Circulação Folha: inversão e forte queda

Enviado por Adir Tavares

do Coleguinhas, uni-vos!

Circulação Folha: inversão e forte queda

Vamos então aos números da circulação média, de segunda a domingo, da Folha de São Paulo ao longo dos anos de 2014 e 2015. Não chega a ser surpreendente, mas é interessante observar que as curvas dos gráficos de tendência do jornal dos Frias são bastante semelhantes às do Globo, de propriedade da família Marinho, como você pode ver se comparar com o post abaixo.

Os dois gráficos mostram uma queda forte de circulação após o fim do ciclo de eventos importantes de 2014 (Copa e eleições), que se manteve em 2015. As curvas são parecidas, porém, o diário paulista sofreu quedas percentuais e absolutas maiores do que seu concorrente-corimão carioca (após os números do Estado de São Paulo, que devem ser analisados semana que vem, pretendo fazer uma análise comparativa entre os três jornais mais influentes do país).

Antes da análise, a tabela de circulação abrangendo os três tipos de circulação, de janeiro de 2014 a dezembro de 2015, e o gráfico de tendência correspondente.

20160207_tabela_circulação_jan-dez-2015_folha

20160207_gráfico_circulação_jan-dez-2015_folha

 

Análise

1. A redução na circulação total de janeiro para dezembro de 2015 foi de 15,08% (de 365.428 para 310.335), 55.093 exemplares em números absolutos.

2. A edição impressa apresentou queda de 14,08% (204.229/175.469, menos 28.760 exemplares). O patamar abaixo de 200 mil exemplares foi atingido em abril (como ocorreu com O Globo).

3. A queda da edição digital foi de 13,69% (102.894/88.809, menos 14.085 assinaturas). O patamar abaixo de 90 mil assinaturas foi deixado para trás em novembro.

4. A circulação híbrida (assinaturas da edição digital mais a impressa) reduziu 21,01% (de 58.305/46.057, menos 12.248 exemplares).

5. De janeiro para dezembro de 2014, a circulação geral tinha aumentado em 11,64% (de 332.354 para 371.051, mais 38.697), graças ao desempenho da circulação das assinaturas envolvendo edições digitais. Desta forma, houve uma brusca inversão na tendência, que fez com que, em dezembro de 2015, a Folha de São Paulo tivesse uma circulação de 22.218 exemplares (6,68% ) menor do que em janeiro de 2014.

6. No mesmo período de 2014, o aumento das assinaturas digitais chegou ao excelente percentual de 49,92% (66.467/99.647, mais 33.180). A inversão em 2015 foi muito violenta aqui – aumento de 33.180 de venda em um ano, queda de 14.085 no ano seguinte. Ainda assim, no total líquido, a Folha apresentava saldo de 22.342 (33,61%) de assinaturas em dezembro/2015 em relação a janeiro/2014.

7. As assinaturas híbridas (digital+papel) também tiveram um desempenho significativamente bom em 2014, com aumento de 22,11% (48.701/59.470). No entanto, no período mais longo (janeiro/14 a dezembro/15), houve redução no número deste tipo de assinatura (48.701/46.057), resultado da inversão ocorrida ano passado, quando houve queda de 21,01%.

8. Embora os gráficos de tendência sejam muito semelhantes, a Folha parece em situação pior do que a do Globo, no momento. O jornal dos Frias vinha num quadro de crescimento nos dois tipos de circulação que envolviam a edição digital (a “pura” e a “híbrida”) e de uma queda controlada na impressa. Em 2015, porém, o caldo desandou e não só a edição impressa acelerou em muito sua queda (de 2.76% em 2014 para 14,08%, no ano passado) como houve uma inversão brusca e violenta nas circulações digital e híbrida.

9. Esta violenta desaceleração nas vendas pode ter sido causada pela crise econômica do país – que existe, mas foi muito amplificada pelos meios de comunicação, incluindo a Folha -, mas dada a brusquidão (e profundidade) da virada nas edições digitais parece ter sido causada também por uma forte rejeição da linha editorial do jornal por parte de leitores tradicionais, sem o correspondente contrabalanço de novos leitores.

10. No momento, a pergunta que se faz é até onde irá essa redução. A tendência, pelo menos num prazo médio, é que ela se estabilize em algum patamar. A questão é saber qual patamar será. A resposta deverá vir nos próximos meses e, dependendo de qual for, os minipassaralhos como o ocorrido na semana passada – quando seis profissionais foram demitidos nas redações de São Paulo e Brasília (podem ter havido outras demissões que não chegaram ao meu conhecimento) – poderão repetir-se em 2016.

 

Redação

34 Comentários

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  1. Obviamente que essa queda se

    Obviamente que essa queda se deve à Internet. Não faz muito sentido pagar por notícias que encontramos facilmente de graça na Internet. Mas cito outro: eventuais interessados na publicação têm receio de assinar, pois têm experiência de dificuldades no cancelamento de assinaturas. Eu assinei a revista Época uma vez porque ganhava de brinde um Tablet. Sofri pra me deixarem em paz. Renovaram a assinatura automaticamente, pedi pra cancelar, depois de muita luta cancelaram mas só me deixaram em paz de verdade quando eu ameacei chamar a polícia no próximo telefonema e fui criativo nos xingamentos. Mas foi duro. O resultado é que hoje eu só faço assinatura de alguma coisa se for essencial na minha vida, como uma tv a cabo e internet, por exemplo. Mas mesmo assim com muito receio.

  2. A tendência não pode se

    A tendência não pode se somente a crise, pois tem o problema da anualidade, é bem possível que com o passar do tempo piore mais ainda. Uma coisa que não entendo é como jornais com circulação ridícula dessa conseque tanta repercursão

  3. A tendência não pode se

    A tendência não pode se somente a crise, pois tem o problema da anualidade, é bem possível que com o passar do tempo piore mais ainda. Uma coisa que não entendo é como jornais com circulação ridícula dessa conseque tanta repercursão

  4. Até o radicais que “gozam”

    Até o radicais que “gozam” com a desgraça de todos os dias, um dia cansam – é a sobrevivência ante a insanidade. A tendência, pois, se não mudarem suas linhas editoriais, é a de se estabelecerem em níveis mínimos (apenas os radicais dos radicais: sado-masoquistas). E níveis mínimos, sabem as lesmas, não sustenta ninguém: quebram.

  5. Um dado interessante é que a

    Um dado interessante é que a proporção de digital para para impressa de 2/3 passou para 1/2

    O Preço do da assinatura digital é praticamente metade do preço da impressa

    Não temos os dados da migração da assinatura diária para a assinatura recebimento somente aos sábados e domingos

    A queda da assinatura impressa afeta em muito o alcance da da folha, pois sabemos que a assinatura impressa é mais compartilhada do que a digital.

     

  6. Nenhum empresário sério pode

    Nenhum empresário sério pode esperar ganhar dinheiro espantando metade de seus potenciais clientes, jornais, revistas e congeneres da grande mídia se especializaram em manter em suas páginas somente opiniões que se coadunam com sua linha editorial, reportagens{?) e colunistas são extensões dos pensamentos, desejos e interesses do dono do jornal, em um ramo que perde clientes em ritimo exponencial em função da ascenção de novas tecnologias querer manter como clientela apenas os que pensam como o dono é a receita perfeita para acelerar uma degeneração que viria inexoravelmente. “Coleguinhas” ponham as barbas de molho pois a crise que ajudaram a turbinar é grave e o de voces definitivamente entrou na reta… 

  7. Pagar R$ 1000,00 por ano têm

    Pagar R$ 1000,00 por ano têm que esta bem engajado na causa mesmo, e vamos ser sinceros é para poucos, a verdade é que de popular não tem de nada. Deve-se levar em conta se os dados são verdadeiro.

  8. com essa linha editorial de

    com essa linha editorial de jornalismo de  porta de cadeia, que

    criminaliza tudo e a todos, a tendencia é decair cada vez mais.

    note-se que os programas policiais até que tèm uma audiencia razoável,

    sempre em relação a zero,claro,  os jornais policiais tb, mas fica nisso.

    jamais alcançam níveis expressivos como as revisitas

    como o cruzeiro já alcançaram em sua época, setecentos mil

    exemplasres para uma população bem menor do que a atual…

    isso quer dizer o segunte: o ser humano não suporta tanto sado-masoquismo por muito tempo…

    chega um momeno em que desliga a tv do programa do datena ou

    dos noticiários porque não aguenta ver tanta coisa que só fere de morte qualquer sensibiidsade humana.

    e, no caso , dos jornais, vira a página porque sabe que ali pode

    haver mais mentiras e forçações de barra do que verdades…

    mais truculencia diuturna da polícia do que seguurança ´pública…

    mais excrescencia humana do que solidariedade…

    mais textos péssimos e lugares comuns abomináveis do que

    propriamente criativdade intercontextual…

    gente foi feita pra brihar, como dizia o poeta…

    louvação ao  que deve ser louvado, disse outro melhor ainda…

     

     

  9. um aspecto interessante deste

    um aspecto interessante deste post é a   comprovação de

     que esses números tem muito a ver com o avanço dos blogs que

    trabalham com nótícias tb, muitos baseados na propria imprensa, só

    que com análise ja apofundada da infromação…

    então por que vou comprar um produto de um veículo que mente

    descaradamente para mim o tempo inteiro se posso entrar na internet e

    ler a matéria já devidamente analisada, deglutida, interpretada???…

    por que vou adquirir um produto cujo porudotr me despreza

    como trabalhador, como  produtor de riquezas?

  10. A velha mídia desserve a Democracia.

    Os velhos veículos são aparelhos de oposição, como a Fox nos EUA. Se eu quisesse consumir panfletagem, assinaria A Hora do Povo. Aliás, no fim dos tempos, todos os grandes jornais brasileiros alcançarão a tiragem e a relevância de A Hora do Povo.

    Quem precisa de informação segura para trabalhar ou investir não lê ou assiste jornais. Perde-se um tempo imenso com isso. Minerar informação, sem apoio dos veículos de imprensa é trabalho insano. O empresário de comunicações precisa ser muito burro, do tipo que rasga dinheiro, para transformar o seu veículo num panfleto político.

    Lembro, no governo Lula, de investidores estrangeiros reclamando da qualidade da informação dos grandes jornais (“tudo está ruim, só que não”) e como isso atrapalhava as decisões de negócio. Vi mais de um consultor dizer “cancele as assinaturas de jornais e invista no Brasil”. Quem NÃO LEU jornais e investiu no Brasil ganhou dinheiro, óbvio.

  11. se houver poeta, que

    se houver poeta, que canrte…

    swe houver analistra ou professor de jornalismo, que analise…

    ou componha uma elegia…

    ou um réquiem para a grande mídia golpisrta…

    é questão de tempo…

    há várias possibilidades. pode ocorrer como ocorreu

    com a criação da imprensa por gutenberg….

    só foi ampliar sua importncia, massificar, trezentos anos depois… ou mais…

    outra possibilidade mais próxima dos fatos e do que intuímos, é

    que a velocidade da internet faz com que esse processo

    seja cominado num tempo muito menor e aí

    o compositor do réquiem viveria para ver sua obra concretizada…

    1. assinaturas do governo estadual

      Somente na Secretaria da Educação devem ser pouco mais de 5.000 assinaturas em papel, uma para cada escola, órgãos regionais e centrais. Não sei se fazem assinaturas digitais também.

      Deve ter mais assinaturas em outros órgãos e secretarias do governo estadual.

  12. se o jornalistra percebe que

    se o jornalistra percebe que ele é uma mera extensão da infamia patronal,

    passa tb a ter uma visão entristecida de sua profissão…

    o jornalista é, pela natureza de sua profissão, um cara meio criador,

    inventivo no texto, no bom sentido,claro…

    depois de um tempo percebe que a mesmice aflora em sua vida com avassaladora

    contundencia…

    a repetição diuturna das mesmas pautas, sempre procurando chifre em

    cabeça de cavalo, pelo em ovo, sempre aquelas matérias nqm – nem que morra -,

    feitas a pedido do patrão ou pelo editor calhorda ou pelo puxa-saco de

    plantão dos donos do poder economico, o chefe de reportgem chuncheio,

    tudo isso leva-o à exaustão, ao stress…

    óbvio que tudo isso influencia negarivamente na qualidade dos jornais….  

    ou o cara torna-se um infame e morre antes do tempo por causa do stress

    causado pela inumanidade reinante, ou se manda e vive muito mais

    em outra profissão menos saturada de pressões desumanas….

    r

  13. Os Frias são sérios

    Os Frias são sérios candidatos ao prêmio de campeões de incompetência administrativa no Brasil. Herdaram um jornal, Folha de São Paulo, com público definido à esquerda e foram competir com Marinhos e Mesquitas à direita. Perderam o público sem ter a “bem querência” do povo da direita. Por sua prepotência, soberba e arrogância, sequer  foram capazes de entender quem era o seu público alvo.Se lascaram. Bem feito. Estão reduzidos ao ridículo jornalístico dos katiguiris e do furo jornalístico dos  pedalinhos.

  14. Meia notícia

    Sem dizer para onde migraram os leitores, ou se apenas todos resolveram se alienar do mundo, a constatação de que os jornais brasileiros estão sofrendo do mesmo mal de todos os outros pelo mundo afora é apenas uma informação vazia.

  15. O que falta na Internet é produção de conteúdo.

    Com o fortalecimento da divulgação via internet o faturamento dos portais mais lidos permitirão a contratação de especialistas e o fortalecimento da produção de conteúdo.

    Também um formato especial em que se possa guardar reportagens de forma classificada no próprio site permitirá um salto qualitativo em relação aos jornais e portais tradicionais.

    Quando estas e mais modificações de forma vingarem os jornais ficarão restritos a um número limitados de leitores que irão morrendo literalmente, até ficarem uma forma de informação marginal.

  16. caçam lulae, comisso,cassam a

    caçam lulae, comisso,cassam a solidariedade, a inclusão social, a degesa dos trbalhadores, as conquistas sociais, a voz dos movimentos socais.

    é a cessação dos diretiso de se ter amigos, da vida feita para o diálogo, a composição, a conciliação…

    ao declarar guerra a tudo isso, cria-se um espúrio espírito de barbárie,

    de vale tudo,de pega pra capar, do caos, da convulsão social……

    de que maneira reagirão as pesaos que perderam tudo isso e sentem no fundo

    da alma a pérda do sentido da vida?.

    a ver….

    ou nem quero  ver,  como diria oary barroso quando um atacanrte do

    time adversário penetrava na área do flamengo…

  17. inviabilizaram o produto jornal

    O produto jornal tornou-se sinônimo de proselitismo ideologico. No caso do Brasil. proselitismo ideológico da direita. Perderam o maior capital que um jornal poderia ter, a credibilidade. No curto e médio prazo o produto jornal está inviabilizado no Brasil.

    1. Tenho essa impressão desde a

      Tenho essa impressão desde a primeira eleição de Lula: o poder (de fato” – e não “de jure”) vai acabar matando os jornais. O silêncio “oficial” sobre as delações – que, afinal, apenas confirmam as provas – contra Aécio Neves da Cunha em comparação com o o barulho popular, ainda vai relegar a imprensa do PIG – agigantada economicamente e alinhada com os setores mais poderosos do país – um papel de leitura de velhos reclamões e conservadores em menos de vinte anos. Pode ser que haja uma vitória aqui, outra ali, momentaneamente. Mas quem puder escapar do imediatismo de pensamento tão cultuado pelos neocons, verá que o mundo não vai se acabar amanhã. Sobreviverão os alinhados não com o 1% mas sim com os 99%…

  18. O grupo terrorista mais

    O grupo terrorista mais perigoso do país é o PIG. Não ha menor duvida.

    Vão cabar com o país se não acabarmos com eles

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