O estilo de cada um

Lula
Pontos fortes: Lula deverá consolidar o estilo social no segundo governo, apesar da falta de quadros para mudar a política econômica. A Bolsa Família é um sucesso mundial. Os Ministérios da área social estão aprendendo a manejar as modernas ferramentas de gestão e dos indicadores. No plano estratégico, as formulações do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência e do Itamarati poderão vir a ser ferramenta importantes de modernização.

Pontos fracos: a incapacidade de alterar a política econômica, o aparelhamento da máquina pública, o enfraquecimento de ferramentas modernas de mercado, como as agências reguladoras.

Aécio
Pontos fortes: “choque de gestão” virou clichê, agora. Qualquer governante usa as palavras com uma sem-cerimônia chocante. Em Minas Gerais, esse “choque” está acontecendo. Aécio se cercou de quadros de primeira, está utilizando modernas ferramentas de gestão e de planejamento estratégico. A reforma do Estado tende a se tornar bandeira cada vez mais relevante e, por enquanto, esse ideal está sendo encarnado exclusivamente por Aécio. Tem também o instinto político do avô, Tancredo Neves, e uma capacidade invejável de transitar pelos diversos setores políticos.

Pontos fracos: não possui ainda um pensamento nacional estruturado. Não se conhecem suas propostas para a área diplomática, econômica e social. Estados e União têm em comum a questão da gestão. Mas a Presidência exige um nível de conhecimento que transcende em muito a questão da gestão.

Serra
Pontos fortes: talvez seja o brasileiro que mais conheça de Brasil. Domina tanto os temas econômicos como os sociais, tem idéias claras sobre alianças, diplomacia, políticas sociais, enfim, todo o conjunto de temas que compõem políticas públicas federais. Sabe se cercar de bons quadros. Em São Paulo, terá a oportunidade de promover uma verdadeira revolução. O estado, na verdade, está preparado desde o segundo governo Covas para uma revolução na área de inovação e tecnologia, educação e saúde, que ia muito além da capacidade de compreensão de Alckmin. Além disso, avançou no jogo de cintura das alianças políticas.

Pontos fracos: apesar de ser um gestor inato, com capacidade de comando, ainda não aprendeu a utilizar as modernas ferramentas de gestão e de planejamento estratégico. Como faz as coisas acontecerem, julga poder prescindir dessas ferramentas. É um erro. Se as utilizasse, sua capacidade de decisão se multiplicaria por dez.

Luis Nassif

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