Arte para transformar a sociedade?

Sugerido por Josias Pires

Do Público

Curador Charles Esche afirma: época em que artistas limitavam-se à liberdade formal acabou.

Ele diz: Em tempos assustadores, estética precisa engendrar outra ética: Um dos conceitos para o qual me parece que devemos olhar com atenção é o dos “commons”, um conjunto de valores ou de bens que não têm um proprietário individual, mas coletivo. O Estado manteve para si durante muito tempo a ideia de “commons”, agora parece-me que há oportunidade de generalizar a ideia de propriedade coletiva. E parece-me que as próprias instituições artísticas incorporam já em si o conceito de “common”. As coleções dos museus, por exemplo: de certa forma, são já propriedade partilhada. [ … ]

A arte pela arte existiu dentro de uma estrutura socio-politico-econômica específica, um contexto de excesso produzido pela burguesia, que achava que a arte não devia ter uma função porque a sociedade era rica ao ponto de poder conceber um fora do utilitarismo. Nessa sociedade, a arte recebeu um papel específico, um papel que, à sua maneira, também era político. E no período da Guerra Fria essa arte pela arte foi instrumental, servia para provar a liberdade do mundo ocidental por oposição à instrumentalização que o leste fazia da arte e dos artistas. Portanto, tanto em tempos mais recuados como mais recentes, essa ideia existiu em contextos muito específicos. Contextos que já não existem. Faz muito pouco sentido em 2014. E a sua sobrevivência até agora foi, na minha opinião, um acidente histórico, um lastro deixado por regimes anteriores. […]

Vivemos tempos oligárquicos, a questão é o que vamos fazer a esse respeito.

Leia mais no link do Público.

 

Redação

2 Comentários

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  1. Vivemos tempos de maior burrice como o post-título

    Sugiro Arte e Técnica, de Lewis Mumford (só importando, já foi vendido no Brasil). Sugiro também textos de Oscar Wilde (a obra completa evita de perder alguns maravilhosos textos curtos, outros nem tanto). Proust (mal iniciei a ler) na boca de um personagem diz a um menino que o poema é mais poema quanto menos significado tiver. Essa história de arte engajada e seu papel social (Mário Quintana tem uma ótima tirada sobre isso) é o que estraga, mas, pelo dom do artista, até que pode sair arte também. Vamos dar um desconto pq o autor não é (e se é, pior ainda) um artista, um curador (detesto curadores). PORÉM, se entendermos que arte pode mexer com um ou outro indivíduo, e por tabela, indiretamente, e com muita redução, isso influir no social, aí, sim, concordo.

  2. a grande poesia-arte é feita

    a grande poesia-arte é feita do que se considera inútil na sociedade.

    mas antonio callado falou algo interessante:

    james joyce,

    cujo finnegans wake e ulisses descontruiram  a

    linguagem estruturada  da norma literária de séculos,

    é tão importante quanto qualquer obra social engajada,

    uma vez que desconstrói todos os paradigmas anteriores e, por isso,

    passaria a ser mais revolucionário do que os ditos revolucionários sociais. 

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