Clipping do dia

As matérias para serem lidas e comentadas.

Luis Nassif

19 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. #vergonhaalheia

    http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/videocasts/2014/06/1472240-coro-anti-dilma-e-coxinha-de-ossobuco-recheiam-festas-de-yellow-blocs-veja.shtml

    Para compartilhar esse conteúdo, por favor utilize o link http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/videocasts/2014/06/1472240-coro-anti-dilma-e-coxinha-de-ossobuco-recheiam-festas-de-yellow-blocs-veja.shtml ou as ferramentas oferecidas na página. Textos, fotos, artes e vídeos da Folha estão protegidos pela legislação brasileira sobre direito autoral. Não reproduza o conteúdo do jornal em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização da Folhapress ([email protected]). As regras têm como objetivo proteger o investimento que a Folha faz na qualidade de seu jornalismo. Se precisa copiar trecho de texto da Folha para uso privado, por favor logue-se como assinante ou cadastrado.

  2. Menos Fricote
    MENOS CHORO; MAIS CARA DE MAU
    “Seleção nenhuma pode depender do apoio maternal da torcida”
    Henrique Araújo
    O POVO, 18/06/2014

    Sem disfarçar a aflição e ainda baqueado pela cerveja morna, repasso a agradável tarde de ontem e o magro empate em 0 a 0 entre Brasil e México. Não compreendo o que fugiu ao script naquele Castelão majoritariamente amarelo: cantamos bem, de coração e peito estuporados, o hino nacional – à minha frente, via perdigotos atravessarem o céu como bólidos estelares e desabarem sobre a cabeça de outros torcedores não menos imbuídos desse sentimento esquisito de patriotismo.

    Não houve abraço, é verdade, mas suspeito que David Luiz e Thiago Silva tenham exagerado um pouco na chantagem emocional. Cantar à capela é massa. Disputar com Belém o posto de capital mundial do canto gregoriano futebolístico, melhor ainda. Continuar a berrar o hino quando o padrão da Fifa impõe poucos segundos de execução, num claro desrespeito aos picos de emoção dos refrões de cada país – isso também é legal. Mas fazer tudo abraçadinho?

    Seleção nenhuma pode depender do apoio maternal da torcida. Uma favorita ao título, mesmo atuando em casa, precisa: a) esquecer que joga em casa se quer realmente chegar até a final e ganhar; b) contar com o eventual apoio da maioria que torce, mas sabendo que, no primeiro revés, os apupos serão ainda mais estridentes; c) parar com essa história de chorinho na hora de ouvir o hino. É mais que frescura ou azedume. É estratégia.

    Trata-se de uma preocupação tática que vai estar na agenda do autêntico futebol moderno. Pouco antes de entrarem em campo para um duelo beligerante que se aproxima mais da guerra do que do esporte, nossos adversários não deveriam olhar para os lados e se encorajarem vendo a carinha de bebê chorão de um Marcelo ou de um Júlio César. Que seriedade terá uma zaga cujos lábios tremelicam a cada execução do canto da pátria? Como respeitar um volante que se derrete na terceira estrofe da canção de Joaquim Osório Duque Estrada? De que modo é possível levar a sério um meia que choraminga, emocionado, ao olhar a torcida, que, por sua vez, se empolga ainda mais ao ver os jogadores entrarem de mãos dadas no gramado como se fossem saudar a bandeira no pátio da escola e não encarar um oponente espumando de raiva? Não, amigos. Alguém precisa colocar um freio nessa espiral incontrolável de fricote.

    Superado esse dilema, que realmente senti nas arquibancadas durante todo o jogo de ontem e cujo impacto no resultado ainda estar por ser analisado pelas infinitas mesas-redondas, passemos a outro nó górdio do insosso e surpreendente empate: achar que a história se repete. Ela até que se repete. Já dizia Marx: primeiro como tragédia; depois, como farsa. No caso do Brasil, a tragédia foi termos ganhado com facilidade do México na Copa das Confederações do ano passado. A farsa foi termos acreditado que, se reeditássemos o ritual de 2013, a vitória estaria garantida.

    Ora, alguém combinou com Guillermo Ochoa? Telefonaram para o magistral arqueiro mexicano e perguntaram se podíamos apenas reencenar o maravilhoso 2 a 0 da Copa das Confederações? Alguém se dispôs a convencer Chicharito a correr menos ou Peralta a não fazer peraltices em campo? Pois é. Como eu suspeitava, ninguém quer fazer o trabalho sujo.

    Aqui, porém, confesso minha parcela de culpa. Fui ao Castelão vestindo a mesma roupa de junho de 2013. Camisa azul e calção – a exceção foi o par de tênis em vez da sandália. A motivação era clara. Criar, esotericamente, o mesmo clima mental e fenomenológico que propiciou a linda vitória brasileira sobre o mesmo México, dando início a uma escalada de ótimos placares que acabaria no título do campeonato. Ontem, apesar de tudo estar no seu devido lugar, deu no que deu. É o futebol, amigos.

  3. Rússia suspende compra de carne suína de unidade da BRF

    Rússia suspende compra de carne suína de unidade da BRF; empresa nega uso da ractopamina

    quarta-feira, 18 de junho de 2014

    da Reuters

    http://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKBN0ET2XR20140618

     

    MOSCOU (Reuters) – A Rússia suspendeu as importações de carne suína de uma unidade da BRF (Brasil Foods – Perdigão, Sadia, etc.) após detectar a presença do aditivo alimentar ractopamina em carregamentos, disse o serviço veterinário e fitossanitário do país nesta quarta-feira.

    A BRF negou, em nota à imprensa, o uso da ractopamina na unidade que fica em Uberlândia (MG) e disse que até o momento não foi notificada oficialmente sobre resultados de testes realizados pelas autoridades russas.

    “Com base em seus sistemas de rastreabilidade e garantia de qualidade, incluindo testes realizados pela empresa para controle interno e análises em laboratórios oficiais reconhecidos e acreditados pelo Ministério da Agricultura, a BRF reitera o não uso da substância nas etapas do processo produtivo daquela unidade”, disse a BRF.

    O regulador russo Rosselkhoznadzor disse que está impondo restrições temporárias a produtos da unidade da BRF em Uberlância a partir de 19 de junho “a fim de bloquear o fornecimento de produtos perigosos para o mercado russo”.

    A BRF, por sua vez, disse ainda que as cargas embarcadas do Brasil são acompanhadas de certificado sanitário, acordado entre as autoridades sanitárias de ambos os países, que atesta o atendimento às normas russas estabelecidas na produção da carne em questão.

    “Na unidade de Uberlândia, a produção industrial é 100 por cento verticalizada. Todos os animais abatidos pertencem à BRF assim como as matrizes, ração, medicamentos e vacinas”, disse a empresa, acrescentando que o transporte dos animais é feito de forma totalmente segregado.

    A BRF afirmou também que possui sistema de dupla verificação por regime de coleta e análise de ração, urina e carne, visando garantir a ausência de ractopamina nas granjas, fábrica de ração e frigorífico. “Desta forma, a BRF garante e reafirma o não uso de ractopamina em animais cuja carne é exportada para a Rússia.”

    A Rússia proibiu a maioria das importações de carne dos Estados Unidos e do Canadá no ano passado por causa de temores sobre o uso de ractopamina. O fornecimento do Brasil foi limitado em 2011 por preocupações relacionadas ao seu sistema de monitoramento de segurança.

    As importações da Rússia provenientes dos EUA e do Brasil foram retomadas parcialmente no início deste ano.

    A ractopamina é um estimulante de crescimento proibido na Rússia e em alguns outros países por causa de preocupações com a saúde.

    (Por Polina Devitt; Reportagem adicional de Fabíola Gomes, em São Paulo)

  4. Forças Armadas não reconhecem tortura em suas instalações

    Forças Armadas não reconhecem tortura em suas instalações

    Da Agência Brasil

    http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2014-06/forcas-armadas-encerram-sindicancia-sem-reconhecer-tortura-em-suas

    18/06/2014 22p5

    Brasília

    Helena Martins – Repórter da Agência Brasil Edição: Stênio Ribeiro

     

    As Forças Armadas encerraram sindicância solicitada pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) concluindo que não houve desvio de finalidade do uso de suas instalações, durante a ditadura militar. “Os dados disponíveis não permitem corroborar a tese apresentada por aquela comissão, de que tenha ocorrido desvio formal de finalidade do fim público estabelecido para as instalações objeto da investigação”, afirma, em documento, o Exército Brasileiro, que terminou a investigação sem reconhecer que os destacamentos de operações de informações foram usados para tortura.

    A comissão tornou público hoje (18) os expedientes recebidos dos comandos da Marinha, do Exército e da Força Aérea. Eles apresentam relatórios das sindicâncias instauradas pelas Forças Armadas com o objetivo de responder aos questionamentos da CNV sobre desvios de finalidade das instalações, alocação de pessoal para o desenvolvimento de atividades nesses locais, procedimento utilizado para o emprego de recursos financeiros públicos, com o propósito de custeio e manutenção deles, e de que forma houve a prestação de contas relativamente a esses recursos, dentre outras questões.

    Em vários trechos do documento, o Exército, que registra a instauração de dez sindicâncias voltadas às investigações, afirma que não foram encontradas informações ou documentos nos arquivos de comandos militares e de outras instâncias sobre os questionamentos levantados pela comissão. “Por sua vez, ressalta-se que os documentos sigilosos que tratavam sobre segurança interna à época e que poderiam supostamente subsidiar essa pesquisa foram regularmente destruídos, de acordo com a legislação vigente à época”, diz o texto.

    O pedido foi feito com base em relatório preliminar da CNV, o qual aponta que o Destacamento de Operações de Informações do 1º Exército (DOI/1º Ex), a Base Naval da Ilha das Flores, a Base Aérea do Galeão e a Companhia da Polícia do Exército da Vila Militar, no Rio de Janeiro; o Destacamento de Operações de Informações do 2º Exército (DOI/2º Ex), em São Paulo; o Destacamento de Operações de Informações do 4º Exército (DOI/4º Ex), no Recife; e o quartel do 12° Regimento de Infantaria do Exército, em Belo Horizonte; foram utilizados como centros de tortura.

    A Força Aérea justifica a falta de documentos que poderiam abordar situações como as descritas no relatório da CNV do mesmo modo: “A documentação relativa ao período de 1964 ao ano de 1990, notadamente a produzida pela área de Inteligência, foi em grande parte consumida em sinistro ocorrido no prédio do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e que no acervo remanescente, quase todo de cunho administrativo ou operacional, observou-se a não existência de documentos capazes de atribuir à referida organização militar qualquer utilização diversa da destinação motivadora de sua criação”.

    O Exército destaca que buscou informações em bibliotecas e outros centros de acervos documentais, bem como em obras como Brasil: Nunca Mais e A Ditadura Escancarada, as quais registram a existência dos DOI. No entanto, não foram encontradas provas de irregularidades. “No acervo do Exército Brasileiro não foram encontrados documentos que pudessem corroborar as citações contidas nessas obras literárias; entretanto, observa-se que é de conhecimento público a existência da Diretriz Presidencial de Segurança Interna, documento que estabeleceu o marco legal para a criação dos DOI”.

    O Exército reconhece a existência dos locais, previstos em lei, mas não o desvirtuamento de usos. “Uma vez que esses destacamentos eram órgãos oficialmente instituídos, foram formalmente instalados nos imóveis destinados ao seu funcionamento, não havendo qualquer registro de utilização para fins diferentes do que lhes tenha sido atribuído; portanto, não se verificando desvio de finalidade na utilização dos mencionados imóveis”, conclui.

    A Marinha chega a conclusão semelhante, ao fim de extenso relatório, dividido em três volumes, que traz toda a história da Base Naval da Ilha das Flores. Fotos, recortes de jornais e outros documentos integram o texto, que aponta: “Assim, à luz da ordem jurídica vigente à época, não se pode falar em desvirtuamento do fim público estabelecido para a instalação prisional da Ilha das Flores, justamente por ter sido criada com fim específico, qual seja, de se constituir em local de acautelamento de presos. Portanto, a criação da unidade, a lotação de pessoal, bem como a sua destinação estão em perfeita conformidade com a legislação vigente à época”.

    Além disso, Exército, Marinha e Força Aérea afirmam que tanto a alocação de pessoal quanto o emprego de recursos orçamentários e a prestação de contas foram feitos conforme as normas vigentes à época. A falta de alguns elementos da prestação de contas da Marinha, por exemplo, é justificada pela forma de documentação no período.

    O resultado das sindicâncias das Forças Armadas foi enviado ontem (17) para a comissão. Hoje, o jornal O Globo divulgou matéria com algumas das conclusões, o que levou à disponibilização dos arquivos pela comissão. A Agência Brasil procurou o coordenador da CNV, Pedro Dallari, mas foi informada de que ele volta amanhã (19) de viagem ao exterior. A assessoria da CNV pretende divulgar posicionamento da comissão sobre os relatórios na sexta-feira (20).

    Os trabalhos da CNV devem ser finalizados em meados do ano que vem. Até lá, novos questionamentos, inclusive para as Forças Armadas, poderão ser feitos.

  5. Polêmica sobre amostras de sangue de índios respinga no Brasil

    Polêmica sobre amostras de sangue de índios equatorianos respinga no Brasil

    19 Jun 2014

    Da AFP

    http://www.afp.com/pt/noticia/polemica-sobre-amostras-de-sangue-de-indios-equatorianos-respinga-no-brasil

    Rodrigo Buendia

     

    A polêmica desatada no Equador com a denúncia das retiradas de amostras de sangue de índios amazônicos, feitas ilegalmente por cientistas americanos, respingou no Brasil, depois que o país foi citado pelo Procurador da República, em Quito, por ter investigado uma das instituições envolvidas em um caso similar.

    Na segunda-feira, o governo equatoriano anunciou a investigação da denúncia segundo a qual três entidades dos Estados Unidos, entre elas uma petroleira e um instituto médico vinculado à universidade de Harvard, teriam extraído e vendido, sem autorização, pelo menos 3.500 amostras de sangue de 600 indígenas equatorianos, com características genéticas únicas, como a resistência a doenças.

    O presidente equatoriano, Rafael Correa, afirmou que as amostras, coletadas de nativos huaoranis, foram retiradas desde a década de 1970, “em parceria com uma petroleira que operava nestes territórios, a Maxus”, num caso em que estariam envolvidos a Escola de Medicina da Universidade de Harvard e o instituto norte-americano Coriell, dedicado à pesquisa médica.

    Oitenta por cento das retiradas teriam sido feitas sem o consentimento dos indígenas e sem que ninguém soubesse que teria fins de pesquisa.

    Na terça-feira, o titular da Defensoria do Povo do Equador (procuradoria da República), Ramiro Rivadeneira, afirmou que estas amostras ilegais provavelmente foram extraídas de índios que vivem em países amazônicos, lembrando que “há muitos anos” o Brasil iniciou um processo contra o Coriell.

    Segundo ele, em agosto de 1996, dois cientistas brasileiros denunciaram, pela internet, a venda ilegal por parte do instituto Coriell, de amostras de DNA provenientes das tribus karitania e suruí, que vivem no estado amazônico de Rondônia (norte do Brasil), na fronteira com a Bolívia.

    “Estamos certos de que, tratando-se de comunidades indígenas, não aconteceu apenas no Equador”, declarou Rivadeneira na terça-feira ao canal estatal.

    “Há comunidades indígenas importantes em outras regiões da Amazônia, no Peru, na Bolívia, por isso acreditamos que possivelmente estas amostras também foram coletadas” fora do país, acrescentou.

    O Instituto Coriell admitiu ter tido posse do material genético da tribo huaorani, do Equador, obtido por um cientista da Escola de Medicina de Harvard, bem como de ter distribuído amostras.

    Em comunicado, o instituto informou só ter recebido, em 1991 e das mãos de um pesquisador não identificado, “um único tubo”, que continha “uma linhagem celular linfoblastoide estabelecida a partir de uma amostra de sangue de um indivíduo huaorani”.

    O instituto acrescentou que “não teve benefícios com a recepção, o armazenamento ou a distribuição” das amostras e acrescentou que a amostra original foi retirada em 2010 e não está mais disponível para pesquisas.

    Testemunhos recebidos pela Defensoria do Povo apontam que os huaorani foram enganados por dois americanos, entre eles um médico da petroleira Maxus, que teria dito que as retiradas seriam usadas para exames, cujos resultados nunca foram entregues.

    Embora o presidente Correa admita que “não existe nenhuma lei federal dos Estados Unidos que dê fundamento jurídico à demanda em tribunais contra Coriell, Maxus ou os cientistas” de Harvard, o chefe de Estado prometeu levar o caso adiante.

    “Começaremos a luta, vai ser difícil”, disse na sexta-feira Correa, cujo governo mantêm relações conflituosas com os Estados Unidos.

    A Constituição Equatoriana proíbe o uso de material genético e a realização de experiências científicas que atentem contra os direitos humanos.

  6. Xingamento contra Dilma não partiu só da ‘elite branca’

    “… nós não fizemos o debate na mídia pra valer, nós passamos esse tempo todo com uma pancadaria diária que deu resultado.” Gilberto Carvalho

     

    Xingamento contra Dilma não partiu só da ‘elite branca’, diz ministro

    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

     

    Folha de S.Paulo – 18/06/2014  18h07

    Contrariando o discurso público e privado do governo, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) afirmou nesta quarta-feira (18) que os xingamentos contra Dilma Rousseff na abertura da Copa do Mundo não partiram só “da elite branca”.

    Segundo ele, a avaliação de que a gestão petista é corrupta “pegou”, percepção que, partindo das classes alta e média, vem “gotejando” no setor mais pobre da população.

    “Me permitam, pessoal, no Itaquerão não tinha só elite branca não. Não fui pro jogo, mas tive no Itaquerão, ao lado, numa escola acompanhando as movimentações, fui e voltei de metrô. Não tinha só elite no metrô. Tinha muito moleque gritando palavrão dentro do metrô que não tinha nada a ver com elite branca”, afirmou Carvalho durante encontro com ativistas e blogueiros de esquerda no Palácio do Planalto.

    “A coisa desceu. Isso que foi gotejando, de água mole em pedra dura, esse cacete diário de que inventamos a corrupção, de que nós aparelhamos o Estado brasileiro, de que somos um bando de aventureiros que veio aqui para se locupletar, essa história pegou. Na elite, na classe média, e vai gotejando, vai descendo. Porque não demos o combate, não conseguimos fazer o contraponto.”

    Na jogo entre Brasil e Croácia –abertura do Mundial, no último dia 12–, Dilma foi alvo de vaias e de xingamentos. O coro “ei, Dilma, vai tomar no c…” começou na ala VIP do estádio, mas se espalhou.

    No dia seguinte, a presidente disse que os ataques partiram de gente que não representa o povo brasileiro. “O povo brasileiro não age assim. O povo brasileiro não pensa assim e, sobretudo, o povo brasileiro não sente da forma como esses xingamentos expressam. O povo brasileiro é um povo civilizado e extremamente generoso e educado.”

    Petistas, como o ex-presidente Lula, atribuem os xingamentos no estádio a integrantes das classes privilegiadas da população.

    PANCADARIA

    No evento dessa quarta-feira, Carvalho reclamou da “pancadaria” diária que o governo enfrentaria na mídia.

    “Do ponto de vista de governabilidade institucional, somos uma estrondosa minoria. E se você acrescenta que nós não fizemos o debate na mídia pra valer, nós passamos esse tempo todo com uma pancadaria diária que deu resultado. Essa pancadaria diária é o que resulta no palavrão para a Dilma lá no Itaquerão.”

    Carvalho não citou nenhum exemplo. O PT reclama principalmente da cobertura jornalística do escândalo do mensalão, que resultou na prisão de toda a ex-cúpula do partido, entre eles o ex-ministro José Dirceu. Recentemente o governo tem enfrentado acusações de corrupção e má-gestão na Petrobras, que é foco de CPIs no Congresso.

    Segundo Gilberto Carvalho, essa eleição será a mais difícil de todas para o PT. “Porque ela [Dilma] enfrenta o resultado desse longo processo, e a correlação de forças vai ficando mais complicada pra gente nesse sentido.”

    O ministro, que é o responsável no governo pela interlocução com os movimentos sociais, afirmou que “a capacidade de articulação com a sociedade é o único caminho capaz de compensar de alguma forma essa correlação de forças desfavorável do ponto de vista institucional.”

    O encontro no Planalto foi organizado como forma de defender as novas regras para montagem de conselhos populares, medida que vem sendo atacada pela oposição e por parte do Congresso sob o argumento de que o governo pretende aparelhar as decisões governamentais. 

  7. Começa redação do acordo entre Irã e P5+1 sobre programa nuclear

    Começa redação do acordo entre Irã e P5+1 sobre programa nuclear

    18 Jun 2014

    Da AFP

    http://www.afp.com/pt/noticia/comeca-redacao-do-acordo-entre-ira-e-p51-sobre-programa-nuclear

    DIETER NAGL

     

    Os negociadores iranianos e os dos países do grupo P5+1 começaram nesta quarta-feira a redação do texto de acordo final sobre o programa nuclear iraniano, apesar de persistirem inúmeras divergências, declarou o chefe da diplomacia iraniana, Mohamad Javad Zarif.

    “Hoje começamos a redação do texto do acordo final (…), mas existem inúmeras divergências”, admitiu Zarif, em Viena, citado pela agência iraniana de notícias Isna.

    “Desacordos fundamentais” persistem entre as duas partes, insistiu Zarif, acrescentando que as negociações foram “muito difíceis ao longo dos últimos dois dias” – segundo a agência Irna.

    “Ter iniciado a redação do texto não significa que chegamos a uma ‘entente’ (acordo baseado em confiança mútua)”, esclareceu o iraniano.

    Ambas as partes já concordaram que o texto se chamará “Programa Geral de Ação Comum”, contou Zarif.

    Os diplomatas iranianos e seus colegas do grupo P5+1 (formado por Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha) começaram, na segunda-feira, uma nova rodada de negociações, que deve continuar até esta sexta, 20 de junho. O objetivo é reduzir divergências e permitir o acordo final que encerre dez anos de crise.

    Depois de concluírem um acordo provisório em novembro de 2013, o Irã e os membros do P5+1 esperam conseguir, até 20 de julho, um acerto definitivo, que garanta o caráter pacífico do programa nuclear de Teerã e a suspensão das sanções internacionais impostas ao Irã.

    Caso contrário, o acordo provisório poderá ser prolongado por mais seis meses.

    Seguindo o texto interino, que entrou em vigor em janeiro deste ano, o Irã suspendeu uma parte de suas atividades nucleares para obter um corte parcial nas sanções econômicas do Ocidente.

    Mais cedo, nesta quarta, um dos principais negociadores iranianos, Abbas Araghchi, afirmou que o fim das sanções e a extensão do programa de enriquecimento de urânio são as questões mais espinhosas.

    “A suspensão das sanções é uma das partes mais difíceis das negociações. Elas devem ser suspensas segundo um calendário, mas há uma discordância sobre esse calendário”, explicou.

    “Também há um desacordo sobre o nível e a extensão do enriquecimento de urânio”, declarou, acrescentando que o Irã deve eliminar as incertezas em relação ao reator de água pesada de Arak e ao sítio subterrâneo de enriquecimento de Fordo.

    Segundo a imprensa iraniana, os países ocidentais pediram a Teerã que limite o número de centrífugas, o que Irã recusou.

  8. Pronatec 2.0 terá oferta de 12 milhões de vagas a partir de 2015

    Pronatec 2.0 terá oferta de 12 milhões de vagas a partir de 2015

    18/06/2014 12p0 Brasília

    Da Agência Brasil

    http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2014-06/pronatec-20-tera-oferta-de-12-milhoes-de-vagas-partir-de-2015

    Yara Aquino – Repórter da Agência Brasil Edição: Juliana Andrade

     

    A presidenta Dilma Rousseff anunciou ontem (18) a segunda etapa do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que vai ofertar 12 milhões de vagas em 220 cursos técnicos de nível médio e em 646 cursos de qualificação, a partir de 2015. A meta da primeira etapa do programa, criado em 2011, é oferecer 8 milhões de matrículas até 2014.

     “Falamos em 12 milhões com a certeza de que esse número é viável porque ao longo deste período construímos nossa curva de aprendizado. Hoje sabemos como se faz e podemos melhorar muito o Pronatec”, disse a presidenta ao discursar na cerimônia de lançamento da segunda etapa do programa, chamada de Pronatec 2.0. Ela ainda destacou que a meta da primeira fase está próxima de ser alcançada, já que o Pronatec contabiliza atualmente 7,4 milhões de matrículas.

    Dilma ressaltou a importância da educação para a redução da pobreza e para a economia brasileira. “Cada vez mais, a educação terá um duplo papel que é garantir a perenidade da redução da pobreza e desconcentração da renda que tivemos nos últimos 12 anos. O segundo papel é relativo à entrada do Brasil na sociedade do conhecimento. No curto prazo, isso passa pelo aumento da produtividade da nossa economia.”

    Segundo o ministro da Educação, Henrique Paim, o Pronatec 2.0, irá ampliar a oferta de cursos voltados à formação empreendedora e à gestão para pequenos empresários. Paim disse ainda que a segunda etapa dará continuidade à expansão das matrículas e irá organizar nacionalmente a trajetória de formação profissional. “Sabemos que a educação profissional no Brasil sempre foi relegada a segundo plano, fizemos um esforço expressivo e avançamos muito”, acrescentou o ministro.

    O Pronatec foi criado em 2011 pelo governo federal com o objetivo de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica. O governo federal investe na fase atual R$ 14 bilhões até o final de 2014.

  9. Pepita de ouro gigante é encontrada na Sibéria

    ‘Orelha do diabo’: Pepita de ouro gigante é encontrada na Sibéria

    A princípio, máquinas de filtragem chegaram a jogar pedra de quase sete quilos no lixo por engano

     do O dia / EFEhttp://odia.ig.com.br/noticia/mundoeciencia/2014-06-18/orelha-do-diabo-pepita-de-ouro-gigante-e-encontrada-na-siberia.html

    Rússia – Uma pepita de ouro de 6,66 quilos, batizada como “A orelha do diabo”, foi encontrada em uma jazida de ouro na região de Irkutsk, na Sibéria, informaram nesta quarta-feira jornais locais. A pepita foi encontrada na última sexta-feira, “às vésperas da Lua Cheia”, diz um comunicado da administração do distrito Bodaybinski, onde fica a empresa “Ugaján”, proprietária da jazida.

    A nota acrescenta que o nome da pepita se deve a que seu peso “alude ao misticismo pelos três seis seguidos, e que por sua forma se assemelha a uma orelha pontiaguda”, atributo imanente de “criaturas diabólicas”.

    Pepita de ouro encontrada na Sibéria pesa quase sete quilosFoto:  Divulgação

    A princípio, as máquinas de filtragem jogaram no lixo por engano a descoberta após não detectar a presença de ouro na pedra. Um dos operários da empresa encarregado de nivelar as lixeiras, no entanto, notou o grande pedaço de metal.

    Segundo os trabalhadores da empresa, “as pepitas desse tamanho costumam ser acompanhadas de outras semelhantes”, razão pela qual esperam encontrar uma segunda “orelha”. Conforme o comunicado, a jazida de “Ugaján” se caracterizou até o momento por conteúdos de ouro muito baixo.

     

  10. eles mandam – Blog do Sakamoto

    interessante programa desenvolvido que permite ver a cadeia de empresas conselheiros que atuam nas grandes corporações brasileiras.

    Blog do Sakamoto: http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/

    O banco de dados consolidado na segunda etapa do projeto Eles Mandam, que está sendo lançado nesta quarta (18), permite tornar transparente uma série de relações diretas e indiretas de grandes grupos econômicos na economia brasileira.

    Dessa forma, o interessado tem à disposição informações que permitem identificar os tentáculos das corporações, enxergando elos poucas vezes vistos que podem unir um grande banco a uma grande mineradora, a um plano de saúde ou a um grupo de análises clínicas.

    A ideia é simples: permitir a qualquer pessoa que entenda, de forma divertida, como e quem manda na economia brasileira.

    Outra novidade é que o perfil dos principais conselheiros dessas forças econômicas foi ampliado, permitindo avaliar a sua formação educacional e profissional, o que é outro instrumento válido de checagem das relações entre pessoas, grupos econômicos e Estado e como elas se inter-relacionam.

    Uma extensa pesquisa da Repórter Brasil nos sites, balanços e comunicados das próprias empresas levantou nomes e perfis de quem se senta em seus Conselhos de Administração. Foram pesquisadas as 100 maiores companhias, os 50 maiores grupos econômicos e os dez maiores fundos de pensão.

    “Eles Mandam” é uma iniciativa da Repórter Brasil, com o apoio da Fundação Friedrich Ebert, inspirado no They Rule, que mostra quem são os que têm assento nos conselhos das maiores empresas dos Estados Unidos, possibilitando identificar redes de relacionamentos entre elas. A versão brasileira foi produzida com a permissão dos responsáveis pela plataforma norte-americana. E acrescida de relações de propriedade e controle existentes entre as empresas.

    elesmandam2

    O processo de concentração em alguns setores é um fato nítido, como pode ser visto no “Eles Mandam”, mas traz consigo uma reflexão: será bom para o consumidor? Se reverterá mesmo em queda de preço dos serviços oferecidos a ele? O brasileiro que melhorou de vida se tornará ainda mais exigente em relação aos serviços prestados, seja por concessionárias de serviços públicos, seja por planos de saúde? As empresas estarão preparadas para atender a essas novas demandas? Qual será o principal desafios delas ao longo dos próximos anos?

    Essas são algumas das questões que surgem a partir da consulta dos dados disponíveis na plataforma “Eles Mandam”, agora disponível em sua segunda etapa.

    Tive o prazer de editar o projeto ao lado de Marcel Gomes. A reportagem coube a Roberto Rockmann, a produção e pesquisa foi de Hélen Freitas e o desenvolvimento da plataforma foi realizada por Tiago Madeira.

    Eles Mandam pode ser acessando clicando-se aquihttp://reporterbrasil.org.br/elesmandam/

     

  11. Assalto a mão armada faz ex-jogador inglês deixar o Brasil

    A esposa e as filhas de Ian Wright, ex-jogador da Seleção Inglesa, foram assaltados por quatro meliantes armados com facas. O ex-atacante do Arsenal decidiu voltar imediatamente para casa, para estar ao lado da família que, apesar do susto, passa bem. Ah, o ataque ocorreu na Inglaterra e não aqui. Segundo o artigo do The Guardian, parece haver algumas gangues que têm visado as casas de jogadores de futebol no Reino Unido.

    Fonte: http://www.theguardian.com/uk-news/2014/jun/19/ian-wright-wife-children-burgled-knifepoint

  12. Francisco Foot Hardman e

    Francisco Foot Hardman e Alcir Pécora: 100% escola pública

     19/06/2014 02h00 Folha de S Paulo

    A educação pública, do ciclo fundamental ao médio e ao superior, deve ser matéria de soberania e desenvolvimento nacional, prioridade estratégica da reforma política do sistema institucional hoje exaurido.

    Trata-se de reencontrar o caminho de uma democracia real, isto é, extensiva a todos e que favoreça a aptidão de cada um. Novo sistema educacional público, no caso brasileiro, significa que seja ocupado prioritariamente pelas parcelas mais carentes da população. E, no entanto, as mais capazes no trabalho, na invenção de formas de sobrevivência na barbárie, cujas aptidões jamais foram levadas a sério.

    O resto é demagogia de governos venais, de reitores tíbios e conselhos ineptos, de especialistas da exclusão. De rigorosos “tribunais de contas” na Suíça. Falsa elite, portanto, pois não pode haver nenhuma que dispense o compromisso com a sociedade civil e, especialmente, sua parte mais desfavorecida.

    Novo significa: educação pública, universal e de qualidade igualmente acessível para quem nasça pobre, seja preto, pardo, indígena ou branco. Sem barreiras. Sem alfândegas. Para isso, será necessário canalizar muito das energias dispersas das Jornadas de Junho numa vontade organizada, pois apenas essa pode ser politicamente eficaz.

    Seria necessário, portanto, mais que 10% do PIB; mais que 9,57% do ICMS que Alckmin-Calabi respingam como dádiva; mais que inventar um reitor biônico, como Rodas por Serra. Seria necessário defender e aprofundar a plena autonomia financeira da universidade pública, sustentada sobretudo pela grandeza de seus objetivos científicos e sociais.

    A pequenez dos que governam o Estado mais rico e as universidades mais excelentes não surpreende. Está de acordo com o descaso centenário com a educação pública no país. Basta ver o que foi feito com as redes públicas dos anos 60 para cá. Crime de lesa-humanidade. Sucateamento que barrou o acesso dos pobres à educação superior e desmontou a possibilidade de que houvesse educação de qualidade no ensino fundamental e médio. Acidente de percurso ou estratégia de exclusão?

    Não é acidental que, na ruína, reine o vestibular, sistema abominável de reprodução da desigualdade, em nome de uma falsa meritocracia: pois quando todas as desigualdades já foram cometidas no ensino médio e fundamental, que universalidade de mérito pode haver no vestibular? Basta de hipocrisia! Ocupação de todas as vagas da universidade pública, em processo de avaliação contínua, por quem as merece de direito e de fato: os que estudam nas escolas públicas. A universidade pública tem de ser compreendida no cerne da escola pública.

    Aí, sim, teremos o fim do sistema perverso, em geral mencionado apenas para torná-lo ainda mais cruel. Como agora, quando se propõe o ensino pago nas universidades públicas paulistas, isto é, aumentando a interdição, a pretexto de questões de “gestão”, “princípio”, “justiça”.

    O ensino público permanecerá sempre aberto a todos. E que todos lutem por uma virada radical na educação pública, o que começa pelo respeito e valorização do trabalho do professor, esteio maior de sua qualidade. O fundamental está nisso: universidade pública para quem não se põe acima do bem público.

    FRANCISCO FOOT HARDMAN, 61, e ALCIR PÉCORA, 60, são professores de literatura da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas)

    *

     

  13. Octavio Ferraz e Daniel Wang:

    Octavio Ferraz e Daniel Wang: As duas portas do SUS

     19/06/2014 02h00  Folha de S Paulo

    A vida não tem preço!, bradam os defensores da mais recente decisão da Justiça brasileira obrigando o Estado a custear tratamento de saúde no exterior. O caso, como todos os outros nesta seara, é trágico.

    Um bebê de cinco meses cuja única esperança, ainda que tênue, é uma operação de altíssimo custo. Poucos hospitais brasileiros têm condições de realizar o complexo procedimento (transplante multivisceral), ainda experimental, mas nenhum deles entende que o paciente se enquadre nos critérios exigidos no Brasil para que a operação tenha mínimas chances de sucesso. A última opção da família é levar o bebê aos Estados Unidos, onde um cirurgião se dispõe a realizar o procedimento. O preço: R$ 2 milhões.

    Para muitos, a questão é simples. Como “a vida não tem preço” e a Constituição Federal garante a saúde como um direito fundamental e um dever do Estado, o governo deve gastar o que for necessário para tentar salvá-la. Negando-se a cumprir esta obrigação, cabe ao Judiciário forçá-lo, salvando assim uma vida posta em risco pelo “negligente”, “incompetente” e “corrupto” Estado brasileiro. Seria ótimo se o problema fosse tão simples assim.

    De fato, a vida não tem preço no sentido de um valor monetário de mercado. Não se pode comprar ou vender uma vida. Mas o cuidado à saúde tem preço, e muito alto. Médicos, enfermeiras e auxiliares têm salários. Remédios, próteses, exames, cirurgias, hospitais, ambulâncias custam caro. Como o presente caso demonstra, quando estão em questão novas tecnologias ou tratamentos experimentais, esses custos podem aumentar exponencialmente.

    O Estado brasileiro gasta pouco com o sistema de saúde em comparação com outros países, mas nem que dobrasse ou triplicasse seus gastos e acabasse da noite para o dia com a corrupção e a ineficiência, poderia fornecer a toda a população o melhor e mais moderno tratamento possível disponível. Nenhum país poderia.

    Nesse contexto de custos altos e crescentes e de recursos limitados, o dever do Estado é alocar os recursos disponíveis de forma equitativa à população. Essa tarefa é sem dúvida das mais inglórias que existem, não apenas pela tragicidade das escolhas, mas também pela escassez atual de critérios claros, consensuais e objetivos para realizá-la. A judicialização da saúde nos moldes em que vem sendo praticada no Brasil não resolve nem ajuda a resolver esse complexo problema, muito pelo contrário. De acordo com estimativa conservadora, foram gastos quase R$ 1 bilhão com judicialização da saúde no ano passado. A estimativa é conservadora porque não inclui, por falta de dados, o gasto dos municípios, de 17 Estados e do Distrito Federal. O dinheiro para o cumprimento das decisões não sai do bolso do corrupto ou da redução da ineficiência, mas do orçamento disponível para o cuidado de saúde de toda a população.

    Não se coloca em questão, evidentemente, o valor da vida e da saúde do bebê ou de qualquer outro cidadão brasileiro que entre na Justiça para pleitear tratamento médico. Mas esse mesmo valor, e os direitos correspondentes, aplicam-se à vida e à saúde de toda a população. Negar um tratamento não significa necessariamente ignorar o valor da vida e da saúde do demandante, mas dar-lhe o mesmo valor que à vida e à saúde de todos que também dependem do sistema.

    A judicialização da saúde no modelo brasileiro está criando um SUS de duas portas: uma para aqueles que vão ao Judiciário, para quem “a vida não tem preço” e conseguem assim acesso irrestrito aos recursos estatais para satisfazer suas necessidades em saúde; outra para o resto da população, que, inevitavelmente, tem acesso limitado, e mais limitado ainda pelo redirecionamento de recursos que beneficia aqueles que entraram pela outra porta.

    O argumento daqueles que defendem incondicionalmente a judicialização como simples proteção da vida deve portanto ser adaptado para exprimir seu verdadeiro sentido: “A vida não tem preço, mas a vida de alguns tem menos preço que a vida de outros”.

    OCTAVIO LUIZ MOTTA FERRAZ, 42, é professor de direito na Universidade de Warwick (Reino Unido)
    DANIEL WEI LIANG WANG, 30, faz pós-doutorado na London School of Economics and Political Sciences (Escola de Economia e Ciência Política de Londres), onde leciona direitos humanos

     

  14. 19/06/2014 às 09h59CNI/Ibope:
    19/06/2014 às 09p9

    CNI/Ibope: Dilma tem 39%; Aécio 21%; Campos 10%

     Por Bruno Peres e Cristiano Zaia | Valor

    BRASÍLIA  –  A presidente Dilma Rousseff permanece na liderança da disputa pelo Palácio do Planalto. Pesquisa do instituto Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada nesta quinta-feira indica Dilma com 39% das intenções de voto em sondagem estimulada. 

    Em segundo lugar aparece Aécio Neves (PSDB) com 21% das intenções de voto. Eduardo Campos (PSB) vem na sequência, somando 10%. Essa é a primeira edição da pesquisa CNI/Ibope que busca medir as intenções de votos para a eleição presidencial de outubro.

     

    (Bruno Peres e Cristiano Zaia | Valor )

     

  15. Pesquisas para todos os

    Pesquisas para todos os gostos e desgostos

    19 de junho de 2014 | 12:34 Autor: Fernando BritoTijolaço

    ibopecni

    O “mercado” das pesquisas de mercado, digo, de intenção de voto para presidente perdeu seus últimos resquícios de pudor.

    Como nada tem coerência, todo mundo pode comemorar os resultados da Ibope/CNI divulgada hoje.

    Dilma, por exemplo, melhora porque piora ou piora porque melhora?

    Sua intenção de voto sobe, sua aprovação diminui.

    Sua rejeição dá um salto, mas num segundo turno, sua distância  para os principais adversários sobre também num pulo.

    Sobre Aécio, passa de 9 para 13 pontos e, diante de Eduardo Campos, de 11 para 16%.

    E a rejeição de Aécio e de Campos, que pulam, respectivamente, de 18 para 32% e de 13 para 33%!

    Em apenas uma semana, desde a marotíssima pesquisa Ibope “encomendada” pela insuspeitíssima “União dos Vereadores de São Paulo”!

    Não me consta que algum dos dois tenha atropelado uma criancinha…

    O que fica de concreto, para mim, a atribuir-se alguns gramas – poucos, fique claro – de credibilidade aos números.

    1) Eduardo Campos vai ser devolvido ao que tem, algo como seis ou sete por cento do eleitorado e Lula está certíssimo em deixar que não se criem obstáculos para que suas perdas fluam para a conta de Dilma.

    2) Não há processo de queda configurado em relação a Dilma Rousseff, embora ela não colabore em nada, com seu jeitão mal-humorado, para isso.

    3) A polarização só não é mais evidente por conta da fraqueza de Aécio Neves que, não obstante, vai crescer até a faixa dos 30%, no horizonte visível.

    4) De novo, teremos um primeiro  turno decidido no photochart, por mais ou menos um ou dois por cento dos votos.

    5) O “não vai ter copa”, o “caos que não houve” e a vaia VIP, se tiveram algum efeito, foi o de desqualificar a  oposição.

    Há dois fatores que, ainda, não mostraram seu peso neste processo.

    Um é Lula e sua capacidade de comunicação com o povão.

    Outro é o declínio do processo de aceleração inflacionária que marcou o final do ano passado e o início de 2014 e que, apesar da mídia, vai começar a ser percebido, embora ao custo de uma perda imensa para a economia brasileira.

    Não que isso vá fazer alguma diferença na direita radicalizada e insensível.

    Aquela que está no bem-bom da área vip deste país e, não obstante, vaia com toda a ferocidade.

  16. PESQUISA IBOPE

     

     

    Dilma tem 39%, Aécio, 21%, e Campos, 10%, diz Ibope

     Pesquisa foi realizada nos dias 13 a 15.jun; margem de erro é de 2 pontos percentuais

    Petista teria de enfrentar um segundo turno se a disputa fosse hoje

    Aprovação ao governo Dilma caiu 5 pontos percentuais em relação à última pesquisa

    A presidente Dilma Rousseff (PT) lidera a corrida presidencial com 39% das intenções de voto, segundo pesquisa CNI/Ibope realizada nos dias 13 a 15 de junho. Com essa pontuação, a petista teria de enfrentar um segundo turno se a disputa fosse hoje, pois a soma de todos os seus adversários é de 40%. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

    No Brasil, vence a eleição no primeiro turno quem tem, pelo menos, 50% mais 1 dos votos válidos (aqueles dados aos candidatos).

    Em segundo lugar, de acordo com o Ibope, está Aécio Neves (PSDB), com 21%. Depois, vem Eduardo Campos (PSB), com 10%. E os outros: Pastor Everaldo (PSC) tem 3%, Magno Malta (PR), 2%, e José Maria (PSTU), 1%. Os demais candidatos nanicos somam 3% das intenções de voto.

    Em relação ao levantamento anterior do Ibope, realizado nos dias 15 a 19 de maio, Dilma oscilou dentro da margem de erro 1 ponto percentual. Ela tinha 40%.

    Todos os outros candidatos tiveram também variações dentro ou próximas à margem de erro.

    Aécio Neves tinha 20% e agora está com 21%. Eduardo Campos registrava 11% e foi a 10%. Everaldo Pereira (PSC) tinha 3% e manteve o mesmo percentual.

    SEGUNDO TURNO
    Se Dilma enfrentasse Aécio no segundo turno, a petista venceria com 43% contra 30% do tucano, uma diferença de 13 pontos percentuais.

    Em 15 a 19 de maio, no último levantamento Ibope, Dilma teria 43% contra 24% de Aécio, uma vantagem maior, de 19 pontos.

    O estreitamento da liderança petista num eventual segundo turno também ocorreu em relação a Eduardo Campos. Antes, a petista venceria com 42% contra 22% do pessebista, vantagem de 20 pontos. Agora, de 43% a 27%, diferença de 16 pontos percentuais.

    REJEIÇÃO
    A taxa de rejeição de Dilma aferida pela pesquisa CNI/Ibope é de 43% –esse percentual dos eleitores afirma que não votará na petista “de jeito nenhum” para presidente da República. A taxa de rejeição de Aécio Neves é de 32% e a de Campos, 33%.

    A pesquisa Ibope anterior fez uma pergunta formulada de maneira diferente da realizada pelo atual levantamento quando se apurou a rejeição aos candidatos. Eis a diferença:

    Pergunta sobre rejeição no levantamento divulgado nesta 2ª feira (19.jun.2014): “Gostaria que o sr. me dissesse qual destas frases melhor descreve a opinião sobre ele”. Uma das respostas era: “Não votaria nele de jeito nenhum para presidente”.

    Pergunta sobre rejeição no levantamento anterior (14 a 17 de março de 2014): “E em qual desses possíveis candidatos a Presidente da República o(a) sr(a) não votaria de jeito nenhum? Mais algum? Algum outro?”

    Por causa da diferença metodológica, seria um erro comparar os indicadores de rejeição dos dois levantamentos. Para registro, eis o que a pesquisa anterior do Ibope apurou:

    Dilma tinha 33% de rejeição, Aécio, 20%, e Campos, 13%.

    APROVAÇÃO DE GOVERNO
    A taxa de aprovação à administração da presidente Dilma Rousseff caiu 5 pontos percentuais e está em 31% (quem responde que o governo é “bom” ou “ótimo”). Na pesquisa Ibope anterior que fez essa medição, custeada pela CNI, em 14 a 17 de março, o percentual era de 36%.

    Para 34%, o governo Dilma é regular. E outros 33% consideram a administração petista ruim ou péssima.

    Quando o Ibope pergunta sobre a maneira de governar, 44% dizem aprovar e 50% desaprovar a forma como Dilma conduz o país. Essas taxas eram de 51% e 43%, respectivamente, na pesquisa anterior.

    Sobre a confiança na presidente, a taxa agora é de 41% –antes era de 48%.

    A pesquisa do Ibope foi custeada pela CNI e entrevistou 2.002 pessoas nos dias 13 a 15 de junho de 2014. Está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo BR-00171/2014.

     

  17. Nassif,
    Acho que valeria

    Nassif,

    Acho que valeria analisar melhor o circo que a mídia nativa está fazendo com o episódio da invasão de chilenos ao Maracanã ontem. Estão desesperados na caça de um “escândalo” para manchar a Copa, ao menos internamente, para tentar melar a percepção favorável que vai se formando na população.

    Usando o Google News, como tenho o hábito de fazer, li muitos artigos, tanto brasileiros quanto aqueles da cobertura pela imprensa estrangeira. O óbvio: a imprensa europeia em geral é sóbria, faz jornalismo, busca apurar as responsabilidades, preocupa-se com a verdade factual; já a daqui, em regra, faz insinuações, colocando as versões e declarações acima dos fatos. É o jornalismo chacrinha: vem não para explicar, mas para confundir.

    Além dos jornalões e seus portais ressaltarem as declarações do chefe de segurança da FIFA de que o episódio é uma “vergonha” (para quem, cara pálida?), enfatizam logo em seguida que é responsabilidade brasileira o policiamento no “perímetro” do estádio. Não apresentam nenhuma mentira avulsa, mas selecionam a dedo a parte que é contada, as expressões vagas a serem usadas.

    Sonegam ao destinatário informações sobre a divisão de responsabilidades entre FIFA e poder público (e, claro, se nem isso fazem, muito menos distinguir o que cabe a cada esfera de governo), de que a segurança desse perímetro para dentro é da FIFA, com seus seguranças privados. Os torcedores, usando ingressos usados de outras partidas, atravessam a barreira externa e chegam aos portões, onde forçam a entrada contra os escassos “stewards”.

    Jogam sempre com a ambiguidade, deixando a gosto do leitor decidir se a responsabilidade é da Fifa ou “do governo” (lembrando que, ainda que alguém ache que é dever da polícia conferir minuciosamente se torcedor tem ingresso para um evento privado, a PM é estadual). A narrativa dos artigos é cuidadosamente elaborada para que o leitor “ligue os pontos” na direção em que os interesses políticos inconfessos determinam.

    Sigam até o Google News e deem uma olhada no que estão escrevendo (há muitos exemplos, que mostram o padrão que está sendo seguido). Depois comparem, por exemplo, com o artigo abaixo, da BBC, que vai direto ao ponto, já no início, sem esconder o que interessa:

    http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/06/140618_wc2014_nvasao_seguranca_copa_rm.shtml

    “Uma invasão de cerca de 100 torcedores chilenos no Maracanã causou um tumulto no centro de mídia do estádio a menos de uma hora do início da partida entre Chile e Espanha, nesta quarta-feira.

    O incidente expôs problemas na segurança dentro dos estádios da Copa do Mundo, em parte relacionados a falhas de segurança e falta de vigilantes privados contratados pela Fifa.

    Diferentemente do que ocorre nos campeonatos nacionais, a segurança nos estádios da Copa do Mundo não é feita por policiais militares, mas por vigilantes privados chamados de “stewards”, que são contratados pelo Comitê Organizador Local (COL). Segundo órgão, o número desses agentes por jogo varia entre 900 e 1.200.”

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador