Há 80 anos, o mundo via Hitler tornar-se o Führer

 
Hindenburg e Hitler

Hindenburg e Hitler

Milton Ribeiro (*)

Em alemão, Führer significa “guia”, “líder”, “chefe”. Deriva do verbo führen, “conduzir”. Embora a palavra permaneça de uso comum em alemão, está tradicionalmente associada a Adolf Hitler, que a usou para se autodesignar líder da Alemanha Nazista.

Há 80 anos, às 9 horas de 2 de agosto de 1934, o Presidente Paul von Hindenburg, de 87 anos, faleceu. Três horas depois, ao meio-dia, foi divulgado que,  de acordo com uma lei emanada “no dia anterior”, os cargos de Chanceler (Reichskanzler), o qual Hitler já ocupava, e Presidente (Reichspräsident) tinham sido unificados e que Adolf Hitler, de 45 anos, assumiria poderes de chefe de estado e comandante supremo das forças armadas. O título de presidente ficava abolido e Hitler seria Líder e Chanceler (Führer und Reichskanzler). Em 19 de agosto, foi realizado um referendo em que o povo alemão aprovou a posse de Hitler no cargo. Sua vitória foi, pela primeira vez, esmagadora. Cerca de 95% dos eleitores inscritos votaram e 90% – mais de 38 milhões – votaram a favor, com apenas 4,25 milhões votando contra. Então, Hitler exigiu de todos os oficiais e membros das forças armadas um juramento de fidelidade para com ele próprio. O juramento era muito pessoal:

“Faço perante Deus o sagrado juramento de que renderei incondicional obediência a Adolf Hitler, o Führer do povo e do Reich alemão, comandante supremo das forças armadas, e de que estarei pronto como um corajoso soldado a arriscar minha vida a qualquer momento por este juramento”.

Hindenburg morto.

Hindenburg morto.

E o que é o Reich? O Terceiro Reich seria um novo período de supremacia alemã. O governo nazista tinha por hábito glorificar o passado do país que, de acordo sua visão, tivera dois períodos de grande destaque mundial. O primeiro fora o estabelecimento do Sacro Império Romano-Germânico no ano de 962; o segundo, a criação do Império Alemão em 1871, que consistia em uma Alemanha unificada ao modo dos estados modernos e que, além disso, possuía um considerável império ultramarino, com colônias na África, Ásia e Oceania. O Terceiro Reich, proposto pelo partido nazista, viria recriar os momentos de glória do povo germânico e deveria durar mil anos.

Um detalhe importante é que nestes mil anos haveria uma seleção de etnias na qual a raça ariana deveria ter a supremacia.

Alois Hitler (1837-1903)

Alois Hitler (1837-1903)

Como Hitler chegou a Führer

O pai, Alois Hitler, era funcionário da alfândega e filho, como se dizia na época, ilegítimo, isto é, não nascera dentro de um casamento. Até os quarenta anos, Alois usou o sobrenome da sua mãe, Schicklgruber. Em 1876, passou a empregar o nome do seu pai adotivo, Johann Georg Hiedler, cujo nome foi alterado para Hitler por erro de um escrivão. Alois casou-se e teve seis filhos com Klara Pölzl. Apenas Adolf, o quarto, e sua irmã mais nova, Paula, sobreviveram à infância. Viviam em Linz, no interior da Áustria. Adolf era muito mais devotado à mãe, Klara, que faleceu em 1907, do que ao pai, morto em 1903. Aos 18 anos, em 1907, órfão de pai e mãe, ele partiu para Viena, onde tinha vagas aspirações de se tornar artista plástico. Tinha, então, direito a um subsídio para órfãos, que acabaria por perder aos 21 anos, em 1910.

No mesmo ano fez dois exames de admissão na Academia de Belas-Artes de Viena, sempre sem sucesso. Nos anos seguintes permaneceu em Viena, sem emprego fixo. O dinheiro era curto e ele chegou mesmo a pernoitar, por vezes, em asilos para mendigos. Depois, começou a copiar postais e pintar paisagens de Viena — ocupação com a qual conseguiu financiar o aluguel de um apartamento. Com suas pinturas copiadas, ganhava mais dinheiro do que se tivesse um emprego regular. Ele gostava de frequentar a Ópera Estatal de Viena, especialmente para assistir as óperas de Richard Wagner.

Klara Hitler (1860-1907)

Klara Hitler (1860-1907)

Foi em Viena que Hitler começou a perfilar-se como antissemita. O antissemitismo estava profundamente enraizado na cultura católica do sul da Alemanha e na Áustria, onde Hitler cresceu. Viena tinha uma grande comunidade judaica, incluindo muitos judeus ortodoxos do leste da Europa. Na cidade, Hitler tomou contato com os judeus ortodoxos, que, ao contrário dos judeus de Linz, distinguiam-se pelas suas vestes. Foi em Viena que ele comprou e leu os primeiros panfletos abertamente antissemitas que relata em seu livro Mein Kampf.

Também foi em Viena que tomou contato com a doutrina marxista, tendo “aprendido a lidar com a dialética deles, incorporando-a para os meus fins”.

Em 1913, mudou-se para Munique. Como relata em Mein Kampf, desejava viver numa cidade alemã a fim de afastar-se do por demais multiétnico Império Austro-Húngaro. Queria viver num país mais homogêneo do ponto de vista racial. Ao mudar-se, também fugia do serviço militar obrigatório. Só que foi localizado e obrigado a um exame físico no qual foi considerado inapto. Então, regressou a Munique, onde retomou sua atividade de pintor, vendendo seus quadros na rua.

A Primeira Guerra Mundial

Em agosto de 1914, quando a Alemanha entrou na Primeira Guerra Mundial, alistou-se imediatamente no exército bávaro. Serviu na França e Bélgica como mensageiro, uma posição muito perigosa, que envolvia exposição a fogo inimigo. A folha de serviço de Hitler foi exemplar, mas nunca foi promovido além de cabo, que era a patente mais alta oferecida a um estrangeiro no Exército Alemão.

Foi condecorado duas vezes por coragem em ação. A primeira medalha que recebeu foi a Cruz de Ferro de Segunda Classe, em dezembro de 1914 . Depois, em agosto de 1918, recebeu a Cruz de Ferro de Primeira Classe, uma distinção raramente atribuída a não oficiais.

Apesar de não ser cidadão alemão, durante a guerra Hitler desenvolveu um patriotismo apaixonado. Ficou chocado pela capitulação da Alemanha em novembro de 1918, sustentando a ideia de que o exército alemão não tinha sido, de fato, derrotado. Como muitos nacionalistas alemães, culpou os políticos civis pela capitulação.

Ao término da Primeira Grande Guerra, Hitler permaneceu no exército, agora ativo na supressão das revoltas socialistas que surgiam pela Alemanha. Participou de cursos de “pensamento nacionalista” e chegou a uma nova conclusão: a Alemanha capitulara na Primeira Guerra Mundial em função do “judaísmo internacional”, dos comunistas e dos políticos de todos os setores.

Hitler na Primeira Guerra Mundial (sentado, à direita)

Hitler na Primeira Guerra Mundial (sentado, à direita)

1923

Então, escreveu aquele que é geralmente tido como o seu primeiro texto antissemita, um “Relatório sobre o Antissemitismo”. Nele, Hitler fazia a apologia de um “Antissemitismo racional” que não recorreria aos pogroms, mas que “lutaria de forma legal para remover os privilégios gozados pelos judeus em relação a outros estrangeiros. O objetivo final era o da remoção irrevogável dos judeus”.

Hitler foi liberado do exército em 1920. A partir dessa data, começou a participar ativamente das atividades doNationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei – NSDAP (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães), normalmente conhecido como partido Nazi, ou Nazista, palavra que tem origem na junção das palavras “National Sozialistische”, em contraste com os Sozi, um termo usado para descrever os social-democratas. O partido adotou a suástica (supostamente um símbolo ariano) e a saudação romana, também usada pelos fascistas italianos.

O partido servia -se do apoio da Sturmabteilung (SA), uma milícia paramilitar que costumava vagar pelas ruas atacando comunistas, minorias religiosas e gritando palavras de ordem. Por volta de 1923, Hitler conheceu Julius Streicher, editor de um jornal violentamente antissemita chamado Der Stürmer, que o apoiaria em sua propaganda de promoção pessoal e de ódio aos judeus.

Hitler numa marcha das SA em 1932

Hitler numa marcha das SA em 1932

O Partido Nazista era nesta altura constituído por um pequeno número de extremistas de Munique. Mas Hitler tinha duas armas potentíssimas: a oratória pública e o poder de inspirar lealdade pessoal. A sua oratória de esquina, atacando os judeus, os comunistas, os liberais e os capitalistas, começou a atrair simpatizantes. Alguns dos seguidores desde o início foram os futuros ministros Rudolf Hess, Hermann Göring, e Ernst Röhm, líder da SA. Outro admirador foi o marechal de campo Erich Ludendorff.

O crescimento do partido apoiava-se no ressentimento pela derrota e no mal-estar econômico, político e social decorrente da derrota de 1918 e, depois, da crise de 1929.

Intermezzo 1. Curiosamente, o melhor retrato da Berlim deste período foi criado pelo mais intimista e filosófico dos diretores de cinema. Em O Ovo da Serpente, Ingmar Bergman mostra a ascensão do nazismo, captando com grande acurácia e brilhantismo o ambiente da República de Weimar, com o caos econômico, moral e político aflorando e alterando as pessoas. No final do filme, o médico Hans Vergerus fala sobre a formação do nazismo:(…) qualquer um que fizer o mínimo esforço poderá ver o que nos espera no futuro. É como o ovo de serpente. Através das membranas finas pode-se distinguir o réptil já perfeitamente formado. Infelizmente e sabe-se lá por quê, a imagem, roubada por Bergman de Shakespeare, tornou-se lugar-comum de nove entre dez políticos de parca cultura. Fim do intermezzo.

O Dr. Hans Vergerus de 'O Ovo da Serpente'

O Dr. Hans Vergerus de ‘O Ovo da Serpente’

putsch da Cervejaria

O célebre putsch da Cervejaria foi uma malfadada tentativa de golpe de Adolf Hitler e seu Partido Nazista contra o governo da região alemã da Baviera, ocorrido em 9 de novembro de 1923. O objetivo era tomar as rédeas do governo bávaro para, em seguida, abocanhar o poder em todo o país. Mas a ação foi rapidamente controlada pela polícia bávara, sendo que Hitler e vários correligionários – entre eles, Rudolf Hess – acabaram presos.

Hitler usou o seu julgamento como uma oportunidade para espalhar a sua mensagem por toda a Alemanha. Era um eficiente político que não cansava de fazer proselitismo, falando aos jornais e a todos que buscassem contato. Em abril de 1924, Hitler foi condenado a cinco anos de prisão, mas foi anistiado depois de seis meses. Na prisão, ditou o primeiro volume do livro chamado Mein Kampf (“Minha Luta”), primeiramente a Emil Maurice, e posteriormente ao seu fiel ajudante Rudolf Hess. O livro é essencialmente biográfico.

Intermezzo 2. Os direitos autorais do livro caem em domínio público em 2015, quando dos 70 anos da morte do autor. Está sendo preparada uma edição crítica para esta data. Fim do intermezzo.

A primeira edição de Mein Kampf com autógrafo de Hitler (clique para ampliar)

A primeira edição de Mein Kampf com autógrafo de Hitler (clique para ampliar)

Mein Kampf prega a militarização da Alemanha. Descreve a visão de Hitler sobre psicologia de massas, a maneira certa e o melhor momento de fazer um discurso político. Analisa o conteúdo que cada discurso deve ter de acordo com o público alvo. Expõe também a ascensão de Hitler no Partido Nazi que não fundou, mas que mudou o rumo. Expõe também a visão de Hitler sobre o jogo político partidário. Mostra-se totalmente avesso às coligações, afirmando que “O forte é mais forte sozinho”, frase que é título de um capítulo do livro. Também critica o colonialismo francês prevendo que a intromissão na África traria, no futuro, problemas para a França.

O segundo volume do Mein Kampf foi escrito em 1926, quando Hitler já estava fora da prisão. Neste são expostas as ideias Nacional-Socialistas, sem mais informações biográficas. A compilação dos dois volumes recebeu primeiramente o nome de Viereinhalb Jahre des Kampfes gegen Lüge, Dummheit und Feigheit (Quatro anos e meio de luta contra mentiras, estupidez e covardia), mas foi alterado para simplesmente Mein Kampf antes de ser publicado. Após a leitura, a conclusão a que se chega é simples: os dois males do mundo são o comunismo e o judaísmo. E a solução é a erradicação de ambos.

Além disso, em Mein Kampf, ele divide os seres humanos com base em atributos físicos e psicológicos. Hitler afirma que os “arianos” estavam no topo da pirâmide, cuja base era formada por judeus, polacos, russos, checos e ciganos. Segundo ele, aqueles povos se beneficiavam aprendendo com os superiores arianos. Ele também afirmava que os judeus estavam a conspirar para evitar que a raça ariana se impusesse como era seu direito, ao diluir sua pureza racial e cultural e ao convencer os arianos a acreditarem na igualdade.

Ascensão ao poder

Hitler e a SS

Hitler e a SS

Após sua prisão, Hitler foi considerado relativamente inofensivo. Enquanto isso, ele trabalhava. Fundou um grupo que mais tarde se tornaria fundamental. Uma vez que o Sturmabteilung (“Tropas de choque” ou SA) de Röhm, não eram confiáveis e formavam uma base separada de poder dentro do partido, ele estabeleceu uma guarda para sua defesa pessoal, a Schutzstaffel(“Unidade de Proteção” ou SS). Esta tropa de elite em uniforme preto seria comandada por Heinrich Himmler, que se tornaria o principal executor dos seus planos relativamente à “Questão Judaica” durante a Segunda Guerra Mundial. Criou também numerosas organizações de filiação (Juventudes Hitleristas, associações de mulheres, etc.).

E, a partir de 1929, o Partido Nazista teve uma progressão semelhante à do partido fascista de Benito Mussolini.

Um elemento vital do apelo de Hitler era o sentimento de orgulho nacional ofendido pelo Tratado de Versalhes, imposto ao Império Alemão pelos Aliados da Primeira Guerra Mundial. O Império Alemão perdeu territórios para a França, Polônia, Bélgica e Dinamarca e teve de admitir a responsabilidade única pela guerra, desistir das suas colônias e da sua marinha e pagar uma grande soma em reparações de guerra, um total de 32 bilhões de marcos. Uma vez que a maioria dos alemães não acreditava que o Império Alemão tivesse começado a guerra, nem que tinha sido efetivamente derrotado, eles se ressentiam amargamente. Apesar das tentativas iniciais do partido de ganhar votos culpando o “judaísmo internacional”, os Nazistas aprenderam rapidamente uma propaganda muito mais sutil e eficaz que combinava o antissemitismo com ataques aos políticos.

Explorando habilmente as frustrações e o sentimento antissemita enraizado na sociedade alemã da época, o ponto da virada em benefício de Hitler veio com a Grande Depressão que atingiu a Alemanha em 1930. Os social-democratas e os partidos tradicionais de centro e direita eram incapazes de lidar com o choque da depressão. As eleições parlamentares de setembro de 1930 foram de vitória para o Partido Nazista, que se ergueu da obscuridade para ganhar mais de 18% dos votos e 107 lugares no Reichstag (parlamento alemão), tornando-se o segundo maior partido do país.

Cana de Berlin Alexanderplatz: quase 16 horas de filme

Cana de Berlin Alexanderplatz: quase 16 horas de filme

Intermezzo 3. É desta época o romance Berlin Alexanderplatz, obra-prima de Alfred Döblin. É a esplêndida narrativa da história de Franz Biberkopf, um operário saído da prisão no ano de 1929, após quatro anos cumprindo pena. Ele recomeça sua vida arranjando um emprego, mas não consegue levar uma vida decente, quer do ponto de vida material, quer do moral. Rainer Werner Fassbinder filmou a história para a televisão em 1980. O filme tem a duração de 15 horas e meia. Fim do intermezzo.

Hitler ganhou sobretudo votos entre a classe média alemã, que tinha sido atingida pela inflação dos anos 20 e o desemprego oriundo da depressão. Agricultores e veteranos de guerra foram outros grupos que apoiaram os nazistas. As classes trabalhadoras urbanas, em geral, ignoraram os apelos de Hitler. As cidades de Berlim e da Bacia do Ruhr (norte da Alemanha, protestante) eram-lhe particularmente hostis.

Mas nenhum partido conseguiria governar sem os nazistas e, nas eleições presidenciais de julho de 1932, o governo procurou obter o apoio dos nazistas para estenderem o mandato do presidente Paul von Hindenburg. Hitler recusou qualquer acordo, e acabou concorrendo com Hindenburg na eleição presidencial, obtendo o segundo lugar na primeira fase da eleição. Era mais um grande resultado. Uma vez que nazistas e comunistas tinham muitos representantes noReichstag , a formação de um governo estável de partidos do centro era impossível. Para colaborar, Hitler passou a fazer grandes exigências, incluindo o posto de Chanceler da Alemanha.

Após novas eleições em novembro, Hindenburg acabou nomeando Hitler como Chanceler, num gabinete que ainda incluía dois nazistas: Göring e Wilhelm Frick.

Curiosamente, Hitler e seu partido jamais obtiveram maioria absoluta. Nas últimas eleições livres, os nazistas obtiveram 33% dos votos, obtendo 196 lugares num total de 584. Mesmo nas eleições de março de 1933, que tiveram lugar após o terror e violência terem varrido o Estado, o partido de Hitler chegou aos 44% dos votos, sem alcançar a maioria absoluta. Contrariando a proposta do Mein Kampf, os nazistas só obtiveram a maioria doReichstag através de coligações formais. E os votos adicionais conseguidos para aprovar a lei que deu a Hitler autoridade de ditador só foram assegurados pela expulsão de deputados comunistas e da intimidação de ministros dos partidos do centro.

Numa série de decretos que se seguiram pouco depois, outros partidos foram suprimidos e toda a oposição foi proibida. Em poucos meses, Hitler tinha adquirido o controle autoritário do país e enterrou definitivamente os últimos vestígios de democracia.

E então, em 2 de agosto de 1934, Hindenburg morreu. E Hitler fundindo as funções de Presidente e de Chanceler, tornando-se o Führer, requerendo um juramento de lealdade a cada membro das forças armadas. Esta fusão dos cargos, aprovada pelo parlamento poucas horas depois da morte de Hindenburg, foi mais tarde confirmada pela maioria do eleitorado em 19 de agosto. O regime teve débil oposição interna. Os grupos oposicionistas existentes eram pequenos, sem forças, carentes de coordenação e sistematicamente intimidados. Começava o Regime Nazista.

Convenção do Partido Nazista em Nuremberg (1935)

Convenção do Partido Nazista em Nuremberg (1935)

(*) A maior parte do texto consiste de compilação feita a partir de várias fontes.

http://www.sul21.com.br/jornal/ha-80-anos-o-mundo-via-hitler-tornar-se-o-fuehrer/

 

Redação

12 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. A história se repede, mas as

    A história se repede, mas as avessas: hoe o mundo vê o MIMI se tornar um assassino infanticida e não faz nada. Até quando?

  2. Como era a situação dos

    Como era a situação dos judeus antes da 1 e 2 guerra Mundial eles tinham um pais, quando foi qiue perderam , ou o Estado de Israel só foi feito depois da 2 guerra?

    1. Caso é o seguinte:

      Até o fim da 1ª Guerra Mundial a área onde hoje está Israel era dominada pelo Império Otomano. Depois da 1ª Guerra e até 1948 (portanto, durante todo o período da 2ª Guerra Mundial) a área ficou sob domínio da Inglaterra. Em 1947 a Resolução 181 da ONU recomendou que fossem criados um estado judeu e outro árabe na área, com Jerusalém como área neutra e desmilitarizada internacional.

      O estado judeu – Israel – instalou-se com base nessa Resolução 181 e depois Israel invdiu e tomou as terras que deveriam constituir o estado árabe, bem como ocupou Jerusalém e a declarou “unificada e capital de Israel”. Desde então Israel está permanentemente violando o direito internacional, com o apoio explícito e declarado dos Estados Unidos, que fornece ajuda militar, financeira e tecnológica a Israel e vota contra toda resolução da ONU que a condene.

      Simples assim.

  3. No referendo de 1934,  90%

    No referendo de 1934,  90% dos alemães votaram a favor da junção da função de chefe de estado e comandante das forças armadas para Hitler no que foi a instituição do nazismo como ideologia de estado. Ontem uma pesquisa mostrou que 95% dos judeus israelenses são a favor do morticinio em Gaza. E se for feita uma pesquisa entre os judeus não residentes em Israel o resultado não será diferente.

    Só espero que os judeus no futuro sejam condenados, da mesma forma como foram os alemães, pelos seus crimes de guerra. Essa afronta a humanidade que esta sendo cometida por Israel, seus chefes de estado, seus militares e seu povo, que não respeitam nenhuma organização internacional e que se especializou agora em atacar escolas da ONU (agora de manhã tem mais uma denúcia de ataque a escola)  demonstra o quanto um povo submetido a uma ideologia de estado deletéria faz de qualquer povo uma raça desumana e perversa.

     

     

  4. ‘Hitler’, por Ian Kershaw

    Leia a crítica de ‘Hitler’, do historiador inglês Ian Kershaw

    Hitler, de Ian Kershaw. Tradução de Pedro Maia Soares. Companhia das Letras, 1160 páginas. R$ 78

    Por Arthur Ituassu

    Aconstrução do mito é uma poderosa arma da modernidade, afirmam os filósofos franceses Philippe Lacoue-Labarthe e Jean-Luc Nancy. Como é próprio da era moderna, a expressão política não está no ser político, mas no que ele mitologicamente representa. Quais os limites dessa representação? A modernidade do Holocausto, da bomba atômica, da miséria, das guerras e da violência social, da degradação humana e ecológica, já se provou sem limites. Pode a representação política mitológica mover as massas em direção não somente ao equívoco mas ao que há de mais desumano e absurdo? Pode, e o nazismo é a prova mais cabal disso.

    Não à toa, continuamos a ler e publicar obras sobre uma certa sociedade representada numa figura político-mitológica específica que, na falta de palavras, nos faz sentir vergonha de nossa existência. Afinal, como afirmam Lacoue-Labarthe e Nancy: “O absoluto não pode ser qualquer coisa que se coloca fora de mim, ele é o sonho com o qual eu posso me identificar.”

    O livro de Ian Kershaw é mais um que se soma à biblioteca da tragédia. Não sem méritos. Galgado com seu trabalho à nobreza britânica, Sir Ian Kershaw preenche o lugar deixado aberto desde a publicação em 1973 da obra clássica de mesmo tema do jornalista e historiador alemão Joachim Fest.

    Uma das virtudes de Kershaw é descartar logo de início a discussão de Fest sobre a “grandeza histórica” do biografado. “Na inabalável certeza de exprimir um acordo profundo entre o espírito e a tendência da época, assim como na capacidade de tornar patente essa tendência, existe, certamente, um fator de grandeza histórica”, escreveu Fest, influenciado pelo historiador suíço Jacob Burckhardt, segundo o qual a definição de “grandeza histórica” representa “uma vontade que transcende o individual”, uma “misteriosa coincidência entre o egoísmo do indivíduo e a vontade de todos.” Ora, pode realmente existir alguma “grandeza” na morte de 50 milhões de pessoas decorrente dos conflitos da Segunda Guerra Mundial? No assassinato deliberado de 6 milhões de judeus?

    Num certo sentido, Kershaw lida melhor que Fest com o dilema fundamental da historiografia do tema, dividida entre a desconstrução do mito e a construção histórica do contexto. Ou seja, não atribui o mesmo protagonismo que Fest ao personagem, mas ao mesmo tempo não isenta o carocho de suas responsabilidades. Assim, escapa da armadilha epistemológica que envolve o assunto. Por um lado, ao focar em demasia no Belzebu, o historiador pode favorecer à isenção do corpo social — atitude comum na Alemanha pós-guerra. Por outro, ao enfatizar o contexto, a história tende a esvaziar a responsabilidade individual — “Hamlet without the prince”.

    Nesse sentido, as duas questões principais que o autor se coloca são: 1) como um sujeito inseguro, fracassado, mentiroso, carente e socialmente repugnante consegue chegar ao topo do poder político em uma sociedade complexa como a Alemanha dos anos 1930?; e 2) como esse mesmo ignóbil pôde exercer o poder durante um pouco mais de uma década e levar o mesmo país a uma campanha suicida de expansão pela Europa?

    Sobre o primeiro ponto, Ian Kershaw não hesita em apontar o dedo para a elite nacionalista e conservadora alemã da época, que catapultou Hitler do fundo do poço para a Chancelaria, vendo nele uma oportunidade de poder. No que diz respeito ao exercício político, Kershaw introduz o conceito de “trabalhar para o Fuehrer”: sem uma organização formalmente hierarquizada e um comando central ativo no dia a dia das questões do Estado, com a exceção da guerra, o regime nazista pôde funcionar a partir de autoridades autoatribuídas que procuravam seguir as diretrizes estabelecidas pelo arauto, muitas vezes da forma mais radical possível, como forma de galgar posições.

    Mas o que falta ao texto de Kershaw e sobra no de Joachim Fest é a relação entre a chegada do nazismo ao poder e a cultura política alemã, em especial no que envolve a famigerada questão da identidade nacional do país. Como afirma Fest, a derrocada do nazismo marca o fim do século XIX na Alemanha, a impossibilidade de construção de uma comunidade política “original”, “própria”, em meio ao avanço das ideologias “estrangeiras” e internacionalistas do liberalismo e do socialismo, e a representação mais clara desse constrangimento será a Alemanha dividida do pós-guerra.

    De qualquer forma, ao fim, além da depressão profunda, a sensação que fica se traduz em mais um dilema: ao mesmo tempo em que é de suma importância manter a história viva, será que não nos esforçamos demais para explicar o inexplicável? Como bem diria Karl Popper, a nobreza da História não reside no esgotamento do tema, mas na manutenção de sua natureza inesgotável. Apenas 65 anos depois do inferno, hordas de turistas de todos os cantos se encontram hoje em Berlim, destino da moda do mundo hype liberal globalizado. A cultura judaica voltou a florescer na Alemanha, com a chegada de judeus do Leste Europeu. O diacho, no entanto, está vivo e se esconde nos lugares mais improváveis. Basta procurar, por exemplo, na lista dos livros mais vendidos do país.

    ARTHUR ITUASSU é professor de Comunicação e doutor em Relações Internacionais pela PUC-Rio

  5. Alerta

    Que seja uma data de reflexão: A democracia é uma benção, que deve ser vigiada e protegida o tempo todo. Tanto Hitler quanto Mussolini chegaram ao poder por vias democráticas, eleições, composições de governo, etc. No entanto, tornaram-se tão ditadores quanto Stalin que chegou ao poder sem processo democrático. O mal que causaram ao mundo durante tanto tempo tem influência até hoje. O que nos deixa perplexo é o discurso de alguns políticos brasileiros desequilibrados, deputados eleitos com voto popular e com discursos tão despropositados e irresponsáveis quanto a retórica de ódio dessas figuras lamentáveis.

    1. Mas antes de fazer tal

      Mas antes de fazer tal análise, você deveria saber que Hitler nunca teve mais do 37% do eleitorado alemão em 1933.. Como Bush JR nunca teve mais do que 46% do eleitorado Americano em 2000..Paradoxo, não é?! Isso não é sobre democracia, mas como elites geralmente manipulam para chegar ao poder em determindadas épocas..

    2. Permita-me discordar de parte

      Permita-me discordar de parte de seu comentário. Mussolini fez uma marcha de milhares de camisas pretas até Roma e invadiu o Palácio do Imperador (ou Rei, agora não me recordo) forçando, na prática, sua indicação ao governo. Já Hitler chegou ao governo nas negociações políticas que fazem parte do sistema parlamentarista. Para formar a maioria necessária à composição de um gabinete, ele exigiu para si o posto de Chanceler. O Presidente Hindenburg aceitou. Mas o que deu a Hitler o poder total mesmo, foi o incêndio do Reichstag, que serviu de pretexto à prisão de todos os opositores. Então, sem os votos contrários de comunistas e social-democratas, todas as leis enviadas para votação foram aprovadas e elas davam a Hitler o poder total. As leis que mataram a democracia alemã foram aprovadas pelo parlamento nazificado. Como foi dito em Star Wars, a democracia morre sob estrondosos aplausos.

  6. Hitler, o mito de Joachim Fest

    Hitler, o mito de Joachim Fest, por Ana Maria Dietrich, Jornal da USP

    Em novembro de 1923, há exatos 83 anos, aconteceu o lendário Putsch de Munique, quando pela primeira vez Hitler tentou tomar o poder na Alemanha. A república de Weimar assistiu pasma ao golpe do recém-fundado Partido Nacional-Socialista, que só naquele ano teve 35 mil novas adesões. Hitler contou com o apoio de 15 mil homens da S. A., a tropa de assalto do partido nazi. Resultado: golpe frustrado e os líderes presos – mas o prestígio de Hitler e de seu partido só fez aumentar.

    Esse e outros episódios estão descritos na colossal biografia de Adolf Hitler escrita por Joachim Fest, publicada primeiramente na Alemanha, em 1973, e cuja segunda edição em português, revisada e ilustrada, foi lançada neste ano no Brasil pela Editora Nova Fronteira, em dois grandes volumes que somam 935 páginas. Joachim Fest, que morreu em setembro deste ano, foi um jornalista de grande nome na Alemanha e professor honorário da Universidade de Heidelberg. Ele mesmo chegou a lutar na 2a Guerra Mundial e acabou como prisioneiro da França. Além de Hitler, Fest escreveu No bunker de Hitler, livro que inspirou o filme A queda – As últimas horas de Hitler, dirigido por Oliver Hirschbiegel.

    Considerada uma das mais completas biografias sobre o estadista alemão que permaneceu no poder entre 1933 e 1945, Hitler é caracterizada pela riqueza de detalhes pessoais e “históricos”, que dão a sensação ao leitor de estar vendo os acontecimentos in loco. Sobre o Putsch de 1923, escreveu Fest: “Trajado com uma longa casaca negra, a cruz-de-ferro pregada ao peito, Hitler tomou lugar na Mercedes vermelha comprada havia pouco. (…) Com aquele gosto peculiar por cenas exageradas e teatrais, brandiu um copo de cerveja e, enquanto uma pesada metralhadora era posta em bateria ao seu lado, engoliu dramaticamente um último gole, arremessando em seguida com estrondo o copo aos pés”.

    O Putsch da cervejaria poderia ser considerado, então, um momento essencial na vida do futuro Führer do governo alemão: quando ele entraria definitivamente no caminho político. Hitler passaria, nesse momento, a controlar seus instintos artísticos e se transformaria em um “tecnocrata do poder”. Foi um grande passo para sua chegada ao poder como chanceler do Reich, em 1933.

    Frustrado o golpe, rotulado por muitos como “carnaval político”, “putsch de escada de serviço” e “farsa de faroeste”, Hitler, mesmo preso, continuou sua escalada megalomaníaca ao poder. Na prisão em Landsberg, aproveitou para continuar se articulando politicamente: compartilhava a cela com seus comparsas de partido, que chegavam, inclusive, a cuidar da limpeza de seus aposentos. Sentado em uma bandeira da suástica, costumava presidir o horário das refeições.

    Dentro da prisão, sua fama aumentou na Alemanha. O futuro Führer recebeu muitas cartas e flores de seus fãs e aproveitou os anos de reclusão para escrever o livro Minha luta, considerado uma bíblia do nacional-socialismo, permeada por ataques aos judeus e caracterizada por um estilo duvidoso, que se pretendia erudito, mas confundia figuras de linguagem e teorias. Os 25 pontos do programa do partido tinham sido promulgados em 1920, mas é com Minha luta que Hitler desenvolveu sua teoria racista que teria como ápice o extermínio em massa dos judeus em plena 2a Guerra. A idéia inicial era escrever uma biografia dos seus então 30 anos de vida, da pobreza de sua infância e das suas tentativas no universo artístico.

    Os 10 milhões de exemplares publicados não fizeram o sucesso esperado. Segundo Fest, faltava a presença de Hitler como orador que fazia a diferença para suas idéias cheias de fracas obsessões e fantasias. Até mesmo a teoria nacional-socialista não é convincente: carente de qualquer idéia original, mostrou-se um “caldo de tendências”. Rauschning, autor da obra Conversa com Hitler, afirmou que tudo nela já havia sido dito, falado, escrito: nacionalismo, anticapitalismo, culto à tradição, concepções de política exterior, racismo e anti-semitismo. Nada era novidade. Mas a falta do novo não afetou o sucesso estrondoso da teoria entre as massas.

    A abordagem do nazismo de Joachim Fest prima por dois pontos essenciais. O principal deles é a construção de um mito. Hitler não é descrito como uma pessoa normal, mas sim como um líder carismático capaz de acionar multidões que estavam amorfas antes de seu chamado. Para Fest, não seria possível o nacional-socialismo sem essa figura emblemática. Para provar sua teoria, ele enche o leitor de detalhes pessoais da vida de Hitler, desde criança dotado de pensamentos de conquista do mundo. Interessante é a fileira de adjetivos utilizados pelo autor para descrever as faces dessa múltipla e esquizofrênica personalidade, ora caracterizada como “impessoa”, ora como uma figura extremamente sedutora, capaz de exterminar qualquer resistência diante dele. Com um quê de exagero, Fest chega a afirmar que Hitler seria um guardião de todas as angústias de seu tempo. Vai mais longe, dizendo que, além de ser o denominador comum, “imprimiu aos acontecimentos seu rumo, sua extensão e seu dinamismo”.

    Da mesma maneira, pontua sua biografia, organizada de maneira cronológica, por títulos significativos dessa mesma abordagem de “louco e gênio” de Hitler. A infância e a participação na 1a Guerra são classificadas no tópico “vida sem objetivo”; a fundação do partido e o Putsch de Munique se encontram no tópico “O caminho da política”. Em seguida são pontuados “os anos de espera”, “o tempo de luta” e finalmente “a tomada do poder”, seguida da “Guerra errada” e terminando com “A queda”, com o fim do regime hitlerista. Nesse momento, Fest não poupa suas tintas para mostrar um Hitler manco, que se arrastava com seu cachorro, isolado dentro de seu bunker. Sua desgraça pessoal atingiu também os seus amores: a sua companheira Eva Braun teria tentado suicídio logo aos 23 anos.

    Moderno – O segundo ponto essencial do Hitler de Fest é desmontar as outras tantas teses que afirmam que o nacional-socialismo foi produto de condições históricas específicas, pontuadas principalmente pela Alemanha derrotada na 1ª Guerra Mundial, vítima de um cruel Tratado de Versalhes – assinado pelas nações vitoriosas –, que provocou a perda de valiosos territórios alemães, ocasionando então uma crise no governo que se formava no pós-guerra, a República de Weimar. Fest, em lugar disso, tenta refletir sobre todos os acontecimentos da Europa nessa época pela ótica pessoal da história de Hitler. O resultado é um exercício, no mínimo, interessante. Mostra um outro viés do nacional-socialismo, que traz algo diferente da historiografia em vigência, que prima por considerar as forças históricas evidentes no período como determinantes do processo.

    Além disso, a pesquisa de pano de fundo é monumental. Como se para todos os acontecimentos dessas décadas (principalmente de 1930 e 1940) houvesse um comentário especial ou frases de Hitler. Para provar a importância especial de Hitler na história, Fest argumenta que o nazismo morreu no momento em que Hitler se envenenou, em 1945, pouco antes da capitulação da Alemanha. “Com a morte de Hitler e a capitulação”, afirma, “o nacional-socialismo desapareceu de cena quase sem transição, de um momento para o outro, como se fosse apenas o movimento, a embriaguez e a catástrofe provocados por Hitler.” Mesmo no Tribunal de Nuremberg, montado pelos aliados entre 1945 e 1949 para julgar os criminosos de guerra, os acusados se mostravam ideologicamente alienados, de maneira que se levasse a crer que o único culpado por toda a catástrofe da guerra e do assassinato em massa fosse mesmo o ditador alemão.

    Mesmo assim, Fest não deixou de mostrar que Hitler foi extremamente moderno para seu tempo, trazendo novas realizações técnicas, como a propaganda em massa, cujos vestígios se encontram em diversos políticos populistas da atualidade. Fazendo “política para os apolíticos”, para a imensa massa mobilizada pelos festejos coletivos que mais pareciam shows, Hitler construiu o seu poder na esfera da sedução, criando duas faces para o mesmo nazismo: uma marcada pela prisão em massa e posterior extermínio dos excluídos, e outra, dentro dessa aura de magia, dos grandes comícios voltados para os eleitos, dos quais se tornaram mais famosas as festas do Dia do Partido, realizadas em Nuremberg.

    O personagem de Hitler retratado por Fest não deixa de ser marcante, mesmo que para o lado do mal, visto como a encarnação do que de pior pôde acontecer para a humanidade. O autor provoca o leitor quando – através de uma bela metáfora – afirma que Hitler nada mais foi do que um espelho de sua época, uma época cruel, sem esperanças e permeada de angústias. Tempos sombrios, diria Hannah Arendt.

    ***

    Ana Maria Dietrich, historiadora e jornalista, faz doutorado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP sobre o tema “Nazismo tropical? O Partido Nazista no Brasil”. É co-autora de Alemanha (Imesp, 1997).

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador