Brasil enfrentará primeiro verão com dengue e chikungunya

 
Jornal GGN – Em setembro deste ano, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) soltou a primeira leva de mosquitos Aedes, transmissor da dengue, contaminados com a bactéria Wolbachia. O microrganismo é transmitido entre a população do Aedes, naturalmente, e evita a procriação da espécie de insetos.  
 
Além desse trabalho em fase final de testes, a unidade da Fundação Bio-Manguinhos mantem parceria com a farmacêutica britânica GSK para o desenvolvimento conjunto de uma vacina capaz de imunizar pessoas contra os quatro tipos soropositivos da dengue. A Fiocruz também coordena a criação de um bio-inseticida, na unidade de Farmanguinhos, para combater o mosquito Aedes na sua fase de evolução. “A tecnologia do bio-inseticida já foi transferida para uma empresa nacional e está em fase final de testes necessários para fazer o registro. Em breve será disponibilizado para o SUS”, afirmou em novembro o assessor técnico da vice-presidência de inovação e saúde da Fiocruz, Jorge Costa, durante sua participação 53º Fórum Brasilianas.org – A indústria da saúde, realizado em São Paulo. Essas novidades também poderão ajudar a reduzir a incidência da chikungunya, enfermidade que chegou ao Brasil vinda de algumas regiões da África, parecida com a dengue. O vírus também é transmitido pelo mosquito Aedes
 
Dados do Ministério da Saúde divulgados no início deste mês indicam que, até o dia 15 de novembro, o Brasil registrou 1.364 casos de febre chikungunya, sendo 71 casos importados e 1.293 por transmissões dentro do país. 
 
Agência Brasil
 
Brasil enfrentará primeiro verão com dengue e chikungunya
 
Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso
 
O verão no Hemisfério Sul começa hoje (21), com um desafio particular para o Brasil. Pela primeira vez na estação, dengue e febre chikungunya circulam juntas pelo país. As doenças têm sintomas parecidos e são transmitidas pelo mesmo mosquito. Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador do Comitê de Doenças Emergentes da Sociedade Brasileira de Infectologia, Rodrigo Angerami, explicou como identificar os sinais de cada uma delas e as formas mais eficazes de prevenção.
 
Angerami lembrou que o que torna o verão mais vulnerável à ocorrência de surtos e epidemias é a sazonalidade das doenças. O comportamento do Aedes aegypti, transmissor da dengue e da febre chikungunya, segundo ele, tende a se intensificar em períodos de temperaturas mais altas e de muita chuva.
 
Outro agravante, sobretudo no caso da febre chikungunya, é a circulação de pessoas em razão das festas de fim de ano e das férias escolares. “Muitos saem de um estado e acabam se deslocando para áreas onde o vírus já está circulando. Isso pode favorecer a introdução do vírus em outros estados a partir do regresso dessas pessoas”, explicou o infectologista.
 
Segundo Angerami, febre, dor de cabeça, mal-estar, falta de apetite e dor no corpo são alguns dos sintomas compartilhados por ambas as doenças. O que diferencia a febre chikungunya da dengue é a dor nas articulações, que acomete o paciente de forma incapacitante. Já a dengue provoca complicações como o risco aumentado de hemorragias, queda da pressão arterial e acometimento dos órgãos e, por isso, exige cautela.
 
“Até o momento, não existe vacina para as duas doenças. Assim, o controle do mosquito é imperativo. As pessoas terão de se conscientizar que, não só pela dengue, mas pelo chikungunya, deve haver um compromisso de evitar que o vetor se instale e se reproduza.”
 
Dados do Ministério da Saúde divulgados no início deste mês indicam que, até o dia 15 de novembro, o Brasil registrou 1.364 casos de febre chikungunya, sendo 71 casos importados e 1.293 autóctones. Desses, 531 foram identificados no município de Oiapoque, no Amapá, 563 em Feira de Santana e  196 em Riachão do Jacuípe, ambos na Bahia, um em Matozinhos e um em Pedro Leopoldo, em Minas Gerais, e um em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
 
No caso da dengue, o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) indica que pelo menos 135 municípios brasileiros apresentam risco de epidemia da doença. Alem disso, 612 cidades estão em alerta para a dengue.
Redação

5 Comentários

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    1. O mosquito macho é

      O mosquito macho é vegetariano mesmo. Só a fêmea se alimenta de sangue, porque precisa da proteína contida no sangue para alimentar os ovos que gerarão filhotes. 

  1. Guerra bacteriológica?

    Desses, 531 foram identificados no município de Oiapoque, no Amapá, 563 em Feira de Santana 

    Dois focos em pontos equidistantes e praticamente com a mesma quantidade de infectados. Parece coisa programada pelo Tio Sam e sua guerra bacteriológica contra os “bolivarianos”

     

  2. A cerca de 2 meses contrai

    A cerca de 2 meses contrai dengue, 23 quilos a menos e um formigamento na porta dos dedos que vez ou outra aparece. O positivo da doença é foi que  deixei de fumar 2 maços de cigarros por dia, as vezes três. 

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