É possível fazer mais por menos na saúde?

O Huffington Post publicou um artigo (The Most Efficient Health Care Systems In The World) nos últimos dias, partindo de um ranking sobre os sistemas de saúde mais eficientes do mundo elaborado pela Bloomberg.

Embora o artigo foque em como os EUA está (mal) colocado no ranking, é o 46º dos 48 países estudados, muito do que é levantado pelo artigo se aplicaria ao Brasil que é o último (48º). E embora o artigo fale em eficiência, talvez o mais correto fosse falar em custo-benefício do sistema devido a metodologia.

Pela metodologia do ranking, cada país foi avaliado por 3 critérios, expectativa de vida (60% de peso), custo relativo do sistema de saúde no PIB do país (30%) e e custo absoluto per capita. Pode ser algo simplista, pois temos outros fatores (alimentação, esgoto, etc) que afetariam a expectativa de vida além do sistema de saúde, mas de qualquer forma, serve pra fazer algumas comparações interessantes e obter informações valiosas para pensar a saúde do nosso país.

O custo absoluto per capita dos EUA é o segundo maior dos 48 países, perdendo apenas para Suíça, nono colocado do ranking. E tal custo absoluto per capita era 21 vezes maior que o da Líbia (provavelmente com dados pré-destruição do país) que ocupava a posição de 11º.

Outro dado que não dá para ignorar em relação aos americanos, é que lá, 17,2% do PIB vai parar de alguma forma na saúde. É o dobro que cada um dos 4 primeiros (Hong Kong, Cingapura, Japão e Israel) investem.

E antes que alguém pergunte por Cuba, está em 28º, com 11,3% do PIB na saúde, mais que o Brasil (9,9%). Porém, o custo per capita absoluto lá é metade do nosso.

Podemos aprender algo com Cuba e possivelmente com os médicos cubanos que estão chegando? Provavelmente.

Mas não só com eles.

Os 10 primeiros colocados possuem um custo per capita absoluto maior que o nosso, o que reforça a ideia divulgada por alguns de que precisamos gerar mais riqueza para que a mesma possibilite a criação de um sistema de saúde de primeiro mundo. E com maior desenvolvimento e riquezas é possível investir uma % menor em saúde. Dos 10 primeiros, só Espanha, Itália e Suíça investem mais que os nossos 9,9%.

Então, o que fazemos já que não somos tão desenvolvidos e ricos? Esperamos o bolo ficar maior para repartir? Investir uma % maior em saúde?

Talvez a solução seja olhar e investigar os países que em teoria fazem muito com pouco.

A Líbia, como já comentei anteriormente, é um caso praticamente “perdido” devido ao que ocorreu lá, mas há outros países com uma “eficiência” ou custo-benefício melhor que o nosso que poderiam nos auxiliar na construção de uma saúde melhor para os brasileiros.

Chile (13º), México (15º), Malásia (18º), Equador (20º), Polônia, Tailândia, Venezuela, Arábia Saudita, Argentina, Romênia, Peru, China, Argélia, Bulgária, Colômbia, República Dominicana, Turquia, Irã gastam % e absolutamente per capita menos que o Brasil em saúde.  Sendo que vários destes gastam menos da metade, seja em % como em valores absolutos per capita.

Redação

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador