A crise financeira e o excesso de testosterona

Jornal GGN – A diretora do FMI, Christine Lagarde, concedeu uma entrevista à edição francesa da revista Vanity Fair e afirmou que a crise financeira teve origem em um excesso de testosterona e garantiu que a situação teria sido diferente se houvessem mais mulheres tomadoras de decisão.

Enviado por Henrique O.

Lagarde: Crise financeira teve na sua origem “testosterona excessiva”

Por Rita Faria

Do Jornal de Negócios

Em entrevista à edição francesa da Vanity Fair, a directora-geral do FMI defende a feminização de altos cargos da instituição. Sobre Angela Merkel diz que é uma mulher “fascinante”, mas falar de roupa “não é nada o seu estilo”.

A directora-geral do FMI acredita que, na origem da crise financeira, esteve, em parte, um excesso de testosterona, que alimentou um sentimento de rivalidade negativa. Christine Lagarde, que é capa da Vanity Fair do mês de Dezembro, defende, em entrevista à edição francesa, que deviam existir mais mulheres em cargos públicos.

 “Nessa altura, havia no mundo financeiro uma rivalidade negativa sobre um fundo de testosterona excessiva”, afirma Lagarde, depois de se mostrar convencida que a situação não teria sido igual se houvesse mais mulheres a tomar as rédeas das decisões.  

 “As mulheres não são melhores do que os homens. São diferentes. Somos diferentes”, explicou, na mesma entrevista, citada pelo Expansión. “O facto de as mulheres terem estado, com demasiada frequência em situação de minoria dá-lhes outros pontos de vista. E a confrontação de pontos de vista é o que permite chegar a boas decisões”.

Neste sentido, a responsável do FMI defende a feminização dos altos cargos da instituição. Actualmente, as mulheres ocupam apenas um quarto dos cargos de chefia do FMI, embora representem 48,9% do total de funcionários.

Questionada sobre a sua relação com a chanceler alemã, Angela Merkel – outra mulher num cargo de alta responsabilidade – Lagarde garantiu que se entendem bem. E acrescentou: “Ela é fascinante, às vezes muito acessível, atenta aos detalhes pessoais. Mas não pensem que falamos sobre roupa. Não é nada o seu estilo”.

Para exemplificar o que pode ser uma gestão feminina de uma grande instituição, Christine Lagarde cita o caso da Reserva Federal norte-americana, liderada por Janet Yellen. Segundo a directora do FMI, desde que Yellen assumiu o cargo, “provocou imediatamente uma alteração de tom, com mais atenção e mais humanidade”.  

Reformas devem continuar mas a um ritmo “mais bem ajustado”

Na entrevista à Vanity Fair, Lagarde falou ainda sobre a situação económica da Europa, sublinhando que as “reformas estruturais devem voltar a converter-se numa prioridade”.  

“Na maior parte dos países, as políticas levadas a cabo para absorver o défice vão no bom caminho, mas são insuficientes para responder às exigências de uma saída da crise”, acrescentou.

A responsável reconhece, contudo, que a austeridade contribuiu para aumentar as desigualdades e, por isso, defende que “as reformas estruturais devem continuar na Europa mas, sem dúvida, a um ritmo mais bem ajustado”. 

Redação

5 Comentários

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  1. Comparação

    Se é assim, que as mlheres são superiores aos homens, porque o Governo Lula conseguiu números econômicos muito melhores do que a Dilma?

    Vanity Fair, é uma feminista equivocada; o Governo Lula foi melhor que dilma não por ele ser homem, mas por uma questão de personalidade e experiência.  Lula já fazia parte da política há decadas, tentou três eleições, foi deputado, participou de muito mais debates do que Dilma.

    Se Dilma tivesse a experiência e personalidade de Lula ela é que teria numeros econômicos melhores para apresentar. Não por ser mulher, mas pelas características.

    Homens e mulheres são iguais em qualidade, cada cabeça uma sentença, e o fato de uma pessoa  ter sucesso ou não, não é devido à classe social, raça, ou ser homem ou mulher, mas sim as características individuais.

  2. testosterona !?

    Conceitos filosóficos liberias aplicados a politicas economicas sem preocupaçoes com as consequencias socias foram aplicadas pela Margareth Tatcher ,a Dama de ferro atual governa a economia mais forte do bloco europeu duas mulheres embora poucas, impactantes,na  minha opiniao nao se trata de excesso de feromonios , testosterona ou outro hormonio,ha sim o excesso de aplicaçao de um unico modelo de filsofia economica.   

  3. é o capitalismo que é

    é o capitalismo que é brochante.

    o austericídio praticado pelo neoniberalismo economico

    ocidental, principalmente europeu,

    tem a ver com pulsões de morte.

    tem mais a ver com tânatos do que com eros.

    lagarde qiuer dar uma de feiticeira, a tal da pharmaqueia,

    uma ninfa que identificava uma fonte de água venenosa.

    que gera ódio, violencia,fascismos, trolls tucanos,

    segundo profetizaram os frandes sábios do passado.

    é claro que ela não quer confessar que

    essa fonte é o capitalismo.

    então arranja um subterfúgio.

    um eufemismo.

    ou eu-feminismo.

    platão já dizia que o pharmakón-que-cura deve ser

    aplicado na hora e na dosagem corretas, por quem conhece a arte e a ciencia da cura.

    mas se lagard tiver razão, só comprova que o capitallsmo selvagem,  se não brocha, mata.

     

     

  4. (Pseudo)Feminismo a serviço

    (Pseudo)Feminismo a serviço do neoliberalismo/conservadorismo. Não é novidade, já foi visto muito disso quando margareth Tatcher assumiu no Reino Unido.

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