gerencia a mobilidade urbana da maior capital do país e a implementação das ciclovias, afirma: “Não é um programa de esquerda, é uma questão de Estado”

    Por Brasil de Fato, Fluxo Lab, Mídia NINJA e Revista Fórum

    “O espaço público não está à venda.” É assim que o secretário municipal dos Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, explica a opção da gestão municipal em dar prioridade ao veículo não-motorizado.

    Após uma intensa polêmica, que chegou à Justiça, a Prefeitura inaugura hoje (28 de Junho) uma ciclovia na avenida mais famosa da cidade, a Paulista. “Foi uma situação surreal, [mas] a cidade ganhou”, afirmou Tatto em relação à disputa com os defensores dos carros.

    O desfecho positivo da batalha que tomou quase todo o seu tempo frente à secretaria encheu Jilmar Tatto de energia. Tanto que não foi preciso fazer perguntas para que ele disparasse a falar sobre o assunto. E foi exatamente assim que se deu o início da entrevista abaixo, logo após ele ser apresentado aos jornalistas da Revista Fórum,Brasil de Fato, Fluxo Lab e Mídia NINJA.

    O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto (Foto: NINJA)

    O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto (Foto: NINJA)

    Jilmar Tatto — Não estamos inventando a roda. Tem várias cidades no mundo pensando sobre mobilidade. Na verdade, estamos fazendo alguns ensaios de uma São Paulo mais agradável e para todos. Aquela fotografia ali [aponta para a parede] é da Radial Leste.

    O problema da cidade não é falta de espaço público. O problema viário — de parede a parede, segundo o Código Nacional de Trânsito — é muito grande. Se você pegar uma rua secundária, o espaço também é largo de parede a parede. Mesmo que tenha um carro que vai, e outro que volta, dos dois lados têm automóveis estacionados. “Essa ideia de que o viário não comporta não é verdadeira. O problema é outro e ele se chama carro.”

    Teve gente que teve a ousadia e gastou um tempo precioso para contar o que tem na foto. Ela tem 18 ônibus, 210 carros, 28 motos e oito caminhões. Nesses 18 ônibus, considerando 60% de lotação, algo que não é absurdo, têm 864 pessoas. No carro, 294 pessoas, considerando 1,4 por veículo. A moto e caminhão, 1 por 1. Do ponto de vista da ocupação do espaço, 1.555 m² é o ônibus que está ocupando e o carro, 4.116 m². Percebem? Aí começa o problema da democratização do espaço público. Do ponto de vista ambiental e da saúde, aquelas 864 pessoas estão consumindo 70 kg de CO2, enquanto o carro está consumindo 429 kg.

    Se a gente fizer uma mágica, tirar todos os carros e substituir por ônibus, você consegue ter quase oito vezes mais pessoas andando nesse espaço e, ao mesmo tempo, cinco vezes menos de CO2. Nesse espaço, você conseguiria carregar muito mais gente, aumentar a calçada, ter ciclovia, faixa exclusiva para ônibus e um espaço para o carro.

    Avenida Paulista em junho de 2014. Por falta de negociação do poder estadual com reinvidicações dos trabalhadores, os metroviários entraram em greve deixando mais de 4,6 milhões de usuários sem transporte (Foto:  NINJA)

    Avenida Paulista em junho de 2014. Por falta de negociação do poder estadual com reinvidicações dos trabalhadores, os metroviários entraram em greve deixando mais de 4,6 milhões de usuários sem transporte (Foto: NINJA)

    Jornalistas Livres — Essas proporções se repetem pela cidade?

    Jilmar Tatto — Nas vias principais, sim. É uma realidade de São Paulo. Com a faixa exclusiva, a gente deu uma organizada nisso. A partir da pesquisa Origem e Destino, da qual a SPTrans participa, a gente sabe por quais motivos as pessoas saem de casa. Resultado: 46% são pelo trabalho, 32% para estudo. Por isso, na época de férias, a cidade fica mais tranquila, pois há muita gente estudando. Ainda há 4,4% para compras e 4% em função de saúde e lazer, cada.

    Há aqueles que reclamam que os carros não têm espaço, mas 80% do viário é ocupado por eles. E a frota de carro aumenta cada vez mais. Sobre os que defendem o carro, não acho que é má-fé ou ideológico, acho que é burrice, mesmo. É um problema de inteligência.

    Jornalistas Livres — Segundo pesquisas, a maior parte da população apoia faixas de ônibus e ciclovias. A resistência a essas medidas não é desproporcional ao apoio da população?

    Jilmar Tatto — Eu acho que tem diminuído a resistência, mesmo da mídia e de comerciantes, dos setores organizados. Ninguém fala mais de faixa exclusiva de ônibus, e a gente continua fazendo faixa exclusiva. Nós vamos proibir o carro de subir na 14 Bis e vamos fazer faixa exclusiva dentro do túnel Nove de Julho.

    Toda semana se continua fazendo e ninguém fala mais. Essa resistência diminuiu, a cidade venceu. E olha que foi duro fazer faixa exclusiva. Eu fiquei 2013 só respondendo sobre isso, todo santo dia. Em relação à ciclovia, é a mesma coisa, tem diminuído. Não significa que eles concordaram, significa que eles perderam a batalha. Há resistência em tudo que você faz de novo na cidade.

    Jornalistas Livres — Mas quem resiste ao novo?

    Jilmar Tatto — Você tem alguns setores e, seus colegas, a mídia, são os que ajudam bastante. Ajudam a não mudar a cidade.

    Investir no transporte público e no veículo não-motorizado não é um programa de esquerda. Não é um programa de direita.

    Isso tem a ver com uma decisão de Estado, de como você pensa a cidade. Aqui, um governo de direita tem dificuldades em adotar medidas que mudem a cidade. Mas em Buenos Aires, por exemplo, quem fez corredor de ônibus e ciclovia foi um prefeito de direita, a esquerda fala mal lá. A única diferença é que para fazer mudanças estruturais, um governo de esquerda tem mais ousadia, mas é uma questão de Estado.

    Se você tivesse a mídia ajudando a fazer o debate, e nem precisa ser chapa branca, nem nada, seria muito mais honesto… A mídia poderia apresentar qualquer foro de discussão, de ativista, de ciclovia, de carro, em universidades, e veríamos quais são as soluções propostas.
    Os americanos já perceberam que não adianta aumentar o viário. Estamos falando do óbvio.

    Jornalistas Livres — As campanhas para as eleições municipais dependem muito do setor de transporte como financiador. O governo não acha que isso pode atrapalhar no processo eleitoral que começa ano que vem?

    Jilmar Tatto — Nunca pensamos nisso. A questão do financiamento de campanha está sendo debatida no Congresso e a campanha tem que ser feita durante a campanha. Você não pode tomar uma decisão e formular uma política pública pensando em quem financia a campanha. Seria o fim de uma gestão. Nós estamos beneficiando o transporte público. Segundo este raciocínio, estamos privilegiando o ciclista, que, do ponto de vista do financiamento de campanha, é tudo pobre. O debate não tem a ver com financiamento, tem a ver com pensar a cidade.

    Jornalistas Livres — No caso de uma não-reeleição do prefeito Fernando Haddad (PT), esse processo de transição da mobilidade ficaria prejudicado?

    Jilmar Tatto —Pela experiência que se teve com José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (ex-DEM e atual PSD), paralisa, infelizmente. Por que paralisa, mesmo tendo apoio da população? Porque os agentes, as forças organizadas, que não querem a mudança têm um peso muito grande nas gestões de direita na cidade.

    Por exemplo, uma associação de comerciante que chega em um prefeito estilo Serra e fala “não vai passar ciclovia aqui”, acaba ganhando ouvidos, e ele tende a não implementar a ciclovia.

    Eu falei do comerciante, mas envolve o taxista, o motoboy, o vereador, o deputado, o juiz, o promotor, todo mundo. Você vai fazendo e o pessoal vai aparecendo. Eles não conseguem dizer “não”, por isso as mudanças acabam paralisadas. Se você pegar o final da gestão do Kassab, verá que ele fez algumas faixas exclusivas de ônibus. Pintou, sinalizou, fez tudo direitinho, mas não colocou em funcionamento, porque isso implicaria em tirar carros das ruas, e o comércio reclamou.

    A prefeitura está sofrendo também pressão das montadoras, que estão com queda nas vendas. Mas a verdade é que as montadoras estão fadadas ao fracasso.

    Pátio de veiculos da fábrica da Volkswagen em São José dos Campos, em São Paulo. (Foto: Stringer/Brazil)

    Pátio de veículos da fábrica da Volkswagen em São José dos Campos, em São Paulo. (Foto: Stringer/Brazil)

    O debate sobre o transporte público é tão sério, e não tem volta, que as montadoras estão no esforço de dizer: “Meu carro não polui.” Todo esforço é para criar um carro não poluente. A questão da poluição é só um dos elementos, não é o único. Nós estamos discutindo espaço público. É o problema maior, é o que não está à venda na cidade. “Carro híbrido”, “carro elétrico”… isso é problema deles. O gestor público não precisa debater implementar pedágio, aumentar o rodízio. Não tem que fazer nada disso. Tem que aumentar calçada, fazer ciclovia, ter espaço do ônibus e o espaço do carro. Se ele [carro] fica parado, é um problema dele. Você deu opções.

    Jornalistas Livres — O pedágio no centro seria uma solução?

    Jilmar Tatto — Pra quê? Tem que fechar o centro para o carro. Não quero pedágio. Não quero que só quem tem dinheiro entre no centro.

    Tem que fechar, para quê ter carro no centro? Tem que ter ônibus, bicicleta. O cara tem dinheiro, então ele vem pro centro? Tem gente que fala “eu entro no corredor de ônibus, eu não ligo de pagar multa, mas poderia tirar a pontuação”. Ainda diz que é bom para a Prefeitura. Olha a cabeça do cara. Não é questão de dinheiro. O espaço público não está à venda.

    Nós apenas aplicamos a legislação, hierarquizando prioridades. Em primeiro lugar, o pedestre, depois, o ciclista e, em terceiro, o transporte público. O carro fica lá embaixo. Do ponto de vista do espaço público, é o contrário do que nós tínhamos.

    Jornalistas Livres — Isto se refere ao alinhamento com o Plano Nacional de Mobilidade?

    Jilmar Tatto —Exatamente. A ação recente do Ministério Público invertia essa ordem, nem fazia menção ao plano, dizia que o carro era o principal meio de transporte.

    Jornalistas Livres — Como foi a batalha jurídica para implementar as ciclovias?

    Jilmar Tatto —A cidade ganhou. Qual foi a origem disso? Um dos setores contrários entrou no Ministério Público e uma promotora acatou. Fui para Justiça e, felizmente, o Judiciário não concordou. Toda linha de raciocínio da promotora tentava disfarçar a defesa do carro, falando de qualidade, de ausência de planejamento, do preço, porque é difícil a privatização do espaço público e o carro. Um grupo de estudantes de 5ª série ganha esse debate [entre carro e ciclovia]. Foi uma coisa surreal.

    Por exemplo, a questão do preço: Nós estamos gastando R$ 80 milhões para fazer 400 km de ciclovias. A gestão anterior gastou R$ 180 milhões para construir uma única ponte, por onde não passa nem pedestre, nem ônibus e nem bicicleta. Isso é caro.

    Ponte estaiada Octavio Frias, em São Paulo, que custou 184 milhões de reais. Foto: Marcosleal / CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons

    Ponte estaiada Octavio Frias, em São Paulo, que custou 184 milhões de reais (Foto: Marcosleal / CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons)

    Jornalistas Livres — Pode haver retrocesso na adoção do modal de ciclovias?

    Jilmar Tatto — Retroceder não, mas dependendo do andamento das próximas gestões, pode haver paralisação. O Plano Diretor prevê 1,5 mil km de ciclovia até 2030. Estamos fazemos 400 km e vamos chegar a 500. Ou seja, a partir de 2016, serão necessários cerca de 500 km por gestão para alcançar a meta.

    Jornalistas Livres — Para o uso da bicicleta ter sucesso é preciso ter integração com outros modais. No caso da cidade de São Paulo, o transporte público não é somente municipal, é também estadual e metropolitano. Como a integração está sendo pensada?

    Jilmar Tatto — Todos os terminais de ônibus da SPTrans tem bicicletário. Claro que ajudaria muito mais se houvesse integração com o transporte metropolitano, mas outras instâncias governamentais não têm uma visão de futuro sobre o tema do transporte público. O Bilhete Único, por exemplo, está integrado com o transporte sobre trilhos (CPTM), mas não está integrado com os ônibus intermunicipais.

    Para as cidades da Região Metropolitana de São Paulo há um bilhete específico, o Bom. Qual o sentido disso? Por que dois bilhetes para integrar regiões tão próximas e dependentes? Isso é uma excrecência. Por que não está integrado? Eu não sei. Acredito que seja porque nos intermunicipais quem manda são as empresas concessionárias.

    Jornalistas Livres — As pessoas têm medo de andar de bicicleta em São Paulo, por conta de acidentes, do tráfego intenso e até mesmo por falta de hábito. Qual é o papel de campanhas de incentivo ao uso de bicicleta para que haja adesão maciça da população?

    Jilmar Tatto — Não há necessidade de campanha de incentivo. A existência da ciclofaixa e o respeito a ela é o suficiente. Uma prova foi o uso de bicicleta na Paulista antes da obra e durante a obra. Foi um crescimento visível e impressionante mesmo antes da faixa estar pronta. E isso não acontece somente na Avenida Paulista. Acontece em todos os lugares onde temos instalado faixas. Percebemos que temos é que fazer as ciclovias. Basta elas estarem lá para que sejam usadas. Mas é necessário fazer campanhas de conscientização sobre mobilidade e segurança, sim.

    Bicicletada percorre a Av. Paulista sob forte chuva durante protesto. A morte de uma ciclista, atropelada por um ônibus, levou mais de 2 mil pessoas a protestar pela construção de mais ciclovias em Março de 2012. (Foto:NINJA)

    Bicicletada percorre a Av. Paulista sob forte chuva durante protesto. A morte de uma ciclista, atropelada por um ônibus, levou mais de 2 mil pessoas a protestar pela construção de mais ciclovias em março de 2012 (Foto:NINJA)

    Jornalistas Livres — Entre ano passado e este ano, houve duas paralisações de motoristas de ônibus que quase não foram noticiadas pela mídia. O prefeito Haddad chegou a dizer que isso seria uma manobra de sindicatos contra a Prefeitura. Quais são, ou eram, as demandas dos profissionais, e como a Prefeitura respondeu a estas demandas?

    Jilmar Tatto — O que existe hoje na cidade de São Paulo é uma concessão do transporte. Na concessão, as empresas precisam operar o sistema e cabe à prefeitura fiscalizar. Neste caso, houve várias reivindicações. Desde reivindicações legítimas dos trabalhadores sobre as condições de trabalho e aumento de salário. Motorista de ônibus é uma das profissões mais estressantes que existem. Este ano, os profissionais já fecharam um aumento de 9% e por isso não haverá paralisações. Mas há brigas internas do sindicato. No ano passado, os sindicatos trabalhistas fizeram acordo com o sindicato patronal.

    O aumento foi aprovado em assembleia. Mas parte da diretoria do sindicato discordou da aprovação e resolveu organizar paralisações, deixar passageiros no meio da rua, parar ônibus em avenidas bloqueando o tráfego etc. Formas completamente selvagens de manifestação. E há também, e estamos atentos a isto, conluio entre as entidades patronais e trabalhistas. Isso é ilegal, não pode. A cidade já foi refém desse tipo de atitude nas gestões Luiza Erundina e Marta Suplicy (à época, ambas do PT). E aí não tem perdão.

    Aí é descer o sarrafo mesmo, ação imediata. Não pode confundir ser democrata com ser mole. Temos que ficar atentos, pois é um setor sensível, de serviço essencial, e tem gente neste setores que querem ‘prefeitar’.

    Nestes casos, acionamos o Ministério Público, com quem temos uma relação muito boa. Conversamos com os promotores que entendem deste setor e atuamos de forma conjunta.

    Jornalistas Livres — São Paulo tem um estudo amplo sobre o custo do transporte e quando, no início do ano, foram concedidos passes-livre aos estudantes, houve uma discussão bastante maniqueísta do tema. A prefeitura contratou um serviço de auditoria para avaliar o setor. Quais as conclusões dessa auditoria?

    Jilmar Tatto —São Paulo é a única cidade do Brasil em que a receita não está nas mãos dos empresários. Isso foi feito na época da gestão da Marta. O controle do dinheiro do sistema é feito pelo poder público. Quando terminou a concessão antiga, em 2013, demos início ao processo para as novas concessões, com algumas mudanças.

    As manifestações de junho de 2013 acabaram por fazer o prefeito perceber que a cidade não estava segura para uma concessão de longo prazo, deste volume de dinheiro.

    Uma das inquietações era sobre quanto a prefeitura pagava por este serviço, mesmo com contrato público, acompanhamento do Tribunal de Contas do Município (TCM) e da Câmara de Vereadores etc. Aí o prefeito resolveu contratar uma auditoria. No resultado final, não foi constatado nenhum absurdo. O que foi contratado foi pago e entregue. Mas ficou o questionamento: como aprimorar o serviço nos novos contratos? Acabamos por mudar mais coisas e, assim, saiu o decreto. Está na mesa do prefeito neste momento e deve ser publicado na próxima semana, enquanto a previsão é que o edital saia no mês que vem.

    Jornalistas Livres — Quais as resoluções tomadas a partir dos dados que a SPtrans e prefeitura dispõem? Quando elas entram em vigor e quais são os efeitos esperados disto?

    Jilmar Tatto — A partir do próximo contrato, acabam-se as concessões. As empresas serão Sociedade de Propósito Específico (SPS), constituídas unicamente para esta atividade. Ou seja, elas não poderão ter outros contratos e responder a outras licitações. Ao fim do contrato, as SPS são encerradas e as empresas acabam. Isso garante que o sistema paulistano não será contaminado por problemas de um grupo que, por exemplo, atenda a múltiplas licitações. É um contrato de exclusividade.

    Também não poderão operar cooperativas, pois concluímos que, nesta área, isso significa necessariamente a precarização do trabalho, e fica muito difícil fiscalizar as condições dos profissionais. São mudanças radicais, mas o gestor não pode ser refém de nada, pois representaria o fim do Estado. Também mudamos o sistema de remuneração. A grosso modo, ela não será 100% do custo, porque este formato não favorece a qualidade do serviço. O novo modelo será: 50% custo, 40% volume de passageiros e 10% a qualidade do atendimento, que será definida por pesquisa de opinião junto ao usuário.

    Jornalistas Livres — Em longo prazo, com o aumento da eficiência do transporte público, dá para se pensar no barateamento ou na contenção no aumento da tarifa?

    Jilmar Tatto — A tendência nas cidades é ter uma tarifa mais barata, se não zero. É um movimento importante que está acontecendo no Brasil e é inevitável. Por exemplo, há 390 mil estudantes de São Paulo que pagam tarifa zero. Quem que eu acho que tem que pagar a tarifa: o usuário tem que pagar um pedaço, o Estado tem que pagar um pedaço, o usuário do carro tem que pagar um pedaço, por meio da gasolina. Esse é o plano, e as empresas que dão vale transporte também.

    Hoje as empresas não pagam praticamente nada. Nem os usuários de carros. Na minha opinião, todas as empresas têm que pagar pelo vale-transporte, mesmo se não pegar. Porque ele está à disposição. Só não pega quem não quer, então tem que pagar. A tendência é baratear. Não sei quem vai pagar, e alguém vai ter que pagar a conta, mas essa é a tendência. Vai haver uma pressão dos movimentos sociais para isto.

    Jornalistas Livres — O ministério que mais recebeu cortes no plano federal foi o das Cidades. Isso pode impactar nas obras na cidade de São Paulo?

    Jilmar Tatto — O calendário da chegada do recurso está atrasado, e isso atrapalha as obras, não adianta achar que não. Precisa refazer o calendário, que acaba atrapalhando o planejamento. Mas a cidade está preparada, tudo está licitado, apenas aguardando o dinheiro da Dilma (Rousseff).

    Jornalistas Livres — Os taxistas estão se opondo ao aplicativo Uber. Esta mesma resistência aconteceu em outras cidades do mundo, que, por fim, adotaram o sistema. Como o senhor acha que vai ser o desfecho em São Paulo? A longo prazo, esse tipo de tecnologia facilita parte do problema da mobilidade?

    Jilmar Tatto —Existe uma lei na cidade que diz que quem pode transportar passageiro e cobrar por isso é o táxi. É uma lei. Nesse sentido, se alguém tiver fazendo este serviço está ilegal e nós temos apreendido alguns carros por isto.

    Se o Uber quiser se cadastrar, teremos que mudar a lei. Não tem nada a ver com aplicativo ou tecnologia, tem a ver com o serviço, que é proibido. No contexto da dificuldade de mobilidade e pensando a longo prazo, a sociedade terá que ir se adaptando às novas tecnologias que vão surgindo, pois é inevitável. Foi o que aconteceu em outras cidades, legislações foram modificadas. Mas cada cidade tem um modelo. Nova Iorque teve um modelo, a Europa tem alguns modelos.

    Paralisação de taxistas em São Paulo no dia 27/03/2015. (Foto: NINJA)

    Paralisação de taxistas em São Paulo no dia 27/03/2015 (Foto: NINJA)

    Jornalistas Livres — São Paulo está há cinco anos sem novas licenças de táxi. Há carros suficiente pra atender a população da cidade?

    Jilmar Tatto —Entre os táxis existe uma divergência, tem uma parcela que quer novos alvarás e uma parcela que não quer. Há um mercado cativo já, né? Então, se desenha duas situações: quem tem passageiro certo quer o aumento da tarifa, quem não tem, não quer. Taxista de aeroporto, rodoviária, shopping, ou onde há circulação intensa de pessoas quer o aumento. Quem não está nesses locais, não quer aumento.

    São Paulo não tem quantidade de táxi suficiente pra atender a população. É um fato, um dado da realidade: ninguém consegue encontrar táxi à noite, finais de semana, dias de chuva etc. Também há um problema de qualidade de serviço, mas esse não é por falta de táxi.

    Jornalistas Livres — Nesse caso, qual o papel da prefeitura?

    Jilmar Tatto — Regular e regulamentar, tentar disciplinar isto. E o táxi ganhou o benefício de usar as faixas exclusivas dos corredores. E isso ajudou muito no serviço. A qualidade do táxi melhorou. Também não se permite mais ser carro pequeno, carro velho. Mas ainda há muita deficiência, especialmente em eventos, quando temos muita reclamação. Temos de mudar isto.

    Jornalistas Livres — Qual a expectativa dessa gestão para o Elevado Costa e Silva, mais conhecido como Minhocão? Agora, ele será fechado a partir das 15h de sábado. Mas um dia ele vai ter fim? Será derrubado ou vai virar um parque? Quando veremos mudanças reais?

    Jilmar Tatto —O Plano Diretor aponta que temos que dar um destino ao Minhocão. Para mim, o futuro é derrubar aquilo lá. Não tem serventia para nada.

    Um lugar que não passa pedestre, não passa bicicleta e não passa ônibus serve para quê, afinal? A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) tem um estudo que garante que derrubar não causa dano ao tráfego da cidade.

    Para mim, só há benefício em derrubar o Minhocão. Ninguém entende mais de trânsito viário na cidade de São Paulo do que a CET. Os técnicos que fazem simulação, estudos, que estão em campo, que planejam a cidade, esses caras entendem, e eles dizem que o impacto seria muito pequeno. O motorista se redistribui pelas vias laterais.

    Se quem entende do assunto fala que não vai causar, por que questionar? Às vezes, aumentar a via, aumenta ainda mais o tráfego. A lógica da engenharia de mobilidade não é uma lógica linear, e não é feita para que o usuário ache outra via para o seu carro, mas pra achar uma alternativa de transporte público. Quando você incentiva obra viária, o motorista é incentivado a usar a via. Quando você restringe, ele não é incentivado, e logo vai deixar o carro em casa.

    Jornalistas Livres — Houve uma reformulação das linhas de ônibus recentemente em São Paulo, umas foram inclusive suspensas, e há muita reclamação principalmente das periferias. Há ônibus que foram substituídos por vans e microônibus, e que hoje estão superlotados. Quais os planos para resolver isso?

    Jilmar Tatto — Vamos falar primeiro sobre microônibus, não estamos acabando totalmente com o micro, porque para alguns locais o acesso viário não comporta ônibus grande. Mas a ideia é que os carros pequenos de hoje sejam trocado por veículos maiores. Aonde o viário comportar, teremos carros maiores. Isso está garantido na próxima licitação. Em relação ao corte, todo desejo do usuário é ele sentar no ponto inicial e ir a seu destino final no mesmo ônibus. Mas assim a cidade trava, pois o corredor ficaria lotado.

    O problema na cidade não é falta de ônibus, é corredor lotado. Não adianta nada ter a linha que vai até o centro, se ele ficar parado no corredor. Então, temos que troncalizar, reorganização deste sistema e os terminais que cumprem esse papel. Se o usuário não paga outra passagem, e o Bilhete Único resolveu isso, e se a baldeação for rápida, que ganhe tempo e não perca, ele se convencerá que foi um bom negócio. Este é o nosso desafio e eu estou bastante otimista.

    Jornalistas Livres — Há planos pra rede noturna se expandir?

    Jilmar Tatto — Sim. A linha noturna está sendo um sucesso e por isso estamos expandindo nesse momento o número de carros no horário, pois há locais com grande volume de passageiros. Disponibilizamos mais 17 ônibus, e este crescimento é tendência. É assim: você cria um serviço que não existe e as pessoas o adotam. Aí ele começa a se expandir. A cidade vai pedindo e vamos melhorando cada vez mais.

     Foto de capa: Leon Rodrigues / SECOM PMSP

     

  3. Dilma com Obama nos EUA

    Uma terça-feira na qual os meios de comunicação do brasil farão de tudo para esconder, minimiar, ocultar, diminuir, distorcer, burlar, ignorar, criar factóides… sobre os fatos reais envolvidos nos encontros da Presidenta Dilma e seus Ministros com o Presidente Obama e seus Secretários.

    Mesmo o que seja de suma importância para o Brasil não vai aparecer na TV; se aparecer vai ser truncado, cortado, moldado para a desqualificação do assunto e de seus personagens. Este é o script. 

  4. Delator faz TCU correr para “pedalar” juras de inocência. Piment

    Tijolaço

    Delator faz TCU correr para “pedalar” juras de inocência. Pimenta nos olhos dos outros…

     

    30 de junho de 2015 | 01:58 Autor: Fernando Brito  

    tcu

    E o Tribunal de Contas da União saiu correndo para “apagar” o incêndio causado pela informação de que o megadelator Ricardo Pessoa, da UTC, pagava uma “mesada” a Tiago Cedraz, filho do ministro daquela corte, Aroldo Cedraz, para cuidar dos interesses da empresa.

    E que, para aprovação do processo de concorrência da Usina de Angra 3 teria recebido nada menos que um milhão de reais para  obter uma decisão do interesse da construtora…

    Segundo o Estadão, “durante meses, conforme noticiado pela própria imprensa”, Pessoa  “tenta ‘construir’ uma delação recheada de autoridades para atenuar os ilícitos dos quais é réu confesso, sem nenhum respaldo de prova ou documento”.

    Note o distinto leitor e a atenta leitora que, enquanto o Poder Executivo, que não é tribunal, mantem-se numa posição neutra, sem absolver ou condenar previamente a ninguém, exceto aos confessos, a corte que tem o dever de equilíbrio e análise de qualquer acusação, pedala velozmente para absolver quem sequer foi formalmente acusado.

    Eu convivi com administração pública tempo suficiente para não colocar tribunais de contas em meu altar. Ainda assim, não condeno ou absolvo ninguém, nem mesmo lá, sem provas. Apenas me guardei e me protegi, porque bobo não senta naquelas cadeiras.

    Mas é, no mínomo estranho que um tribunal que não teve vergonha de “punir” previamente o Governo Dilma pelas taos “pedaladas fiscais” que, quando muito, são uma operação meramente contábil, praticada não apenas na administração pública como na empresarial – atrasar determinados pagamentos para outro mês de competência ou para o exercício seguinte – apresse-se a concluir previamente pela inocência de seus integrantes e aderentes.

    É o caso de perguntar se o empresário que “tenta construir uma delação cheia de autoridades pra atenuar os ilícitos dos quais é réu confesso” só pode usar como recheio, com credibilidade, figuras do PT.

    Quando os pagamentos alegados são para integrantes do PSDB ou para gente que usa toga, aí é mentira.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=27960

  5. Santayana: Estado brasileiro não é gigante; mundo defende suas e

    Tijolaço

    Santayana: Estado brasileiro não é gigante; mundo defende suas empresas

     

    29 de junho de 2015 | 23:36 Autor: Fernando Brito 

    funci

    Cometo o pecado de, pela extensão, publicar apenas um trecho do longo e lúcido artigo de Mauro Santayana, hoje, com farta argumentação, comprovando que o Estado brasileiro nem de longe é hipertrofiado como nos querem fazer acreditar – o papo dos 39 ministérios, dos quais quase a metade são simples secretarias ou dirigentes com “status” legal de Ministros – e, em seguida, como os países desenvolvidos não misturam o punir dirigentes de empresas (e nem sempre) envolvidos em corrupção com a manutenção do papel estratégico que estas empresas desempenham.

    Ao olhar atento de Santayana não escapou a notícia, publicada quase na surdina, que o maior empregados do mundo é, disparado o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, com 3,2 milhões de pessoas apenas nas Forças Armadas e agências de segurança, entre elas a recém-famosa National Security Agency, a NSA da espionagem. A CIA e o FBI não estão na conta, pois não são vinculados ao Departamento de Defesa, mas aos de Estado e de Justiça, respectivamente.

    Fixe bem: os EUA tem mais militares e agregados a eles que todos – todos, mesmo – os funcionários públicos da União, dos Estados e dos mais de 5 mil municípios brasileiros, segundo dados do IBGE, em 2012.

    Nossas Forças Armadas, modestíssimas, têm 10% dos efetivos norte-americanos, para cobrir um território equivalente. Nem a China, imensa e com 4,3 vezes mais habitantes que os EUA, alcança a multidão militar norte-americana.

    Pequena na quantidade, nossa Defesa precisa, a todo custo, do desenvolvimento tecnológico que vem, a duras penas, desenvolvendo com alguns dos grandes grupos atingidos em cheio pela Lava Jato e que, irresponsavelmente, querem destruir a pretexto de punir dirigentes corruptos, o que paós algum do mundo confunde, isso se os pune.

    Meu pecado é ainda mais grave quando o trecho que retirei descreve, em minúcias, quem e como joga o jogo da informação e da contra-informação norte-americana na mídia, na Universidade e onde quer que se forme opinião e se influa, com os golpes mais baixos, em políticas e governos de seu interessa. Peço, a quem puder, que me redima lendo, na íntegra, o texto do mestre Santayana.

    A Lava Jato e a Defesa Nacional

    Mauro Santayana (trecho)

    Em suas críticas ao tamanho do Estado e na defesa da privatização a qualquer preço, os neoliberais tupiniquins se esforçam por defender a tese de que o poder de algumas das maiores nações do mundo “ocidental”, os EUA à frente, teria como únicos, principais esteios, o capitalismo, a livre iniciativa e o livre mercado, e defendem, sempre que podem, alegando a existência de “cabides de emprego”, e o grande número de ministérios, a diminuição do setor público no Brasil.

    A informação, divulgada na semana passada, de que, com três milhões e duzentos mil funcionários, o Departamento de Defesa dos EUA é o maior empregador do mundo, tendo em sua folha de pagamento, sozinho, mais colaboradores que o governo brasileiro, com todos seus 39 ministérios, mostra como essa gente tem sido pateticamente enganada, e corrobora o fato de que a tese do enxugamento do estado, tão cantada em prosa e verso por certos meios de comunicação nacionais, não é mais, do ponto de vista da estratégia das nações, do que uma fantasia que beira a embromação.

    Dificilmente vai se encontrar uma nação forte, hoje – como, aliás, quase sempre ocorreu na história – que não possua também um estado poderoso, decidida e vigorosamente presente em setores estratégicos, na economia, e na prestação de serviços à população.

    Enquanto em nosso país, o número total de empregados da União, estados e municípios, somados, é de 1,5% da população, na Itália ele passa de 5%, na Alemanha, proporcionalmente, ele é de 80% a mais do que no Brasil, nos EUA, de 47% a mais e na França, também um dos países mais desenvolvidos do mundo, de 24% da população ativa, o que equivale a dizer que praticamente um a cada quatro franceses trabalha para o Setor Público.

    Esses dados derrubam também a tese, tão difundida na internet, de que no Brasil se recebe pouco em serviços, comparativamente aos impostos que se pagam. Por aqui muitos gostariam de viver como na Europa e nos Estados Unidos, mas ninguém se pergunta quantos funcionários públicos como médicos, professores, advogados, técnicos, cientistas, possuem a mais do que o estado brasileiro, os governos dos países mais desenvolvidos do mundo, para prestar esse tipo de serviços à população.

    E isso, sem ter que ouvir uma saraivada de críticas a cada vez que lança um concurso, e sem ter que enfrentar campanhas quase que permanentes de defesa da precarização do trabalho e da terceirização.

    Aos três milhões e duzentos mil funcionários, cerca de 1% da população norte-americana, fichados apenas no Departamento de Defesa, é preciso agregar, no esforço de fortalecimento nacional dos Estados Unidos, centenas de universidades públicas e privadas, e grandes empresas, estas, sim, privadas, ou com pequena participação estatal, que executam os principais projetos estratégicos de um país que tem o dobro da relação dívida pública-PIB do Brasil e não parece estar, historicamente, preocupado com isso.

    Companhias que, quando estão correndo risco de quebra, como ocorreu na crise de 2008, recebem dezenas de bilhões de dólares e novos contratos do governo, e que possuem legalmente, em sua folha de pagamento, “lobistas”, que defendem seus interesses junto à Casa Branca e ao Congresso, que, se estivessem no Brasil, já teriam sido, neste momento, provavelmente presos como “operadores”, por mera suspeição, mesmo sem a apresentação de provas concretas.(…)

     

    A diferença entre os Estados Unidos, que se dizem “liberais” e “privatistas”, e na verdade não o são, e o Brasil, que cede a todo tipo de pressão, na tentativa de provar, todos os dias, que não é comunista nem estatizante, é que, mesmo quando envolvidas com corrupção – considerada uma espécie de “dano colateral” que deve ser “contornado” e “absorvido”, no contexto do objetivo maior, de permanente fortalecimento do complexo-industrial militar dos EUA – a existência das principais empresas de defesa norte-americanas nunca é colocada em risco.

    Apenas como exemplo, a Lockheed Martin, uma das principais companhias de aviação e de defesa dos EUA, pagou, como lembrou André Motta Araújo no Jornal GGN outro dia, entre as décadas de 1950 e 1970, mais de 300 milhões de dólares, ou 3.7 bilhões de dólares em dinheiro de hoje, de propina para autoridades estrangeiras, entre elas – para quem acha que isso só acontece em paises “sub-desenvolvidos” – o então Ministro da Defesa da Alemanha Ocidental, Franz Joseph Strauss, os ministros Luigi Gul, e Maria Tanassi, o Primeiro-Ministro Mariano Rumor e o Presidente da República Italiana, Giovanni Leone, o general Minoru Genda e o Primeiro-Ministro japonês Kakuei Tanaka, e até o príncipe Bernhard, marido da Rainha Juliana, da Holanda.

    E alguém acha que a Lockheed foi destruída por isso ? Como também informa Motta Araújo, seus principais dirigentes renunciaram alguns anos depois, e o governo norte-americano, no lugar de multar a empresa, lhe fez generoso empréstimo para que ela fizesse frente, em melhores condições, aos eventuais efeitos do escândalo sobre os seus negócios.

    A Lockheed, conclui André Motta Araújo em seu texto, vale hoje 68 bilhões de dólares, e continua trabalhando normalmente, atendendo a enormes contratos, com o poderoso setor de defesa norte-americano.

    Enquanto isso, no Brasil, os dirigentes de nossas principais empresas nacionais de defesa, constituídas, nesses termos, segundo a Estratégia Nacional de Defesa, em 2006, para, com sede no Brasil e capital votante majoritariamente nacional, fazer frente à crescente, quase total desnacionalização da indústria bélica, e gerir alguns dos mais importantes programas militares da história nacional, que incluem novos mísseis ar-ar, satélites e submarinos, entre eles nosso primeiro submersível atômico, encontram-se, quase todos, na cadeia.

    O Grupo Odebrecht, o Grupo Andrade Gutierrez, o OAS e o Queiroz Galvão têm, todos, relevante participação na indústria bélica e são os mais importantes agentes empresariais brasileiros da Estratégia Nacional de Defesa. Essas empresas entraram para o setor há alguns anos, não por ter algum privilégio no governo, mas simplesmente porque se encontravam, assim como a Mendes Júnior, entre os maiores grupos de engenharia do Brasil, ao qual têm prestado relevantes serviços, desde a época do regime militar e até mesmo antes, não apenas para a União, mas também para estados e municípios, muitos deles governados pela oposição, a quem também doaram e doam recursos para campanhas políticas de partidos e candidatos.

    Responsáveis por dezenas de milhares de empregos no Brasil e no exterior, muitos desses grupos já estão enfrentando, depois do início da Operação Lava-Jato, gravíssimos problemas de mercado, tendo tido, para gaúdio de seus concorrentes externos, suas notas rebaixadas por agências internacionais de crédito.

    Projetos gigantescos, tocados por essas empresas no exterior, sem financiamento do BNDES, mas com financiamento de bancos internacionais que sempre confiaram nelas, como o gasoduto do Perú, por exemplo, de quase 5 bilhões de dólares, ou a linha 2 do metrô do Panamá, que poderiam gerar centenas de milhões de dólares em exportação de produtos e serviços pelo Brasil, correm risco de ser suspensos, sem falar nas numerosas obras que estão sendo tocadas dentro do país.

    Prisões provocadas, em alguns casos, por declarações de bandidos, que podem ser tão mentirosas quanto interesseiras ou manipuladas, que por sua vez, são usadas para justificar o uso do Domínio do Fato – cuja utilização como é feita no Brasil já foi criticada jurídica e moralmente pelo seu criador, o jurista alemão Claus Roxin – às quais se somam a mera multiplicação aritmética de supostos desvios, pelo número de contratos, sem nenhuma investigação, caso a caso, que os comprove, inequivocamente, e por suposições subjetivas, pseudo-premonitórias, a propósito da possível participação dessas empresas em um pacote de concessão de projetos de infra-estrutura que ainda está sendo planejado e não começou, de fato, sequer a ser oficialmente oficialmente estruturado.

    O caso Lockheed, o caso Siemens, e mais recentemente, o do HSBC, em que o governo suiço multou esse banco com uma quantia mínima frente à proporção do escândalo que o envolve, nos mostram que a aplicação da justiça, lá fora, não se faz a ferro e fogo, e que ela exige bom senso para não errar na dose, matando o paciente junto com a doença.

    Mais uma vez, é necessário lembrar, é preciso combater a corrupção, mas sem arrebentar com a Nação, e com alguns dos principais pilares que sustentam nossa estratégia de desenvolvimento nacional e de projeção nos mercados internacionais.

    No futuro, quando se observar a história do Brasil deste período, ao tremendo prejuízo econômico gerado por determinados aspectos da Operação Lava-Jato, muitíssimo maior que o dinheiro efetivamente, comprovadamente, desviado da Petrobras até agora, terá de ser somado incalculável prejuízo estratégico para a defesa do país e para a nossa indústria bélica, que, assim como a indústria naval, se encontrava a duras penas em processo de soerguimento, depois de décadas de estagnação e descalabro.

    No Exército, na Marinha, na Força Aérea, muitos oficiais – principalmente aqueles ligados a projetos que estão em andamento, na área de blindados, fuzis de assalto, aviação, radares, navios, satélites, caças, mísseis, submarinos, com bilhões de reais investidos – já se perguntam o que irá acontecer com a Estratégia Nacional de Defesa, caso as empresas que representam o Brasil nas joint-ventures empresariais e tecnológicas existentes vierem a quebrar ou a deixar de existir.

    Vamos fazer uma estatal para a fabricação de armamento, que herde suas participações, hipótese que certamente seria destroçada por violenta campanha antinacional, levada a cabo pelos privatistas e entreguistas de sempre, com o apoio da imprensa estrangeira e de seus simpatizantes locais, com a desculpa de que não se pode “inchar”” ainda mais um estado que na verdade está sub-dimensionado para as necessidades e os desafios brasileiros?

    Ou vamos simplesmente entregar essas empresas, de mão beijada, aos sócios estrangeiros, com a justificativa de que os projetos não podem ser interrompidos, perdendo o controle e o direito de decidir sobre nossos programas de defesa, em mais um capítulo de vergonhoso recuo e criminosa capitulação ?

    Com a palavra, o STF, o Ministério da Defesa, e a consciência da Nação, incluindo a dos patriotas que militam, discreta e judiciosamente, de forma serena, honrosa e equilibrada, no Judiciário e no Ministério Público.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=27950

  6. Joaquim Barbosa critica Dilma: “Nunca vi um Chefe de Estado tão

    Joaquim Barbosa critica Dilma: “Nunca vi um Chefe de Estado tão mal assessorado”

    Por iG São Paulo | 

    30/06/2015 05:26 – Atualizada às  

    30/06/2015 05:35

     

    Ex-ministro do Supremo soltou o verbo contra a equipe de Dilma e disse ainda que a “Constituição não autoriza o presidente a ‘investir politicamente’ contra as leis vigentes”Joaquim Barbosa, ex-ministro do STFDivulgação/STFJoaquim Barbosa, ex-ministro do STF

    Joaquim Barbosa, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, criticou a equipe de Dilma Rousseff logo após a declaração da presidente sobre delação premiada. Dilma afirmou em entrevista durante visita oficial aos Estados Unidos não respeitar o recurso que vem sendo usado por investigados na operação Lava Jato em troca de redução de pena.

    “Eu não respeito delator. Até porque estive presa na ditadura e sei o que é que é. Tentaram me transformar em uma delatora”, disse a presidente.

    Barbosa usou seu perfil na rede social Twitter para alfinetar Dilma e sua equipe. Segundo ele, delação premiada é um recurso previsto em lei e deve ser respeitado. 

    “Reflitamos coletivamente: vocês estão vendo o estrago que a promiscuidade entre dinheiro de empresas e a política provoca nas instituições? Esqueci de dizer: ‘colaboração’ ou ‘delação’ premiada é um instituto penal-processual previsto em lei no Brasil! Lei!!!”, finalizou Barbosa na noite de segunda-feira (29).”Há algo profundamente errado na nossa vida pública. Primeiro: nunca vi um Chefe de Estado tão mal assessorado como a nossa atual Presidente. Assessoria da Presidente deveria ter lhe informado o significado da expressão ‘law enforcement’: cumprimento e aplicação rigorosa das leis. Zelar pelo respeito e cumprimento das leis do País: esta é uma das mais importantes missões constitucionais de um presidente da República! (…) Nossa Constituição não autoriza o Presidente a ‘investir políticamente’ contra as leis vigentes, minando-lhes as bases. Caberia à assessoria informar a Presidente que: atentar contra o bom funcionamento do Poder Judiciário é crime de responsabilidade!”

    Há algo profundamente errado na nossa vida pública. Primeiro: nunca vi um Chefe de Estado tão mal assessorado como a nossa atual Presidente.

    — Joaquim Barbosa (@joaquimboficial) 30 junho 2015

     

    1. Joaquim Barbosa

      Ponto positivo: ele tem razão! A assessoria de Dilma é ruim de doer! A começar pelo Ministro da Justiça. Um zero a esquerda!

      Ponto negativo: utilizar as falas da Presidenta para dar alfinetadas jurídicas também é fim de carreira. Sinal que ele não tinha nada o que fazer.

  7. *

    Em debate sobre lista tríplice, procuradores trocam alfinetadas

    http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2015/06/em-encontro-disputado-procuradores-debatem-sobre-poder-de-investigacao-do-mp-8023.html

     

    Evento foi marcado por ironias, críticas e acusação de omissão entre candidatos, que concorrem ao cargo de procurador-geral da República. O atual procurador, Rodrigo Janot, busca a reconduçãopor Hylda Cavalcanti, da RBA publicado 29/06/2015 16:04, última modificação 29/06/2015 18:17Comments 

     

    FACEBOOK/ANPRpgr.jpg

    No evento organizado pela ANPR polarização foi marcante entre Rodrigo Janot e Carlos Frederico Santos

    Brasília – O debate dos candidatos à listra tríplice para ser encaminhada à presidenta Dilma Rousseff para escolha do novo procurador-geral da República, a ser empossado em agosto, foi permeado por ironias, prestação de contas e discussões sobre o poder de investigação do Ministério Público. Numa prova de que a corrida sucessória para o cargo começou de vez, quatro candidatos participaram hoje (29) do evento, organizado pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). A principal polarização aconteceu entre dois deles: o atual procurador-geral, Rodrigo Janot e o procurador Carlos Frederico Santos.

    Os demais procuradores, Mário Bonsaglia e Raquel Dodge, colocaram-se de forma mais branda. Carlos Frederico expôs as divisões existentes no corpo do Ministério Público Federal (MPF) atualmente. Ele disse que se for o escolhido tentará traçar uma atuação independente. Além disso, reclamou do que chamou de “privilégios entre amigos e apadrinhados” da atual administração, acusou a PGR de não ter uma boa gestão estratégica e insistiu em falar sobre a experiência que possui, por ter sido secretário-geral do órgão em gestão anterior.

    Rodrigo Janot, aproveitou as respostas para fazer um balanço da sua gestão. Falou dos programas de capacitação que empreendeu, das ações realizadas e do trabalho em curso, que inclui a criação de um banco de dados a ser implementado nos gabinetes dos procuradores, assim como novas ferramentas que permitirão a certificação ISO para toda a PGR. Janot alfinetou: “Precisamos ficar atentos para dar continuidade ao que tem sido desenvolvido, mas sem retroceder. Avançar é tão importante quanto não retroceder”.

    Poder de investigação

    Em relação ao tema considerado mais emblemático levantado pelos procuradores, o poder de investigação do Ministério Público, reconhecido recentemente pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Janot disse que depois dessa decisão da suprema Corte, o MPF tem a responsabilidade de criar um modelo que possa ser desenvolvido com profissionalismo e efetividade. “Temos atuação preponderante em crimes financeiros e combate à corrupção. Agora é preciso melhorar o sistema para atender a esse poder de investigação e também a relação como um todo do MPF e mais independência junto à Polícia Federal”, acentuou.

    De acordo com o procurador-geral, no início da sua gestão a PGR tinha 35 investigações em suas bases de dados e hoje, conta com 141. Janot também disse que os casos de corrupção investigados na operação Lava jato são descomunais e, se for reconduzido ao cargo, tentará incrementar o apoio aos procuradores-chefes (que ficam nos estados) para aumentar o poder de investigação e para que o MPF possa enfrentar “com tranquilidade” o desafio de “desvendar crimes e encontrar os seus autores”.

    O procurador Mário Bonsaglia destacou que não basta o STF ter o seu poder investigatório reconhecido. Segundo ele, é preciso saber o que fazer com essa conquista. “Precisamos saber como vamos nos programar, não só no campo da investigação criminal, como também no próprio combate a tais crimes”, afirmou, acrescentando que é preciso observar, ainda, a jurisprudência a ser aplicada, ter cautela e respeitar os direitos individuais. “Não podemos investigar tudo e a todos. Temos que ter critérios para apresentar bons resultados à sociedade. Vamos avaliar a questão da seletividade e fazer um trabalho impessoal”, pregou.

    O procurador Carlos Frederico disse achar importante ser consolidado esse poder de investigação, mas de uma forma que o MPF atue de maneira mais autônoma do STF. Ele criticou o fato de, atualmente, a Procuradoria Geral da República submeter ao tribunal todo tipo de pedido, inclusive para abertura de autos com vistas a investigações diversas, como tem sido observado nos casos relacionados à Operação Lava Jato.

    “Temos que ter consciência de que não somos polícia e não temos como missão substituir o seu papel, mas não podemos ter petições encaminhadas ao STF a toda hora. Existem casos em que não há necessidade de uma ordem judicial. Por que não realizamos direto os procedimentos para seguimos mais à frente?”, questionou.

    Em resposta, Rodrigo Janot apresentou decisão do STF em ação relatada pela ministra Rosa Weber, na qual a magistrada afirma que todo tipo de investigação do Ministério Público perde a validade se não for pedida autorização ao STF. “Estamos cumprindo o que diz a lei”, ressaltou.

    O cargo de procurador-geral da República é de livre indicação do presidente da República. Ou seja: a presidenta poderá acolher algum nome da lista, mas também pode preferir indicar outro procurador que não conste da relação. Depois da decisão de Dilma, o indicado ainda tem de passar por sabatina no Senado

    ‘Transformação da sociedade’

    A procuradora Raquel Dodge afirmou que considera o papel do MPF “transformador da realidade que afeta a população” e, por isso, a seu ver, o MP precisa estar preparado para enfrentar os ilícitos observados hoje com novas ferramentas.

    Janot destacou que tem consciência do momento difícil pelo qual passa o país e, até mesmo pela obrigação do cargo que ocupa, sabe que é candidato à recondução com prejuízos à sua candidatura, pois ao contrário dos outros candidatos, não percorrerá o país para falar do seu projeto para a próxima gestão nos estados – por entender que tem de tocar os trabalhos em realização. “Tentarei aprimorar aquilo que foi feito e seguir com a caminhada, sem fórmula mágica e sem vender ilusões.”

    O procurador-geral lembrou que tem desenvolvido seu trabalho ao lado de um corpo de colegas que considera competentes, provenientes de vários ramos do MPF, e que não titubeou em se fazer representar por colegas que estão mais inteirados de determinados temos do que ele, nem hesitou em pedir ou oferecer ajuda aos procuradores que solicitaram. A resposta foi um contraponto a críticas recentes de que ele não privilegia um grupo de procuradores.

    Carlos Frederico, sentindo-se atingido pela fala do procurador-geral, procurou abordar técnicas de planejamento estratégico que pretende adotar se for o escolhido, ressaltou que tem experiência institucional e também no campo administrativo para ocupar o cargo, e afirmou que não está atuando com ilusões. “Não é ilusão um MPF de inclusão que não tenha patrulhamento ideológico e garanta o pluralismo. Não prometo ilusão, mas verdade, entrosamento e transparência. Não sou vendedor de ilusões”, rebateu.

    O procurador Mário Bonsaglia enfatizou a importância dos valores republicanos e disse que vai procurar manter um diálogo com todo o MPF, caso seja conduzido ao cargo, bem como ouvir as preocupações de todos os ramos. “Pretendo trabalhar para que o Ministério Público atue com independência e lide bem com a diferença de pensamentos. Nesse instante devemos buscar sempre ser republicanos por excelência, e lembrarmos de que temos de prestar contas à sociedade”, salientou.

    A procuradora Raquel Dodge ressaltou a necessidade de o MPF, com sua atuação, se voltar para ajudar a melhorar os índices de desenvolvimento humano do país. “Precisamos combater a corrupção, mas também controlar os erros observados no uso da verba pública. O foco deve ser o combate à corrupção e a defesa de direitos humanos fundamentais”, afirmou.

    Lista tríplice

    Perto de 900 pessoas acompanharam o debate, sendo que 865 assistiram e participaram com o envio das perguntas para os candidatos pela internet. Cerca de 50 procuradores estiveram no auditório, como a procuradora Ela Wiecko (que integrou a lista tríplice em 2013), o procurador Wellington Saraiva, ex-representante do MP no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, Carlos Eduardo Azevedo.

    O encontro foi o primeiro de uma série de três organizados pela ANPR, com o objetivo de nortear a elaboração, por meio de decisão dos próprios procuradores, da lista tríplice a ser elaborada pela entidade para encaminhamento à presidenta Dilma.

     

  8. Empresa ligada a Abi pagou hotel para secretário de Richa

     

    O secretario da Fazenda mauro Ricado Costa teve seis diárias bancadas  pela Alumpar Alumínio,   que está no nome de dois filhos de Abi –  o primo de Richa, preso na Operaç’ão Publicano. A estadia ocorreu durante a  posse de Richa e do secretariado.

     

    (Reportagem de Euclides Lucas Garcia para a Gazeta do Povo)

     

    Indiciado sob a acusação de ser o chefe político do esquema de corrupção na Receita Estadual do Paraná, o empresário Luiz Abi Antoun pagou despesas de hospedagem do secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, num dos principais hotéis de Curitiba. O pagamento de pelo menos seis diárias, no valor de R$ 1.751,40, foi feito pelaempresa Alumpar Alumínios, de propriedade da família Abi Antoun.

    Registro do hotel Bourbon, obtido com exclusividade pela reportagem da Gazeta do Povo, mostra que Mauro Ricardo Costa e a esposa se hospedaram no local entre os dias 31 de dezembro e 5 de janeiro. Segundo a reserva, que identifica Costa como “futuro secretário da Fazenda do PR” e foi feita em 9 de dezembro, o pagamento da estadia correu por conta da Alumpar. No total, cada diária na suíte premier do hotel saiu por R$ 278 mais 5% de ISS, totalizando R$ 1.459,50. O documento menciona que o “Sr. Pablo virá pagar no hotel”. Já as despesas extras, como o uso da garagem do hotel e o consumo de produtos do frigobar, foram pagas pelo próprio secretário – não há o valor no documento.

    Outro registro aponta que Costa se hospedou no hotel entre os dias 7 e 8 de dezembro, também com a diária, no valor total de R$ 291,90, paga pela Alumpar.

     

    Empresa de Abi

    Sediada em Londrina, a Alumpar Alumínios pertence à GV Alumínios e à KLM Brasil Indústria Eletrônica. Esta última, com sede em Cambé, tem como sócios os dois filhos de Luiz Abi: Kouthar e Nemer Abi Antoun. De acordo com a certidão da empresa, Nemer é representado na sociedade pela mãe, Eloiza Fernandes Pinheiro Abi Antoun.

     

    Fraudes

    Há pouco mais de dez dias, o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) indiciou 109 pessoas na segunda fase da Operação Publicano, que investiga um esquema de corrupção na Receita Estadual. Primo do governador Beto Richa (PSDB), Luiz Abi é apontado como o operador político do esquema, que consistia em uma rede de extorsão e subornos, pagos por empresários, para bloquear cobranças milionárias de impostos estaduais devidos por empresas de Londrina e região.

    Em outra ponta, empresários também pagariam para se tornarem “blindados” e protegidos das fiscalizações da Receita. Segundo o Gaeco, o próprio Abi, por exemplo, teria ordenado o encerramento de uma fiscalização na GV Alumínios, uma das proprietárias da Alumpar.

    “Confio em Deus e amo a minha família. Só isso que tenho a dizer”, afirmou Abi recentemente, na única declaração pública que fez sobre o tema. Já Richa sempre alegou ter apenas “relações sociais” com o empresário e ressaltou que não pode ser punido pelos erros de outras pessoas.

    Os documentos da Junta Comercial apontam ainda que o próprio Luiz Abi constava como sócio da KLM quando ela foi criada, em setembro de 1990.O empresário, porém, deixou a sociedade em maio de 2012. Já Eloiza, que também participou da sociedade quando a KLM foi criada, deixou o controle da empresa em outubro de 1997. Em 29 de maio de 2012, voltou a figurar como sócia, mas, no mesmo dia, saiu da sociedade junto com o marido.

    (leia mais)

    http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/empresa-ligada-a-abi-pagou-hotel-para-secretario-da-fazenda-de-richa-f59utnp8my6rebnimame3lca2

  9. BRASIL É POTÊNCIA GLOBAL, DIZ OBAMA

    Obama contesta jornalista e diz que EUA consideram Brasil ‘potência global’ Revista Fórum | São Paulo – 30/06/2015 – 19p8 Durante entrevista, jornalista da GloboNews perguntou como Dilma lida com o fato de os EUA enxergarem o Brasil não como uma força global, mas apenas regional.

    A repórter Sandra Coutinho, da GloboNews, foi questionada pelo presidente dos EUA, Barack Obama, durante coletiva de imprensa concedida por ele e pela presidenta Dilma Rousseff, nesta terça-feira (30/06), na Casa Branca.

    Coutinho acabara de fazer uma pergunta um tanto quanto maldosa a Dilma: “O Brasil se vê como um ator global e liderança no cenário mundial, mas os EUA nos veem como uma potência regional.  Como você concilia essas duas visões?.” Foi então que Obama interveio. “Responderei em parte a pergunta que você acabou de fazer à presidenta. Não enxergamos o Brasil como uma potência regional, mas como uma potência global”, declarou.

    http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/40875/obama+contesta+jornalista+e+diz+que+eua+consideram+brasil+potencia+global.shtml

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador