A carta-denúncia de Andrea Haas, esposa de Pizzolato

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Do O Cafezinho

Bomba! A Carta-Denúncia de Andrea Haas, esposa de Henrique Pizzolato

 

O Cafezinho tem a honra de publicar, com exclusividade, uma carta denúncia de Andrea Haas, esposa de Henrique Pizzolato, hoje preso na Itália, na qual ela expõe, didaticamente, todas as injustiças e arbitrariedades sofridas por seu marido.

O documento foi escrito hoje mesmo, após contato mantido por email. É a primeira vez, depois de mais de oito anos de calvário, que Andrea Haas comunica ao mundo tudo que viu, aprendeu e sofreu com o famigerado “mensalão”.

Ela também explica porque Pizzolato fugiu. Diante da truculência maldosa de Barbosa contra Dirceu e Genoíno, é possível ter uma ideia do que se passou pela cabeça de Pizzolato antes de tomar a difícil decisão de procurar justiça em outro país.

Como Haas e Henrique são muito unidos, é quase uma carta do próprio Henrique Pizzolato. Trata-se de um documento de alto valor jurídico e político, porque não há uma palavra fora do lugar, que não seja fundamentada em documentos e provas constantes na Ação Penal 470.

Peço a todos que leiam este documento com muita atenção, porque não é apenas a vida de um ser humano que está em jogo. Quer dizer, se fosse apenas a vida de um ser humano, já seria de importância essencial. Mas a carta é mais que isso. É uma denúncia contra uma sequência tão assustadora de arbitrariedades por parte do Ministério Público e do STF, que não cabem aqui mais falar em erro. Houve má fé. Houve dolo. Houve crime. Nem MP nem STF podem agir ao arrepio da lei. Eles não são a lei. A lei tem de proteger tanto Pizzolato como MP e STF. Ou antes, tem que proteger muito mais um cidadão comum do que agentes da lei que já gozam de inúmeras blindagens corporativas.

A carta, porém, também é mais que uma denúncia-crime contra dolos do MP e do STF. Ela é uma denúncia contra um golpe jurídico-midiático, do qual Henrique Pizzolato foi um bode expiatório, ficando numa posição central. A denúncia contra Pizzolato talvez seja a mais kafkiana e absurda de todas, e, no entanto, é ali que reside o pilar central da farsa. A acusação de quadrilha caiu e o mensalão ficou em pé. Se cair a farsa do desvio da Visanet, a farsa se desmancha.

Por isso o MP está desesperado para que Pizzolato seja extraditado. Há pânico de que as provas sejam analisadas novamente por uma outra corte. Se isso acontecer, Pizzolato será fatalmente inocentado, pois não há provas contra ele. Ao contrário, há documentos inúmeros provando sua inocência.

Leiam a carta com atenção, sem preconceito. É uma carta de uma mulher ferida, angustiada, mas ainda dotada de uma grande energia, que por sua vez nasce da indignação infinita de ver o homem que ama, com quem conviveu a vida inteira, ser condenado injustamente, qual um cordeiro sacrificado, para gerar lucro político para meia dúzia de nababos da mídia.

Esperemos que as pessoas conscientes do papel da mídia durante todo este processo chamado mensalão prestem bem atenção no que vão ler, porque é um texto do qual não se pode sair impune.  Alguma coisa tem de ser feita para se ajudar Pizzolato, porque é o seu processo que, concretamente, pode derrubar toda a farsa montada para enganar o Brasil e atrasar os avanços políticos que se fazem necessários para libertar nosso povo.

*

Entenda porque Pizzolato fugiu

Por Andre Haas, esposa de Henrique Pizzolato

Pizzolato veio para a Itália em busca de refúgio e do direito à justiça que lhe foram negados em um julgamento político e de exceção feito na Suprema Corte do Brasil. A carta pública amplamente divulgada no dia 15/11/2013 já deixou isso bem claro. Foi condenado sumariamente por um único tribunal, por uma única decisão. Não teve direito a nenhum recurso, não teve direito a nenhuma revisão da sentença que o condenou a 12 anos e sete meses de prisão mais multa por crimes que não cometeu e que sequer existiram. Foi “selecionado” para justificar a falsa e grave acusação que dinheiro público foi utilizado por integrantes do PT e do governo do PT para comprar apoio político em favor do governo do ex Presidente Lula. Acusação infundada. Uma grande mentira, pois o dinheiro dito público, em verdade pertencia à Visa Internacional. O dinheiro nunca pertenceu ao Banco do Brasil.

O BB Banco de Investimentos S/A era um dos 25 parceiros da Visanet que tinham obrigações de atingir metas estabelecidas pela Visa Internacional. No ano de 2000, a Visa América Latina e Caribe determinou que a Visanet participasse do “Domestic Cooperative Brand Development Fund”, serviço disponibilizado pela Visa aos membros (participantes que mantinham contrato com a Visa) com o objetivo de dar suporte ao crescimento da bandeira (marca Visa). Diante desta determinação, o Fundo de Incentivo (para marketing) Visanet foi constituído em 2001 no Brasil e, a ele, foi destinado a porcentagem de 0,1% do faturamento total da Visa no Brasil. O dinheiro deste Fundo foi disponibilizado aos bancos parceiros da Visa, que participavam da Visanet, para ser utilizado em campanhas publicitárias para promover a marca Visa. A Visanet editou um Regulamento com todas as regras que deviam ser obedecidas pelos bancos parceiros que optassem por utilizar o dinheiro do Fundo. Este Regulamento definia que instâncias diretivas próprias da Visanet tinham exclusivo poder para decidir tudo o que se referia ao dinheiro do Fundo Visanet. Desde o ano de 2001, a Visanet sempre pagou diretamente e em forma de adiantamentos para as agências de publicidade do Banco do Brasil, para que confeccionassem propagandas da marca Visa e confirmou que estas propagandas foram efetivamente realizadas. As provas e documentos que atestam estas afirmações estão no processo e comprovam que o dinheiro não era público e eram outros os funcionários do Banco do Brasil e, não Pizzolato, que tinham responsabilidade para gerir e solicitar que a Visanet efetuasse pagamentos à DNA Propaganda.

Pizzolato foi condenado por receber dinheiro, porque “liberou” dinheiro da Visanet para a agência de publicidade DNA Propaganda. Pizzolato nunca “liberou” dinheiro para a DNA. Isto era impossível. Somente o gestor, funcionário do BB da diretoria de varejo tinha este poder e de fato, todos os documentos encaminhados à Visanet, inclusive as solicitações de pagamento, foram assinados por funcionários da diretoria de varejo. Pizzolato foi acusado por “favorecer” a DNA ao prorrogar o contrato de publicidade. A prorrogação do contrato foi decidida em documento assinado pelo conselho diretor do BB (presidente e sete vice-presidentes) antes de Pizzolato assumir o cargo de diretor de marketing.

O dinheiro dito recebido por Pizzolato, foi para o Diretório do PT do Rio de Janeiro, como constam em depoimentos que estão no processo.

Muitos documentos foram desconsiderados por ministros do STF e ocultados das defesas dos réus da Ação Penal 470. Dentre eles, cito o Laudo 2828/2006 feito pela Polícia Federal que lista 15 dos maiores recebedores do dinheiro pago pela Visanet desde o ano de 2001, entre eles a Tv Globo e Casa Tom Brasil.

Se o Laudo 2828 confirma que muitas empresas foram pagas com o dinheiro da Visanet, como os acusadores podem afirmar que o mesmo dinheiro foi desviado para favorecer o PT?

Se estas empresas receberam dinheiro da Visanet, como afirma o laudo, pela lógica, a investigação deveria ter sido feita para comprovar se estas empresas realizaram efetivamente os serviços ou se desviaram o dinheiro para o “esquema” denunciado pelo ministério público.

O Laudo 2828 é emblemático para comprovar os absurdos cometidos neste julgamento, embora existam muitos outros. Foi feito pela polícia federal para investigar, contabilmente, a relação entre a Visanet e a DNA Propaganda. Documentos da Visanet e da DNA foram confiscados mediante mandado de busca e apreensão. Este laudo apesar de ter sido feito na fase de investigação, portanto, sem qualquer acompanhamento das defesas, responde quem eram os responsáveis, desde 2001, perante a Visanet e perante o Banco do Brasil para gerir o dinheiro do Fundo Visanet. Nomina quais foram as empresas, ditas “os maiores recebedores” do dinheiro destinado pelo Fundo Visanet. Pizzolato sequer é citado no laudo, pois nos documentos apreendidos não existe nenhum assinado por ele. Todos os documentos enviados pelo Banco do Brasil à Visanet foram encaminhados e assinados por outros funcionários de outra diretoria. O Laudo 2828/2006 foi feito “no interesse do inquérito 2245” como dizem os peritos no primeiro parágrafo, mas nunca constou do inquérito 2245 que investigava o chamado “escândalo do mensalão”. Este laudo apesar de já estar concluído em 20 de dezembro de 2006 – 8 meses antes do julgamento para aceitação da denúncia que ocorreu em agosto de 2007 – nunca fez parte do inquérito 2245, portanto os advogados não tiveram acesso a ele para preparar suas defesas. O laudo foi para outro inquérito de número 2474, também no STF, mas mantido em segredo de justiça pelo mesmo relator do inquérito 2245. A existência do Inquérito 2474 nunca foi informada aos advogados de defesa dos “40” réus da AP 470. O 2474 foi aberto para separar documentos de investigações que não haviam sido concluídas(!). Ora, 40 pessoas foram “eleitas” para serem denunciadas sem que as investigações tivessem sido concluídas?

E, pior, quando o inquérito 2474 foi descoberto, o acesso aos documentos foi negado aos advogados sob o argumento “… os dados constantes do presente inquérito (2474) não serão utilizados na análise dos fatos objeto da AP 470, por tratarem de fatos diversos, não havendo, portanto, qualquer cerceamento do direito de defesa…).

Como dizer que não houve cerceamento de defesa se um documento, um Laudo, que dizia respeito a todos os acusados foi ocultado de suas defesas?

Pizzolato foi acusado criminalmente por “não fiscalizar” o contrato de publicidade entre o BB e a DNA no que se refere aos “bônus de volume”, valor pago por veículos de divulgação para fidelizar (premiar) agências de publicidade e que, no entender dos acusadores, deveria ter sido devolvido ao Banco do Brasil.

Como depôs um alto executivo da Globo, não foi Pizzolato quem criou o “bônus de volume”. Não era responsabilidade dele fiscalizar os contratos do Banco do Brasil com as agências de publicidade. Esta atribuição era de outro funcionário do BB e a conferência de pagamentos e notas fiscais era feita por outra diretoria. O Banco do Brasil nunca cobrou a devolução de “bônus de volume” de nenhuma das tantas agências de publicidade contratadas, porque tal parcela nunca constou em cláusula de contrato e nem poderia constar, por se tratar de uma oferta facultativa (comissão, prêmio) oferecida às agências de publicidade por parte de empresas prestadoras de serviço, depois que as negociações, em que participavam os funcionários representantes de empresas públicas, já estavam concluídas.

Por que Pizzolato foi responsabilizado criminalmente se a permissão para o pagamento de “bônus de volume” consta em lei (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12232.htm ) e continua sendo uma relação exclusivamente privada entre as agências de publicidade e fornecedores, da qual nenhum contratante (empresas públicas) participam?

O julgamento da AP 470 foi injusto para todos. Para uns, provas e documentos foram desconsiderados, indícios prevaleceram sobre as provas, para outros, teorias “jurídicas” justificaram a falta de provas. Leis constitucionais e convenções internacionais foram desrespeitadas, o direito à defesa foi negado.

Pergunto: por quê?

Que interesses estão acima e são mais importantes para que o direito de defender a liberdade seja negado?

Para Pizzolato não existiu nenhum direito de recurso e revisão da decisão do julgamento.

Permanecer no Brasil significava sujeitar-se à uma única decisão, tomada por um único tribunal.

Significava sujeitar-se à prisão, à injustiça sem ter mais como e a quem recorrer.

Apesar da enorme tristeza e decepção com a forma como transcorreu o julgamento, enfrentamos com as forças que nos restaram de anos de agonia e lutamos com os meios que estavam ao nosso alcance para informar e denunciar os erros e irregularidades do julgamento, para divulgar as provas e documentos, que foram desconsiderados e ocultados, e que comprovam que não existiu desvio de dinheiro, muito menos de dinheiro público. Uma luta desigual diante do poder do Estado, diante do poder judiciário, que julgou e condenou desrespeitando leis e direitos fundamentais, e que continua massacrando e oprimindo pessoas que foram julgadas e condenadas em um julgamento injusto.

A decisão de vir para a Itália foi difícil e dolorida, pois significou o descrédito. Viemos buscando sobreviver à opressão, não queríamos nos render à injustiça.

Estamos nas mãos de outro Estado. Dependentes de uma decisão que o Estado italiano tomará a respeito do pedido de extradição feito pelo Procurador Geral do Brasil.

Não tenho mais certezas de nada. Gostaria de acreditar que justiça ainda possa existir em algum lugar e que uma decisão daqui pudesse reverter todas as injustiças que foram feitas no Brasil. Gostaria de acreditar que um novo julgamento possa ser feito e que este seja justo.

Mas confesso, temo pelas decisões que são tomadas politicamente que desprezam princípios e direitos e que desconsideram fatos e provas.

Andrea Haas

 

Redação

47 Comentários

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  1. Texto bom, conciso e que vai

    Texto bom, conciso e que vai ao ponto. Ainda assim, Barbosa e paniaguados fazem de conta que não é com eles. Já nem sei o que podemos fazer diante de tanta injustiça.

  2. Tem que prender o Barbosa, o

    Tem que prender o Barbosa, o Gurgel, o Aécio e o Eduardo Campos. E libertar o Dirceu, o Genuíno, o Pizzolato e o Delúbio….  e o doleiro também!

    Próximo artigo: Carta aberta da mulher do Beira-Mar à nação.

    1. Sua resposta retrata a

      Sua resposta retrata a míséria e a ignorância deste país…

      Não creia que sua miséria ética fará com que os LÚCIDOS do mundo mais rico e inteligente te avaliem melhor…

      O diabo só tem uma cara e só enxerga oportunidades…

    2. O castigo é a deshonra e o hospício

      Não precisa prender nenhum deles, o seu descrédito é suficiente. E já está acontecendo…

      E que coincidência! estão todos soltos junto com Arruda, Demóstenes, cachoeira, o caneta Policarpo, Dantas, Mainardi, Pimenta da Veiga… Uffff, Cansei! Continua você, tartufo.

    3. Mistura absurda

      Andrea Haas envia carta, tudo bem, em compensação, a mulher do Cachoeira vai logo ameaçando ao Juiz e fica tudo por isso mesmo!

    4. Se houvesse justiça prá valer

      Se a Justiça fosse prá valer, é isso mesmo que aconteceria, pois pelo que nos consta há provas de prática de crimes contra esses seus chegados ai, quanto a provas contra Dirceu, Genoino e Delubio, me mostre por favor

    5. Vc contribuiria muito se prendesse suas opiniões gasosas

      Pois elas, apesar de vazias, cheiram mal pra  kct.

      Respeitar os narizes alheios já será uma grande contribuição!

  3. Não acredito em nada disso

    Pizzolato e sua mulher planejam tudo desde 2005/2006, mediante divórcio falso, colocando os bens em nome da mulher. O patrimônio foi gradativamente transferido para fora do Brasil. Já em 2005 a mulher do Pizzolato foi pega com 6 mil reais na sua conta, como comissão da verba do BB para o COI. Depois de meses, quando pega, ela alegou que alguém possa ter cometido algum erro e devolveu o dinheiro. Inocente do “mensalão”, mas devem ser julgados pelos seus atos pessoais (recente suspeita de envolvimento com doleiro e político ligado a Berlusconi, documento falso para fugir do Brasil, patrimônio suspeito, e etc.). Do “mensalão” eu apenas luto pelos companheiros de punho em alto.

    1. O TCU atestou a legalidade das operações Visanet

      Nada de errado, todos os serviços prestados foram prestados, não há dúvida a este respeito, Pizzolato é inocente, 

      A inocência provada de Pizzolato, por Paulo Moreira Leite, na Isto É

       

      Se toda pessoa é inocente até que se prove o contrário, Pizzolato fez mais do que isso. Provou sua inocência

       

      Nos próximos dias, o STF irá examinar os recursos de Henrique Pizzolato, o antigo diretor do Banco do Brasil condenado a 12 anos. Não se sabe a data certa porque a agenda de cada dia costuma ser anunciada de modo repentino e está sujeita a mudanças inesperadas e imprevisíveis. 

      É uma situação inexplicável, que prejudica os réus. Muitas vezes, seus recursos são julgados sem que seus advogados possam estar presentes.  Quem costuma ler este espaço conhece minha opinião.  Estou convencido de que, como vários réus, Pizzolato (o presidente do tribunal Ayres Britto o chamou de ”Pitzolato,” talvez para dar um toque italianado ao ambiente) foi condenado de forma absurda, contra toda lógica e contra todos os indícios materiais.  Explico. O drama não é que, como acontece com muitos réus, não surgiram provas para culpar Pizzolato. Havia provas sim.  Mas elas demonstram sua inocência.  Se toda pessoa é inocente até que se prove o contrário, com se aprende nos cursos preparatórios de Direito, Pizzolato fez mais do que isso. Provou sua inocência.  Sei que é difícil ler uma afirmação tão categórica sem desconfiar da sanidade de quem escreveu. Peço ao leitor que tenha um pouco de paciência e acompanhe este texto até o final. Muitas vezes as pessoas só conseguem enxergar aquilo que querem ver.  Tivemos um exemplo recente. Não foi assim que ontem a inesquecível jornalista Micheline Borges duvidou que aquelas mulheres negras que vêm de Cuba para participar dos Mais Médicos pudessem ser médicas, pois têm “cara de empregada doméstica”? “Médico tem cara de médico, se impõe a partir da aparência… Coitada da nossa população,” escreveu Micheline, traduzindo, com sinceridade bruta, 500 anos de preconceito que nossos observadores mais cultos e bem colocados nos jornais e na TV exploram politicamente, de forma vergonhosa, mas com cuidado para não dar na vista. Pois é. O caso é que Pizzolato, em termos penais, não tem “cara de médico.”  Pizzolato foi condenado porque a acusação disse que era “pessoalmente” responsável pelo esquema. Ele é que teria comandado um suposto desvio de R$ 73,8 milhões para o PT. Definia antecipações para a agencia DNA, que mandava o dinheiro para o PT. Segundo os ministros que o condenaram, “Pitzolato” (aos poucos a gente vê o tipo de associação que se pode fazer com italianizações, não é mesmo? Seria uma associação de italianos com a máfia?) manipulava recursos públicos, que “pertenciam ao Banco do Brasil”, usando a empresa Visanet. Tudo isso é falso, errado, e não para em pé. Mas está lá, no tribunal, e pode levar Pitzolato para a cadeia.  Vamos devagar para explicar direito. Está provado nos autos da ação penal que Pitzolato (será que estavam falando em pizza, sinônimo de impunidade?) não assinou nenhuma das notas que determinaram os pagamentos de R$ 73,8 milhões. Eram quatro notas, de valores variados.  Nenhuma tem seu autógrafo.  Duas notas foram assinados por um diretor chamado Leo Batista de Oliveira. Outras duas, por Douglas Macedo. Não há a assinatura de Pitzolato nos documentos. Nenhuma vez. Descobriu-se, apenas em 2012, em pleno julgamento, que eles estavam sendo investigados secretamente, em outro inquérito que ninguém sabe que rumo tomou porque, até hoje, continua secreto.  Ao menos por enquanto, aqueles que a justo título eram os únicos que poderiam ser chamados de responsáveis “pessoalmente” pelo pagamento, não correm o risco de enfrentar uma pena de prisão prolongada, como Pitzolato pode ter de enfrentar, caso não seja possível, nessa dificílima, duríssima fase de recursos, convencer ministros a reexaminaras “contradições, omissões e obscuridades” do acordão que resume a condenação.  Não acho que esses diretores deveriam ser julgados ou condenados no lugar de Pitzolato. Como você verá a seguir, eles também seriam vítimas de um erro. Mas, na lógica do julgamento, ocorreu uma situação estranhíssima, inexplicável. Os diretores que deixaram a assinatura naquelas notas que, na visão do STF, constituem a prova contra Pizzolato, tiveram a sombra e água fresca. Nem a turma do mensalão PSDB-MG foi tão bem tratada.  Se autografaram pagamentos que eram criminosos, como diz a denúncia, no mínimo deveriam ter sido julgados como cúmplices, co-autores, ou coisa semelhante. Poderiam demonstrar, se fosse o caso, que eram simples laranjas de um super-poderoso Pizzolato, que agia de modo solerte nos bastidores. Não aconteceu uma coisa nem outra. Como uma pessoa pode ser “pessoalmente” responsável nessas condições?  O grave é que isso está lá, nos autos. Ninguém precisa “investigar” para saber quem assinou as notas. Os dois estão um inquérito à parte, quando um calouro da Academia de Polícia sabe que não é possível definir responsabilidades de um sem avaliar a de outro e vice-versa. Temos, então, uma questão básica, elementar, que é chocante. Condena-se o único diretor contra o qual não há provas nem atos de ofício sobre sua responsabilidade.  Vamos prosseguir.  Pizzolato foi condenado por crime de peculato, porque sua atividade envolve, supostamente, “dinheiro público.”  Seis meses depois da entrevista na qual Roberto Jefferson falou em “mensalão”, uma auditoria assinada por 25 auditores do Banco do Brasil mostrou que que os recursos usados pela empresa Visanet eram privados “não pertencendo os mesmos ao BB investimentos nem ao Banco do Brasil.”  A auditoria mostrou inclusive que o dinheiro sequer transitava pelo Banco do Brasil. Ficava numa conta da Visanet e, quando era o caso de usá-lo em campanha de publicidade do cartão, um diretor, previamente escolhido pelo Banco – aqueles dois nomes já citados aqui — assinava uma nota autorizando o pagamento para a agencia de Marcos Valério, DNA.  Em seu depoimento como testemunha, o auditor chefe do Banco confirmou o que disse. Deu explicações suplementares, sanou todas as dúvidas. Nenhuma linha de seu trabalho foi contestada pela acusação. Nenhum número. Pergunto assim quem deveria ser levado em conta: o auditor, que conhece cada centímetro quadrado do banco, ou o ministério público, envolvido em demonstrar “o maior escândalo da história”?  No julgamento, quando o advogado de Pizzolato, Sávio Lobato, terminou a defesa, o relator Joaquim Barbosa fez uma interpelação sobre a natureza dos recursos. Joaquim queria saber se eram públicos ou privados. Sávio explicou, didaticamente, como a coisa funciona. Toda vez uma pessoa faz uma pequena compra com o cartão, paga uma porcentagem à Visa. Esta retira uma fração deste dinheiro recolhido para formar o fundo Visanet. Com esses recursos, recolhidos de quem tem o próprio cartão, o Fundo financia campanhas de seus quase 30 bancos associados, entre eles o Banco do Brasil. O youtube tem a íntegra das alegações de Sávio Lobato no STF. Ali se vê o momento em que o advogado dá explicações ao relator. Há uma certa tensão. Mas o argumento fica claro. Como cliente associado a Visa, o Banco do Brasil, através daqueles diretores que não eram Pizzolato, autorizava o Fundo a pagar agências que faziam campanhas.  Nesta divisão do trabalho, cada banco cuidada da publicidade, com suas agências, seu marketing. O Fundo pagava, com o dinheiro recolhido a partir de cada compra de seus clientes.  Pitzolato também foi condenado numa discussão falsa, em torno do Bonus de Volume. O STF considerou que ele tinha o dever de obrigar a DNA a devolver ao banco o chamado BV, que é uma retorno que as agências recebem de seus anunciantes em função de campanhas realizadas. Os juízes consideram que essa atitude de Pizzolato também contribuiu no desvio de recursos.  Chega a ser constrangedor porque revela desconhecimento da questão. Na fase de interrogatórios e testemunhos, a defesa convocou um executivo da TV Globo, a maior empresa de comunicações do país, para explicar o que vem a ser o BV. Num depoimento de mais de uma hora, que não foi contestado em nenhum momento por membros do ministério público, Otavio Florisbal, na época o principal executivo da emissora, explicou claramente o que é o Bonus, como é pago, porque não é nem deve ser devolvido aos anunciantes, devendo ficar com a agência. A defesa também lembrou que uma decisão recente do Tribunal de Contas da União legalizou o uso do BV, dirimindo dúvidas que poderiam haver. A realidade é que, além do setor privado, estatais e empresas mistas adotam o mesmo procedimento. Seriam punidas pelo mercado se não agissem assim.  Se o Banco do Brasil errou, por que os outros não foram investigados nem condenados? Não haveria aí um crime de responsabilidade, no mínimo?  Outra acusação é que Pizzolato, como diretor de marketing do Banco, não acompanhou nem fiscalizou devidamente o trabalho da DNA. Na definição de funções, esse trabalho cabia ao gerente executivo, Claudio Vasconcelos, outro que não foi incomodado pela ação penal 470.  No julgamento, o promotor Roberto Gurgel citou depoimento de uma testemunha que afirmou que as campanhas da DNA eram uma farsa, sugerindo que não passava de uma cobertura para se enviar R$ 73 milhões para o PT.  Rastreando as contas da testemunha a Polícia Federal colocou sua credibilidade em dúvida. Descobriu um deposito indevido, enviado por outra agência.  A denúncia de que as campanhas eram uma fraude ajudam a dar um número para o mensalão – teria custado R$ 73,8 milhões – mas isso não se sustenta. É tanto dinheiro que não faz nexo.  Qualquer pessoa que já teve de enfrentar um briga por seus direitos junto a uma empresa de cartão de crédito sabe que elas não perdoam um centavo em suas cobranças, de taxas que não se entende nem elas explicam. Para se acreditar num golpe de 73,8 milhões, às claras, com assinatura, é preciso acreditar num disparate: um banco de malucos embolsa R$ 73,8 milhões de uma multinacional como a Visa e nada lhes acontece.  E se esse dinheiro sumiu dos cofres do Banco do Brasil, como quer o STF, é de se perguntar por que, dez anos depois, nenhum presidente da instituição foi sequer chamado a prestar contas. Nem é preciso apelar para a teoria do domínio do fato, neste caso, para fazer um chamado as responsabilidades, vamos combinar.  Também foi possível demonstrar, até com ajuda de uma auditoria privada, que as campanhas foram realizadas. Há fotos de eventos, imagens e assim por diante. Também há notas de pagamentos, para empresas com CNPJ, endereço conhecido. Rastreando notas e pagamentos de serviços de quase uma década, DNA conseguiu comprovar, nota por nota, num esforço gigantesco de defesa, 85% dos gastos – porcentagem notável, considerando o tempo passado e a imensa quantidade de fornecedores, clientes e empresas envolvidas.  Cabe lembrar, contudo, que mesmo que alguma irregularidade ficasse demonstrada, ela envolveria recursos privados, recolhidos pela Visanet. Não era dinheiro do Banco do Brasil. Uma acusação acompanha Pizzolato desde o início do mensalão. Ele recebeu um envelope com R$ 326 000 retirados do Banco Rural. Pizzolato alega que o dinheiro era do PT. O relator Joaquim Barbosa sustentou que foi pagamento de propina por parte do esquema.  Você pode duvidar de um e de outro e eu até admito que, conhecendo os maus costumes do mundo político, é difícil aceitar o argumento de Pizzolato. Ninguém quer se sentir ingênuo num universo de espertos, vamos combinar.  O fato é que a Receita quebrou seu sigilo fiscal e sua conta bancaria e não encontrou traço desses recursos. Ele comprou um apartamento de R$ 400 000 na mesma época, o que gerou suspeitas. Mas provou usou recursos acumulados em sua carreira de executivo de banco, com investimentos declarados honestamente à receita.  Seja como for, a acusação não fez sua parte. Não rastreou o dinheiro a ponto de provar que ele foi embolsado por Pizzolato. Votou-se numa dedução, numa suspeita, numa probabilidade, altíssima, conforme determinada visão.  Mas fica uma dúvida básica. Para que pagar propina a um diretor que não tinha poder de liberar um centavo?  Como lembrou um economista aqui no Facebook, Roberto Anau, com este açodamento o PT acusou o caseiro Francenildo de embolsar $$$ para acusar Antonio Palocci.  Quem acha que é sempre esperto poderia responder esta e outras perguntas. E quem sabe concluir que querem que faça o papel de bobo.

       

        1. Um sapato em cada pé

          Bem, então defenda-o do mensalão, que é o assunto aqui e levante uma denúcia daquilo que vc “sabe” e preste um duplo favor  ao país.

          Se não, só atrapalha nos dois.

          1. Pizzolato é quem atrapalha!

            Minha intenção é de defender o PT e os seus dirigentes desta farsa do “mensalão”

            Já que falou de sapato, o Pizzolato é a pedra no sapato, a pedra no meio do caminho que impede a milhares de partidários do Governo sair na rua apoiando o Dirceu e Genoíno.

             

             

          2. Sem Pizzolato na roda do ‘mensalão’ não existiria a AP 470

            Pois é Alexis,  cara inocente na história do “mensalão”,  com o que vc concorda. Os erros tipo falsificar documento e outros, se existem, é justo que ele responda por eles, o que não pode é acusarem-no por aquilo que ele não praticou, como se sabe, o caso Visanet  é a mela-mostra da farsa chamada Ap 470  sem a qual este golpe para criminalizar o PT não teria ido adiante. Que a Justiça o acuse e o condene por qualquer crime que tenha cometido, jamais pelo(s) que, comprovadamente, não comenteu, é nisso que nós temos que nos fixar, boa tarde

    2. Vc não acerdita em documentos ou apenas não gosta do gajo?

      Ora, Alexis, vc ainda me parece um cara razoável.

      Documetado com contratos exibidos na Internet, vc dizer que não acredita nem que o suposto dinheiro era da Visanet, e que quem controlava o uso era uma diretoria tucana, POR CONTRATO e por documentos de liberação (escondidos na 2474, mas já vazados), depõem claramente contra sua isenção de opinião neste caso.

      Conte-nos efetivamente qual o segredo de seu repúdio.

      Ele te causou algo dirta ou indiretamente?

      E não me venha com “fuga,” pois ela está bastante fundamentada e talvez até possa servir para desmontar, definitivamente, esta farsa ignominiosa do “mensalão”.

      1. Não gosto da mistura de assuntos

        Acho Pizzolato inocente do mal chamado “!mensalão”, assim como os outros condenados.

        Em compensação, acho que a sua fuga o mostra como culpado e envergonha o PT, fazendo perder força à luta do punho em alto. Não gosto como alguns colocam a defesa do Pizzolato no meio da nossa defesa do Dirceu e Genoíno, assim como dos outros petistas. Ainda, querendo mostra com a sua fuga uma determinada tática de combate.

        Acredito que Pizzolato e a sua esposa formam quadrilha familiar desde algum tempo, e que a sua fuga, assim como os seus assuntos pessoais relativos ao seu patrimônio, deveriam ficar separados do contexto do mensalão.

        Posso estar errado, mas não sou procurador nem policia, mas apenas um opinador deste blog.

         

        1. Um simples opinador(como eu),

          Um simples opinador(como eu), Alexis, mas que deve ter consciência e responsabilidade sobre o que escreve. Imputar de público a quem não está presente para se defender a pecha de “quadrilha familiar” não se coaduna com a tua corriqueira serenidade. 

          Fugir é um direito de qualquer condenado. Máxime quando ele se acha injustiçado. Nesse sentido, ele merece, a meu ver, tanto respeito como os que aqui ficaram com os punhos levantados. 

          Subscrevo o que o Miguel expressou quando afirma não poder afiançar cem por cento a não culpabilidade do Pizzolato. Entretanto, com conhecimento de causa, afirmo: tudo o que ele alega envolvendo suas responsailidades como gestor do BB, bem como a propriedade dos recursos do Fundo Visanet, é a mais PURA VERDADE! 

          Não se pode dissociar em hipótese alguma a defesa de Pizzolato dos demais réus do mensalão. Afirmar ou desafirmar a culpabilidade dele valerá o mesmo para os demais. A construção à moda Kafiquiana desse processo chamado mensalão se deu com base em dois pilares: recursos públicos desviados(Visanet, bônus de volume) e compra de parlamentares. 

          O primeiro para a imputação de corrupção ativa e peculato; o segundo para corrupção passiva. Esta última, ridícula sob todos os ângulos. A primeira, em vias de desabar caso se abram os inquéritos ocultos nos quais se comprovará a origem privada dos recursos envolvidos no “maior escandalo de corrupção da história do país”.

          Esse processo, como costuma escrever o Diogo Costa, foi uma farsa. 

           

          1. Quadrilha Familiar

            “Imputar de público a quem não está presente para se defender a pecha de “quadrilha familiar” não se coaduna com a tua corriqueira serenidade”

            Não estão aqui para se defender justamente porque fugiram

            Começaram 8 anos atrás a esconder o patrimônio. Fingiram um divórcio para isso.

            Em 2005 foi pego dinheiro de comissão do COI na conta da Andréa Haas.

            O próprio Vicentinho falou que ele envergonha ao PT com a sua fuga. Eu concordo com isso.

          2. Pizzolato é inocente

            [video:http://www.youtube.com/watch?v=Zpsyx1_gmLA%5D

            Alexis, vc é uma pessoa inteligente e admiro seus comentários mas permita-me discordar mais uma vez desse seu ponto de vista, o que faço com respeito  

            Não estão aqui para se defender justamente porque fugiram

            Hum…que nem Zé Dirceu, não é mesmo….

            Começaram 8 anos atrás a esconder o patrimônio. Fingiram um divórcio para isso.

            Uma decisão acertada diante do risco de injustiça e perda do patrimônio, sim, se separaram de direito mas não de fato, isso não é crime quando se está à mercê de um erro judicial.

            Em 2005 foi pego dinheiro de comissão do COI na conta da Andréa Haas.

            Se Andréa Hass fez isso, pq não foi punida naquele momento por esse crime, aliás, os denunciados no “mensalão” também deveriam ter sido julgados por caixa 2 lá por volta de 2004, quando o caso veio à tona, mas o aparato midiático-penal preferiu dar outro encaminhamento ao caso para criminalizar o PT 

            O próprio Vicentinho falou que ele envergonha ao PT com a sua fuga. Eu concordo com isso.

            Pizzolato se explicou num encontro do PT, Suplicy o defendeu, quanto a esta fala ai de Vicentinho, deu em O Globo que, como parte interessada, sei não….

          3. Tomara você tenha razão

            Acredito que você tenha mais conhecimento do que eu neste assunto.

            Apenas lamento a forma como as coisas aconteceram, que fez frear nossa revolta em relação aos que estão em cadeia.

            Gostaria apenas não misturar os assuntos.

             

  4. Há de se ter paciência, até o

    Há de se ter paciência, até o mais ignorante  anti-governo sabe que o dinheiro é

    do Visanet, mexer com corporações deste porte dá nisso.Mas o jogo esta sendo

    jogado, assim como a Siemens e Alstom  o Visanet tem lá seus gestores que para

    horror dos “vira-latas “daqui,  brevemente se pronunciarão., ai vai valer a “lei.

  5. Andrea Haas é uma mulher

    Andrea Haas é uma mulher admirável…..não sei como consegue juntar tanta força ainda…..principalmente com tantas injustiçãs praticadas pela justiça!!!  Que vergonha que sinto…..quanta sensação de impotência em frente de um escárnio tão grande como esse, praticado pelo STF, junto com o homem da capa preta!!  Vergonha de ti, Joaquim Barbosa……!!!!  Um homem que poderia mudar a justiça deste país, mas prefere ser mais do mesmo.  Um oprimido que se uni ao opressor!!! Pensando em Freire (Roberto Freire não, por favor….pé de pato, mangalô, três vezes)….pensando no grande Paulo Freire: “Em sua alienação, os oprimidos querem a todo custo parecer-se com o opressor, imitá-lo, segui-lo”.  Assim é JB…..um alienado, não conhece o poder nem os poderosos, mas sonha em ser um deles!!!  

    Sinto vergonha pela permanência de Dirceu na cadeia….sinto vergonha por Genoíno,  genuínos brasileiros, que tanto lutaram por este país. Pior papel também cabe às Casas, que poderiam se indignar quanto a injustiça praticada.  Não se trata mais de política e sim de vidas….uma vergonha não se levantarem contra esta imoralidade. 

  6. Pensei que nesta carta

    Pensei que nesta carta constaria a explicação da origem dos recursos utilizados na compra dos imóveis na costa mediterrânea.

    1. Daaaaaa

      A explicação que você “quer” está no blog “O Cafezinho”,  fonte desta postagem. Aproveitando, me explica como é que eu faço para comprar imōvel em Miami por alguns dólares e registrá-lo em nome de empresa fatura, de minha propriedade – eu sendo ministro do STF -, empresa essa com sede em imóvel funcional. Ah, dá-la sério, tu não é curioso!…

    2. Já saiu em outra matéria

      Já saiu em outra matéria desse blog. Como você não deve frequentá-lo, perdeu a change. Ou viu e está dando um “migué”.

    3. Poder economico

      Talvez esta origem dos recursos esteja no mesmo poder que outros tem para comprar apartamentos na costa de MIAMI, e lá tem que pagar o IPTU alto e não tem como reclamar.

    4. Nada a ver

      Henrique Pizzolato funcionário de carreira do Banco do Brasil, conselheiro da Previ; esposa arquiteta; o casal não tem filhos… Vendem patrimônio construído com o honesto e competente trabalho de anos, e [supostamente] compram imóveis na Espanha! Ah se tivéssemos uma imprensa minimamente séria e responsável! Esta imprensa aposta nos leitores levianos e canalhas!… De modo colateral, parte do patrimônio dos Pizzolatos poderia advir de herança familiar! A Espanha está quebrada financeiramente, desemprego em níveis cavalares, portanto o mercado imobiliário pode estar favorável às compras!… Melhor do que permitir o STF assaltar o patrimônio dos Pizzolatos, para financiar as diárias escrotas e DELINQUENTES dos “supremos de MERDA” barbosinha, gilmar DANTAS, ‘fux Mato no Peito a Imoralidade’ et caterva!.

    5. Calma, eles vão fazer após o FHC explicar

      A do apê de Paris, da fazenda, da quinta, etc.

      Fora o dos filhos, netos, genros, etc.

  7. Ao insistir em defender

    Ao insistir em defender pessoas e metodos indefensáveis fica claro o porquê desta desilusão crescente do povo com o petismo.

    Continuem assim, Aécio será eternamente grato.

  8. Não é somente a justiça

    Não é somente a justiça brasileira que está sob suspeição. A nossa intelectualidade jurídica também. Daí a necessidade de uma apreciação imparcial de estudiosos não contaminados pelas artimanhas midiáticas e tucanas de um lado e de suas vítimas de outro. Não podemos conviver com essa dúvida onde a imparcialidade esteja sendo acusada de petralha e tendo de se justificar por ter agido corretamente. Lewandovski, que não dá HC para bandido nem está em busca de holofotes, dos mais antigos, juntamente com Barroso e Teori, mais novos, são molestados por serem civilizados e não se utilizam da raiva nem do grito como argumento, próprio dos que não tem razão.

    1. Vou pra Pindamonhangaba, chau!

      O meio não interessa. O que interessa é o conteúdo.

      E esse me parece que você não leu. Ou não quis ler…

      Sossega, falta muito ainda e Pindamonhangaba é longe…

        1. Engraçado, vc não se revoltou quando da fuga do Cacciola

          Aliás, até descobriram que fugir é um direito natural, palavras do ministro Marco Aurélio Mello, agora não pode né

          Felipe Recondo – O Estadao de S.Paulo

          Ele não está descrito em nenhum código ou lei, e também não está previsto na Constituição. Ao senso comum parece até absurdo, mas é visto com bons olhos pelo judiciário. O direito à fuga voltou a ser tema de debate entre juristas com a prisão do ex-banqueiro Salvatore Cacciola em Mônaco, no dia 15. Condenado a 13 anos de prisão em 2005, ele deixou o Brasil em 2000 sem nenhuma restrição da Justiça.

          Todo cidadão que cometer um crime pode fugir se achar que é vítima de injustiça. Não tem a obrigação, portanto, de colaborar com a Justiça. ””É direito natural do homem fugir de um ato que entenda ilegal. Qualquer um de nós entenderia dessa forma. É algo natural, é inato ao homem””, diz o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello.

           

          Mas esse direito, ao contrário das garantias individuais previstas na Constituição, não tem aceitação unânime – procuradores do Ministério Público (MP) o abominam. ””Minha posição é não admitir o chamado direito de fuga, e até me causa uma certa perplexidade a expressão direito de fuga””, afirma o ex-procurador-geral da República, Cláudio Fonteles .

           

          Até pouco tempo atrás, um réu que fugisse da Justiça podia ser preso preventivamente sob o argumento de que havia risco de nunca mais ser achado e, conseqüentemente, de não cumprir a pena a que fosse condenado. Agora, a fuga – ou a mera ameaça de fuga – não justifica um pedido de prisão, na opinião de ministros do STF.

           

          Foi com esse entendimento que o ministro Marco Aurélio concedeu liminar em 2000 para que Cacciola deixasse a prisão. Dias depois, o ex-banqueiro, acusado de peculato e gestão fraudulenta, fugiu para a Itália.

           

          O ministro mantém seu entendimento a ponto de dizer que concederia novamente liminar a Cacciola para que respondesse o processo em liberdade, mesmo com a ameaça confirmada de fuga. Fonteles discorda.

           

          Se dependesse do MP, Cacciola ficaria preso até que fosse concluído o julgamento. ””Já há duas condenações contra ele. Na minha opinião, ele deve ficar preso””, diz o procurador.

           

          Marco Aurélio cita a Constituição para defender sua opinião: ””Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.””

           

          Fonteles lembra o Código de Processo Penal para dizer que um acusado pode ser preso preventivamente para que seja garantida a ordem pública e para assegurar a aplicação da lei.

           

          Cada leitura tem também suas conseqüências. Para Marco Aurélio, o Brasil voltaria aos tempos da ditadura se pessoas fossem presas sob o argumento de que a ordem pública precisa ser preservada.

           

          Para Fonteles, as decisões de deixar que um réu fuja e correr o risco de que ele não seja punido geram na população o sentimento da impunidade e estimulam a criminalidade.

           

          Nessa discussão, a palavra final é do STF. Cabe aos ministros, em última instância, decidir se alguém continuará preso antes da conclusão do julgamento. Na quase totalidade dos casos, a liberdade tem sido garantida para autores de pequenos crimes, acusados de crimes hediondos e réus confessos. ””Gostemos ou não da decisão da Justiça, temos de cumpri-la””, admite Fonteles. ””A sociedade brasileira, neste momento, está indefesa.””

           

          Cacciola era dono do Banco Marka e foi condenado por crimes de gestão fraudulenta, peculato e corrupção passiva durante a crise cambial que resultou na desvalorização do real, em 1999. O Marka e outro banco, o FonteCindam, foram socorridos pelo Banco Central (BC) para não provocar uma crise no sistema bancário, e teriam dado prejuízo de R$ 1,6 bilhão ao governo.

           

          Frases

           

          Marco Aurélio Mello

          Ministro do STF

           

          ””É direito natural do homem fugir de um ato que entenda ilegal. É algo natural, é inato ao homem””

  9. Bomba

    Mais uma bomba que lamentavelmente explofirá no vácuo.criado pela canalhice da mídia e do Judiciário e, portanto, não será ouvida. Mas a oposição ruim de voto e boa de golpe não conseguirá meu voto nem mediante sua diuturna tortura.

  10. Pizzolato é inocente

    Diante das provas incontestáveis da inocência de Pizzolato, o pig descobriu que ele comprou imóvies na quebrada Espanha, onde ronda o desemprego e vc pode comprar qualquer coisa a baixo custo, aliás, vasculharam a vida dos réus e não encontraram sinais de enriquecimento ilícito, o que não se pode dizer o mesmo sobre Pimenta da Veiga, DD e demais protegidos desse criminoso aparato midiático-penal. Sobre os bens de Pizzolato:———————–

    Diário do Centro do Mundo—————— O que a Folha deixou de dizer sobre Pizzolato————- por Paulo Nogueira  —————-  Má fé cínica ou obtusidade córnea. A célebre sentença de Eça de Queirós me ocorreu ao refletir sobre a informação da Folha de S. Paulo a respeito das compras de imóveis de Pizzolato na Espanha. Mas há na verdade uma terceira hipótese, uma combinação de ambas as coisas, má fé e obtusidade. Não há contexto no que a Folha trouxe. Pizzolato simplesmente, por força das circunstâncias, aparece aos olhos do leitor como um gatuno. O site O Cafezinho fez o que a Folha não fez: pesquisou. Encontrou uma reportagem do Correio Braziliense de alguns meses atrás sobre o mesmo Pizzolato. Nela, Pizzolato, aparece se desfazendo dos imóveis que tinha no Brasil. Importante: todos os imóveis estavam em sua declaração de renda, esmiuçada pela Receita Federal. Pizzolato tinha vendido seus imóveis já há alguns anos por razões estritamente lógicas. Ele ao ver a fúria assassina do STF temia que o patrimônio de uma vida inteira fosse ficar indisponível exatamente na hora em mais precisava dele. Na mesma linha da lógica da sobrevivência ele se separou legalmente da mulher Andrea, mas não de fato. Assim, ele poderia pôr seus bens no nome dela. A reportagem do Correio Braziliense conta que ele chegou a morar na Espanha, com intenções de se fixar lá. Tudo isso que estou colocando aqui estava ao alcance da Folha com um simples clique no Google. Por que o jornal não fez nada? Voltamos então à frase de Eça de Queirós. A “revelação” da Folha foi suficiente para provar teses de colunistas arquiconservadores. Reinaldo Azevedo por exemplo, disse que as compras de Pizzolato tornavam ridículas as vaquinhas dos condenados do mensalão. Azevedo – que tem uma comovente fixação por mim desde que critiquei seu amigo Diogo Mainardi alguns anos atrás – é o mesmo que disse que Margareth Thatcher morreu pobre. Thatcher, como todo mundo sabia exceto Azevedo, deixou uma casa em Mayfair, o bairro mais nobre de Londres, no valor calculado de 15 milhões de reais. A casa era apenas um dos bens de Thatcher. A mesma disposição que a Folha sente em investigar Pizzolato não se manifesta, infelizmente, quando se trata de alguém poderoso. A Folha abandonou abjetamente a investigação da sonegação bilionária da Globo depois de ter dado uma única nota. Recebeu um pito da Globo, provavelmente. No planeta Folha a sonegação – documentada – simplesmente deixou de existir. Este é o jornal que durante anos nos atormentou com o slogan publicitário em que dizia que não tinha rabo preso com ninguém. O caso Pizzollato tem sim que vir à luz. Mas não do jeito que a Folha está fazendo. Mais uma vez: é má fé ou inépcia – ou ambas as coisas.  

     

    Os imóveis de Pizzolato na Espanha, por Miguel do Rosário, em O Cafezinho

     

    Bem, como estou meio que colecionando as histórias de Pizzolato, que se tornou um personagem constante nesse blog, comento a matéria da Folha publicada hoje, com destaque na primeira página, sobre a compra, pelo ex-diretor de marketing do BB, de três imóveis na Espanha. 

    Os adversários de sempre logo passaram a usar a informação para atacar o Pizzolato e o partido dos trabalhadores. Só que, até agora, não se encontrou nada demais. A compra dos imóveis é compatível com o patrimônio de Pizzolato, até porque ele havia, nessa mesma época, vendido seus bens no Brasil.

    Reproduzo abaixo matérias da Folha, de hoje, e do Correio Braziliense, publicada há mais ou menos 30 dias, que se complementam e ajudam a explicar a vida “imobiliária” de Pizzolato.

    Vou resumir o que eu penso e o que descobri, lendo essas matérias, acrescentando-lhes algumas coisas que sei por outras fontes.

    Pizzolato e sua esposa, Andrea Haas, praticamente viveram na Espanha, entre 2006 e 2012, numa região litorânea onde mora, ou morava, uma parente, que enfrentou sérios problemas de saúde nesse período, tendo sido esse um dos motivos  que levou Pizzolato a passar um tempo por lá.

    A repórter do Correio Braziliense, Ana D’angelo, sabe-se lá como, teve acesso ao histórico fiscal de Pizzolato, cuja vida foi devassada em quase 20 anos pelas várias CPIs do mensalão. Pesquisando em cartórios do Rio de Janeiro e do sul do país, ela descobriu que dos 11 imóveis que ele possuía em 2005, adquiridos antes de assumir o cargo de diretor de marketing do Banco do Brasil, ele começou a vender todos a partir de 2006, com exceção de três.

    Enquanto esteve na Espanha, escreve a repórter, de 2006 a 2012, Pizzolato continuou o processo de alienação de seus imóveis. Nessa época, comprou os três imóveis no país, que na verdade são dois. Dois imóveis são colados, formando uma só casa, onde ele efetivamente morou com sua esposa. Ambos estavam devidamente registrados nos cartórios da cidade. O terceiro é um apartamento mais simples, que Pizzolato provavelmente adquiriu para sua parente.

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    A reportagem do Correio informa que, segundo a Receita, Pizzolato tinha R$ 2,2 milhões em imóveis até julho de 2005, em valores não atualizados. O valor real de venda deve ter sido três vezes superior.

    A Folha, por sua vez, diz que o imóvel mais caro adquirido por Pizzolato na Espanha, conforme avaliação de corretores consultados, custaria 450 mil euros. Em valor do câmbio de ontem, isso corresponderia a R$ 1,5 milhão. Mas no valor do câmbio de 2010, talvez custasse bem menos.

    A compra dos imóveis na Espanha me parece perfeitamente compatível com o patrimônio de Pizzolato, acumulado ao longo de 40 anos como executivo graduado no Banco do Brasil, em conjunto com Andrea, arquiteta talentosa que sempre exerceu a profissão.

    Não há crime nenhum aqui. Pizzolato e sua esposa tinham um bom patrimônio, sim, mas adquirido – até onde consta – com trabalho, visto que jamais sofreu qualquer processo na Justiça ou na Receita e seus sigilos fiscal e bancário foram devassados com pente fino por autoridades sedentas de sangue.

    Naturalmente, os detratores de sempre querem fazer de tudo para ridicularizar as campanhas de solidariedade aos outros petistas, e entendem que a melhor forma é usar as desinformações sobre Pizzolato. Só que vão se lascar.

    Pizzolato é a peça chave para derrubar a Ação Penal 470. Essa é a razão, como já expliquei em outro post, pela qual a mídia fará de tudo para desacreditá-lo. Todos os seus atos são criminalizados. Vendeu um imóvel? É ladrão. Comprou outro imóvel? É ladrão. Na verdade, hoje em dia, a mídia nem precisa fazê-lo. Basta dar a notícia que Pizzolato comprou um imóvel em algum lugar, que o senso comum, envenenadíssimo, dá conta do resto.

    Pizzolato era livre durante o período em que morou na Espanha, e podia abrir contas e comprar imóveis. Os preços na Espanha, em função da crise vivida pelo país, talvez estivessem interessantes. Talvez fosse um bom negócio.

    Ciente da tempestade que se aproximava, e não percebendo apoio em nenhuma parte a seu caso, acho que é compreensível que tenha decidido vender seus imóveis no Brasil.

    É isso o que eu acho, mas posso estar enganado. As informações de que dispomos até agora ainda me permitem manter a teoria de que Pizzolato é inocente, um perseguido político, talvez até mesmo uma ótima pessoa, honesta e pacata, que se viu, à sua revelia, no meio da maior tempestade política do século. Espero não me decepcionar. Mas prefiro correr esse risco a entrar no jogo medíocre e sujo da nossa mídia, que julga, acusa e lincha, sem provas.

    Abaixo as matérias mencionadas, da Folha e do Correio Braziliense, que estão até razoáveis, com doses controladas e inevitáveis de veneno.

    *

    Pizzolato comprou três imóveis em cidade do litoral da Espanha

    Dois apartamentos ficam em condomínio de classe média-alta com vista para o mar Mediterrâneo

    Mulher do ex-diretor do Banco do Brasil esteve num dos imóveis 15 dias antes de ele ser preso na Itália

    GRACILIANO ROCHA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MÓDENA

    Antes de ser preso na Itália, o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato comprou três imóveis –dois deles apartamentos em um condomínio de alto padrão–na cidade litorânea de Benalmádena, no sul da Espanha.

    A compra dos imóveis foi descoberta pela polícia espanhola nas investigações para localizar Pizzolato, que passou mais de três meses foragido na Europa.

    Segundo a polícia espanhola, dois apartamentos foram comprados em um condomínio chamado Urbanización Costa Quebrada, colado ao mar, com piscina e entrada de visitantes controlada 24 horas por dia por um sistema de interfones e câmera.

    O condomínio fica no distrito de Torrequebrada e ocupa o alto de uma colina. Com perfil de classe média-alta, os moradores têm vista para as águas do Mediterrâneo.

    “Estes dois apartamentos foram unidos em um só e foram a residência do casal na Espanha. Quinze dias antes da prisão do Pizzolato na Itália, a mulher dele esteve neste local”, disse à Folha Olga Lizana, chefe do grupo de localização de fugitivos da polícia espanhola.

    Ela não informou se os imóveis foram registrados em nome de Pizzolato ou de sua mulher, Andrea Eunice Haas, nem a data de aquisição.

    Corretores de imóveis ouvidos pela Folha informaram que um apartamento de 140 m² –tamanho padrão do condomínio– são negociados por € 450 mil (equivalente a R$ 1,5 milhão pelo câmbio de ontem). Os apartamentos de cobertura, com 200 m², podem custar € 600 mil (R$ 1,9 milhão) no mesmo local.

    O casal constava no cadastro de cidadãos estrangeiros residentes em Benalmádena desde 2010, mas o endereço registrado como o de moradia foi o de um terceiro apartamento, em outro condomínio, de classe média.

    A Folha visitou esse imóvel –sem portões, nem câmeras de segurança– em dois dias deste mês. Ninguém atendeu ao interfone. Moradores do mesmo prédio contaram que no local vive um casal de sul-americanos que há meses não aparecia por lá.

    Segundo Olga Lizana, o rastreamento de outros bens de Pizzolato no país depende de pedido formal de autoridades brasileiras. Na semana passada, a Folha revelou que o casal operou ao menos três contas bancárias na Espanha.

    Também partiu de Lizana a informação que levou à localização de Pizzolato na Itália: a existência do Fiat Punto comprado por Andrea e usado pelo casal na Europa.

    No dia 3 de fevereiro, a polícia italiana esteve na casa do sobrinho de Pizzolato em Maranello e viram o Punto na garagem. O ex-diretor do BB foi preso, para fins de extradição, no dia 5 de fevereiro.

    Colaborou LUISA BELCHIOR, em Madri

    ***

    O milionário Pizzolato se diz inocente

    Uma fuga planejada há oito anos. Livre, rico e com passaporte italiano

    Ana D’angelo, do Correio Braziliense

    Condenado na Ação Penal 470, Henrique Pizzolato iniciou ainda em 2006 o plano para escapar da futura punição da Justiça, com a transferência e a venda de imóveis. Em 2013, a estratégia teve fim com a saída clandestina para a Itália. …

    Fiel amigo de Henrique Pizzolato, o blogueiro Alexandre Teixeira garante que o réu do processo do mensalão, hoje com 62 anos, só decidiu fugir do país em cima da hora, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) negou, em 4 de setembro do ano passado, os embargos de declaração à condenação de 12 anos e 7 meses de cadeia em regime fechado. O ex-diretor do Banco do Brasil (BB) não tinha direito aos embargos infringentes, a exemplo de José Dirceu e Delúbio Soares. O Correio apurou, no entanto, que os planos de Pizzolato para escapar da mão da Justiça começaram oito anos atrás.

    O passo inicial foi se desfazer de quase todos os 11 imóveis que possuía em 2005. Uma busca feita pela reportagem nas últimas três semanas em cartórios do Rio de Janeiro e de cidades no Sul do país revelam a movimentação imobiliária de Pizzolato desde o início de 2006. O relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, divulgado em 28 de março daquele ano, confirmou o pior, embora já esperado por Pizzolato, conforme as sinalizações recebidas. Ao indiciar 60 pessoas, o ex-tesoureiro da campanha de 2002 de Luiz Inácio Lula da Silva foi enquadrado pela CPI nos crimes de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e peculato.

    “Nesse momento, ele identificou que o mundo estava caindo em cima dele”, contou o amigo. Duas semanas depois, a Procuradoria-Geral da República ofereceu a denúncia contra 40 réus ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Ele trabalhou com planos A, B e C”, reconheceu o amigo de Pizzolato, após questionamentos do Correio sobre a desmobilização do patrimônio. O ex-diretor do BB ainda acreditou que pudesse ser inocentado no fim, mas não deixou de se preparar para o extremo, a cadeia. E dela escapar. Petistas ouvidos pela reportagem descreveram Pizzolato como uma pessoa meticulosa, disciplinada e excelente estrategista.

    Quando soube que o relatório da CPI viria implacável, o ex-diretor do BB deu início a um dos planos, que era livrar os bens de um eventual bloqueio judicial para a fuga. Ele já havia tido uma experiência nada boa. Entre junho de 2002 e fevereiro de 2003, ficou com os bens indisponíveis por ordem judicial, por conta de uma intervenção do governo federal na Previ, o fundo de pensão do BB, do qual foi diretor de 1998 até maio de 2002.

    Em julho de 2005, quando veio à tona que ele recebeu R$ 326,6 mil em dinheiro sacados da conta da agência de propaganda de Marcos Valério no Banco Rural, que lhe foram entregues por um contínuo da Previ, ele possuía 11 imóveis, entre casas e apartamentos, declarados à Receita Federal. À época, estavam avaliados, de forma conservadora, em R$ 2,2 milhões, conforme levantamento feito pelo Correio em cartórios do Rio e de algumas cidades do Sul.

    Na lista, está inclusa a cobertura em Copacabana, adquirida em fevereiro de 2004, por R$ 400 mil (hoje avaliada em quase R$ 4 milhões), 35 dias após receber os R$ 326 mil, dos quais R$ 100 mil foram pagos em dinheiro. À Receita, além dos imóveis, ele declarou, no final de 2004, cerca de R$ 500 mil em investimentos (incluídos R$ 100 mil em nome da mulher, sua dependente na declaração) e R$ 81 mil em dólares e euros. Seria o correspondente a ter atualmente R$ 1 milhão em conta e em moeda estrangeira.

    Partilha

    Em abril de 2006, Pizzolato e a mulher, Andrea Haas, 51 anos, foram parte num processo judicial de partilha de bens, na 4ª Vara de Família do Rio. O casal, que se juntou ainda na juventude, se separou no papel, mas nunca deixou de estar junto. Andrea mora com Pizzolato na Itália. Uma procuração firmada em cartório no Rio indica que eles se casaram novamente, desta vez, com separação de bens. Na partilha, homologada em dezembro de 2006, ela ficou com três dos imóveis mais valiosos.

    Coube a ela a casa luxuosa de 310 metros quadrados num condomínio de alto padrão no bairro Lagoa da Conceição, em Florianópolis. Construída entre julho de 2003 e 2004, à época, era avaliada em mais de R$ 600 mil, e hoje, em torno de R$ 2,5 milhões. Andrea ficou também com o apartamento de cobertura de 102 metros quadrados num prédio de quatro andares também na Lagoa da Conceição — em 2006, avaliado em R$ 300 mil e, hoje, em cerca de R$ 800 mil. Ainda teve direito ao apartamento duplex de 158 metros quadrados na Rua República do Peru, em Copacabana, a uma quadra da praia, que valia R$ 500 mil à época e hoje, R$ 2,5 milhões.

    Naquele ano de 2006, em que a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra 40 réus foi apresentada e recebida pelo Supremo Tribunal Federal, Pizzolato vendeu três apartamentos: dois em Curitiba e um em São Leopoldo, totalizando R$ 203 mil, conforme está no registro em cartório. Outros dois, também localizados no município do interior gaúcho, foram transferidos a terceiros em 2009, por R$ 118 mil registrados no total. Embora declarasse à Receita como seus integralmente, esses dois apartamentos estavam também em nome de um amigo.

    Exterior

    Enquanto desmobilizava o próprio patrimônio, entre 2006 e 2012, Pizzolato passou a maior parte do tempo no exterior. A justificativa foi amparar uma sobrinha, filha da irmã que morava no sul da Espanha, com problemas de saúde e em tratamento. Foi nesse período que ele providenciou a cidadania italiana e um passaporte daquele país. Questionado, Teixeira disse que ele obteve a cidadania “há uns cinco anos”.

    Em novembro de 2012, encerrada a primeira fase do julgamento que resultou na condenação de 25 réus, Pizzolato entregou ao STF os dois passaportes que tinha, o italiano e o brasileiro. E afastou eventual suspeita de que pudesse fugir. Na ocasião, seu advogado, Marthius Sávio Lobato, declarou ser absurda a ordem do STF de recolher os passaportes, pois a sentença não transitara em julgado, e anunciou que a contestaria no próprio STF.

    Naquele fim de ano, Pizzolato quase não conseguiu executar o plano de fuga, quando o procurador-geral da República decidiu pedir a prisão antecipada dos condenados, às vésperas do Natal. “Em 22 de dezembro (de 2012), fiquei na casa dele esperando a polícia chegar. Ele estava em pânico. Não conseguia entender como recebeu a maior condenação e a maior multa”, relatou o amigo Teixeira. Passado o susto, Pizzolato pôde aplicar, em 2013, o que ele considerou o pulo do gato e, assim, tomar um voo legalmente para a Itália (leia mais na página 3).

    12 anos e 7 meses. Tempo de prisão imposto a Pizzolato pelo STF.

    Pedido por um novo julgamento.
    Confiante de que não há a menor possibilidade de ser extraditado da Itália, por ser cidadão italiano e sem qualquer restrição ou condenação naquele país, Henrique Pizzolato tenta levar o processo do mensalão para lá e ser julgado novamente pela justiça local. Para isso, o Ministério da Justiça tem que iniciar o processo de extradição e enviar a íntegra do processo para o país europeu. O primeiro passo é confirmar e avisar ao STF que Pizzolato está na Itália.

    Procurado, o Ministério da Justiça informou que não há nenhum processo de extradição aberto ainda em relação a Pizzolato, que é considerado foragido e está na lista de procurados da Interpol, a polícia internacional. O Correio perguntou se o órgão informou o STF acerca da localização do ex-diretor do BB na Itália, mas não houve retorno.

    Ao ser questionado sobre o risco de Pizzolato sofrer condenação também no país europeu e, assim, perder a oportunidade de viver livre por lá, o amigo Alexandre Teixeira respondeu que ele tem a certeza de que será inocentado. Os amigos que defendem o ex-diretor do BB em blogs na internet questionam o fato de o STF ter cravado que os R$ 326 mil que ele recebeu em dinheiro das mãos do contínuo da Previ são propina por ter prorrogado contrato da agência DNA, de Marcos Valério.

    “Só que a prorrogação foi feita em 11 de fevereiro de 2003, e ele tomou posse no BB em 17 de fevereiro de 2003″, disse Teixeira. “Ele fez de tudo para divulgar os documentos que provavam sua inocência, achando que a Justiça pudesse ser efetiva”, comentou. (AD)

    Em 2013, quando fugiu, só restavam em nome de Henrique Pizzolato três dos 11 imóveis que ele tinha em 2005, declarados à Receita Federal. Há uma casa em Concórdia, onde mora o pai e alguns parentes, e outra em Toledo, no interior do Paraná. Há suspeitas de que não mais lhe pertençam, mas as eventuais escrituras de compra e venda não foram registradas nos respectivos cartórios de registro de imóveis.

    Também continua em nome de Pizzolato o apartamento mais valioso, uma cobertura na Rua Domingos Ferreira, em Copacabana, a uma quadra da praia, de quase R$ 4 milhões. Em relação a esse imóvel, a decisão foi estratégica. Ao mantê-lo em seu nome, não despertou suspeita de sua intenção de fugir, pois era sua residência conhecida desde a eclosão do escândalo do mensalão. Conforme informações obtidas pelo Correio, ele fez um contrato de comodato, que é um empréstimo gratuito de coisa não fungível (caso do imóvel), com um casal de amigos antigos, com registro de divisão do imóvel. Pizzolato teria só metade do apartamento.

     

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    1. Avatar e o presidente do

      Avatar e o presidente do tribunal de justiça bolivariano petista.

      Ele deu o seu veredito isentoco mo é de se esperar, “Diante das provas incontestáveis da inocência de Pizzolato”.

      Petistas se acham acima da lei.

      1. A lei exige condenar COM provas … e proibe IGNORÁ-LAS

        Aliança é o presidente do tribunal de Justiça tucano fascista.

        Ora, meu caro, se além de não haver provas para condenação, ainda há provas do seu não envolvimento (inocência), quem é que está acima da lei? O réu ou seus justiceiros?

        Pra vc não importa se seu time ganha roubado, importa que ele ganhe, não é mesmo?

        Demotucanos neoliberais se acham acima da lei

      2. O IV avatar comenta com base

        O IV avatar comenta com base em fatos que são do conhecimento de todos, enquantoi alguns ficam ci piadinhas idiotas típicas daqueles em que há falta de argumento.

         

      3. Não se trata disso

        Não se trata disso e sim que o mensalão não existiu e que não podemos ser proibidos de criticar erros judiciais, precisa desenhar, então vamos lá,  há um batalhão de juristas, advogados, jornalistas e tudo mais que não estão calados diante dessa farsa, entendo que pessoas como vc não mudaram de opinião, até mesmo por questão ideológica e por aversão ao PT, o que não é correto, pois isso(condenação e prisão injusta por perseguição política) é coisa de gente ordinária, não queremos isso prá tucanos, inclusive defendemos que a posição tomada em relação a Azeredo[direito ao duplo grau de jurisdição]  foi correta, só que o STF deveria ter agido da mesma forma em relação a filiados ao PT, pq não…????

        http://www.lexometro.blogspot.com.br/2014/04/coletanea-mensalao.html

  11. É pra isso que serve o

    É pra isso que serve o segredo de Justiça, esconder patifarias. O congresso precisa acabar com essa coisa medieval.

  12. É tão difícil entender a questão Pizzolato?
    [video:http://www.youtube.com/watch?v=LeTPL5BLKH8%5DNão. Não é difícil entender a questão, PML resume em poucas palavras: Ele(Pizzolato) não tinha o poder que a PGR e Barbosa lhe imputaram, para isso ocultaram inclusive documentos, laudos comprovando sua inocência. Também não se trata aqui de falar que Pizzolato fez isso ou aquilo de errado. Neste sentido afirma PML: “(…) Mesmo que quisesse prestar serviços ilícitos ao esquema, não tinha autoridade nem poderes para tanto. Não podia fazer o que dizem ter feito – muito menos sozinho. Não era o diretor que fazia o pagamento de recursos. Não decidiu a prorrogação dos contratos. Sua relação com a Visanet era “nenhuma”. A cobrança de Joaquim Barbosa, pelo ressarcimento do Bonus de Volume, simplesmente não tinha “legitimidade,” diz o jurídico do banco. Dá para entender? Dá. É só aceitar a ideia — dolorosa, difícil, mas real — de que o STF fez um julgamento de exceção, aplicando regras que nunca foram aplicadas antes e dificilmente irão se repetir(…)”Leia o artigo na íntegrahttps://jornalggn.com.br/blog/jose-carlos-lima/consideracoes-sobre-a-prisao-de-pizzolato-na-italia-por-paulo-moreira-leite 

  13. Esta é a justiça Brasileiro

    É isso que lemos, com fatos e numeros de processos. cade a OAB? Cadê  os medrosos  Senadores brasileiros que ainda  estão vendo tudo de camarote achando que só acontesse com o PT? Cade os defensores dos direitos humanos ?cade os juizes do STF que realmente defende a carta magina do pais ? e cade os movimentos  que deffendem a moral politica e judiciaria do nosso pais. Nao falo mídia porque aqui no brasil não temo.

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