Bendine encontra Marcelo Odebrecht, seu delator, na sede da PF de Curitiba

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – Preso na quinta (27) em nova fase da Lava Jato, ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine deu de cara com seu delator, Marcelo Odebrecht, quando chegou na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR). Segundo relatos da colunista Mônica Bergamo, Marcelo “fazia reunião com seus advogados quando Cobra, apelido de Bendine nas planilhas da Odebrecht, chegou. O ex-presidente do BB olhou duro para o empreiteiro. E passou reto.”
 
Bendine foi preso por ordem de Sergio Moro com base em uma delação que diz que o ex-presidente da Petrobras recebeu R$ 3 milhões em dinheiro vivo após “achaquar” Marcelo Odebrecht.
 
O GGN mostrou que Moro usou, na ordem de prisão, trechos que forçam uma relação entre Bendine e a ex-presidente Dilma Rousseff, pois Marcelo diz, pelo menos em dois momentos, que a cúpula do governo petista alçou Bendine à Petrobras para ser o interlocutor com as empresas em meio à Lava Jato.
 
Ainda segundo a delação, Bendine vinha cobrando pagamentos a Marcelo desde que era presidente do Banco do Brasil, por conta de financiamentos da Odebrecht Agroindustrial. Marcelo disse a Moro que não aceitou fazer o repasse solicitado, de R$ 17 milhões, porque não sentia que sua empresa poderia ser prejudicada no BB.
 
Mas quando Bendine mudou para a Petrobras, a coisa “mudou de figura” e Marcelo deu início aos pagamentos que paralizaram em R$ 3 milhões. Para Moro, a propina não foi transferida em sua totalidade porque a Lava Jato prendeu o delator.
 
O juiz ainda observou que há indícios de que Bendine usou uma empresa de fachada para receber os recursos.
 
Leia mais: Moro força elo com Dilma na ordem de prisão contra Bendine
 
 
 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. A desculpa do Juiz Moro para

    A desculpa do Juiz Moro para autorizar a prisão preventiva de Bendine é deveras prosaica: comprou uma passagem para a Europa só de ida. Nunca viajei para o exterior, então pergunto: é NECESSÁRIO, OBRIGATÓRIO, quando se vai para o exterior comprar tanto a passagem como a de volta? 

    Outra estranheza: por que só agora, e não antes, o ex-presidente resolveu dar no pé?

    Sobre a delação de Marcelo Odebrech: o presidente do Banco do Brasil não tem, não teria, portanto, NENHUMA possibilidade de intervir – seja a favor ou contra – em qualquer operação de crédito no Banco do Brasil. O estilo de governança iniciado na gestão FHC e consolidado na de Lula implantou um sistema inexpugnável na área de crédito ao separar e dar autonomia as setores de análise e configurar o processo decisório a partir da criação de Comitês. Ou seja: ninguém nessa instituição defere, sozinho, operações de crédito. 

    Dúvida: será que realmente Bendine quis fazer o “inexperiente” Marcelo Odebrecht de bobo achacando-o sem respaldo para isso?

    Dúvida 2: seria o sr. Bendine assim tão cínico ao ponto de, nomeado para “limpar” a Petrobras, de cara faz é aumentar a sujeira ao pedir propina ao Marcelo Odecrecht? E a suprema audácia deste, já preso, em atender o pedido, como explicar? A título de quê? 

    A Lava a Jato e seus mistérios. 

  2. Não gostei da substituição de Graça Foster mas,

    Bendine foi um dos presidentes de sucesso no Banco do Brasil, alguém mais capacitado do que eu pode relembrar o seu trabalho na presidência do BB. Mas me recordo de como os ganhos do BB foram alardeados durante sua gestão. Não  sei se Bendine se corrompeu ou não, veremos,  mas me parece que Bendine como vários dos Diretores corruptos da Petrobrás tinham um histórico  de muita competência e sucesso dentro das respectivas instituições.  E suas escolhas para os cargos que ocuparam foram essencialmente técnicas e com suporte de toda a instituição

    A escolha de Bendine para a presidência do BB, se deveu a este histórico, e sabemos que passou pelo crivo  interno do BB, uma instituição bancária admirável, mas Bendine agora vai ver seu nome arrastado,  pois o maior objetivo não é ele, mas sim Dilma e Lula, para incentivar a construção do célebre Power Point de Dallagnol.  Afinal em Curitiba não se produz provas, mas se cria indícios.

    Confesso que não gostei quando Bendine foi indicado para a Petrobras. Afinal o que um homem do sistema financeiro conhece sobre  uma Petrolífera. Diga-se de passagem que ainda assim foi  uma escolha melhor do que Parente.  Mas não gostei quando Bendine ao invés de defender a Petrobras fez apenas acenos para os golpistas. Não gostei, quando desprezando todas as auditorias internacionais feitas anteriormente, manipulou até conseguir uma auditoria que  declarou perdas de 6 bilhões. Depois se calou e disse que iria melhorar as normas de governança, sem sequer falar das normas que já existiam. Nâo gostei quando trocaram uma diretoria que conhecia a Petrobrás, por alguém ligado à banca. E sem dúvida acho que Bendine, junto com Levy, foram erros de Dilma, pressionada pelos acontecimentos. 

    Porém as acusações de Marcelo ligando a  suposta propina de   Bendine à Petrobrás não batem e me parecem  oportunismos ligados mais a situação de Marcelo em Curitiba do que fatos. Talvez  Marcelo esteja unindo o útil ao agradável: afinal agrada a Moro e ataca de forma subreptícia Dilma, de quem nunca gostou. 

     

  3. EX-CEO DO BB PRESO: TEMENDO FUTURO, MORO FAZ BANCA DE REFÉM

    Ex-CEO do BB preso: temendo futuro, Moro faz Banca de refém

    Por Romulus

    Hoje surge no noticiário a execução de um mandado de prisão expedido por Sérgio Moro contra o ex-Presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine.

    Mais uma vez, para dar o salto… hmmm… “jurídico” (aspas!) da empreitada, Moro/ Dallagnol servem-se do seu “delator-coringa”:

    – Marcelo Odebrecht.

    (sempre ele…)

    O primeiro “delator-coringa”, como sabemos, era Alberto Youssef.

    Freguês da “casa”…

    Que tantos serviços prestou a Moro e Dallagnol no início da Lava a Jato…

    Pois bem.

    Desta feita o coringa M. Odebrecht resolveu dizer que um tal de “Cobra”, lá da sua planilha de propinas/ caixa 2, seria, na verdade, codinome usado para identificar… Bendine.

    Segundo a “narrativa”, “Cobra” teria recebido R$ 3 milhões para “não prejudicar a Odebrecht em negócios com a Petrobras”.

    Na sequência, em cima disso (?!), Moro manda prender Bendine.

    *

    A “narrativa” não bate

     

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  4. Mandou prender porque não tem

    Mandou prender porque não tem mais o que fazer de maldade contra o PT. E, principalmente, tentando – como sempre – intervir junto aos desembargas quartanistas em relação ao recurso lá interposto pelo Lula. Esse desM é o escroto do escroto, desde sempre. Mais criminoso, impossível.

    Vejamos: quer dizer que só agora, depois de 3 anos, foi que o “encagaçado-dou-o-que-quiserem” odebrecht lembrou do Bendine? E que o Bendine “pediu” 17 milhões enquanto BB e ele negou, mas, mesmo assim, seus negócios junto ao BB continuaram normalmente? E que depois, na Petrobrás, o Bendine “exigiu” 17 milhões e ele “deu”, para não prejudicar a empresa? E onde estão as provas de mais esse achaque merdiático-jurídico-procuradores? Simplesmente não existem. Mas, mesmo assim, o desM (o criminoso convicto) aceitou e mandou prender o homem e vazou pra mérdia?

    Haja saco ter de morar neste país de merrecas, né, dona carmencita!

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