Duke Ellington, um gigante do jazz

Por Tamára Baranov – Rio Claro/SP

Duke Ellington (Edward Kennedy Ellington)
(Washington, 29 de abril de 1899 – New York, 24 de maio de 1974)

Duke Ellington herdou a elegância de sua mãe que o incentivou a estudar piano desde os sete anos e a autoconfiança de seu pai que era mordomo na Casa Branca. O apelido Duke recebeu de um amigo de infância, por sua pose e por sempre estar bem vestido. Sua paixão era o baseball, e para ver seus ídolos, vendia amendoim nas arquibancadas. Começou a tocar profissionalmente em bailes e formou seu próprio conjunto em 1922. Eram tempos difíceis e Ellington e seus quatro músicos chegaram a dividir uma salsicha como jantar. Dirigiu orquestras e fez arranjos de obras dos grandes clássicos, como Mozart, Schubert, Bach, e Brahms. Mas o jazz foi uma constante.

Duke Ellington foi um dos artistas musicais mais completos, um maestro invejável, um pianista excepcional e compositor de mais de três mil músicas escritas mas, como muitos outros, foi vitima de uma sociedade racista, de uma ‘democracia’ que jamais recompensava os negros, e que descaradamente punia aqueles que resistiam, desafiavam e ultrapassavam os pequenos espaços a que eram obrigados a habitar. Uma sociedade racista, que muitas vezes não admitiu elogios a Duke Ellington e os concedeu a outros compositores e músicos americanos, como George Gershwin ou Benny Goodman. Por mais de 50 anos, Ellington usou sua música para analisar as complexidades da vida dos negros americanos e para desafiar as contradições da democracia americana, contradições que negou a ele até seu legítimo lugar entre os gênios da música até a sua morte quando finalmente foi honrado pelo governo francês com a mais alta condecoração, enquanto o governo dos Estados Unidos concedeu-lhe a mais alta honra civil.

Entre os negros, mesmo antes do blues ser inventado, uma forma separada de música com herança étnica e geográfica semelhante estava seguindo sua própria trajetória. No final de 1800, com raízes no ragtime e no dixieland, o jazz surgiu antes mesmo de Son House e Robert Johnson terem começado a gravar. Desde o início da década de 1920 até sua morte em 1974, Duke Ellington foi um gigante do jazz. Duke Ellington está entre os maiores compositores e músicos de todos os tempos. Com uma carreira de mais de 50 anos, Duke Ellington inventou conceitos musicais que ajudaram a elevar o jazz para a forma de arte sofisticada. E compôs algumas das músicas mais conhecidas do século XX, quem nunca ouviu ‘Sophisticated Lady’, ‘Mood Indigo’, ‘Prelude to a Kiss’ e ‘In a Sentimental Mood’?

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As obras de Duke Ellington frequentemente contam uma história, e quase todas as emoções humanas estão na sua música reforçadas pela harmonia, ritmo e melodias derivadas do blues e outras expressões folclóricas. O seu mentor, o compositor clássico Will Marion Cook, o incentivou a explorar sua herança africana e através dos componentes de sua banda, Duke Ellington introduziu em sua música uma variedade de influências regionais. O trompetista Bubber Miley e clarinetista Barney Bigard contribuíram com o sabor de New Orleans. O trombonista ‘Tricky Sam’ Nanton veio da Jamaica e Juan Tizol de Puerto Rico, enquanto os saxofonistas Johnny Hodges e Harry Carney vieram de Boston, e o trompetista Cootie Williams do Alabama. Todos acrescentaram seus estilos culturais exclusivos para a banda. Em certo sentido, a banda de Duke Ellington representou estilos musicais de todas as regiões. Durante um compromisso de três anos no famoso ‘Cotton Club’ do Harlem, Duke Ellington aperfeiçoou essa sua capacidade de representar uma grande variedade de temas musicais.

E na década de 1930 se destacou também em um território mais ambicioso com a peça ‘Creole Rhapsody’, com ela foi muito além dos limites da forma musical popular em uma exploração engenhosa de novas combinações instrumentais. Enquanto isso, o público e a crítica continuaram atraídos para os seus arranjos orquestrais originais que eram a sua marca registrada. A partir da década de 1940, Ellington experimentou uma nova onda de criatividade, estimulada pela adição do baixista Jimmie Blanton e do saxofonista Ben Webster para a banda. Estes músicos trouxeram um virtuosismo rítmico para a orquestra, enquanto aumentou o potencial de Duke como compositor. Como sempre, os arranjos de Duke Ellington trouxeram o melhor em seu corpo estelar de músicos virtuosos. (Fonte: Pintando Música)

Este é um trecho do filme ‘Reveille with Beverly’, de 1943, dirigido por Charles Barton; a canção foi composta em 1939. O filme contou com as participações de notáveis ​como Duke Ellington, Count Basie, Frank Sinatra, Bob Crosby entre outros. ‘Take the A Train’ é sem dúvida a mais famosa das muitas composições da parceria entre Duke Ellington e do também compositor, pianista, compositor e arranjador, Billy Strayhorn.  

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Redação

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