O poderoso lobby da Boeing

Alguma surpresa? Depois de mais de uma década de idas e vindas, a fabricante norte-americana Boeing enfim ganhou a bilionária concorrência (US$ 35 bilhões) que escolheu os futuros aviões tanques reabastecedores da Força Aérea Norte-Americana (USAF).

No início de 2008, a européia EADS (fabricante dos Airbus) havia sido anunciada como vitoriosa dessa concorrência – que visa substituir cerca de 180 velhos KC-135 (uma versão militar dos B707) ainda em operação na USAF – onde concorria com uma versão militar dos consagrados A330, desenvolvida em parceria com a norte-americana Northrop Grumman. Anunciado o resultado, a Boeing fez o maior escarcéu e acionou seu poderoso lobby de políticos e congressistas para levar a disputa para o tapetão.

Ao que parece conseguiram: a Northrop desistiu da parceria com a Airbus e o novo “vencedor” da disputa, agora anunciado, é a Boeing – que concorreu com uma versão militar do B767. Apesar da Airbus contar com o apoio dos governadores do Alabama, Mississippi e Louisiana (sua planta de montagem dos aviões seria construída no Alabama), o poder de pressão da gigante de Seattle falou mais alto. Ainda cabe recurso da decisão, mas é pouco provável que haja numa nova reviravolta no processo.

O curioso é que, aqui no Brasil, temos um ruidoso coral de defensores da Boeing que não perdem a oportunidade de criticar as “interferências políticas” na escolha dos caças da FAB. Haja paciência!

Boeing wins contract to provide aerial tankers for USAF

http://www.bbc.co.uk/news/business-12572089

Luis Nassif

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