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Redação

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  1. Juiz golpista do PSDB quer acabar com todas a construtoras

    brasileiras e jogar nas ruas milhões de desempregados. O nome dele é Júlio Marcelo de Oliveira.

    Quanto pior, melhor: MP do TCU quer anular leniência

    Brasil 247

    Quanto pior, melhor: MP do TCU quer anular leniência

     

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    Depois de dizer que a presidente Dilma Rousseff ‘pedalou’ em 2015, para justificar o golpe, e de culpar Dilma pelas ‘pedaladas’ de Michel Temer, para impedir que o golpe atinja o vice, o procurador Júlio Marcelo de Oliveira, que atua junto ao TCU, apronta mais uma: ele quer, agora, anular os acordos de leniência; o procurador entrou com pedido de medida cautelar contra a Medida Provisória 703, a chamada MP da Leniência, assinada por Dilma no dia 18; ou seja: além de tentar se sobrepor aos 54 milhões de votos da presidente, ele tenta impor a quebra de praticamente todas as construtoras brasileiras; a quem interessa?

    23 de Dezembro de 2015 às 16:43

     

     

    247 – Herói do golpe, o procurador Júlio Marcelo de Oliveira, que atua junto ao Tribunal de Contas da União, entrou com um pedido para que seja expedida medida cautelar contra a Medida Provisória 703, a chamada MP da Leniência, assinada pela presidente Dilma Rousseff.

    “Não faz nenhum sentido que uma empresa citada por um determinado valor identificado em uma auditoria do TCU possa procurar a CGU ou a AGU para celebrar um acordo de leniência por uma fração desse valor”, comenta ele. Sua intenção é que não sejam mais permitidos acordos entre empresas sob investigação e a Controladoria Geral da União (CGU) ou a Advocacia Geral da União sem a fiscalização do TCU.

    A MP assinada por Dilma no último dia 18 permite a participação do Ministério Público em acordos de leniência firmados com empresas privadas acusadas de corrupção e dá a essas empresas o direito de continuar participando de contratos com a administração pública caso cumpram penalidades e demais condições legais.

    Segundo a presidente, o objetivo das mudanças na legislação é dar celeridade aos acordos de leniência “sem destruir empresas ou fragilizar a economia”. Ela disse que é interesse do governo e da sociedade combater a corrupção, mas deve-se evitar que esse combate cause “prejuízos ainda maiores” ao país.

    “Acelerar acordos de leniência para melhorar economia significa preservar empresas, que são elementos de difícil construção em qualquer país”, afirmou Dilma. “O propósito maior é diminuir a incerteza e preservar empregos”, acrescentou.

    Oliveira foi o procurador que apontou as ‘pedaladas’ da presidente Dilma em 2015, argumento que sustenta o pedido de impeachment aceito pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e apoiado pela oposição. Ele também culpou Dilma pelas ‘pedaladas’ do vice-presidente, Michel Temer, a fim de não permitir que o golpe atinja o peemedebista.

    Ou seja: além de tentar se sobrepor aos 54 milhões de votos da presidente Dilma Rousseff, o procurador tenta agora impor a quebra de praticamente todas as construtoras brasileiras.

    http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/210797/Quanto-pior-melhor-MP-do-T

     

     

  2. FELIZ NATAL

    O verdadeiro sentido do Natal de Jesus

    23. dezembro 2015 · 1 comment · Categories: Jesus Cristo 

    Uma reflexão sobre o verdadeiro sentido do Natal e a segunda vinda de Jesus Cristo ao mundo.

    No final do Tempo do Advento e na proximidade das festas natalinas, o verdadeiro sentido do Natal, da vinda de Jesus Cristo ao mundo, pode ficar obscurecido em meio a tantas coisas que podemos julgar importantes, mas na realidade não são. Neste tempo, é normal que nos preocupemos com a ceia de Natal, com os presentes, com a roupa que vestiremos e tantos outros detalhes que fazem parte das comemorações. No entanto, celebrar o Natal não é simplesmente festejar o aniversário de Jesus Cristo. Em festas de aniversário, normalmente a preparação se limita ao cuidado com o lugar da festa, as comidas, as bebidas, a lista de convidados e outros detalhes exteriores. Mas, celebrar o nascimento de Jesus Cristo, “Deus conosco”1, exige muito mais do que a simples preparação exterior. A este respeito, podemos até dizer que nos confessamos e fizemos atos de caridade, que neste tempo são práticas comuns. Estas nos ajudam a nos preparar para o Natal, mas não suficientes. O Menino Deus precisa ser acolhido e, para saber se estamos prontos para isso, podemos fazer a nós mesmos algumas perguntas: temos lugar para Deus em nossas vidas? Onde acolheremos o Senhor? Qual será a nossa atitude depois de acolher Jesus Cristo em nossas vidas? Responder a estas perguntas pode nos revelar qual é o verdadeiro sentido do Natal.

    Uma reflexão sobre o verdadeiro sentido do Natal e a vinda de Jesus Cristo ao mundo.

    A Virgem Maria e São José pedindo um lugar na hospedaria em Belém

     

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    Não havia lugar para acolher a Sagrada Família

    Em Belém, ninguém quis acolher São José e a Virgem Maria, e com ela o Menino Deus. Neste fato, temos uma imagem da realidade espiritual de que, quando deixamos de acolher a Mãe, deixamos de acolher também o Filho. Como não havia outro lugar, a Santíssima Virgem “deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria”2. Esta hospedaria é a imagem dos corações ingratos, que acolhem qualquer tipo de pessoas, mas não tem lugar para Deus. A este respeito, “Maria Santíssima disse a uma alma devota: Foi uma disposição divina que a mim e a meu Filho nos faltasse agasalho da parte dos homens, afim de que as almas cativadas pelo amor de Jesus se oferecessem a si próprias para o acolherem e o convidassem amorosamente a tomar morada em seus corações”3. Depois de dois mil anos, Jesus Cristo continua a vir e procurar um lugar para nascer. Entretanto, quantas vezes não somos nós mesmos que não temos lugar para Ele, por que amamos muito mais as criaturas do que o Criador4? Por vezes, nossos corações são como uma péssima hospedaria, cheia de hóspedes das piores estirpes: egoístas, mentirosos, arrogantes, preguiçosos, amantes do prazer. Quantas vezes dizemos que não temos tempo para rezar, mas na correria do dia a dia temos tempo para tudo e para todos, menos para o Senhor do tempo5? Por estas e outras razões que nos venham ao pensamento nestas reflexões, este Natal é um convite para que preparemos o nosso interior e acolhamos o Menino Jesus, que fará morada Sua em nossos corações6.

    Assista vídeo do Play Canção Nova sobre “Como preparar o coração para o Natal?”:

    O Menino Deus procura um lugar para ser acolhido

    Jesus Cristo veio ao mundo, que “foi criado por ele e para ele”7, mas não foi acolhido pelos homens: “Veio para o que era seu e os seus não o receberam”8. Por isso, o Natal é sempre um convite para preparar os nossos corações para acolher o Menino Jesus. Pois, “a Verdade que salva a vida acende o coração de quem a recebe com um amor para com o próximo que move a liberdade a voltar a dar aquilo que se recebeu gratuitamente”9. Esta é uma oportunidade que não devemos desprezar, já que “ser alcançados pela presença de Deus, que se faz próximo de nós no Natal, é um dom inestimável. Dom capaz de nos fazer ‘viver no abraço universal dos amigos de Deus’ naquela ‘rede de amizade com Cristo, que une céu e terra’, que alarga a liberdade humana para o seu cumprimento e que, se for vivida na sua verdade, floresce ‘num amor gratuito e cheio de solicitude pelo bem de todos os homens’. Nada é mais belo, urgente e importante que voltar a dar gratuitamente aos homens o que recebemos gratuitamente de Deus!”10 Nada nos dispensa ou livra deste grave e fascinante compromisso. Dessa forma, “a alegria do Natal, que já conhecemos, enquanto nos enche de esperança, estimula-nos ao mesmo tempo a anunciar a todos a presença de Deus no meio de nós”11.

    Assista ou ouça homilia do Padre Paulo Ricardo com o tema “A profecia de Santa Isabel”:

    O verdadeiro anúncio é levar Jesus Cristo

    Neste anúncio, temos a Virgem Maria como modelo incomparável de evangelização, pois ela “comunicou ao mundo não uma ideia, mas Jesus, Verbo encarnado”12. Depois de receber o anúncio do Arcanjo São Gabriel e da realização do Mistério da Encarnação do Verbo, a Virgem de Nazaré partiu apressadamente para as montanhas, a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou sua prima Santa Isabel. “Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo”13. Em Santa Isabel e em seu filho São João Batista, ainda em seu ventre, se realiza o primeiro milagre de Jesus Cristo na ordem da graça. Ambos recebem o Espírito Santo através da simples saudação da Santíssima Virgem, pois ela levou o Menino Deus em seu seio à casa de São Zacarias e Santa Isabel. O Evangelho ainda não fora anunciado por Jesus Cristo, mas Ele, a Boa Nova em pessoa, estava no ventre de Maria. A Virgem Maria sempre leva seu Filho Jesus nos lábios e no coração, por isso, sua ação foi tão eficaz. Por isso, invoquemos Nossa Senhora com confiança, para que recebamos a graça de levar Jesus Cristo, o Salvador, aos homens do nosso tempo. Dessa forma, cada um de nós deve sentir a alegria de partilhar com os outros a Boa Nova do Filho de Deus: “de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”14. Jesus Cristo está presente no meio de nós. Ele é o Emanuel, que significa Deus conosco15. Jesus não é um Deus distante, mas está sempre presente em nossas vidas. Esta presença de Jesus Cristo é o motivo de nossa alegria, que nos impulsiona a anunciar esta Boa Nova, e o verdadeiro sentido do Natal.

    Uma reflexão sobre o verdadeiro sentido do Natal e a vinda de Jesus Cristo ao mundo.

    Nossa Senhora e São José na gruta em Belém

    Ouça homilia do Padre Paulo Ricardo com o tema “Maria, ensina-nos a amar Jesus”:

     

    Maria, ensina-nos a amar Jesus by Todo De Maria on Mixcloud

     

     

    O Natal e a expectativa da vinda gloriosa de Jesus Cristo

    Portanto, o verdadeiro sentido do Natal é que Jesus Cristo veio ao mundo e permanece em nosso meio: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”16. O Emanuel está e estará sempre presente, nos sacrários por toda a terra, na celebração dos Sacramentos, mas principalmente em nossos corações, até sua vinda definitiva no fim dos tempos17. Neste sentido, a preparação para o Natal se reveste de um caráter permanente. Pois, o Senhor Jesus está sempre conosco, mas ao mesmo tempo, a sua presença se renova através dos Sacramentos, especialmente na Liturgia. Além disso, devemos vigiar e orar18, pois podemos perder a presença do Senhor por causa de nossos pecados e também por que não sabemos o dia nem a hora19, se estamos ou não na iminência da segunda e definitiva vinda de Jesus Cristo20. Na expectativa da vinda gloriosa do Senhor, devemos preparar continuamente os nossos corações. No entanto, na segunda vinda do Senhor, não seremos mais nós que O acolheremos em nossos corações. Mas, será o próprio Filho de Deus quem preparará um lugar para nós21 e nos acolherá: “Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo”22. Sendo assim, o Natal é tempo de alegria pela vinda do Menino Jesus ao mundo, mas também é o tempo propício para renovarmos o compromisso de nos preparar continuamente para a segunda vinda do Senhor. Pois, são “felizes aqueles que lavam as suas vestes [e as alvejaram no sangue do Cordeiro23] para ter direito à árvore da vida e poder entrar na cidade pelas portas24. Isto posto, a partir deste Ano Santo da Misericórdia, acolhamos a misericórdia de Deus em nossas vidas e assumamos com determinada determinação a nossa vida espiritual. Por fim, acolhamos com amor a Virgem Maria em nossos corações, pois com ela acolheremos seu divino Filho, e vivamos com alegria a expectativa da vinda gloriosa do Salvador: “Vem, Senhor Jesus!”25

    Natalino Ueda, escravo inútil de Jesus por Maria.

    Links relacionados:

    TODO DE MARIA. A visitação de Maria e a graça do Espírito.

    TODO DE MARIA. O caminho com Jesus, Maria e José.

    Referências:

    1 Cf. Mt 1, 23; Is 7, 14.

    2 Lc 2, 7.

    3 SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo Primeiro: Desde o primeiro Domingo do Advento até Semana Santa inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 75-76.

    4 Cf. Rm 1, 25.

    5 Cf. Dn 2, 21.

    6 Cf. Jo 14, 23.

    7 Col 1, 16.

    8 Jo 1, 11.

    9 PAPA BENTO XVI. Angelus, 23 de Dezembro de 2007.

    10 Idem.

    11 Idem.

    12 Idem.

    13 Lc 1, 41.

    14 Jo 3, 16.

    15 Cf. Mt 1, 23; Is 7, 14.

    16 Mt 28, 20.

    17 Cf. Ap 21, 7.12.

    18 Cf. Mt 26, 41.

    19 Cf. Mt 25, 13; cf. Mc 13, 33.

    20 Cf. Jo 14, 3.

    21 Cf. Jo 14, 2.

    22 Mt 25, 34.

    23 Cf. Ap 7, 14.

    24 Cf. Ap 21, 14.

    25 Ap 22, 20.

     

     

    Natalino Ueda é brasileiro, católico, formado em Filosofia e Teologia. Na consagração a Virgem Maria, segundo o Tratado de São Luís Maria Grignion de Montfort, descobriu um caminho fácil, rápido, perfeito e seguro para chegar a Jesus Cristo. Desde então, ensina e escreve sobre esta devoção, o caminho “a Jesus por Maria”, que é hoje o seu maior apostolado.

     

     

     

     

  3. Feliz Natal Cibernético.
    Neste ano que se finda
    Dê um clique no Natal
    Arraste o ícone Jesus
    Pro arquivo principal
    E peça de coração
    Pra seus pecados perdão
    E que lhe livre do mal.

    Que Jesus seja a fonte
    De sua área de trabalho
    O seu painel de controle
    O caminho do atalho
    Layout da sua vida
    Porto seguro e guarida
    Referência e cabeçalho.

    Selecione e copie
    O que aconteceu de bom
    Delete todos os erros
    Do seu e-mail.com
    Remova para lixeira
    Tudo que fez de besteira
    Não deixe ecoar o som.

    Configure sua vida
    Pro ano que se aproxima
    Abra uma nova janela
    Pra melhorar esse clima
    Visualize o perdão
    O amor e a compaixão
    No exemplo lá de cima.

    Use as redes sociais
    Para divulgar o bem
    Ative seu antivírus
    Sem discriminar ninguém
    Pra tudo ficar bonito
    Coloque em seu favorito
    Jesus Cristo de Belém.

    Edmar Melo.

  4. Reflexões para o Natal
    Por
    Reflexões para o Natal

    Por Assis Ribeiro

    Feliz Natal nestes tempos de mudanças de paradigma.

    “Os ventos da mudança estão rondando a sociedade atual não de agora e em alta velocidade.

    Estamos em plena transição de paradigmas: tudo é processo novo sobre velhos objetos e o novo convive ainda com o velho, que tem data para morrer. E há pouca consciência disso. Para Morin “paradigmas são “princípios supralógicos de organização do pensamento […] princípios ocultos que governam a nossa visão das coisas e do mundo sem que disso tenhamos consciência” (2007).

    Vivemos uma transição complexa, muito além da chamada sociedade da informação. Isso porque esta é consequência daquela transição, de um modelo linear e cartesiano de pensar e ver o mundo, para um paradigma da complexidade que ao mesmo tempo reune e distingue o que separou-se e dicotomizou-se (herança dos gregos).

    O paradigma cartesiano-newtoniano postula a racionalidade, a objetividade e a medição como únicos meios de se chegar ao conhecimento.

    A consequência é que estamos rodeados e programados para aceitar e realizar toda espécie de reducionismo.

    São várias as transições para uma visão holística e complexa de mundo:

    Da afirmação constante da certeza à legitimação e diálogo com a incerteza;

    Do heterocontrole à auto-organização;

    Da ordem planejada hierarquicamente à ordem emergente;

    Da medição e domínio da natureza e toda realidade à convivência com o ambiente;

    Da competição à cooperação.” (ROVER, A J)
    MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo, Porto Alegre, Sulina, 3ª ed. 2007.

    Segue uma música de Gilberto Gil que toda a essa mudança de paradigma que está ocorrendo de forma lenta no relógio humano, mas que no calendário cósmico está ocorrendo de forma muito rápida.

    A música fala do alma masculina e suas caraterísticas que determinaram a cultura como ela é hoje; bélica, de competição desenfreada, individualista e pouco aversa ao coletivo e cuidados com o próximo. Em seu lugar o texto acima e a música de Gil nos remete a uma nova sociedade que se apresenta com alma feminina; mais leve e harmoniosa, menos bélica e mais coletivamente agregadora, menos racional e mais emotiva (sentimentos), menos objetiva e mais subjetiva.

    Feliz Natal e boas reflexões.

  5. Silêncio da mídia é maior que o barulho dos nordestinos

    A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), como um espaço de articulação política da sociedade civil organizada, nesses 16 anos de caminhada vem contribuindo para modificar a imagem estereotipada do semiárido – comumente associada ao gado morto e terra rachada – por uma imagem de uma região bela, forte, resiliente e cheia de potencialidades.

    Por Catarina de Angola* 

     

    ASAOs grandes meios de comunicação, concentrados nas mãos de poucos, estão a serviço de um projeto político que oprime e invisibiliza os povos do semiárido.  Os grandes meios de comunicação, concentrados nas mãos de poucos, estão a serviço de um projeto político que oprime e invisibiliza os povos do semiárido.  

    No último dia 17 de novembro, cerca de 20 mil pessoas construíram a maior mobilização no Brasil após a Marcha das Margaridas, realizada no mês de agosto. Agricultores e agricultoras, pescadores e pescadoras, indígenas, quilombolas e militantes de movimentos e organizações sociais se reuniram nas cidades de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), às margens do Rio São Francisco, no epicentro do semiárido brasileiro, para defender uma pauta ampla e diversa em torno dos direitos dos povos do campo, no ato “Semiárido Vivo: Nenhum direito a menos”.

    Reivindicava-se ali, centralmente, a continuidade dos programas de convivência com o semiárido executados pela ASA, o acesso das populações à terra e territórios, a permanência dos programas sociais e a revitalização do Rio São Francisco.

    Sendo esse um ato que mobilizou tantas pessoas em torno de políticas públicas importantes para a vida e o desenvolvimento da população da região, como os meios de comunicação discutiram e pautaram o assunto? E tendo a mídia um importante papel na informação da população, que contribui para a formação de opinião da sociedade, e que acompanha as ações do poder público e atua no monitoramento de suas implementações, como abordou um ato público que pautou políticas que impactam, direta ou indiretamente, a vida de 22,5 milhões de brasileiros e brasileiras que vivem na região, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010)? Constatamos que houve silêncio completo da mídia hegemônica. Vinte mil pessoas na rua, lutando por seus direitos, e não houve sequer uma nota em veículos nacionais tradicionais e poucas menções também nos meios de comunicação alternativos nacionais.

    Um pouco de barulho

    O que esse silêncio nos diz? Será que o estigma da invisibilidade que marcou o semiárido por tanto tempo ainda persiste como ranço dos coronéis da comunicação que, não por coincidência, são também os coronéis da política? Historicamente, a região semiárida sempre foi vista – e retratada – pela grande mídia como um lugar pobre, inóspito, miserável.

    A mídia não reconhece quando 20 mil trabalhadores e trabalhadoras do campo vão às ruas em uma postura ativa cobrar seus direitos, lutar por mais políticas públicas. Prefere sempre se deixar pautar pela estiagem, procurando cenas de gado morto e chão rachado, figuras que sempre encontram espaço privilegiado nos noticiários regionais e nacionais. Em algumas regiões do semiárido brasileiro, 2015 já se encerra como o quinto ano consecutivo de seca. Porém não foi registrada nenhuma morte em consequência da estiagem, nenhum saque e o êxodo rural não cresceu. A vida do povo do semiárido melhorou. Mas isso não é pauta na mídia comercial.

    A comunicação no Brasil e no semiárido continua concentrada nas mãos de poucos grupos econômicos que ditam as pautas. Aqueles que não pertencem aos grupos hegemônicos não têm direito à voz, não expressam seus pensamentos, têm direito apenas de ouvir e ver.

    Apesar desse silêncio da mídia nacional, houve algum barulho na cobertura do ato “Semiárido Vivo: Nenhum direito a menos”. Barulho que consideramos aqui como as matérias publicadas pelos meios de comunicação locais, no Vale do São Francisco. Pouco mais de 50 matérias foram publicadas ou veiculadas, entre sites e portais de notícias, jornais impressos, rádios, TVs e blogs, além dos conteúdos publicados e visibilizados pelas organizações e movimentos que organizaram e estiveram presentes na mobilização. Também chama atenção o grande fluxo de conteúdos que circularam nas redes sociais sobre o ato.

    Como furar o cerco?

    Os grandes meios de comunicação, concentrados nas mãos de poucos, estão a serviço de um projeto político que oprime e invisibiliza os povos do semiárido. Por isso, acreditamos ser importante a democratização da comunicação para que as pessoas reconheçam seu modo de falar, denunciem os conflitos e opressões e anunciem as belezas, culturas e histórias vivenciadas em cada canto do semiárido brasileiro. Democratizar a comunicação é democratizar o sentido da vida, da luta e resistência das comunidades e dos povos.

    No caminho da luta pela democratização é preciso que mudança na forma das concessões públicas de rádio e televisão, a melhor distribuição da verba publicitária governamental e a proibição da propriedade cruzada dos meios de comunicação estejam entre as notas pautas. São necessárias mudanças na legislação de comunicação para que consigamos avançar na conquista da comunicação como direito. Para além das batalhas no campo institucional, o incentivo a comunicação popular é essencial. Quanto mais gente produzindo comunicação popular e conseguindo dialogar com a sociedade sobre informações que não chegam até elas pelos meios convencionais, maior será nosso poder de enfrentamento ao discurso hegemônico. Incentivar a apropriação do direito à comunicação por grupos invisibilizados pelos grandes meios fazendo com que esses grupos possam produzir suas próprias narrativas é uma estratégia muito importante de enfrentamento ao monopólio.

    A luta pela democratização da comunicação vem fortalecer a prática da comunicação popular e comunitária. A ASA constrói e fortalece em todos os estados do semiárido a Rede de Comunicadores e Comunicadoras Populares, um espaço de produção de conteúdo, discussão política e experimentação de meios alternativos. É pelas mãos dessa rede que toma forma os Candeeiros, instrumento de sistematização de experiências que já contou a história de cerca de duas mil famílias da região, provando que, sim, temos muito a dizer ao Brasil e ao mundo.
     

    http://www.vermelho.org.br/noticia/274348-6

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