O primarismo da proposta energética de governo de Marina

O primarismo da proposta energética de governo de Marina.

1)     Introdução.

Quando se quer renovar é necessário ter uma base sólida para não cair em grandes bobagens, e me parece que isto está ocorrendo no programa de governo de Marina.

Como a proposta básica de Marina Silva é a sustentabilidade, ou seja, onde ela se diz mais forte, fui exatamente ao programa no item referente aos “cinco grandes focos” para “a sustentabilidade da matriz energética brasileira”, onde li os pontos básicos, que transcrevo literalmentre, são:

1)     aumento da eficiência energética;

2)     aumento da participação da eletricidade na matriz energética;

3)     realinhamento da política para focar nas fontes renováveis e sustentáveis, tanto no setor elétrico como na política de combustíveis, com especial ênfase nas fontes renováveis modernas (solar, eólicas, de biomassa, geotermal, das marés, dos biocombustíveis de segunda geração);

4)     redução de consumo de combustíveis fósseis e

5)     ampliação da geração distribuída.

A grosso modo, este programa parece correto e levaria a um resultado satisfatório e desejável para qualquer país, porém olhando em detalhes ele provocaria um caos energético na matriz energética brasileira, logo vamos aos fatos.

O primeiro item, logicamente já está sendo feito atualmente, pois significa reduzir as perdas do sistema, porém isto deve ser feito por financiamento público, pois para as companhias privadas nacionais muitas vezes é mais econômico manter o sistema como está do que ter que investir, por exemplo, na diminuição do fator de potência que leva a altas cargas resistivas. Ou seja, a pergunta quem é sempre feita, quem vai pagar a conta?

Pode-se passar a políticas punitivas aos consumidores, obrigando-os a se ajustarem a metas de melhoria na eficiência, em resumo obrigando os setores industrial, comercial e residencial a investimento, como por exemplo, passar toda a iluminação residencial a lâmpadas LED, mas tudo isto tem um custo e não é baixo.

Os itens (2) e (4) podiam ser resumidos em um só item, a substituição da energia de queima de combustíveis fósseis por geração e transmissão de energia elétrica por outras fontes.

No item (5) a ampliação da geração distribuída já é permitida e feita nos dias atuais, mas como geralmente a energia é gerada por meios convencionais ou por fontes renováveis, como a instalação de células fotovoltaicas em casas, transferem-se custos altíssimos para o proprietário que instalará as sua autogerarão.

Mas o mais preocupante do tudo são os detalhes que aparecem no núcleo da proposta, o item (3). Para que as propostas (2) e (4) se viabilizem é necessário que a (3) funcione, ou seja, que haja um realinhamento da política de geração de energia.

 

2)     Comentários sobre fontes alternativas de geração.

Neste ponto que está o nó da questão, para se gerar energia se pode, por exemplo, extrair das cascas de laranjas ou tangerinas, combustíveis líquidas isto é possível e foi feito na segunda guerra pelos alemães para suprir com um mínimo de combustível seus aviões devido a total carência de outras fontes, diga-se de passagem, que após a guerra nunca mais se fez isto porque os custos econômicos e principalmente energéticos são altíssimos.

Ou seja, no momento em que se gera energia tem-se que levar em conta o custo monetário e principalmente o custo energético que necessário para a extração do mesmo. Um exemplo mais recente é o biodiesel, com as técnicas atuais de geração de biodiesel a energia necessária para gera-lo é praticamente a mesma que ele produz, ou seja, se troca seis por meia dúzia.

Curiosamente na proposta de governo de energias alternativas se coloca uma pequena mentira e se omite uma grande verdade.

Primeiro a grande mentira está na expressão “fontes renováveis modernas”, dando o aspecto que as fontes como as citadas, solar, eólicas, de biomassa, geotermal, das marés, dos biocombustíveis de segunda geração, são grandes novidades e podem surpreender tecnologicamente a todos, pois bem vamos colocar algumas datas do início da geração de cada um dos itens.

A energia solar é utilizada há mais de 200 anos em caldeiras e coletores parabólicos para a geração direta de calor, o efeito fotovoltaico é mais recente foi descoberto em 1839 por Edmond Becquerel e já tem 60 anos de utilização pública (1955 em Phoenix no Arizona). Com a necessidade de fornecer energia a satélites, pesquisas com alto grau de sofisticação e alto grau de tecnologia estão sendo feita há mais de 50 anos sem ainda gerarem coletores eficientes e de baixo custo, há à venda coletores solares de baixo custo no momento devido a razões de superprodução encalhada destes pelos chineses (a Europa deixou de investir em fotovoltaica e os chineses encalharam com bilhões em fábricas e estoques).

A energia eólica, como todos sabem, já Dom Quixote lutava contra moinhos de vento, e ela se encontra já tocando no limiar de eficiência teórica dessas máquinas. Sabendo que o vento é aleatório e que poucas regiões (que já estão sendo aproveitadas) tem ventos fortes e constantes esta energia já está sendo utilizada baseada em FORTES SUBSÍDIOS ESTATAIS. No momento em que se passar para uma escala maior de utilização os subsídios ainda terão que ser mais fortes, pois as regiões melhores já estarão sendo utilizadas e não há possibilidade de aumento na eficiência do sistema de geração. Outro problema da energia eólica é a falta de estabilidade na geração que ela leva ao sistema de distribuição. Na Alemanha, onde o sistema de distribuição é bem mais robusto e concentrado que o nosso, esta instabilidade está gerando grandes problemas.

Biomassa, já temos claro o problema, se expandirmos mais a produção de álcool de cana de açúcar diminuiremos a produção de alimentos ou teremos que ocupar novas áreas de produção! A geração de energia por biomassa já é conhecida há bastante tempo.

Quanto à geração de energia por marés, coisa que apesar de já ter sido em 1966 inaugurada a primeira usina marémotriz do mundo em La Rance, na França, ela tem uma necessidade indispensável, a existência de marés de fortes desníveis, que são extremamente raras nas costas brasileiras. Poderíamos no Maranhão e noutros lugares do norte do Brasil, a custa de eliminação de mangues, produzirmos uma energia ínfima que não compensaria a destruição do meio ambiente causada pela mudança dos períodos de enchimento e esvaziamento dos estuários e baias, ou seja, o estrago ambiental seria enorme em relação a uma energia mínima.

Bicombustíveis de segunda geração ainda estão em pesquisa, não se sabendo ainda o que dará em relação custo econômico e energético para sua implantação comercial, ou seja, talvez num futuro não muito distante, uns cinco a dez anos isto seja uma solução, mas não se pode contar com algo que está ainda em pesquisa para substituir a matriz energética.

Quanto a uma das “fontes renováveis modernas” a energia geotermal, é uma verdadeira piada colocar isto num programa de governo, e pior, não foi ocasional, pois já verifiquei isto! Primeiro que ela não é “moderna” em 1911começaram os primeiros projetos experimentais na Itália e em 1913 era gerado numa instalação comercial 250 kW no mesmo país. Mas sempre com um detalhe, é necessária uma região com VULCÕES para que gere este tipo de energia. Há também a possibilidade em regiões em que a crosta terrestre seja mais fina fazer grandes perfurações com sondas iguais às de petróleo para atingir regiões onde a Terra está suficientemente quente, mas isto só é possível quando se tiver uma geologia extremamente conveniente, e, além disto, injetando-se água nessas perfurações podem-se obter gases extremamente tóxicos na saída do vapor.

Para complementar o assunto fontes renováveis, A GRANDE VERDADE OMITIDA NO PLANO DE GOVERNO, sobre energias renováveis é que é DELIBERADAMENTE ESCONDIDA a única grande fonte de energia renovável abundante e barata que existe no Brasil, a HIDROELETRICIDADE.

São dois motivos que levam a não citação desta fonte de energia, um que é comprovadamente falso, a emissão líquida de gases de efeito estufa em reservatórios em países de clima tropical e semitropical e outro que é resolvido por uma política correta de compensações, o desalojamento de populações ribeirinhas.

Em países frios, como a Noruega, a geração por hidroeletricidade é considerada ecologicamente correta, sendo destacado em todo o mundo que a geração de gases de efeito estufa é mínima e que esta energia é “limpa”.

A partir de poucas observações em barragens nos trópicos que criaram problemas ambientais (Petit Salut na Guiana e Balbina no Brasil), extrapolaram-se os dados dessas para todos os futuros aproveitamentos. Além disto, os balanços entre a liberação de CO2 foram feitos de forma incorreta não levando em conta uma série de fatores que não cabe aqui detalhar. Para dar subsídios corretos ao assunto foi realizada extensa e cara pesquisa que envolveu 108 pesquisadores de cerca de 15 instituições, foram feitas 44 campanhas de campo entre 2011 e 2012, em 11 aproveitamentos hidroelétricos no Brasil, oito em operação (UHEs Balbina, Itaipu, Tucuruí, Serra da Mesa, Xingó, Três Marias, Funil e Segredo) e três em construção (UHEs Santo Antônio, Belo Monte e Batalha), a conclusão desta pesquisa mostra QUANTITATIVAMENTE que barragens não são fontes forte emissão de gases de efeito estufa.

Como conclusão deste trabalho chegou-se a conclusão que à exceção de Balbina (que era considerada por muitos o modelo de emissão – 1.71959gCO2e/kWh) a emissão de gases por kWh gerado foi para as usinas de Segredo, Funil, Itaipu, Xingó foi de 4,59gCO2e/kWh, -1,32gCO2e/kWh e -0,5gCO2e/kWh respectivamente (as últimas duas absorvem CO2). As Usinas de Três Marias, Serra da Mesa e Tucuruí apresentaram valores mais altos 50gCO2e/kWh, 32gCO2e/kWh e 48,7gCO2e/kWh gerado, que apesar de serem mais altos ainda são abaixo de qualquer geração com energia fóssil (gás ~400gCO2e/kWh ou óleo). Estes valores são equivalente ou menores do que barragens em clima frio, como a canadense Eastmain 47,9gCO2e/kWh. Participaram deste estudo 108 pesquisadores da CEPEL e COPPE/UFRJ, INPE, UFJF, UFPA, UFPR e IIEGA.

3)     Conclusão:

Em resumo, EXATAMENTE onde o PROGRAMA DE GOVERNO de MARINA deveria ser o mais consistente é exatamente onde apresenta MAIORES CONTRADIÇÕES.

As propostas de Marina para energia escondem, mais por motivos políticos do que por princípios ambientais a omissão daquilo que levaria o Brasil a ser um dos países do mundo com geração de energia LIMPA, a luta contra a retirada indiscriminada e sem compensações aos moradores ribeirinhos de rios em que os lagos das barragens ocupariam, é uma luta justa, mas que passa pelo pagamento de indenizações e políticas públicas de melhora das condições de vida destas pessoas. Porém para a este ponto há necessidade de capacidade de negociação e enfrentar o desgaste que esta posição produz.

Redação

56 Comentários

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  1. Marina e sua equipe é

    Marina e sua equipe é primária em tudo.

    Daí seduzir os jovens e evangélicos

    Dai mudar de posição sobre cada uma das suas propostas e a cada instante

    Dai dizer que é pró mercado e pró desenvolvimentismo

    Daí que se eleita…..

    1. Murphy

      Assis,

      “Daí que se eleita…”, 

      Acredito que este trágico acontecimentos eja impossível, mas no caso de a Lei de Murphy passar por aqui, como disse Manuel Bandeira, “Vou-me embora prá Pasárgada”. 

      Um abraço

  2. Hoje a Escocia amanheceu

    Hoje a Escocia amanheceu ainda como parte do UK. No final, as pessoas optaram pelo menos duvidoso. Acho que o caminho das eleicoes poderah ser esse.

  3. FHC: Esqueçam o meu Apagão…

    Pois é… Não é difícil entender as razões pelas quais FHC anda tão enamorado de Marina. Caso seja eleita, haverá um Apagão no Brasil tão espetcular, que ninguém falará mais no Apagão proporcionado por ele. Só pode ser isso…

  4. Proposta séria que vem da universidade

    Enquanto isso, outros pesquisam soluções viáveis para o nosso setor elétrico. Segue sugestão de pauta: artigo do Jornal da Unicamp sobre trabalho de tese do jovem pesquisador Mateus Barreto, que desenvolveu um modelo matemático para o operador nacional do sistema.

     Dissertação: “Uma abordagem para a previsão de carga crítica do Sistema Elétrico Brasileiro”

    Autor: Mateus Neves Barreto
    Orientador: Takaaki Ohishi
    Coorientador: Ricardo Menezes Salgado
    Unidade: Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC)

    http://www.unicamp.br/unicamp/ju/606/energia-eletrica-na-medida-certa#comment-120926

    Energia elétrica na medida certa

    Pesquisador desenvolve metodologia que leva em conta as variações do consumo

    A energia elétrica que chega às residências, ao comércio e à indústria não tem demanda uniforme ao longo do dia e mesmo dos meses. A impossibilidade de estocá-la impõe que sua geração se dê na medida do consumo, que passa por mínimos e máximos que devem ser considerados pelas distribuidoras. Como prever e atender a essas variações de modo a evitar faltas ou desperdícios? É o que mostra a dissertação de mestrado desenvolvida pelo cientista de computação Mateus Neves Barreto, junto ao Departamento de Sistema Elétrico da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp, orientada pelo professor Takaaki Ohishi, que faz “Uma abordagem para a previsão de carga crítica do Sistema Elétrico Brasileiro”.

    O Sistema Elétrico Brasileiro (SEB), constituído pelas geradoras, transmissoras e distribuidoras, atende cerca de 97% da demanda de energia elétrica nacional. Com hidroelétricas distantes do grande centro consumidor, o Sudeste, e necessidade de cobrir um extenso território, o sistema impõe transmissão de larga escala capaz de garantir segurança e economia.

    Como a energia elétrica constitui um insumo não estocável, há necessidade de um grande planejamento para seu uso racional, pois a previsão de produção acima da demanda leva ao desperdício – prejuízo rateado entre os consumidores – e abaixo dela pode até causar apagões.  O Operador Nacional do Sistema Elétrico Brasileiro (ONS) – com sedes nas cinco regiões brasileiras – é o organismo governamental coordenador de todos os agentes de distribuição e produção de energia elétrica. Fazendo previsões de consumo para cada hora do dia, ou até para intervalos menores, o ONS determina a quantidade de energia que as geradoras devem entregar aos agentes distribuidores durante todos os intervalos dos dias ao longo do ano.

    Esse estudo é feito com base nos dados históricos que o órgão possui e nas previsões de demanda que recebe com antecedência das distribuidoras. Estas estabelecem as previsões com base nas expectativas de consumo histórico de cada uma de suas subestações que atendem bairros ou regiões. Mas desses registros acumulados ao longo do tempo constam dados que, por questões de várias ordens, nem sempre são confiáveis e precisam ser escoimados. Então há necessidade de inicialmente tratar esse histórico fornecido pelas distribuidoras, o que não se revela um problema fácil devido ao grande número de subestações. Está dificuldade é profundamente ampliada pelo fato de que essas variações de consumo devem ser determinadas em intervalos de até 15 minutos, de forma a representar com mais precisão a variação de demanda de energia elétrica. A manipulação dessa multiplicidade de dados, além de consumir muito tempo, dificulta previsões com precisão mais adequada.

    A importância de prever a demanda de energia ao longo de dias e meses está totalmente ligada à escassez e à necessidade de geração. Com os reservatórios em nível baixo, o Brasil enfrenta atualmente um período de escassez.  Um planejamento de distribuição adequado à demanda é importante para que a perda seja mínima, mesmo porque no país a energia elétrica ainda é cara para o consumidor devido aos custos operacionais. O professor Takaaki esclarece que as distribuidoras compram das geradoras em leilões a energia elétrica de acordo com o consumo previsto e pagam, mesmo que não a utilizem, e é claro que esse custo é rateado entre os consumidores. 

     

    Carga crítica

    Para garantir segurança e economia de operação do SEB são analisadas as operações dos sistemas de geração e transmissão com alguns meses de antecedência. Estes estudos são realizados com base nas condições de cargas críticas, pois se supõem que ao suportar estas condições o sistema se mostrará capaz de apresentar nível adequado de segurança. A ideia é preparar o sistema para suportar as condições mais severas de carga. Atualmente as previsões das curvas de cargas críticas são realizadas pelos agentes de distribuição e pelo ONS empiricamente, procedimentos que, além de demandar muito tempo de técnicos e engenheiros, estão mais sujeitos a erros. Esclareça-se: as cargas críticas devem ser determinadas em relação a cada barramento de carga, que é o ponto em que a energia chega das usinas às subestações que a distribui. 

    Os barramentos de carga são responsáveis pelo atendimento da demanda de energia de pequenas regiões como bairros, distritos industriais ou residenciais e locais menores. As várias agências distribuidoras brasileiras, como CPFL, Light etc., utilizam em torno de cinco mil barramentos, o que torna precário o processo manual de determinação de suas curvas críticas. Diante disso, é desejável automatizar esses processos através de metodologias que permitam previsões de curvas de cargas críticas com boa acurácia e aplicáveis a cada um dos barramentos das subestações. O estudo realizado por Mateus contribui para a simplificação do trabalho dos especialistas que passariam a ter a função de apenas validar as previsões.

    Foi no desenvolvimento de uma metodologia mais funcional para esse fim que se concentrou o estudo realizado por Mateus Neves Barreto. O projeto objetivou o desenvolvimento de abordagens para a previsão mensal da curva crítica global e por barramento dos agentes do SEB. O pesquisador adianta que os erros médios absolutos próximos a 3%, decorrentes da aplicação das metodologias empregadas nas previsões das cargas críticas, podem ser considerados satisfatórios e compatíveis com procedimentos em vigor.

    Takaaki lembra que até a década de 1990 não se fazia previsão em relação ao consumo por barramento. No início dos anos 2000 ele foi convidado a participar de um workshop promovido pelo ONS, no Rio, em que foram alinhados problemas que o órgão visualizava para os próximos anos. Um deles era a previsão do consumo por barramento. “Eu iniciei então os estudos nessa área e os primeiros trabalhos publicados foram desenvolvidos por Ricardo Menezes Salgado, na ocasião meu orientado de mestrado e doutorado, hoje docente da Universidade Federal de Alfenas. No mestrado ele mostrou como realizar em curto prazo a previsão de consumo de energia elétrica para o dia seguinte, hora a hora. Já com a utilização da carga crítica a preocupação foi com a previsão de consumo para meses. Essa é a grande diferença entre os trabalhos de Ricardo e Mateus, de quem Ricardo foi coorientador”.

     

    Desenvolvimento e conclusões 

    No trabalho, Mateus apresenta metodologias que podem ser utilizadas para a determinação da carga crítica de 15 em 15 minutos e de hora em hora. Para tanto, se valeu de todos os consumos diários de um mês e utilizou as maiores e menores cargas utilizadas em dois períodos básicos do dia: a carga leve observada no período determinado entre a primeira e oitava hora do dia e as cargas médias e pesadas consumidas nas horas restantes. A curva da carga crítica resulta da combinação das curvas determinadas pelas cargas mínimas e máximas. O termo crítico decorre do fato de que erros na determinação das cargas máximas e mínimas levam a riscos. Um sistema preparado para operar nas faixas críticas estará apto a suportar quaisquer condições de carga nesse intervalo.

    Embora os agentes distribuidores de energia elétrica forneçam previsões de consumo ao ONS em relação a cada barramento, como não assumem os prejuízos decorrentes do desperdício, cumprem simplesmente a obrigação e não investem em pesquisas com vistas à maior acurácia das previsões com base nas curvas de cargas criticas. “O nosso estudo visou então desenvolver metodologias com esse objetivo, já que apenas o ONS e os agentes distribuidores trabalham com cargas críticas. Como ninguém ainda tinha se dedicado a esse estudo no Brasil não tive como utilizar referências”, diz o pesquisador.

    Como já foi mencionado, a partir de dados históricos de cada barramento, que os agentes distribuidores obrigatoriamente entregam ao ONS, devidamente escoimados de erros, o pesquisador gerou curvas de cargas críticas com base em três modelos: dois deles utilizam Redes Neurais Artificiais e um terceiro Suavização Exponencial de Holt-Winters.

    A partir daí o autor partiu para a validação das metodologias.  Para cada barramento, com base no histórico de cinco anos, de 2007 a 2011, ele utilizou cada um dos métodos para determinar as curvas críticas de carga de quatro anos. Com base nelas, ele previu o que deveria ter acontecido no quinto ano, cujos dados reais também dispunha para estabelecer a comparação. Os métodos utilizados levaram a erros de no máximo 5% e nos melhores resultados eles foram menores que 3%. O ONS confirmou a validade das metodologias para a criação de curvas de carga crítica.

    Para Mateus, trata-se de um estudo de capital importância para o Brasil que precisa dessa metodologia cada vez mais acurada e que, por isso, quanto mais estudos forem gerados em relação a ela maior a agilidade de avaliação para o ONS. Ele acredita que o método desenvolvido possa ser aplicado para quaisquer barramentos de quaisquer agentes distribuidores, bastando que os engenheiros insiram os dados para obtenção de uma previsão confiável. Atualmente os técnicos empregam tratamentos diferentes para barramentos diferentes. A propósito, ele considera que o tratamento de dados de forma genérica, a partir de problemas específicos, com vistas a atingir bons resultados, não é uma tarefa trivial.

     

     

     

     

    1. Interessante mas incorreu em
      Interessante mas incorreu em erro nas justificativas no primeiro parágrafo.
      Há como estocar energia e o ONS só faz isso.
      Acredito que se refira ao potencial já convertido.

      1. Athos, me desculpe mas o

        Athos, me desculpe mas o primeiro parágrafo, assim como os demais, está certo, leia o parágrafo completo, está claro que depois de gerada a energia ela ou é consumida ou se perde.

        O problema é que todos pensam que a energia pode ser gerada exatamente de acordo com a demanda, e isto está errado.

        Para se por uma usina em funcionamento é necessário levar em conta dois fatores, a necessidade futura do sistema e o TEMPO EM QUE SE DEMORA PARA AUMENTAR OU DIMINUIR a geração.

        Para ficar mais claro, imagine que há uma inércia nos equipamentos de geração que envolve não só características das máquinas como também disponibilidade de pessoal para a operação.

    2. Vai ter que fazer um pós-doc ou livre docência.

      O jovem doutor deverá seguir a diante o seu estudo dentro de uma perspectiva de aumento da geração eólica!

      No terceiro parágrafo tem uma frase que ilustra a minha preocupação, “…. Como a energia elétrica constitui um insumo não estocável, há necessidade de um grande planejamento para seu uso racional, pois a previsão de produção acima da demanda leva ao desperdício – prejuízo rateado entre os consumidores – e abaixo dela pode até causar apagões….” quando se

      O trabalho dele trás como premissa a possibilidade de planejamento da produção para não gerar desperdícios, coisa que se pode fazer com a geração hidrelétrica, entretanto quando grade da matriz energética for aumentada a geração por energia eólica e energia solar esta possibilidade de planejamento fica com mais um grau de limitação.

      A geração eólica tem um forte grau de variação que simplesmente obriga não só o superdimensionamento das redes como um superdimensionamento na geração. Algumas pessoas levianamente utilizando os conceitos de geração de base e geração de pico, divagam sobre estas duas situações de consumo como a energia eólica pudesse servir como uma ou outra fonte, porém em termos de estabilidade de fornecimento a energia eólica é extremamente SUJA, por diversos motivos. A geração eólica induz ao reforço das redes para que a instabilidade na sua geração não comprometa o consumo, este reforço das redes supõe o uso de mais linhas de transmissão, subestações e o pior de tudo, de um backup com outra fonte de geração pronto para entrar em funcionamento quando não houver vento.

      O último item é olimpicamente “esquecido” pelos adeptos da geração eólica, não só no Brasil como em países bem mais desenvolvidos como a Alemanha. Usinas de geração de energia convencionais (a combustíveis fósseis ou a hidroeletricidade) tem que ser adaptadas para seu uso como backup. Não pensem que colocar em funcionamento uma usina a gás, por exemplo, é algo que pode ser feito em questão de minutos, o vapor deve ser aquecido, as turbinas devem ser postas em movimento e mais outras providências. Uma usina hidrelétrica também tem o seu tempo de colocação no sistema que aumenta a medida que o porte da instalação aumenta, logo não são todas as usinas que podem trabalhar como backup da geração eólica, e a reconversão de usinas térmicas para usinas de backup de energia eólica custa cara.

      Coloco uma medida gráfico anual de geração de energia elétrica de um aproveitamento eólico no Brasil, os dados estão normalizados simplesmente porque a concessionária alegou motivos de sigilo para não fornecer dados absolutos, porém se vê a variabilidade desta geração ao longo do tempo.

      Ou seja, para compatibilizar isto com a variação da demanda, otimizar para diminuir os custos, fará com que o jovem doutor tenha trabalho no assunto até a sua aposentadoria!

  5. Oh! Dúvida Cruel!

    Só sei dizer que nunca dantes na história deste país um possível governo se deixa antever com tantas inconsistêncas, temeridades, riscos e calafrios como o de Marina Silva, mas que no entanto fascina a tantos que se propõe à travessia desse abismo confiados em cipós.

     

  6. A Marina acha que é facil

    A Marina acha que é facil integrar essas matrizes de energia “limpa” com a rede de transmissão existentes. Se fizer de qualquer jeito vai dar uma merda tão grande que nem dá pra imaginar.

    1. Não vai ter diesel, segundo

      Não vai ter diesel pois, segundo Marina, a era do petróleo já era.

      Quiça algum biodiesel resultante do plantiu de Santo Dáime… sei lá… 

      Te aconselho a comprar gado para aproveitar os puns deles e tirar dai gases para combustão do teu gerador…

      isso antes que ela ouça de vez o guru dela  (Giannetti) que disse que o o peido do gado brasileito polúi mais que turbinas de aviação…

       

      1. Nem Biodiesel se salva!

        Caro João.

        Acho que a tua esperança sobre o biodiesel ainda é meio prematura. O problema do Biodiesel está na relação entre a energia obtida por litro de combustível e a energia gasta na produção na produção deste combustível.

        Isto se chama para quem estuda sustentabilidade o EROI (Energy return on investment) ou seja uma relação matemática extremamente simples de definir e extremamente complicada em obter todos os dados para obtê-la.

        EROI=(Energia obtida)/(Energia consumida para produzir o combustível)

        O biodiesel foi durante muito tempo uma grande esperança, porém ele não deslancha porque esta relação é muito próxima da unidade.

        Citando os bons autores nacionais pode olhar no artigo de Michel Brondani, Ronaldo Hoffmann, Flávio Dias Mayer e Jonas Schmidt Kleinert (da UFSM e UFRGS) “Environmental and energy analysis of biodiesel production in Rio Grande do Sul, Brazil” eles chegam a um EROI do Biodiesel de 3,08, ou seja, para cada 3,08 litros de combustível obtido se gasta 1,0 litro do mesmo combustível, se trocando seis por meia dúzia.

        Apesar da última frase do trabalho ser a seguinte “Esses resultados comprovam a importância deste combustível para suprir a demanda de energia do RS e Brasil.” Ao longo do mesmo descrevem todos os riscos ambientais da cadeia de produção de biodiesel, ficando claro que para um pequeno incremento na produção de combustível se obtém um belo passivo ambiental.

        O biodiesel é uma boa solução para quando se chega a uma situação como as previstas no Mad-Max, ou seja, total ausência de combustível.

  7. Sumido

    Gunther sumiu de vez. Depois do apoio dos militares e da censura ao Muda Mais, já deve ter jogado a toalha.

    O único estado que ainda leva a lorpa ecoxinha reacionária das uvas do Levítico para o segundo turno é São Paulo. Pra variar um pouco.

    Onde temos Marineca Malafaia, José Serra ao senado, Tiririca e Maluf à Câmara e o campeão que matou o Cantareira no primeiro turno ao governo, não nos surpreendemos com mais nada.

    1. Jogar a toalha acho que ainda

      Jogar a toalha acho que ainda não, deve estar como a Erundina, que está, eu utopicamente imagino isso, envergonhada mas apoiando.

      Vide o Argolo, firme e forte marinista apesar da história marinista de querer “atualizar a CLT” e “redefinir em bases mais tropicais, globalizantes, hermeuticas, psicossomáticas, jurisprudenciais e holísticas o que é trabalho escravo na agricultura”.

      É dos nossos analistas de pesquisas, logo logo dará o ar de sua graça, acredito que quando Marina começar a se recuperar… no interior de SP (que no caso não é como as outras cidade do interior do Brasil onde Dilma se recupera)… ele nos brinde com sua presença.

      Uma vez “sonhático”, é muito difícil se livrar do transe.

  8. Geotermal

    Pelo que li do programa enrgético também me pareceu que foi feito por uma ONG tipo Greenpeace.

    Essa história de energia Geotermal no Brasil, para gerar energia elétrica, é de dar pena nesse pessoal da Marina.

    Já li a respeitosw desses projetos na Itália e na Islândia. Os caras tem que injetar um rio dentro da fonte termal para gerar o vapor que movimenta as turbinas. É um consumo de água absurdo. Tem que evaporar um rio para gerar energia e essa louca fica papagaiando um negócio destes.

    1. Ernesto, é pior!
      Além do

      Ernesto, é pior!

      Além do problema que colocaste ainda há dois limitantes extremamente sérios.

      Primeiro, a fonte termal tem que ter intensidade tamanha que eleve a temperatura mais ou menos a 300ºC.

      Segundo, quando se injeta a água, muitas vezes esta reage com as rochas produzindo vapor de água poluído com gases tóxicos e corrosivos. As turbinas devem ser construídas com materiais especiais para resistir a corrosão e a instalação deve ter filtros para evitar a poluição atmosférica, o custo vai às alturas.

      1. Ernesto, quanto a origem da

        Ernesto, quanto a origem da redação mais me parece um trabalho de um bom aluno de segundo grau do que qualquer coisa.

        O recuo dos ambientalistas na Europa em questões energéticas está sendo incrível, pois como eles em muitos casos estão participando de coalizações governamentais, e quando chegam ao núcleo do poder começam a ver o primarismo de suas propostas.

        Alguns grupos ambientalistas europeus já começaram o namoro com a geração nuclear!

  9. Estelionatos: Pseudo-Científico, Eleitoral

    Bom dia.

    Parabéns ao autor do excelente e desonubilante texto, , por nos trazer um pouco de luz (sem trocadilhos) sobre o tema. Sou pesquisador, com casa toda movida a energia solar e toda iluminada a [lâmpadas de] LED. Mas sói ser honesto. Não posso vender a ilusão de que fontes alternativas de energia são, de modo mágico, intercambiáveis e até substitutas da matriz principal, a hidroelétrica; por um fato simples: as necessidades de energia são exponenciais, não são lineares. Nem mesmo se fôssemos produtores autóctones nós poderíamos prescindir das fontes mais baratas de geração de energia. Se, com este modelo mais barato, há, ainda, pessoas não contempladas, imagine com grade alternativa. É estelionato. Em todos os níveis.

  10. Energia termo nuclear.

    Não se falou e energia temo nuclear, que não emite gases de efeito estufa, entretanto são esconjurados pelos terroristas ambientais. Economica e tecnicamente viável no Brasil.

    1. Serralheiro.
      Não coloquei

      Serralheiro.

      Não coloquei nada de nuclear por dois motivos, primeiro pela minha ignorância sobre o assunto, digo ignorância para escrever algo com embasamento teórico. O segundo motivo foi para não criar uma discussão dentro de outra!

      1. Ai é que mora o segredo

        Ai é que mora o segredo Rogerio!!!

        Pelo que sei a turma da Marina aposta todas as fichas no “Gerador de Plasma” e coisas do tipo.

        Existe tanta besteira no meio, que é dificil diferenciar informação de contra-informação. Mas existe uma corrente mundial defendendo “Energia Gratis”.

        Muitos marinistas estão nesta onda, outros não fazem nem ideia do está rolando por trás dos panos.

  11. uma aula de

    uma aula de energia.

    legal.

    prmeiro pensei em brincar que  a marina

    iria remexer no magma terráqueo

    a fim de criar uns vulcõezinhos por aí para criar energia.

    mas prefiro concordar

    sobre a  inconsistecia e as

    contradições programáticas

    dela e de sua atabalhoada equipe.

  12. Muito bom!

    Não sou especialista, mas o texto me convenceu de que o autor, Rogério Maestri, sabe do que está falando, se interessa pelo assundo e tem generosidade para nos esclarecer.  

      1. Dificuldades

        Sua informação está correta Ginah. A Alemanha pretende rever toda a sua política de incentivos (leia-se subsídios) à energia fotovoltaica. A grande verdade é que as primeiras usinas solares foram construídas com aquelas primeiras placas pré-históricas e que seu custo de instalação não era muito interessante.

        Agora temos na Europa uma inundação de placas chinesas de altíssima qualidade, com um preço muito melhor que o do mercado alemão. Se as velhas usinas tiverem suas placas substituídas  e as novas forem feitas com estas chinesas, ficará difícil para a indústria alemã fazer a concorrencia.

        Na realidade o governo alemão está numa sinuca de bico. Qualquer saída é ruim!

        1. Braga, o problema da Alemanha

          Braga, o problema da Alemanha com energia solar é pior, primeiro que a latitude é muito alta e o grau de insolação é muito baixo. O gráfico abaixo mostra a diferença de insolação entre a África e a Europa, sem contar os países nordicos a relação varia de 7 a 4 para 1. Há una gráficos mais safados produzidos pela indústria de equipamentos que esta relação é de 3 a 2 para 1, mas desconfio destes gráficos.

          Map of world solar insolation

           

           

           

  13. Se o povo brasileiro cometer essa loucura de eleger Marina

    Se o povo brasileiro cometer essa loucura de eleger Marina já vou logo é encomendar minha lamparina…até rimou…rsss

  14. Caro amigo Maestri…mas uma

    Caro amigo Maestri…mas uma vez com seu texto perfeito, que não só explica como desenha…rsrsr….  Quantos fóruns já não fizemos no Portal justamente por conta desse assunto?  As hidrelétricas são as melhores opções ainda e o Brasil tem o que explorar nesse sentido.  Agora, bem sabemos a morosidade da Sra. Marina, a donzela indefesa, com Belo Monte..que inclusive foi motivo de discórdias calorosas  entre ela e Dilma Rouseff, quando ela ainda era ministra do meio ambiente e Dilma da Casa Civil.

    1. O grande problema é que estas

      O grande problema é que estas pessoas ficam impregnadas de pré-conceitos e não distinguem o que pode ser feito em termos de um bom aproveitamento hidrelétrico.

      O maior problema é que usinas construídas durante a ditadura, sem o mínimo respeito pela natureza e pior sobre os homens que estavam morando e vivendo neste ambiente, criou uma imagem que usinas hidrelétricas são o verdadeiro cancro em termos de Engenharia.

      Isto é um desrespeito aos profissionais que militam na área, eu não estou na área há mais de 20 anos, mas acompanho o desenvolvimento da mesma.

      Na década de 80 quando fazia o meu mestrado já estudávamos impactos ambientais em livros norte-americanos e europeus que tinham alguns vinte e tantos anos, ou seja, quando a população em geral, não ligava nada para meio ambiente há 50 anos, os profissionais da área já falavam, discutiam e se preocupavam com os impactos que as obras geravam no meio ambiente.

      As primeiras escadas para peixes foram construídas ainda no século XIX, escadas estas que eram mais adaptadas para peixes do hemisfério norte, principalmente o salmão, para o Brasil pesquisou-se e ainda pesquisa-se a adaptação das escadas para os nossos peixes, principalmente com dinheiro dos fundos setoriais.

      O problema principal não está na tecnologia de obras de mitigação de impacto ambiental, mas sim na disposição de construí-las, durante os governos militares onde mandava quem tinha direito (ou falso direito) e obedecia quem tinha juízo ou ia vender pasteis na rua, não é força de expressão, foram feitas obras em que a prioridade era o Brasil Grande (Balbina o grande exemplo negativo), estas obras sem preocupação ambiental por parte de quem mandava ou pior com desocupação a força sem indenização de atingidos pelas barragens, trouxe a estas uma fama que não merecem.

      Num sistema democrático, com discussão da obra, ouvindo-se a população, trabalhando dezenas de profissionais de diversas formações, uma hidrelétrica é uma das formas de gerar energia com o mínimo impacto e com o mínimo custo, eólicas, solares e outras se analisarmos CORRETAMENTE em termos de potência gerada tem mais impacto do que uma hidrelétrica, mas a análise deve ser feita levando em conta TODOS OS FATORES. Poderia descrever os impactos que produzem estas formas de geração, porém seria longo e cansativo, pois não há nos dias atuais trabalhos que descrevam todos os impactos de aproveitamentos eólicos ou solares, mas só para der uma ideia vou dizer alguns. Na geração eólica uma das agressões aos meio ambiente é vista através da morte de pássaros e morcegos (extremamente importantes para o controle de insetos), por outro lado o impacto da geração fotovoltaica está na fabricação dos coletores e na área coberta pelos mesmos.

      .

      Quanto a Dilma na cabeça, não há dúvidas, há algum tempo, veio alguém passar o papo na nossa presidente, sobre energia eólica, ela deu um chega para lá no sujeito dizendo uma frase que calou completamente a criatura.

      – Eu já conheço energia eólica, eu já medi vento! (e tinha medido mesmo, a experiência dela não é só teórica, é prática).

      1. Maestri, como disse e repito,

        Maestri, como disse e repito, é sempre um grande prazer conversar com vc.  Há outros fatores que devem ser levados em consideração.  O Brasil possui uma das mais amplas e extensas redes fluviais do mundo..temos a maior bacia de água doce do mundo, ou seja, 15% de toda água doce está aqui no Brasil, então por que não explorar esse potencial todo?  Detemos a tecnologia, um plus em cima da energia eólica, que bem sabemos, é cara para sua implantação. Quantos anos não debatemos Belo Monte??  Não faz sentido. claro que não sou favorável a implantação da Usina a qualquer custo mas precisamos também entender que os ribeirinhos, por si só, causam erosão nos rios.  Ali vivem e jogam o lixo; capinam na beira do rio, sem respeitar margens e vários outras coisas que também deteriora nosso meio ambiente. Talvez com um plano bem estruturado onde a usina não só seria implantada mas paralelamente, traria, junto consigo, profissionais de várias áreas para orientar os ribeirinhos com plantação, sustentabilidade – Embrapa- e noção de preservação do meio ambiente pois bem sabemos, que muitos praticam a caça e a pesca  predatória, além de não terem  noção de plantio etc…  Recebendo instrução e educação, podem e devem ajudar no combate à  biopiratira,  uma vez que são brasileiros, vivendo in loco, e com noção das nossas riquezas.   Não acho que devam sair de suas casas, quando possível, mas pode-se muito bem, receber  conhecimento e aproveitar esse conhecimento recebido para preservar e zelar por nossas florestas e rios.   Outros países precisam de outras fontes energéticas, por não possuírem “espaço”, como é o caso do Japão mas aqui, no Brasil, teimar em não aproveitar todos os nossos rios, que abundam por todo nosso território, é muita burrice, ao meu ver.  Não entendo de quantidade produzida de energia com parque eólico, mas fico imaginando, quantos não seriam necessários para tocar uma siderurgia, metalurgia?? E o espaço necessário para todas esses aerogeradores?  E como ficam as migrações dos pássaros?  E, em não havendo vento, como faríamos uma vez que não temos como armazenar energia? Sem falar nos altíssimos custos para implantação. 

        Estamos crescendo e precisamos crescer mais.  Construções de hidroelétricas geram muitos empregos, trazem infraestrutura para regiões onde serão implantadas além de ajudar nosso país com a matéria  prima essencial para o crescimento. Países como Alemanhã, já conseguem pensar em outras formas de energia pois seu parque industrial está cristalizado, já existe.  Mas países em desenvolvimento, como é o nosso caso, não dá para deixar o tema energia suspenso, sem investir, quando precisamos urgentemente crescer, gerar mais empregos….produzir!!

        Dilma é porreta mesmo!! Assim como vc, tb vou de Dilma!!!  

        Abç

        ps. tentei  dar-lhe as 5 estrelinhas, mas não sei o porquê…em alguns comentários elas simplesmente não aceitam o click.  Portanto deixo aqui registrado……5 estrelinhas e se houvesse mais, daria tb. hehehe

        1. Observações pertinentes.

          Dê, antes de tudo obrigado pelas estrelinhas virtuais.

          Vou aproveitar as tuas observações pertinentes para relatar um caso que ouvi diretamente de um prefeito do PT de Porto Alegre.

          Ele estava com uma campanha que o nome era: “ARROIO NÃO É VALÃO”, além de desobstruírem os arroios da cidade cheios de lixo que a população em geral jogava nos arroios, havia todo um trabalho de conscientização da população para que deixassem de jogar detritos nos riachos.

          No fim da inauguração de uma obra de melhoria das margens o prefeito resolveu dar uma caminhada solitária percorrendo as margens do riacho renovado.

          No meio da caminhada ele viu um dos funcionários de uma das empreiteiras encarregado de limpar o canteiro de obras, descarregando umas formas de madeira inservíveis dentro do riacho, ele imediatamente foi falar com o operário. Num discurso curto e didático ele explicou tudo que a campanha representava e ao fim perguntou sobre o por quê da colocação de lixo dentro do riacho.

          Mesmo com toda a explicação o operário respondeu: Porque é nosso hábito.

          Veja, neste caso era um operário, mas poderia ter sido o dono da empresa contratada, que somente teria respondido de forma menos sincera!

          O que vemos que a luta tanto pelo meio ambiente e pela melhoria de vida da população brasileira, vai ser longa, penosa e trabalhosa, mas não podemos retroceder.

          1. Mudar hábitos enraizados é

            Mudar hábitos enraizados é complicado, bem difícil mesmo.  A única forma que acredito viabilizar essas mudanças, é aravés da educação, não tem outro jeito.  Bem sabemos que formar cidadãos é tarefa difícil e requer tempo mas apenas com educação, é que se corrige hábitos antigos.  Certa vez fui voluntária em uma favela, isso lá pelos idos de 80, inclusive a favela nem mais existe.   Achava a coisa mais maluca verificar que os moradores abriam suas portas e simplesmente viravam seus latões de lixos ali mesmo.  com o lixo acumulado, vinham ratos, baratas, doenças e todo tipo de transtornos. Fizemos um trabalho bem legal ali, orientando  sobre hábitos de higiene, a importância de manter os locais limpos, recolher lixo etc….Com o tempo, obtivemos ótimos resultados e uma das coisas mais marcantes foi que os moradores pegaram “gosto” pela limpeza e com isso, toda coletividade saiu ganhando.  Eles mesmos, os moradores, decidirem pintar suas casinhas, cuidar de plantações etc…  quando se melhora as condições, os próprios moradores querem preservar.  Inclusive certa vez li uma pesquisa, que agora não me recordo onde, que dava conta exatamente disso. Falava sobre o Metro e dissertava sobre espaços limpos…quando se mantém o local limpo, os frequentadores se sentem “coagidos” em sujá-lo.  O Metro sempre se mantém limpo justamente por conta desse efeito.  as pessoas que o frequentam, ao ver o espaço sem sujeira, procuram conservá-lo assim.  e foi exatamente isso que ocorreu nesta favela que éramos voluntários.

            Outra coisa que funciona, é a propaganda maciça para orientar/educar.  Me lembro das faixas de pedestres na década de 80/90.  Era nas TV, no rádio, nas ruas, folhetos por todos os lados, pessoas nos faróis…que até hoje não consigo parar o carro em cima de uma faixa e, se por ventura, acontece, dou logo marcha à ré de tão inquieta que fico. 

            Mas enfim não devemos esmorecer…Quem sabe agora, com os royalties do pré-sal, não mudaremos nossos destinos, e para melhor.

          2. mais uma vez as estrelinhas

            mais uma vez as estrelinhas não estão liberadas.  Nassif, o que ocorre que , em alguns comentários , não conseguímos clicar nas estrelinhas mas em outros sim??  

  15. E na área da Economia. Põe um

    E na área da Economia. Põe um filosofo sem biruta e um economista de quem nunca se ouviu falar para deitar falação sobre o tema. Devem ser os escolhidos para ministro da fazenda e presidente do banco central INDEPENDENTE.

  16. O autor dessa postagem,

    O autor dessa postagem, Rogério Maestri, foi extremamente didático no melhor sentido da palavra. Brindou-nos com um texto técnico e ao mesmo tempo accessível aos não iniciados no tema, abordando com senso crítico-construtivo cada “mantra” repetido pela candidata Osmarina ao longo da sua carreira e mais enfaticamente neste período pré-eleitoral.

    Infelizmente, a desinformação de boa parte dos eleitores e a excitação quase erótica dos amantes do “banco central independente” ainda estão mantendo essa Senhora na disputa eleitoral. Se eleita, assistiremos o mais dramático quadro social, político e econômico que nosso país já enfrentou.

    Gringo    

  17. O nivel desse pessoal que

    O nivel desse pessoal que ASÇESÇORA a Marionete  (pela ignorância deles em todas as áreas,  tem que escrever dessa forma mesmo) é de fazer corar de vergonha um monge de pedra, como dizia minha Vovózinha.

     

    Santa ignorância, colocar energia geotermal no plano de governo num país que não tem a fonte primária dessa energia, que são os vulcões,será que os idiotas pensam em cavar túneis até o centro da terra,  igual aqueles filmes malucos americanos e puxar um cabo de energia do centro da terra para abastecer o Brasil ?

     

    Esse pessoal da Marina não são ecochatos, são eco-malucos,  parecem malucos de verdade.  Acho que fizeram o tal programa de governo da Marionete no escritório do Pinel.

     

    Marina é uma fraude política ambulante, nunca ví nada mais ridículo na política brasileira.

    1. Eco-chatos é uma injustiça!!!!

      Donizeti, protesto!  Chamar de eco-chatos ou eco-malucos é uma desconsideração com aqueles que priorizam o ambiente acima de tudo muitas vezes ficando inconvenientes ou insistentes demais, já conheci alguns deles e não escreveriam o que foi escrito, na realidade os redatores da proposta são:.

                                                                              ECO-BURROS

      .

  18. Islândia para que vos quero!

    A Islândia é um pequeno país (em população) que fica no Hemisfério Norte, uma ilha gelada povoada por vulcões.  Parece que 100% da energia elétrica local é de origem geotermal. Como bem disse o Rogério Maestri, para esse tipo de energia, ou você tem vulcões ou tem gêisers (como no Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos). O Brasil não tem nenhum dos dois. Aliás, nosso vulcão mais recente, já extinto há milhões de anos, tem sua cratera ocupada pela cidade de Poços de Caldas, MG.

    Maestri deve ter achado ocioso abordar, mas é preciso dizer que a energia eólica necessita de imãs poderosos nos rotores. Esses imãs são fabricados com quantidades generosas de terras raras (Cério, Praseodímio e Neodímio, principalmente). Para quem nunca ouviu falar nesses indivíduos, eles são mais raros do que Magnésio, Cálcio e Estrôncio, também terras raras. Noventa por cento do Cério, Praseodímio e Neodímio do mundo ficam em jazidas localizadas na China e seu preço triplicou nos últimos anos, por conta das telas de toque de celulares e imãs usados em carros de luxo e geladeiras (para travar as portas, basta encostar, não precisa bater). Hoje, o preço da energia eólica está se tornando proibitivo, porque a China já percebeu que se exportar toda essa riqueza, vai ficar com enormes buracos em seu território e problemas ambientais gravíssimos. Quando uma ideia dessas vem em trabalhos escolares do Ensino Médio, onde a técnica do “copiar/colar” equivale ao esforço intelectual de ser ler uma enciclopédia e trabalhos de cientistas a respeito, tudo bem, o professor dá uma nota baixa e faz uma gozação com os autores. Mas quando vem de um programa de governo de uma candidata a presidenta do Brasil, Osmarina deixa de ser engraçada para se tornar trágica. E muito, mas muito perigosa mesmo.

    1. E tem também o ruído

      Além desses fatores, há o ruído altíssimo que os aerogeradores produzem. Nos filmes, fica sempre a impressão de que são silenciosos. Longe disso, eles produzem uma poluição sonora que afeta a fauna e os seres humanos.

      Apesar disso tudo, o Brasil investe, sim, em energia eólica. Somos o terceiro do mundo em geração elétrica de origem eólica. Até o final do ano, ultrapassaremos a Alemanha, ficando em segundo, atrás apenas da China (sempre ela).

      Mas falar em substituir a geração hidrelétrica por eólica só pode ser piada. E de muito mau gosto.

    2. Álvaro.
      Não escrevi, não

      Álvaro.

      Não escrevi, não porque odiaria escrever! Não escrevi porque não gosto de escrever sobre algo que meu conhecimento é superficial, logo agradeço pela contribuição, que reforça em muito o meu texto (sem erros que eu poderia fazer). Obrigado.

  19. O radicalismo ambiental no

    O radicalismo ambiental no país está levando ao sub-aproveitamento dos potenciais hídricos ainda existentes, não só na construção de grandes hidrelétricas  como na construção de PCHs. A pressão sobre o governo para financiamento da construção de Eólicas está desviando grandes recursos financeiros que seriam melhor investidos nos potenciais hídricos ainda disponíveis. Será que para cada central eólica  que entrar em funcionamento o Brasil terá que construir termoelétricas para suprir a falta de ventos em algum período do ano? Ou já descobriram alguma forma de estocar ventos? Ou inventaram grandes acumuladores de energia semelhantes as baterias de celulares para suprir a falta de ventos? Vejam o que disse a presidente Dilma sobre Eólicas: “Não venta igual todo o horário do dia e não há como estocar vento”, disse. Dilma citou um exemplo de uma vez que foi a Espanha e há oito meses não havia produção de energia eólica por falta de ventos. “Não é possível sobrar vento para produzir energia”, disse. Será que os formuladores do programa da Marina tem respostas para essas questões?

    Enquanto isso, desperdiçamos potenciais hídricos construindo barragem a fio d’água reduzindo a um terço sua capacidade de produzir energia, para atender pequenas comunidades ribeirinhas. Três gargantas na China a maior hidrelétrica do planeta foram removidas mais de 1 milhão de pessoas. Não existe fonte mais sustentável de produção de energia do que a hidrelétrica! Europa constroi eólicas porque já esgotaram todo seus recursos hídricos.      

      1. Oi Dê, bom te vê por aqui!

        Oi Dê, bom te vê por aqui! Sem desprezar as questões ambientais, energia é um assunto sério de suma importância para qualquer país. Esta será a principal pauta de qualquer governo nas próximas décadas, considerando-se que as reservas de petróleo estarão bastante reduzidas por volta de 2050, diante dos altos níveis de consumo de combustíveis fósseis. O Brasil precisa mudar sua matriz de transportes tanto de cargas como de passageiros para o sistema ferroviário, sejam nos transportes interestaduais como nos grandes centros urbanos, com isto diminui a dependência do diesel, principal combustível que alimenta milhões de caminhões pelas estradas rodoviárias brasileiras. Diante desse contexto, centrais eólicas jamais terão capacidade de suprir as necessidades de consumo de energia elétrica do Brasil, apenas complementares para utilização em pequenos povoados e comunidades isoladas, dependendo da região.

        Como disse, este é o assunto sério e complexo que não pode ser tratado e decidido por aventureiros a mercê dos interesses de grupos. E olhe que não tratamos aqui sobre o direito de passagem nas linhas de distribuição, hoje sob a gestão de diversas concessionárias, oriundas das privatizações do setor. Porém, essa é outra questão a ser solucionada. Felizardo o país que ainda dispõe de potenciais hídricos para produção de grandes quantidades de energia elétrica!                

        1. O prazer é todo meu.  Suas

          O prazer é todo meu.  Suas contribuições são sempre bem vindas, sempre muito lúcidas.  Sim, precisamos rever nosso transporte realmente e, principalmente agora, com os pedágios abusivos praticados no estado de SP, urge uma mudança.  Caminhões, não só tem sua dependência no diesel mas pagamos muito caro pelo frete em razão dos pedágios.  além do que danificam estradas, causam acidentes em razão da longa jornada imposta a muitos motoristas.  Muita gente acredita que o pedágio aqui de SP, não os afetam pois moram em outros estados mas bem sabemos que isso é um erro.  Muitos produtos produzidos no estado, saem daqui já com os custos do pedágio embutido no frete,  o que encarece, em muito, o produto para o consumidor final.  E mesmo que não seja produzido aqui, quando vem para cá, paga os mesmos pedágios.  Portanto há perdas significativas por todos os lados que se olhe.  Não sou contra energia eólica mas só pode tá brincando que a defende para país em crescimento!!!  Essas privatizações, vou falar!!!  Pegaram tudo pronto, não investem nada…e ainda remetem seus lucros lá para fora…depois preciso aguentar coxinha reclamando que o médico cubano reverte uma parte do seu salário para Cuba. Tenha santa paciencia!!  Nosso país precisa crescer, e falta crescer muito ainda…só louco não aproveitaria todos os nossos recursos hídricos.  Precisamos aproveitar o que está aí de forma coerente, claro…mas precisamos explorar.  Ainda falta muita gente para incluir e para inclusão precisamos gerar empregos….gerar empregos requer muita energia pois está intimamente ligada à produção…

          D

          1. Pois é, Dê! Os custos

            Pois é, Dê! Os custos dos pedágios em São Paulo são extorsivos e elevam os preços dos produtos consumidos por todos os brasileiros. Adicionado aos elevados custos de propaganda que as empresas produtoras e distribuidoras tem nas principais emissoras do país como Globo e outras, explicam em grande parte os elevados preços dos produtos ao consumidor.  

    1. Webster.
      Primeiro, como é bom

      Webster.

      Primeiro, como é bom vê-lo de novo.

      Tocaste exatamente no ponto, a demonização das grandes hidrelétricas e a beatificação das chamadas fontes alternativas de energia. Estou preparando um texto que pretendo colocar no Fora de Pauta, té meio aborrecido porque estou colocando coisas técnicas, mas sem isto todo mundo fica refém do EU ACHO QUE.

      Vamos mer se alguém lê, pelo menos eu sei que tu e a Dê vão ler, já tem dois leitores altamente qualificados, para mim já basta.

      1. Prazer em revê-lo também,

        Prazer em revê-lo também, Maestri! Como sempre, você nos brinda com ótimo texto abordando uma questão crucial que é a geração de energia para o país. Um forte abraço!!!  

  20. Desconfiômetro

    É claro que, ao ler essas “propostas” da sra. Marina, fica a desconfiança que há mais coisas por trás. Se o Brasil abandonar a construção das hidrelétricas, seu desenvolvimento ficará prejudicado, reduzindo a liderança do país no mundo. Isso, obviamente, interessa ao império estadunidense. Será que isso entrou nos cálculos de quem escreveu o programa??

  21. ambientalismo de fachada
    Leiam o livro MAFIA VERDE e todos saberao de onde vem as ideias de Marina, quem financia as ONGs ambientais e qual a missao delas na sabotagem do PROGRESSO BRASILEIRO.

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