Bolsa fecha em queda, em dia de realização de lucros

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A bolsa fechou em baixa após uma série de pregões em alta, em dia marcado pela realização de lucros e pela incerteza dos agentes quanto aos desdobramentos do cenário político brasileiro, além da influência do cenário externo. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) terminou as operações em queda de 4%, aos 47.362 pontos e com um volume negociado de R$ 8,011 bilhões.

Hoje foi dia de realização de lucros, depois de vários pregões de um rally que foi puxado pelo renovado apetite por ativos de risco. “A combinação de alguns fatores contribuem para um ambiente mais favorável, entre eles a perspectiva de uma revisão dos planos do Banco Central Americano (FED) de elevar sua taxa de juros referencial (FED Funds) ainda em 2015, juntamente com a percepção de que o China tem muitos instrumentos disponíveis para estimular sua economia, que segue em franca desaceleração”, diz o BB Investimentos, em relatório assinado pelo analista Fabio Cesar Cardoso.

Os números também foram afetados pelos fracos indicadores que vem da zona do Euro (pedidos de fábrica abaixo do esperado na Alemanha e inflação baixa no bloco), que devem dar suporte à continuidade e talvez fortalecimento da política monetária não convencional do Banco Central Europeu. Contudo, o analista acredita que a volatilidade deve continuar no curto prazo, e a realização de lucros no mercado brasileiro pode continuar por mais algumas sessões.

A principal notícia de hoje veio da China, já que as importações caíram 20,4% em setembro, enquanto as exportações caíram 3,7%, já refletindo as recentes desvalorizações do Yuan. Segundo o BB Investimentos, espera-se que o Banco Central Chinês anuncie novos afrouxamentos da política monetária, caso os investidores locais voltam a vender suas ações.

No ambiente doméstico, temos o acirramento das tensões no ambiente político, o que acrescenta um risco adicional na precificação dos ativos no curto prazo. “Na Bovespa, das 64 ações do índice, apenas 12 não caíram. Quem mais caiu foram Bancos, Siderúrgicas e Petrobras, além de Gol (a maior queda percentual) e empresas do setor de consumo, mais sensíveis aos juros futuros. Na ponta de cima, as empresas exportadores de celulose se beneficiaram da alta do dólar”.

Em um dia de turbulências no mercado interno e externo, a moeda norte-americana teve a maior alta diária em quatro anos e voltou a encostar em R$ 3,90. O dólar comercial encerrou vendido a R$ 3,893, com alta de R$ 0,135 (3,58%). A cotação está no maior nível desde o dia 5, quando tinha fechado a R$ 3,901.

Segundo informações da Agência Brasil, a cotação operou em alta durante toda a sessão. Pela manhã, oscilava em torno de R$ 3,83, mas disparou durante a tarde até encerrar na máxima do dia. Apesar da alta de hoje, a divisa acumula queda de 1,81% em outubro. Em 2015, a alta chega a 46,4%.

O Banco Central (BC) deu continuidade à rolagem de contratos de swap cambial. A autoridade monetária prorrogou o vencimento de 10.275 contratos que venceriam em novembro. Nessa modalidade, o BC não leiloa novos contratos, apenas adia o vencimento dos contratos em circulação.

Além das turbulências, o dólar subiu por causa de dados divulgados hoje, que mostram a desaceleração da economia chinesa. As importações da segunda maior economia do planeta caíram 17,7% em setembro na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Como o país asiático é o maior consumidor de matérias-primas do mundo, o recuo pressiona o dólar em países exportadores de commodities (bens primários com cotação internacional), como o Brasil.

Na quarta-feira, a agenda será movimentada: no Brasil, os agentes aguardam a divulgação dos dados de fluxo cambial e de vendas no varejo referentes ao mês de agosto; além das vendas no varejo e o Livro Bege nos Estados Unidos e a produção industrial da zona do euro.

 

(Com Agência Brasil e Reuters)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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