Soy un pais latinoamericano

Existe algo mais perigoso para o desenvolvimento organizado e sistemático de um país que o “Complexo de Viralata”? Talvez o ufanismo despropositado.

Se um país pretende se desenvolver, alcançar estágios mais elevados de segurança social ou de consumo para seus habitantes, precisa não somente reconhecer seus feitos, recentes ou históricos, mas atentar para o tanto que falta fazer.

Se alguém quiser procurar algum indicador em que o Brasil se destaque, em que não fique aparente o perfil típico de país em desenvolvimento, pode. Há coisas para se elogiar. Sistemas previdenciário e de saúde, por exemplo, fazem bastante pelo que se arrecada e são razoavelmente estáveis. Pesquisa agrícola. Sistema eleitoral e Constituição cidadã. A vontade recente de enfrentar alguns problemas como a concentração de renda e a fome.

Se alguém quiser ser pessimista e buscar identificar razões para se martirizar como “viralata”, também pode. Há coisas para chorar. A violência, a demora para absorver tecnologia, a burocracia. A resistência a mudanças e a maior concentração de terras. A educação “desencontrada” e a infraestrutura preocupante.

A questão é que o Brasil é apenas um país normal. Comum e grande. Sem razões para dramas ou surtos de euforia.

Para ilustrar, a evolução de 1980 para cá do PIB brasileiro por habitante, pelo conceito de PPC [paridade de poder de compra], como proporção de outros países sempre muito citados (por suas crises, por exemplo.) Estados Unidos, Espanha, Portugal, México, Grécia, média da América Latina (sem o Brasil.)

O mundo é um só e o sol nasce redondo… o Brasil não é o único que sofre desindustrialização, não é o único que viu a moeda valorizar. Nem é o único que quitou dívida externa e formou reservas (toda a América Latina e Sudeste Asiático estão no mesmo mundo.) Também não é o único que exporta commodities para a China. Nem que cresce com serviços, construção e endividamento familiar. Não é o único que busca combater problemas sociais.

A RENDA PER CAPITA do Brasil era 29% da dos EEUU em 1980, baixou para 20-21% no começo dos anos 2000, e agora está em torno de 25%;

Em 1980 foi 65% da de Portugal (60% em 1960, fora do gráfico, Portugal era um país realmente pobre para padrões europeus), de 2000 a 2005 foi em torno de 41% (Portugal foi um dos países da Europa que mais cresceu de 1980-2008, como o Brasil de 1950-1980) e agora está em torno de 50%.

Somente em relação à Grécia o Brasil estará melhor em 2015 que em 1980, 47% vs 40,5%; Ou seja, o Brasil “cresceu” (terá crescido, pois faltam 4 anos de projeção) mais que a Grécia em 35 anos. 16%.

No geral, o Brasil cresceu menos que os EEUU e Europa no período. E se recuperou, bastante bem, nos últimos 10 anos do baque dos anos 1990. Só que a América Latina se recuperou melhor. A renda do Brasil chegou a ser 117% dos demais da AL em 1985, 111% em 1995 (após a desindustrialização), 97% em 2005 (após 10 anos de Plano Real…), para estabilizar nos 102% atuais (período 2010-2015).

E por aí deve ficar até 2030. Uns 80-90% do México, 100-110% da média dos demais da AL, caminhando para 35-40% dos EEUU. Para 60% da Espanha. “No news”.

Não faremos comparações com países asiáticos. Brigas com Banco Mundial, FMI & Cia (de companhia, não de CIA), que fornecem os dados.

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador