Nesta semana, o Jornalismo Pior-Desde voltou com a corda toda. Ele é o símbolo maior das práticas da fábrica de pessimismo. É curiosa a fórmula, já comentada por mim, no texto abaixo, no início de julho. Nesta quarta e quinta, Folha, Estadão e Valor capricharam. É tudo “pior-desde”., Alguns arriscaram uma variação ou outra. Mas em síntese é tudo igual.
A ilustre imprensa nacional adora a expressão “pior desde”. E funciona mais ou menos assim: se a criação de emprego num mês de junho é X, procura-se desesperadamente pelo mês em que ela foi X ou X – 1. E tome: “desemprego tem o pior junho desde 2000 e tal”. Geralmente, isso é próprio das pautas econômicas. Mas até o pobre do Fred mereceu um título deste há dois dias: Fred faz pior campanha de centro-avante em Copas desde…Evidentemente, na esfera política ou econômica, o jornalismo pior-desde só funciona contra adversários políticos dos donos de jornais. Podemos dizer sem dúvida nenhuma: este é o pior artifício retórico para vender pessimismo desde 1808, quando a imprensa chegou por estas bandas.
Ah, também tem a variante menor-desde, entre outras.
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Veja alguns casos do jornalismo pior-desde:
1.FecomercioSP: confiança do consumidor é pior desde 2003
Estado de Minas
2. Avaliação a governo Dilma é a pior desde FHC, diz Ibope (Estadão, 19/06)
3. PIB de Dilma é o segundo pior desde Getúlio Vargas (Folha, 28/02))
4. Expectativa do consumidor é a pior desde setembro de 2005 (Valor, 27 de junho)
5. Indústria no governo Dilma tem pior desempenho desde Collor
(Coluna Achados Econômicos, UOL, 4/2/2004)
6. O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, (Brasil Econômico) (30 de junho)
7. Público da abertura é o pior desde a Copa de 1962 (Nominuto, 13/06)
8. O crescimento de 0,2%, divulgado pelo IBGE no mesmo dia, é o pior desde o terceiro trimestre (Folha, 04/06)
9. Bolsa passa a subir, mas caminha para fechar o pior mês desde junho (Folha, 31/01)
10. (Vendas de Natal) Crescimento das vendas neste ano foi o pior desde 2003 (Folha, 30/12)
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