China enfrenta desaceleração mais pesada em 13 anos

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – A economia chinesa está registrando baixo crescimento, o menor em 13 anos. O BC chinês tomou uma série de medidas para minimizar o problema, e a agência de planejamento econômico aprovou projetos de infraestrutura, para movimentar setores envolvidos. O Banco Chinês, no entanto, não lançou mão de um corte na taxa de juros de referência ou nas reservas bancárias obrigatórias. Leia a matéria do Jornal do Brasil extraída do Financial Times.

Sugestão de Assis Ribeiro

do Jornal do Brasil

‘FT’: China registra seu mais baixo crescimento em 13 anos
 

“O investimento chinês avançou em seu ritmo mais lento em mais de uma década nos primeiros 10 meses deste ano, quando os resultados da indústria frustraram as expectativas, aumentando a pressão sobre as autoridades para adotar novas medidas visando aquecer a economia”, publicou oFinancial Times em matéria de Gabriel Wildau nesta sexta-feira (14/11).

“Os números aumentam os temores de que o investimento fraco levará a uma desaceleração mais severa do que a esperada na economia da China. Mas economistas dizem que o crescimento mais lento é inevitável na medida em que a China muda para um modelo de crescimento  onde o consumo tem um papel mais importante. O desafio para os elaboradores de políticas é de garantir que a desaceleração do investimento seja gradual o suficiente para evitar altas no desemprego e stress no sistema financeiro.

Os investimentos em capital fixo cresceram 15,9% de janeiro a outubro deste ano comparado com o mesmo período do ano passado, o ritmo mais lento desde dezembro de 2001, arrastadas por uma desaceleração em investimento imobiliário em meio à continuação do abrandamento da venda de casas”, diz o artigo.

A produção industrial avançou 7,7% em outubro, valor que ficou abaixo da estimativa de 8% e o segundo nível mais baixo desde 2009. Só os resultados de agosto, de 6,9%, foram mais baixos.

Mas há sinais de que o mercado imobiliário tenha atingido seu ponto mais baixo. As vendas ano-a-ano caíram  1,3% em outubro, bem mais lento do que a queda de 10,3% registrada em setembro. Governos locais na maioria das grandes cidades afrouxaram limites no crédito hipotecário colocados em prática por volta de 2010, quando os preços estavam subindo.

“Esse dado está alinhado com nossa visão das  perspectivas econômicas: a dinâmica de crescimento permanece moderada, apesar disso não ser alarmante,” Louis Kuijs, economista-chefe do Royal Bank of Scotland para a China, disse em comunicado.

Entretanto, os fracos números em destaque devem intensificar os debates sobre se ações mais intensas de abrandamento serão necessárias. O Banco Central adotou uma série de medidas direcionadas este ano, principalmente oferecendo empréstimos para selecionar bancos. A agência de planejamento econômico aprovou recentemente uma gama de projetos de infraestrutura, incluindo ferrovias, segundo a mídia estatal.

Mas o Banco Popular da China se absteve de usar um remédio mais forte como corte na taxa de juros de referência ou nas reservas bancárias obrigatórias. Alguns analistas dizem que mais ajuda é necessária.

“O crescimento desacelerado apesar da eventual política de flexibilização, sugere que as turbulências advindas da correção do mercado imobiliário, forte sobrecapacidade em várias indústrias upstream e um setor corporativo super alavancado são muito fortes,” um grupo de economistas do Nomura liderado por Chang Chunhua escreveu na quinta-feira.

O Nomura prevê um corte da RRR antes do fim do ano e um  em cada trimestre de 2015.

“Defensores da atual abordagem leve afirmam que uma desaceleração gradual, especialmente em investimento, é necessária e desejável para reduzir a supercapacidade industrial e levantar inventário não vendido em habitação e setores de produtos de base.

“Esperamos que a resposta da política econômica se mantenha contida. Elevadas instâncias políticas de decisão enfatizam que enquanto o mercado de trabalho resistir, eles não podem aceitar que o crescimento do PIB caia abaixo do nível estabelecido pelo governo, de 7,5 % este ano,” disse Mr Kujis.

A economia da China cresceu 7,3% no terceiro trimestre, o ritmo mais fraco em cinco anos”, conclui a matéria do Financial Times.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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