ONU acusa Israel de ignorar alertas e atacar escola

Criança ferida em bombardeio à escola da ONU. Crédito: AFP

Criança ferida em bombardeio à escola com refugiados recebe tratamento

Enviado por Demarchi

Da BBC Brasil

ONU acusa Israel de ignorar alertas e atacar escola com refugiados em Gaza

A ONU acusou Israel de ignorar alertas e atacar uma escola que abrigava cerca de 3 mil palestinos refugiados nesta quarta-feira.

O porta-voz da agência da ONU para assistência aos refugiados (UNRWA, na sigla em inglês), Chris Gunness, disse que o ataque, que deixou pelo menos 15 mortos, foi uma “vergonha universal”.

À BBC, outro porta-voz da agência, Bob Turner, disse acreditar “com confiança” que o incidente foi causado por artilharia israelense.Segundo ele, Israel foi informado 17 vezes que a escola abrigava civis refugiados – a última delas, horas antes do ataque.

As Forças Israelenses disseram que estão investigando o incidente e afirmaram que os soldados retribuíram os ataques de militantes que lançaram foguetes “das proximidades da escola”.

A escola Abu Hussein, administrada pela ONU, fica no campo de refugiados de Jabaliya. Segundo Bob Turner, a escola foi atingida diversas vezes sem aviso prévio.

Ele apontou que a ONU havia deixado clara a localização da escola – em tese, uma área protegida dos ataques. Testemunhas afirmaram que os disparos destruíram paredes do edifício.

Um repórter da agência de notícias Associated Press disse que havia uma grande buraco redondo no teto de uma sala de aula e outro em um dos banheiros. Em outra sala de aula, o ataque destruiu a parede da frente, disse a AP.

O porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf al-Qidra, acusou Israel de atacar a escola e deu um número de mortos bem maior que o relatado.

Soldado israelense na fronteira com Gaza. Crédito: Reuters

Israel enviou tropas terrestres após 10 dias de ações aéreas para parar ataques com foguetes e por túneis

 

Homem verifica estragos em escola atacada. Crédito: AFP

Homem verifica estragos em escola atingida

 

Palestinos choram morte de partes em escola atingida. Credito: EPA

Palestinos choram morte de parentes em ataque a campo de refugiados

Confronto mais longo

Pelo menos 1,2 mil palestinos e 55 israelenses foram mortos desde que Israel deu início à ofensiva, em 8 de julho. A maior parte dos mortos palestinos é formada por civis.

Dois civis e 53 soldados israelenses foram mortos. Um operário tailandês também morreu em Israel.

Os ataques israelenses contra Gaza já estão na terceira semana – o mais longo confronto com o Hamas, que controla a Faixa de Gaza. Em 2012, uma ofensiva durou oito dias e, em 2008, o conflito durou 22 dias.

Israel afirma que a ofensiva é uma resposta a um aumento no lançamento de foguetes do território. O Hamas diz que não vai parar de lutar até que o bloqueio à região, iniciado em 2007 por Israel e Egito, seja levantado.

Israel tem acusado insistentemente o Hamas de usar escolas e áreas civis como bases para lançamento de foguetes.

Uma escola controlada pela ONU foi atingida na semana passada. Segundo os palestinos, 15 pessoas morreram no ataque. Mas o Exército de Israel descartou responsabilidade e disse que uma única bomba havia se desviado e caído em um pátio vazio. Segundo Israel, as forças israelenses haviam ficado sob o fogo dos militantes que usavam mísseis anti-tanques nas proximidades da escola.

Na terça-feira, a ONU revelou que um estoque de foguetes foi encontrado em uma escola em Gaza – o caso foi o terceiro do tipo.

Mas a organização se nega a dar a localização da escola ou dizer quem é responsável pelas armas, protestando contra o que chamou de “violação” de suas “premissas”.

Bombardeios pesados

 

Israel aumentou a intensidade de seus ataques na terça-feira e durante a noite de quarta-feira, dizendo que havia atingido diversos túneis escavados pelos integrantes do Hamas para atacar Israel. Militares israelenses disseram que foguetes continuam a ser disparados de Gaza.

Oficiais palestinos disseram que o porto de Gaza foi destruído na terça-feira, assim como a sua única usina de eletricidade.

Uma pesquisa de opinião feita pela Universidade de Israel entre os dias 14 e 23 de julho mostrou que, entre os judeus israelenses, 97% apoiam a operação militar em Gaza e 55% se dizem favoráveis a negociações de paz.

As facções palestinas Hamas, Fatah e a Jihad islâmica devem se encontram no Cairo para discutir um cessar-fogo.

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  1. A perversão do sionismo em que acredito

    de “O Globo” – 30/07/2014

     

    Nenhum argumento justifica o fracasso que a morte de tantas crianças representa

    por Roger Cohen – colunista do New York Times

    Bombeiro palestino durante incêndio causado por ataque da ofensiva israelense em Gaza. Número de palestinos mortos desde o início da operação já passa de 1.200 – WISSAM NASSAR / Agência O Globo

     

    A questão para os judeus da Europa foi sempre a mesma: pertencimento. Sejam eles franceses ou alemães, temiam que as sociedades cristãs que os tinham aceito pela metade pudessem se voltar contra eles.

    Theodor Herzl, testemunhando o antissemitismo francês durante o caso Dreyfus, escreveu “O Estado Judeu”, em 1896 com a convicção de que a plena aceitação para os judeus nunca viria. Herzl era presciente. O sionismo nasceu de uma conclusão relutante: que os judeus precisavam de uma pátria, porque em nenhum outro lugar jamais iriam estar em casa.

    Os estragos da não aceitação europeia perduram. Eu entendo a raiva de um israelense, Naomi Ragen: “Eu vejo a Europa, que perseguiu nossos avós e bisavós e parentes — homens, mulheres e crianças — e os enviou para as câmaras de gás, sem questionamentos. E eu penso: eles são agora os árbitros morais do mundo livre? Eles estão dizendo para os descendentes das pessoas que mataram como devem se comportar quando outros antissemitas querem matá-los?”

    Esses antissemitas seriam o Hamas, fazendo chover terror sobre Israel, em busca de sua aniquilação. Nenhum Estado, continua a argumentação de Israel, não responderia com força a tal provocação. Se há mais de mil mortes de palestinos (incluindo 200 crianças), e mais de 50 mortes israelenses, Israel argumenta que a culpa é do Hamas, para quem as vítimas palestinas são o mais poderoso argumento anti-israelense no tribunal da opinião pública mundial.

    Eu sou sionista, porque a história dos meus antepassados me convence de que os judeus precisavam da pátria que as Nações Unidas votaram para existir na Resolução 181, de 1947, pedindo o estabelecimento de dois Estados — um judeu, um árabe — na Palestina do mandato britânico. Eu sou um sionista que acredita nas palavras da Carta de fundação de Israel, de 1948, declarando que o Estado nascente seria baseado “na liberdade, justiça e paz como imaginado pelos profetas de Israel.”

    O que não posso aceitar, no entanto, é a perversão do sionismo que tem visto o crescimento inexorável de um nacionalismo israelense messiânico reivindicando toda a terra entre o Mar Mediterrâneo e o Rio Jordão; que, durante quase meio século, produziu a opressão sistemática de outro povo na Cisjordânia; que levou à expansão constante dos assentamentos israelenses; que isola os palestinos moderados em nome de dividir para reinar; que persegue políticas que tornam impossível continuar a ser um Estado judeu e democrático; que busca vantagem tática ao invés do avanço estratégico de uma paz baseada em dois Estados; que bloqueia Gaza com 1,8 milhão de pessoas trancadas em sua prisão e depois é surpreendido pelas erupções periódicas dos detentos; e que responde de forma desproporcional ao atacar de uma forma que mata centenas de crianças.

    Isto, como um sionista, eu não posso aceitar. Judeus, acima de todas as pessoas, sabem o que é opressão. Nenhum argumento pode justificar o fracasso judaico que a morte de tantas crianças representa.

    O Hamas é maligno. Eu ficaria feliz em vê-lo destruído. Mas o Hamas é também o produto de uma situação que Israel reforçou em vez de procurar resolver. Este exercício israelense corrosivo de controle sobre outro povo, criando o desprezo dos poderosos pelos oprimidos, é uma traição ao sionismo em que eu ainda acredito.

     

     

     

  2. Em alguns aspectos, temos que

    Em alguns aspectos, temos que concordar com Naomi, porém faço algumas ressalvas.

    Ser favoravel ao sionismo, este Sistema Politico, criado por Theodor Herzl, afim de proteger os judeus, tendo como base o Talmud, onde está escrito de como devem ser tratados os não judeus, ou seja os goins, me parece uma verdadeira contradição.

    Os extremistas pregam o não pertencimento, tanto é que os judeus, todos eles, possuem a dupla cidadania, que os faculta serem protegidos pelas leis de Israel e de onde vivem!

    Outra consideração é a Aliah, que incentivada pelo governo de Bibi, a poucos seduz, e é de se perguntar se os Rockefeller, Rothschild, Rupert Murdoch, Sr. Abravanel, Huck, Mantega, Sr Jaques Wagner, Sr. Tarso Genro, vários do STF, vários da Câmara, vários do Senado enfim uma infinidade de talentos, espalhados pelo mundo, o que lchamam de diáspora, deixariam os países em que vivem, para irem viver no pedação de deserto que a ONU, com a ajuda inestimável do “Anão Diplomatico”, segundo o porta-voz de Israel citou, Oswaldo Aranha ajudou a criar em 1948?

    Outro fator importantíssimo a meu ver, é a bomba poplulacional que Israel terá que enfrentar num  futuro, não muito distante, ou seja, o crescimento da população árabe, inclusive palestina, que é, antes de tudo, também semita.

     Reprodução/Twitter/Dr.Bassel Abuward

    Uma palestina deu à luz quádruplos no hospital Al-Shifa, na faixa de Gaza, na madrugada desta quinta-feira (31). Sabe-se através de relatórios e pesquisas, que as mulheres judias têem baixa fecundidade, ao contrário das palestinas.

    Agrevo-me a dizer que o massacre ora verificado na Faixa de Gaza, principalmente das crianças, talves seja com o propósito de estabelecer, ainda que desumanamente, um equilibrio entre as populações!

    Com a palavra os especialistas!!!!!!!

    Leia mais em: http://zip.net/brn9My

     

     

  3. É a banalização do mal, de

    É a banalização do mal, de que tratava Hanna Arendt, sobre os crimes nazistas. Como ainda não há reação digna do nome a esses crimes de guerra do Estado de Israel, e de seus aliados americanos, muito menos tribunal internacional, o noticiário vai se repetir até que ninguém mais comente essas notícias terríveis. Funcionário da ONU cai no choro e não consegue falar sobre o horror em Gaza.

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=71H7nLPzpRs%5D

  4. Velha paranóia

    O problema do Sionismo é que ele é ultrapassado. Nasceu num contexto pré primeira guerra mundial. O problema mesmo é a paranóia judaica e uma tradição bélica que toda a Bíblia comprova. 

  5. Ainda sobre a bomba populacional……

    A literatura judaica, exalta as mulheres judias como heroínas, e cita entre várias outras, Judith e Ester.

    A heroína  que acaba de dar a luz a quádruplos na palestina, também é uma heroína, pois se foi capaz de gestar e parir quatro vidas de inocentes num cenário de guerra, os quais futuramente e possivelmente poderão serem assassinados pelo estado genocida de Israel, em holocausto,  ao antigo monstro Baal, mas que atualmente trocou o nome para Israel, também merece nossa admiração!

    Para conhecimento cito da wikipédia, trecho de como era cultuado este deus pelos hebreus, citado no Antigo Testamento – “Havia uma grande quantidade de sacerdotes, que queimavam incensosacrificavam crianças, dançavam em torno do altar, e, caso suas preces não fossem atendidas, cortavam-se até o sangue jorrar, de forma a conseguir a compaixão de Baal.”

  6. Incoerência pouca é bobagem…..

    Quando lemos ontem que os Estdos Unidos consideram o bombardeio praticado por Israel,  a uma escola da ONU como indefensável, ficamos a refletir o quanto de hipócrita encerra esta declaração.

    Como qualificar esta declaração, se os mesmos armam e mandam bilhões de dolares para àquele país,  e depois na maior cara de pau, vêem dizer que é indefensável àquele ato!

    É preciso muita incoerência para se pronunciarem assim!!!! 

    Em tempo 1 : Como fica agora a cara do idiota porta-voz do Ministerio das Relações Exteriores de Israel, depois desta declaração de seu aliado EUA? Será que o cara de pau vai chamá-lo de “anão diplomatico”!

    Este idiota, desculpe o termo, mas em referência ao dito cujo,  não temos como usar diplomacia ou luvas de pelicas, temos mais é que usar palavras xulas e ignorar seu nome!!!!

    Em tempo 2 : O Sr. Presidente e “mui digníssimo” Sr. Obama – Prêmio Nobel da Paz (?), que trate de abrir bem os olhos, pois por muito menos vários foram “acidentados” por declarações assim.

    Além do mais, foi eleito e reeleito com verbas do Aipac, comprometendo-se perante eles de que seria um eterno amigo na defesa de Israel.

    Vejam o caso do próprio Yitzhak Rabin,que embora judeu, foi drasticamente “acidentado” juntamente como inúmeros outros em várias épocas!

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