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Lourdes Nassif
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As matérias para serem lidas e comentadas.

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  1. Texto magistral do Tijolaço sobre efeitos dos programas sociais

    Link: http://tijolaco.com.br/blog/?p=22297

    É sobre a comunidade de Minas em que 100% (eu disse CEM POR CENTO) dos habitantes votaram em  Dilma, e o que eles dizem sobre o que os levou a isso. Belíssimo texto (o Tijolaço apenas transcreve, e comenta; é uma reportagem da Folha… A mao do Serra tá aparecendo cada vez mais. Felizmente para nós). 

    O lugar onde Dilma e Aécio puderam fazer: Bonito, em Minas20 de outubro de 2014 | 13:50 Autor: Fernando Brito

    domingos1

    Aécio disse ontem no debate que não foi Presidente da República, embora tenha sido figurão nos oito anos de Governo FHC.

    Mas foi governador de Minas, por oito anos e sucedido por um correligionário, como Dilma fez a Lula.

    E certamente poderia, por lá, ter demonstrado sua preocupação com a situação de pobreza aguda de muitas cidades e povoados mineiros.

    A bela reportagem, de Patrícia Britto, da equipe do Brasil, blog da Folha, é uma lição aos pretensiosos.

    Porque os 69 eleitores de  Galho de São Domingos, um comunidade do pequeno município de Bonito de Minas, habitada por seres humanos como nós comparou seus dois governantes: Aécio e Dilma.

    É uma gente estranha, talvez, por querer muito pouco: poder plantar, comer, não ver os filhos morrerem de inanição.

    E a Dilma deram todos os votos, sem faltar nenhum.

    Como fizeram quase todos os 4822 eleitores  de Bonito de Minas, ao qual pertence Galho de São Domingos e sua pobreza, no qual Dilma venceu com 86,6% dos votos daqueles mineiros, que só deram 10,8% ao homem que os governou por oito anos e manda lá por mais quatro, com seu “choque de gestão”.

    Que bom que o meu voto valha tanto quanto o deles, gente que dá muito e quase nada recebe.

    Porque o que me faz humano e brasileiro é entender que eles o são tanto quanto eu.

    Se lhes matam a fome do estômago, matam a fome de minha consciência.

    Se lhes acendem uma luz elétrica à noite, a mim também clareiam.

    Se os reconhecem como seres humanos, a mim permite viver sem tantas culpas, por ter mais do que tiveram meus pais e meus avós.

    O que eles querem é tão simples, tão singelo, tão pouco que chega a dar vergonha das nossas sofisticações.

    Diz lá o seu Domingos, servente como eu, que acho servir de muito:

    “A gente não quer sofrer”.

    Só.

    E tem gente  por aqui que acha que o senhor quer muito, Seu Domingos.

    E que eles é que sofrem, em meio a abundância em que vivem.

    Conheça a comunidade rural onde Dilma teve 100% dos votos

    Patrícia Britto, na Folha

    Em um povoado da zona rural de Bonito de Minas, município do norte mineiro a 644 km de Belo Horizonte, todos os 69 eleitores que votaram no primeiro turno das eleições deste ano têm algo em comum: escolheram a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição.

    Para chegar até a Escola Municipal de Galho de São Domingos II, onde foi a votação, a urna eletrônica da zona eleitoral mineira de número 148, seção 378, teve que ser levada em um veículo com tração nas quatro rodas, desde o centro de Bonito de Minas, por 46 km de uma estrada que toda um areão.

    Esse percurso dura mais de uma hora e cruza cenários que vão de um balneário no rio Catulé a terrenos com árvores típicas do cerrado brasileiro, com folhas ressecadas nesta época do ano. O cheiro de queimada é frequente nos meses de seca.

    Ao lado do prédio, cercado de mato e areia, a placa apoiada numa árvore informa: “Escola rural de uma sala de aula”.

    Nesta sala única, 22 alunos de quatro séries diferentes dividem a atenção da professora, também moradora da comunidade. Com cerca de 50 metros quadrados, a escola tem ainda dois banheiros e uma cantina.

    É lá onde votam as 38 famílias que vivem no Galho de São Domingos II, uma das 35 comunidades rurais de Bonito de Minas. Um desses eleitores é o servente Domingos Armindo Ribeiro, 54, que tem uma relação antiga com o local: foi ele quem construiu o primeiro prédio da escola, há 16 anos –na época, uma rudimentar casa de pau-a-pique.

    Para a família de Domingos, a vida no povoado se transformou nos últimos anos com a chegada de programas federais como o Bolsa Família, que seus quatro filhos recebem.

    “Se o governo não tivesse ajudado meus filhos, o que eu ganho seria pra partilhar com eles”, diz o servente, que recebe um salário mínimo para limpar a escola e fazer a merenda dos alunos.

    O servente Domingos Armindo Ribeiro, 54, em comunidade rural de Bonito de Minas – Foto de Ernesto Rodrigues/Folhapress

    Antes da construção da escola, seu Domingos fazia bicos para sobreviver, cortando lenha, enquanto a mulher trabalhava na roça.

    “Eu nunca tive moleza na vida não, pra mim tudo foi duro, mas está bom. Se o governo não tivesse ajudado, eu já tinha ido pra debaixo da terra.”

    O voto em Dilma, diz ele, é para tentar garantir os benefícios que recebem: “A pessoa não quer trocar o certo pelo duvidoso. Antes um na mão do que dois avoando”.

    “Os pobres não pulam pro outro lado por medo. Às vezes, os candidatos fazem uma promessa, dizem que vão fazer isso e aquilo, e quando chegam no poder dizem que só vão fazer o que quiserem, e temos que aguentar por quatro anos. A gente não quer sofrer.”

    Atualmente, mais da metade dos moradores de Galho de São Domingos II são beneficiados pelo Bolsa Família. A energia elétrica chegou em 2007. Há ainda bolsa para afetados pela estiagem, moradias em construção pelo programa Minha Casa, Minha Vida, e as estradas começaram a ser melhoradas com ajuda de máquinas doadas pelo governo federal.

    Segundo o prefeito José Reis (PPS), por muitos anos o município teve dificuldades para se desenvolver por estar em uma “zona cinzenta” entre Nordeste e Sudeste, o que começou a ser superado com a chegada dos programas federais.

    “O Norte de Minas tem características climáticas do Nordeste, mas quando apresentamos propostas temos certa restrição porque estamos na área geográfica do Sudeste. Não recebemos nem os incentivos do Nordeste nem os benefícios do Sudeste. Ficamos numa zona cinzenta, num vácuo de divisão geográfica, de investimento e de reconhecimento pela União e Estado.”

    Para Eustáquio Gonçalves dos Santos, 62, que preside a associação de moradores do povoado, foram esses benefícios que fizeram Dilma conquistar o voto de todos os eleitores do local.

    “O trabalho que o Lula fez permitiu que a Dilma desse continuidade. Aqui melhorou foi 100%, e o povo carente não quer perder de jeito nenhum”, disse.

    A opinião é compartilhada pela dona de casa Francisca de Assis Viana dos Santos, 60, mulher de Eustáquio.“Antes, o pessoal vivia como se fosse escravidão. A gente tinha que dividir o que tinha com as pessoas ao redor que não tinham o que comer. Hoje, você pode ver, ninguém perturba mais ninguém pedindo, hoje todas as pessoas da roça têm o que comer.”

    Apesar das melhorias, o povoado espera mais avanços, como água encanada e saneamento básico. A água usada para beber e cozinhar, por exemplo, ainda é tirada de um rio que passa ali perto, o Galho Grande, que nos meses de seca tem o nível do leito mais baixo que o normal. E o posto de saúde mais próximo fica no centro da cidade, a 46 km de estrada de terra.

     

     

     

    1. Coisa de comunista!

      Que horror! São pobres por que são vagabundos e “desinformados”. Quem está certo é FHC, o “príncipe” da memória fraca sobre o que escreveu. Um absurdo dar esmolas sociais para esmorecer ainda mais o ânimo produtivo destes preguiçosos. Cubanização! Bolivarianismo!

    1. Dá para pôr o link como link?

      Usando o botao de inserçao de link, para que o link esteja ativo, e fora do título, porque senao o limite de caracteres corta o nome do link inteiro. Nao consegui acessar, porque o link está incompleto. 

      1. Aécio perde a batalha da verdade

        Achei noutro lugar; deixo o texto e o link: http://www.ocafezinho.com/2014/10/20/melo-aeroporto-do-titio-e-nepotismo-nao-sao-delacao-desesperada/ 

        A frase atribuída ao nazista Joseph Goebbels — uma mentira repetida mil vezes se transforma em verdade — tem sido a resposta preferida do candidato Aécio Neves e sua equipe diante de críticas. O problema é quando a verdade, repetida mil vezes, continua sendo verdade, sem contraponto ou contraditório capaz de desmenti-la.

        O candidato tucano construiu uma pista de pouso em propriedade familiar. A chave da mordomia ficava na mão de parentes, os quais, aliás, ele empregou aos montes. Tudo documentado. Nenhum estudo, mesmo fabricado às pressas, provou a necessidade da obra. Isso não é uma questão íntima. É dinheiro público queimado para fins pessoais. Existe uma ação em curso, por improbidade administrativa. É um fato, não depoimento selecionado de delação desesperada, desculpe, premiada.

        O governo de Minas destinou uma gorda fatia de publicidade para empresas de telecomunicações dos Neves. Nem o candidato nega. É deselegante perguntar como o rapaz lida quando se encontram o público e o privado? Cabe aos brasileiros descobrir o montante, pois envolve gente disputando a Presidência. “Não registramos quanto foi gasto”, respondem o tucano e seu staff.

        Documentos do Tribunal de Contas de Minas Gerais apontavam suspeitas de irregularidades no governo do atual senador. A capivara foi citada durante um dos debates. Horas depois, a papelada desapareceu do site oficial do tribunal, uma instância pública (!). Tomou Doril. Sumiu. E nada se faz a respeito.

        O drible no bafômetro e outros momentos pouco edificantes da rotina noturna do senador estão fartamente documentados na internet e imprensa escrita. Não são montagem, assim como não é falso o stand-up daquele artista de fim de noite que relacionou Maradona e Aécio quanto ao consumo de drogas. Hoje o mesmo personagem posa de aecista desde criancinha. Mas nunca desmentiu a performance.

        Balela a história de que trazer a público tudo isso é baixaria etc, etc. Isso é falta de argumento de quem não tem resposta.

        Pense bem: quantas vezes já não deparamos com indivíduos brilhantes (o que não é propriamente o caso…), mas com uma trajetória errática, que seríamos incapazes de indicar para uma função, mesmo menor, numa empresa? Não há nisso preconceito nenhum; somente o desejo de saber qual é a pessoa certa para o lugar certo.

        “Ah, mas e os programas, as propostas?”, indagam os puritanos habituais. Bem, todos conhecem o que pensam tanto Dilma quanto Aécio e seu braço direito, Armínio Fraga.

        A primeira pelo que ela e seu partido fizeram nos últimos tempos no Planalto. Aécio, pelo que ele e sua equipe revelam em entrevistas e jantares. Coisas como corte de gastos sociais, esvaziamento de bancos públicos, encolhimento de salários, facão nas empresas, tarifaço, mudança nas leis trabalhistas e por aí vai. As tais medidas impopulares. Para ele, sem isto o Brasil vai piorar. Acredite quem quiser.

        Com a campanha perto do fim, supostas regras de etiqueta surgem para esconder o essencial. Cortina de fumaça. Estão em jogo a vida e o futuro de milhões de pessoas. Elas têm todo o direito de conhecer quem pretende ocupar o cargo mais alto da República.

        Pesquisas são só pesquisas. A depender delas, o PT não teria ganho no primeiro turno na Bahia e em Minas Gerais, Aécio não teria os votos obtidos em São Paulo, e o PMDB estaria fora do segundo turno no Rio Grande do Sul.

        A questão não é satanizar institutos. É dar aos seus levantamentos o peso que merecem. Mais do que nunca, o primeiro turno mostrou que a palavra final é do eleitor, não de pesquisados. Da mesma forma que é patética a tática de carimbar como mentiras verdades inapagáveis, registradas em vídeo, áudio e folhas de papel.

        – See more at: http://www.ocafezinho.com/2014/10/20/melo-aeroporto-do-titio-e-nepotismo-nao-sao-delacao-desesperada/#sthash.XuRqJZoF.XEfhsMFz.dpuf

         

  2. Na reta final de campanha, Lula parte para cima do PIG

    Lula parte para cima do PIG, mais especificamente para cima da Miriam Leitão

    Copiei do Conversa Afiada: http://www.conversaafiada.com.br/pig/2014/10/20/lula-vai-ser-a-miriam-leitao-na-globo-e-nos-na-rua/

    Olha aí, minha gente: finalmente o Lula está dando nome aos bois, ou melhor, aos porcos, ao PIG.

    E o nome dela é a Miriam Leião.

    Publicado em 20/10/2014

    Lula: vai ser a Miriam Leitão
    na Globo e nós na rua!

    Esse rapaz não teve berço: desrespeitar uma mulher e mais velha!

    Lula: tem gente que só sabe ser durão com mulher.  

    A menos de uma semana para a eleição ser decidida, em ato de campanha em São Paulo, o Presidente Lula conclamou a militância petista a combater ao que chama de inverdades divulgadas contra o PT, além de condenar “a agressividade” com que o candidato adversário Aécio Neves (PSDB) trata a Presidenta da República.

    “Daqui para frente é a Mariam Leitão falando mal de Dilma na televisão e nós falando bem dela na periferia. Agora, é nós contra eles. Daqui pra frente é a imprensa falando mal da Dilma na televisão e nós falando bem dela na rua e em cada casa”, discursou Lula em São Paulo nesta segunda-feira (20).

    E completou: “Tenho certeza que quem está aqui hoje veio te dizer, Dilminha, que mesmo contra a vontade da imprensa, você será reconduzida à Presidência”

    O Presidente lembrou campanhas eleitorais das quais participou ao se dizer “indignado” com a postura de Aécio durante os debates. “Estou indignado. Jamais imaginei com um candidato pudesse chamar a Presidenta da República de mentirosa e leviana na frente das câmeras. Nunca tive coragem de fazer isso, mas vi esse cidadão fazer isso com a maior agressão, com o maior cinismo. Não é possível que esse rapaz não teve educação no berço pra respeitar uma mulher, uma mãe, uma pessoa mais velha que ele”, criticou Lula.

    E prosseguiu: “A única razão para ele fazer isso é, primeiro, o ódio contra o PT. O Bornhausen dizia ‘vamos acabar com essa desgraça do PT’. Se fosse um homem será que ele tinha coragem de ser agressivo como ele está sendo? Tem gente que só sabe ser durão com mulher”

    No evento, com a presença do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do deputado federal Jean Wyllys, de artistas e de representantes de vários movimentos, a Presidenta Dilma também comentou o atual cenário da disputa pelo Palácio do Planalto. “Estamos na eleição mais conflituosa dos últimos anos, com aspectos muito agressivos.

    “Há uma tentativa sistemática de pregar inverdades e informações parciais. Enfrentamos uma guerra da comunicação . A agressividade dessa eleição começa com uma tentativa sistemática de pregar inverdades pelo Brasil afora”, opinou a petista.

    A Presidenta também fez comparações entre as gestões petistas  a do PSDB, nos oito anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Eles entregaram o país com 11,5 milhões de desempregados, a segunda  maior taxa do mundo. Hoje, temos só 5% de desemprego. Hoje, temos a menor taxa de desemprego. Nesta eleição temos que comparar dois projetos de Brasil . Agora, nós temos condições de ter uma vida cada vez melhor. E isso vai ser julgado na urna no dia 26.”, finalizou.

    Abaixo, outras frases de Dilma e de Lula:

    Dilma:

    Eles tentam passar falsas informações. Como quando dizem que não foi o Lula que implantou o Bolsa Família no país

    Ora, eles (PSDB) foram contra o Bolsa Família. Eles chamavam o Bolsa Família de Bolsa Esmola.

    Até os programas sociais deles são pra muito poucos. Eles são elitistas, aqueles que não olham o povo

    Eles foram contra o ProUni. Hoje, aqui, muitos me disseram: formei pelo ProUni. Eles foram contra.Hoje eles dizem que são a favor

    Eles dizem que vão fazer Pronatec.Mas quando foram governo, proibiram construir escolas técnicas. Fizeram 11, nós fizemos 422

    Nós fizemos o Pronatec c o sistema S, e entramos c as escolas técnicas federais. E 8 milhões fizeram o Pronatec

    Eles têm um  bando de mentiras em papel celofane. Foram contra ProUni, escolas técnicas, bolsa família

    Tenho compromisso de lutar contra a violência contra a mulher, de criminalizar a homofobia

    Lula:

    Seis meses atrás eles tentavam insinuar que a juventude não gostava de política. Tentava fazer eles não gostarem de política

    A resposta que daremos para ele é a vitória da Dilma no dia 26 de outubro.

    Ontem um grande companheiro do PT estava num restaurante jantando e um cidadão disse p/ ele: “vai embora” ele vou e disse: o que você disse?

    Não aceite provocação

    Eu queria te dizer, Dilma, uma coisa de um homem que quer receber um presente na segunda-feira, que é a reeleição de Dilma

    O seu compromisso é com essas mulheres e esses homens aqui

    Alisson Matos, editor do Conversa Afiada

     

  3. Alckmin mata o paulista de sede e acusa Dilma de fazê-lo

    Dilma desmascara Aécio e conta: “Alckmin me disse que não queria fazer obras emergenciais”

    http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2014/10/dilma-desmascara-aecio-e-conta-alckmin.html

     

    A presidente Dilma Rousseff (PT) repudiou nesta segunda-feira (20) tentativa do candidato Aécio Neves  responsabilizar o governo federal pela falta de água no Estado de São Paulo. “Qualquer tentativa de transmitir responsabilidade para o governo federal nós olharemos com grande estranheza. Não acredito que as estruturas do governo do Estado podem atribuir a nós qualquer responsabilidade ou qualquer omissão na ajuda. Nós ajudamos em todas as circunstâncias”, afirmou a presidente em entrevista coletiva concedida a jornalista na capital paulista. Em evento em Caeté (MG) nesta segunda, o presidenciável Aécio Neves (PSDB) afirmou que “talvez tenha faltado” maior atuação federal no caso e fez críticas à ANA (Agência Nacional de Águas). “Meu governo não vai terceirizar responsabilidades, vai assumir as suas e agir em parceria. Serei parceiro do Alckmin para enfrentar essas e outras questões”, criticou o tucano. “Eu não vou explorar de forma eleitoreira no seguinte aspecto: eu não ia falar sobre a questão da água. Até agora não falei. Podia ter falado. Lamento, já que trataram desse jeito, porque é lamentável a questão da água aqui”, disse. REUNIÃO COM ALCKMIN Dilma relatou que recebeu avaliações sobre os efeitos da seca em São Paulo em fevereiro deste ano e que, em março, recebeu Alckmin em uma audiência no Palácio do Planalto para discutir a questão. “Quero registrar que o governador sempre tratou essa questão em alto nível”, pontuou. “Eu disse pro governador: ‘Pela minha experiência, o senhor deveria fazer obras emergenciais porque tudo indica que esta seca se prolongará e vocês não tem capacidade de abastecimento de água suficiente'”, contou a petista. Segundo a presidente, na reunião, Alckmin disse que não queria fazer obras emergenciais, mas que gostaria que São Paulo fosse enquadrada em RDC (Regime Diferenciado de Contratação), tendo em vista negociações com o Estado do Rio de Janeiro para a transposição de água do rio Paraíba do Sul. “Disse a ele que o governo federal, dentro de suas atribuições, poderia ajudá-lo sempre que fosse o caso. Por exemplo, ajudando no financiamento”, disse Dilma. A presidente afirmou que, recentemente, foi procurada pelas empresas envolvidas na construção do sistema São Lourenço -obra do governo estadual para abastecer a região metropolitana de São Paulo-e que elas lhe pediram um financiamento de R$ 1,83 bilhões a juros subsidiados. Segundo Dilma, o dinheiro “será liberado ainda essa semana, talvez amanhã”. O contrato para a PPP (Parceria Público Privada) do sistema São Lourenço foi fechado com o governo estadual em agosto deste ano. A obra foi orçada em R$ 2,21 bilhões, valor que será bancado integralmente pela empresa vencedora da licitação, uma parceria da Andrade Gutierrez e Camargo Correa. O sistema pretende ampliar a capacidade de água tratada para a Região Metropolitana de São Paulo em 7% até 2018. “O que a nós foi pedido, nós fizemos”, afirmou. A presidente comparou a situação hídrica do Estado com a que resultou em um racionamento de energia elétrica em 2001, no governo de Fernando Henrique Cardoso. “Eu concordo que essa seca é mais intensa que a de 2001 e a de 2002, quando houve um ano de racionamento. Se a situação nossa [de geração de energia elétrica] hoje fosse similar àquela época, teria um racionamento ‘brabo’. Por que não houve? Porque nós passamos a planejar o crescimento e o investimento no setor elétrico”, disse Dilma. 

     

  4. Aécio mente, e até o Globo desmente

    Aécio mente, e até O Globo desmente #QueroDilmaTreze

    Fonte: http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2014/10/aecio-mente-e-ate-o-globo-desmente.html

     

     

    No debate realizado neste domingo, 19 de outubro, o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, falou sobre obras em hidrovias afirmou que:

    “As hidrovias anunciadas estão todas elas no papel”

    AÉCIO MENTIU

    Em um total de 57 empreendimentos entraram no programa federal. Desse total, 16 aparecem como “concluídas” e oito como “em obras”. Entre elas, está a hidrovia Tietê- SP.

    AÉCIO MENTIU, DE NOVO

    Dilma falou a verdade
    DILMA FALOU A VERDADE

         

     

    1. Imperdível mesmo!

      A manteiga derretida aqui chorou!   Emocionante!  Espero que ela seja aclamada da mesma forma amanhã na Cinelândia, aqui no Rio.  É Dilma 13! 

  5. Fraga recomendou não investir em Minas quando era do BC

    Carta Maior

     

    17/10/2014

     

    Fraga recomendou não investir em Minas quando era presidente do BC

     

    Em conversas com empresários e investidores estrangeiros, recomendou taxativamente que eles deveriam evitar investimentos em Minas Gerais.

       

        

    Antonio Lassance (*) Arquivo

     

    Quando era presidente do Banco Central, Armínio Fraga atuou como verdadeiro consultor privado. E pior: contra o Brasil e contra Minas Gerais.

    Em conversas com empresários e investidores estrangeiros, recomendou taxativamente que eles deveriam evitar investimentos em Minas Gerais.
    As conversas se tornaram públicas e ganharam repercussão no Congresso. O Senado ainda mantém o registro do fato (leia aqui).

    Alguns parlamentares da base governista à época tentaram defender o presidente do BC. Outros, nem tanto, diante de algo indefensável.

    Um dos senadores disse que Fraga havia ficado “abatido com a repercussão do episódio” –  bem entendido, chateado com a repercussão, mas sem se arrepender do que disse.

    Pior, Fraga relatou ao parlamentar que a frase saiu porque “os investidores o pressionavam para que fornecesse informações sobre a situação econômica do país e dos estados.”

    Ou seja, em sua mesa de pôquer, quando a banca manda abrir o jogo, Armínio baixa logo as suas cartas.

    Heloísa Helena, à época, no Senado, defendeu um voto de censura contra as declarações de alguém que, em cargo público, teria como missão defender o país.

    O então senador Lauro Campos, um dos principais críticos da nomeação de Fraga, o qualificava como um vampiro tomando conta do banco de sangue.

    O episódio vale a pena ser lembrado por evidenciar como funciona a cabeça do candidato a ministro da Fazenda de Aécio. Não importa o cargo público que ocupe, ele continua pensando como um agente do mercado.

    Para ele, seus vícios e cacoetes são virtudes e prova de preparo. Sua convicção era a de que ele estava lá para isso mesmo: dizer ao mercado financeiro onde lucrar, com a recomendação do Governo Federal.

    Aécio e Anastasia, os dois mágicos que governaram Minas, fizeram uma mágica curiosa. Normalmente, o truque é tirar o coelho de dentro da cartola. Os dois, no entanto, preferem a mágica de fazer o coelho sumir.

    Suas pomposas políticas de “choque de gestão” e “déficit zero” tiveram como resultado transformar Minas Gerais no segundo Estado mais endividado do país.
    Que conselho daria Armínio Fraga, hoje, a seus colegas investidores?

    (*) Antonio Lassance é cientista político

    http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Fraga-recomendou-nao-investir-em-Minas-quando-era-presidente-do-BC/4/32015

  6. Retórica tucana e mito da evolução natural

    Carta Maior

     

    18/10/2014

    Retórica tucana e mito da evolução natural

     

    O abuso da retórica da cientificidade como recurso de poder é comum entre neoliberais que travestem a opção política como julgamento neutro.

         

    Pedro Paulo Zahluth Bastos e Marcio Pochmann (*)

     

     

     Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

     

    O abuso da retórica da cientificidade como recurso de poder é comum entre neoliberais que travestem a opção política como julgamento neutro. O nível de autoengano, para dizer o mínimo, chegou a extremos em artigo recente de Samuel Pessôa (Folha, 12/10). O físico-economista alude à genética de Bruna Marquezine para defender que progressos no bem estar social dos brasileiros devem-se ou à “evolução natural” da sociedade ou a reformas de FHC que, no fundo, teriam semeado os avanços colhidos por Lula e Dilma. Pessôa alega que a retórica petista “descontextualiza” FHC e distorce informações para favorecer Lula e Dilma.

    Na verdade, é Pessôa quem omite informações, recorre a truques de retórica e distorce a realidade visando ao melhor efeito político para o PSDB. A principal omissão é que FHC executou a plataforma neoliberal de ampliar o papel do mercado e da competição para selecionar os melhores e punir preguiçosos, prometendo crescimento: privatização de estatais, desregulamentação do mercado de trabalho e liberalização comercial e financeira.

    A promessa era falsa: a renda domiciliar per capita caiu entre 1995 e 2002, segundo dados do IBGE (Pnad), tendo aumentando mais de 50% a partir de 2003, com a recuperação do papel do Estado com Lula e Dilma. A melhoria de outros indicadores tampouco resultou da “evolução natural”, a saber:

    1. Desigualdade (Gini): enquanto se manteve estável com FHC, caiu 10% com Lula e Dilma diante da valorização do salário mínimo, da defesa e formalização do emprego e ampliação do gasto social, que explicam a queda muito mais do que o avanço “natural” da educação e da demografia;

    2. A propósito de progresso educacional, em 2001 FHC vetou o 1º Plano Nacional de Educação (PNE), que determinava investimentos de 7% do PIB até 2010, deixou o país sem meta de financiamento e concluiu mandato com 3,5% do PIB; em 2014, Dilma aplica 6,4% do PIB em educação e sanciona o 2º PNE com destino de 10% do PIB até 2024.

    3. Sobre demografia, Pessôa alude a um conceito vago para explicar seu impacto na queda do desemprego: a “transição demográfica”. Talvez se refira à queda da natalidade e o envelhecimento da população, mas a verdade é que isso ainda não esgotou o bônus demográfico (maior proporção de pessoas em idade ativa), pois os adultos nascidos na vigência de taxas mais altas de crescimento populacional ainda não se aposentaram. Ao contrário de reduzir o desemprego, isso o aumentaria caso a oferta de empregos não tivesse aumentado e, principalmente, se não houvesse intensa inserção de jovens à escola, atrasando sua entrada no mercado de trabalho!

    De fato, Pessôa omite a significativa ampliação das transferências de renda condicionadas à matrícula escolar, além de bolsas e crédito subsidiado para ensino técnico e universitário e a criação de 18 novas universidades federais (contra zero com FHC) e 178 novos campi. Com isso, as matrículas no ensino superior elevaram-se de 2 milhões (2002) para 7,5 milhões (2014), complementados por 8 milhões de alunos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec): produto da evolução natural?

    4. Pessôa alega que mais da metade do crescimento da dívida pública com FHC resultou da assunção de dívidas passadas não contabilizadas. Isso é pura invenção: a “assunção de dívidas” explica menos de 10% da dívida e foi compensada em dobro (!) pela venda de estatais e a elevação de impostos.

    O que explode a dívida são juros altos e títulos indexados em dólar para evitar a crise da âncora cambial antes da reeleição de FHC em 1998. No próprio estudo do IPEA citado por Pessôa, correção cambial e juros altos contribuem com mais do que 100% da multiplicação da dívida por cinco entre 1995 e 2002! A dívida só não se elevou mais por causa das privatizações e do superávit primário depois de 1998.

    5. Três idas ao FMI: Pessôa cita artigo de M. Bolle que, à maneira de Goebbels, não chama as coisas pelo nome e alega que empréstimos do FMI não indicam que o Brasil “quebrou”, pois “facilitaram a empreitada” da inclusão social. Por que “quebrar” designaria o fato de não obter financiamento do FMI e decretar moratória, ao invés de precisar dele a ponto de, no desespero, realizar políticas que levaram o desemprego a 15% e prometer vender o Banco do Brasil, a Caixa e as demais empresas estatais ainda não privatizadas, inclusive a PetrobraX?

    6. Sobre o desemprego, Pessôa incorre naquilo de que acusa o PT: o “truque retórico de escolher estatísticas e bases de comparação de forma oportunista”. Em 2011, ele escreveu que, “entre julho de 2003 e julho de 2011, a taxa de desemprego caiu mais de 50% (!), apresentando redução de 13% da população economicamente ativa para 6,2%”, citando dados de regiões metropolitanas captadas pela Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE. No domingo, usou a PNAD para afirmar que “se tomarmos como base de comparação 2002, último ano de FHC, o desemprego caiu 2,6 pontos percentuais (!), de 9,1% para 6,5%”, sem sequer discutir que a PNAD capta menos a “transição demográfica” que cita. Ora, 50% ou 2,6%? É provável que a diferença no modo de calcular a redução do desemprego em 2011 e em 2014 se deva a oportunismo político e truque de retórica, não?

    A piada sem graça não é que a retórica petista se aproprie da “evolução natural” de Bruna Marquezine, mas que seus críticos precisem se iludir quanto à rejeição da “herança natural” do neoliberalismo tucano por Lula e Dilma.

     

    (*) Professores do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas.

    http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Retorica-tucana-e-mito-da-evolucao-natural/4/32028

  7. Dilma 52%; Aécio,48%, diz Datafolha. Agora é liquidar a fatura

    Tijolaço

     

    Dilma 52%; Aécio,48%, diz Datafolha. Agora é para liquidar a fatura

     

    20 de outubro de 2014 | 20:21 Autor: Fernando Brito 

    datapassa

    Escrevi logo abaixo.

    Aécio murchou.

    Já tinha murchado, não foi só nos últimos dias.

    Mas as pesquisas são, claro, mais lentas em admitir isso.

    Davam-lhe um ponto de vantagem, agora são quatro de desvantagem.

    Um ponto vem do Rio.

    Um balde d’água de presente para quem adivinhar de onde vêm mais um ou dois.

    Ainda que, para inglês ver, tudo  ainda está  dentro da “margem de erro”.

    Conversa.

    Avaliação ótimo bom do governo, nas três ultimas semana/pesquisas: 39,40, 42

    Rejeição: Dilma – 43, 40, 39%; Aécio – 34, 38, 41%.

    Era o que em futebol se chama de “passe telegrafado”, dito aqui desde a semana passada.

    A essa altura, só uma armação tira a vitória de Dilma. Ou uma acomodação de sua campanha.

    Preparem-se.

    Vai valer de tudo.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=22312

  8. Melo: aeroporto do titio e nepotismo não são delação desesperada

    O Cafezinho

    Melo: aeroporto do titio e nepotismo não são delação desesperada

     

    Por Camilo Árabe, postado em outubro 20th, 2014 

    Leia o artigo do jornalista Ricardo Melo, publicado no jornal Folha de São Paulo desta segunda-feira, 20.

    A frase atribuída ao nazista Joseph Goebbels — uma mentira repetida mil vezes se transforma em verdade — tem sido a resposta preferida do candidato Aécio Neves e sua equipe diante de críticas. O problema é quando a verdade, repetida mil vezes, continua sendo verdade, sem contraponto ou contraditório capaz de desmenti-la.

    O candidato tucano construiu uma pista de pouso em propriedade familiar. A chave da mordomia ficava na mão de parentes, os quais, aliás, ele empregou aos montes. Tudo documentado. Nenhum estudo, mesmo fabricado às pressas, provou a necessidade da obra. Isso não é uma questão íntima. É dinheiro público queimado para fins pessoais. Existe uma ação em curso, por improbidade administrativa. É um fato, não depoimento selecionado de delação desesperada, desculpe, premiada.

    O governo de Minas destinou uma gorda fatia de publicidade para empresas de telecomunicações dos Neves. Nem o candidato nega. É deselegante perguntar como o rapaz lida quando se encontram o público e o privado? Cabe aos brasileiros descobrir o montante, pois envolve gente disputando a Presidência. “Não registramos quanto foi gasto”, respondem o tucano e seu staff.

    Documentos do Tribunal de Contas de Minas Gerais apontavam suspeitas de irregularidades no governo do atual senador. A capivara foi citada durante um dos debates. Horas depois, a papelada desapareceu do site oficial do tribunal, uma instância pública (!). Tomou Doril. Sumiu. E nada se faz a respeito.

    O drible no bafômetro e outros momentos pouco edificantes da rotina noturna do senador estão fartamente documentados na internet e imprensa escrita. Não são montagem, assim como não é falso o stand-up daquele artista de fim de noite que relacionou Maradona e Aécio quanto ao consumo de drogas. Hoje o mesmo personagem posa de aecista desde criancinha. Mas nunca desmentiu a performance.

    Balela a história de que trazer a público tudo isso é baixaria etc, etc. Isso é falta de argumento de quem não tem resposta.

    Pense bem: quantas vezes já não deparamos com indivíduos brilhantes (o que não é propriamente o caso…), mas com uma trajetória errática, que seríamos incapazes de indicar para uma função, mesmo menor, numa empresa? Não há nisso preconceito nenhum; somente o desejo de saber qual é a pessoa certa para o lugar certo.

    “Ah, mas e os programas, as propostas?”, indagam os puritanos habituais. Bem, todos conhecem o que pensam tanto Dilma quanto Aécio e seu braço direito, Armínio Fraga.

    A primeira pelo que ela e seu partido fizeram nos últimos tempos no Planalto. Aécio, pelo que ele e sua equipe revelam em entrevistas e jantares. Coisas como corte de gastos sociais, esvaziamento de bancos públicos, encolhimento de salários, facão nas empresas, tarifaço, mudança nas leis trabalhistas e por aí vai. As tais medidas impopulares. Para ele, sem isto o Brasil vai piorar. Acredite quem quiser.

    Com a campanha perto do fim, supostas regras de etiqueta surgem para esconder o essencial. Cortina de fumaça. Estão em jogo a vida e o futuro de milhões de pessoas. Elas têm todo o direito de conhecer quem pretende ocupar o cargo mais alto da República.

    Pesquisas são só pesquisas. A depender delas, o PT não teria ganho no primeiro turno na Bahia e em Minas Gerais, Aécio não teria os votos obtidos em São Paulo, e o PMDB estaria fora do segundo turno no Rio Grande do Sul.

    A questão não é satanizar institutos. É dar aos seus levantamentos o peso que merecem. Mais do que nunca, o primeiro turno mostrou que a palavra final é do eleitor, não de pesquisados. Da mesma forma que é patética a tática de carimbar como mentiras verdades inapagáveis, registradas em vídeo, áudio e folhas de papel.

    (Charge da capa: Latuff)

    – See more at: http://www.ocafezinho.com/2014/10/20/melo-aeroporto-do-titio-e-nepotismo-nao-sao-delacao-desesperada/#sthash.XuRqJZoF.dpuf

     

  9. O DCM foi até Cláudio, em Minas, onde Aécio construiu Aeroporto

    Diário do Centro do Mundo

     

    O DCM foi até Cláudio, em Minas, onde Aécio construiu o aeroporto na fazenda do tio

     

     

     

     

    Postado em 21 out 2014

        por :                                O aeroporto

    O aeroporto

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    Em abril de 2012, o Fantástico, da Rede Globo, mostrou a fachada de um casarão antigo no município de Cláudio onde o comerciante Tancredo Tolentino, o Quedo, entregou propina ao desembargador Hélcio Valentim de Andrade Filho, em troca de um habeas corpus para libertar dois traficantes. Na sexta-feira passada, eu fui a Cláudio e vi que o casarão ganhou outra finalidade. Além de vender a cachaça Mingote, abriga o comitê eleitoral de Aécio Neves, e Quedo assumiu a coordenação da campanha na região centro-oeste de Minas.

    No sábado, depois de entrevistar mais de dez pessoas e de ver o processo que apura a construção do aeroporto, voltei à Mingote para tentar conversar com Quedo. Primo de Aécio, ele é o personagem onde dois escândalos se encontram. O pai de Quedo, Múcio, que é tio de Aécio e ex-prefeito de Cláudio, é o dono da fazenda onde o aeroporto foi construído com dinheiro público. Até estourar o escândalo, a chave do aeroporto ficava em poder da família.

    Quedo é também o elo que ligou traficantes presos na região de Cláudio a um desembargador nomeado quando Aécio era governador de Minas Gerais. É o caso noticiado pelo Fantástico, numa reportagem de 11 minutos, rica em detalhes sobre a investigação da Polícia Federal, mas miserável num aspecto: em nenhum momento, é citado o nome de Aécio, embora uma reportagem publicada anos antes na revista do mesmo grupo, a Época, tivesse revelado que Aécio era produtor da cachaça Mingote.

    Quedo chegou em um Uno, modelo novo, na companhia de mais três pessoas. Estava de boné, quando me apresentei como jornalista e disse sobre o que gostaria de conversar. Quedo tirou um celular do bolso, me perguntou para quem eu trabalhava e digitou um número. Depois de conversar no telefone, explicou que era da assessoria do primo. “Se eles deixarem, eu falo”, disse.

    Enquanto aguardava orientação da cúpula da campanha, Quedo me convidou para sentar num banco em frente à casa da mãe dele, ao lado da Mingote, e disse que precisava ter cautela. “Afinal, é uma disputa para presidente e nós estamos na frente. Daqui uns dias, a Dona Dilma vai morar em Cuba”.

    Quedo quis saber o nome das pessoas que eu havia entrevistado e mencionou o ex-vereador Israel de Souza, conhecido como Relinho, autor da denúncia em que o Ministério Público cobra do tio de Aécio a devolução do dinheiro gasto na construção da primeira pista do aeroporto.

    Não confirmo, e a conversa prossegue. O telefone toca. “Sim, ele está aqui do meu lado e o carro prata está estacionado aqui na frente da minha casa… Estou vendo o carro”, diz ele, se referindo ao veículo alugado que uso para fazer a reportagem. Desliga o celular e olha para mim, nem um pouco ameaçador.

    “Eu já soube que você estava com o Relinho, em frente à fazenda do Aécio. Você sabe que a única pessoa da minha família que se dá bem com o Relinho sou eu? Ele é uma pessoa amarga, difícil. Acho que não se dá bem nem com a família dele”.

    Ex-vereador por quatro mandatos, Israel de Souza, hoje com 70 anos, tem uma oficina que conserta geladeiras e já prestou serviços para Tancredo Neves e a mulher, dona Risoleta, tios de Quedo.

    A avenida onde fica a Mingote, uma das principais da cidade, se chama Tancredo Neves e é bastante movimentada, mesmo para um sábado à tarde. Um carro passa, ouve-se a buzina e vê-se um aceno efusivo. “É 45!”, grita o motorista para Quedo.

    Um carro para, descem algumas pessoas e um homem pergunta, depois de cumprimentar Quedo: “Tem adesivo, desses bem grandes?” Quedo manda um funcionário buscar balde de água e adesivos.

    Enquanto o próprio Quedo adesiva o carro, utilizando água para colar, o rapaz que desceu diz: “Esse homem é muito bom. Ajuda todo mundo”. Dois outros carros param e também pedem adesivo.

    Um deles, com uma camionete, ganha um adesivo: “Sou médico e voto Aécio”. O homem explica que é uma homenagem à filha, que é médica. O passageiro de um Gol velho, um moreno de bermuda e chinelo, bem alegre, pede o adesivo em troca de uma ajuda para a gasolina.

    Quedo afixa o adesivo e tira R$ 10,00 do bolso. O passageiro demonstra satisfação e, rindo, olha para o motorista: “Três litros de gasolina”. Quedo diz: “É assim o dia inteiro.”

    No primeiro turno, Aécio teve mais de 12 mil votos na cidade, Dilma, quase 2 500, Marina, 600, e Luciana Genro, surpreendentes 280. “Quem vota nessa maluca? Ela parece que engoliu uma enciclopédia e fala o que dá na telha”.

    Quedo volta ao tema do aeroporto: “Foi bom para a cidade. Tem um empresário aqui, o Pedro, que disse que, se o Múcio deixar, ele vai usar o aeroporto”. Como assim, Múcio deixar? O aeroporto não é público? Quedo lembra que não está dando entrevista.

    Antes de voltar à Mingote, para entrevistar o Quedo, estive no aeroporto. O portão estava fechado, mas o cadeado era bem novo e diferente daquele que foi fotografado pela Folha de S. Paulo na reportagem que revelou a existência dessa obra em Cláudio.

    Quem conhece os hábitos políticos em Cláudio e a tradição dos Tolentino, coronéis no passado, aposta numa versão: o tio de Aécio não quis entregar a chave depois que o escândalo eclodiu, e o prefeito, aliado de Aécio, mandou trocar o cadeado.

    A manutenção da chave que abre o portão do aeroporto em poder do ex-prefeito se tornou insustentável depois que o Ministério Público abriu uma investigação para apurar o caso. Numa resposta ao Ministério Público, a prefeitura diz estar hoje em posse da chave do aeroporto.

    Mas, mesmo com a troca da chave, permanece o conflito entre público e o privado nas terras da família Tolentino, onde Aécio desfruta de um quinhão hereditário.

    A pergunta que todos em Cláudio se fazem é: por que o governo do Estado gastou quase R$ 14 milhões na pavimentação de uma pista de aeroporto, mais 1 milhão para desapropriar a área, se o município tem muitas carências, como a falta de um grande hospital?

    A resposta pode estar 31 anos atrás, quando o avô de Aécio, Tancredo Neves, governador de Minas Gerais, transferiu dinheiro do estado para a prefeitura de Cláudio, na época chefiada pelo seu cunhado Múcio, construir um campo de pouso.

    Uma publicação da prefeitura à época mostra um orgulhoso prefeito, com uma perna assentada num barranco, inspecionando como um general a obra feita com dinheiro público na sua propriedade. A foto ilustra o que a publicação chama de progresso de Cláudio.

    Na ação civil pública aberta em 1999, onde esta foto foi juntada, o promotor de Cláudio à época pediu a devolução aos cofres públicos do dinheiro gasto na obra e revelou que, em sua investigação, constatou que  não teve sequer licitação.

    Em seu depoimento ao promotor, Múcio confirmou que o campo fica em sua propriedade, e um dos primeiros pousos foi de um avião que trazia o recém-eleito presidente da República Tancredo Neves, acompanhado do governador de São Paulo, Franco Montoro, e do ministro da Agricultura recém-nomeado, Pedro Simon.

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    O atual titular do Ministério Público em Cláudio, Marcos Lamas, herdeiro da ação, compara a obra de construção do campo à ampliação de uma casa.

    “É como se o estado construísse uma piscina no quintal da minha casa, mas só poderia usar a piscina quem eu quisesse”, diz o promotor. “Vou cobrar o ressarcimento da obra, com correção e juros”.

    Na única vez em que houve um cálculo sobre o valor a ser ressarcido ao estado, citou-se a cifra de R$ 250 mil, bem inferior ao valor depositado com a desapropriação feita por Aécio para a pavimentação da pista: R$ 1 milhão.

    Por que, quando governador, Aécio decidiu pavimentar o campo de pouso construído pelo tio, com dinheiro do estado liberado pelo avô, numa propriedade da família?

    O argumento do ex-governador é que Cláudio, embora tenha pouco mais de 30 mil habitantes, é o maior polo de fundição artesanal do Brasil e, portanto, com atividade econômica que justificaria o aeroporto.

    Há pessoas ricas na cidade, mas apenas três utilizam regularmente transporte aéreo próprio. Gino, da dupla sertanejada Gino e Geno, tem um helicóptero, mas a propriedade dele já conta com um heliponto.

    O empresário conhecido como Pedro Cambalau tem avião, mas usa o hangar do aeroporto de Divinópolis, a 50 quilômetros dali. Aécio também usa avião e helicóptero particulares regularmente, e admitiu que utilizou a pista algumas vezes. Ainda assim, se justificaria o investimento?

    Segundo o ex-vereador Israel de Souza, o tio de Aécio liberou a pista algumas vezes para amigos e conhecidos praticarem aeromodelismo, e pequenos aviões pararam ali para voos panorâmicos fretados.

    O aeroporto de Cláudio fica à margem direita da rodovia de acesso à cidade, em frente a um motel. É parte de uma vasta área que pertenceu ao trisavô de Aécio, Domingos da Silva Guimarães, o Mingote, chefe do clã que se uniria à família Toletino.

    A partir do aeroporto, seguindo estrada adentro, depara-se com placas como Fazenda Casa Rosa – Dr. Osvaldo Tolentino (tio de Aécio), Fazenda Santa Ignês / Tia Zezé (parente de Aécio), TAN (Tancredo Augusto Neves (tio de Aécio), Fazenda Cachoeira / Cueio do Jacó (primo de Aécio) e Fazenda da Mata / D. Quita (bisavó de Aécio), hoje em poder do próprio ex-governador.

    O aeroporto não é o único bem que revela dificuldade ao visitante de saber o que ali é público e o que é privado. Na fazenda da Mata, encontrei a base de uma torre de alta tensão sem a parte de cima.

    Israel de Souza me explicou que, há alguns anos, quando Aécio era governador, ele desviou a rede de alta tensão de sua propriedade. No terreno por onde passava a rede, mandou construir um haras. “A cidade ficou um dia sem luz só para fazer esse desvio”, conta.

    A rede hoje faz um traçado curioso. Os cabos vêm em linha reta até o início da propriedade de Aécio, desvia para o lado direito e lá na frente, fora do perímetro da fazenda, para o lado esquerdo. “É um zigue-zague que ele fez para desviar da obra”, diz o ex-vereador.

    Um pouco adiante, vê-se uma nova estrada, que desviou o trânsito da fazenda da Mata. “A obra até que foi boa, porque encurtou o caminho de quem vai para o povoado de Matias, mas ele não fez por isso. Fez para tirar o movimento da frente da fazenda”, conta.

    Israel conta que, antes do desvio, costumava passar pela frente da fazenda da Mata com seu fusquinha branco. Um dia, avistou um grupo de cavaleiros adiante e fez a ultrapassagem.

    Alguns homens galoparam e mandaram Israel parar, para adverti-lo de que ele não poderia fazer isso, pois levantara poeira em cima do governador. “Como é que eu ia saber que era o Aécio? Se alguém tivesse sinalizado, eu não passaria. Mas não tinha ninguém sinalizando e o carro é mais rápido do que um cavalo”, comenta.

    A fazenda é uma herança que dona Risoleta deixou para sua filha, Inês Maria, mãe de Aécio e de Andrea. Mas é Aécio quem manda ali, herdeiro de uma tradição da família Tolentino. A sede da Fazenda da Mata é ocupada sempre pelo Tolentino mais poderoso.

    Era do Quinto Alves Tolentino e da sua mulher, dona Quita, passou para dona Risoleta e seu marido, Tancredo Neves, e deles para Aécio. Quem toca a casa é uma senhora que cuida de Aécio desde que ele era criança. É uma mulher que permaneceu solteira e o acompanha nas suas viagens com a família.

    “Dona Deusa é quem cuida da roupa e da comida do Aécio. Esses dias, eu perguntei para ela como se sentia sendo tia avó dos gêmeos. Ela disse: ‘eles são uma gracinha’”, conta uma moradora de Cláudio, comerciante, que conhece a família.

    De volta à conversa com Quedo, ele continua a falar sobre a campanha do primo. “Você viu o depoimento que a Denise Abreu gravou na internet?”

    Antes que eu responda, telefona para alguém e pede para enviarem para o meu celular uma gravação em que ex-diretora da ANAC diz que o aeroporto de Cláudio é irrelevante perto das obras do governo federal em Cuba.

    Enquanto Quedo cola mais um adesivo em carro, um morador explica que o primo de Aécio se tornou popular em Cláudio porque é ele quem costuma agilizar atendimento médico em hospital de outras cidade, principalmente Betim.

    “Quando alguém quebra a perna e não consegue atendimento na Santa Casa de Cláudio, procura o Quedo, e ele com certeza arruma atendimento em alguns lugar”, conta.

    Quedo ouve e confirma: “Gosto de ajudar as pessoas.” Ainda que a ajuda, no caso de hospitais, seja pelo Sistema Único de Saúde. Influência do primo?

    Quedo já cumpriu pena na cadeia da cidade por sonegação fiscal. Foi na década de 90, e algumas pessoas dizem que, no cárcere, tinha tratamento vip. Recebia visitas na hora que queria, e chegou até a fazer churrasco para amigos.

    Em 2011, quando voltou a ser preso, flagrado na negociação de habeas corpus para liberar traficantes, a cidade não se surpreendeu.

    “Todo mundo sabe que o Quedo já mexeu com coisa errada, mas ele é tão boa pessoa que a gente nem fala nesse assunto. Nas cavalgadas,  quando o Quedo passa, todo mundo cumprimenta: oi, Quedo! Às vezes, o Aécio também participa, e a gente cumprimenta: Oi, Quedo. Oi, Aécio. E eles respondem.”

    Quedo é alguns meses mais velho que o primo famoso. O telefone toca, Quedo troca algumas palavras e diz:

    – A ordem lá de cima é esta: nada de entrevista. Eles me disseram que, se você quiser me entrevistar, venha na segunda-feira depois da eleição. Eu até queria dar entrevista, mas não quero prejudicar. O negócio não é brincadeira. Está em disputa a Presidência da República.

    Vou embora, sem a entrevista de Quedo.

    Com mais de 30 mil habitantes, Cláudio, no centro oeste de Minas Gerais, é uma cidade conhecida na região por suas lendas. A professora Noeme Vieira de Moura registrou algumas delas, em textos publicados em jornais e revistas do município. Uma fala de um tesouro enterrado numa serra da cidade. Muitos fizeram escavações, mas ninguém encontrou o tesouro, todos afugentados por ventanias e vozes ameaçadoras. A outra lenda é a da santa encontrada também em uma serra. Os homens ricos tentaram levar a imagem para a matriz, mas toda noite ela desaparecia e voltava para o lugar onde foi encontrada. Os proprietários de terra tentaram construir uma capela no local, mas a santa desapareceu para sempre.

    Tanto num caso quanto em outro, os escravos são personagens centrais. São eles que escondem o tesouro para não serem roubados pelos senhores. Na outra, foram os escravos que encontraram a santa, que lhes foi retirada pelos fazendeiros. A Enciclopédia dos Municípios Brasileiros diz que a cidade tem esse nome por causa de um escravo, chamado Cláudio, que encontrou um córrego e todos passaram a chamá-lo de córrego do Cláudio. Essa versão é rejeitada pelos mais ricos, que preferem outra, contada por um historiador da região. Segundo ele, Cláudio era o dono de uma pousada para tropeiros.

    Valmir Salaro, do Fantástico, em frente à fazenda Mingote

    Valmir Salaro, do Fantástico, em frente à fazenda Mingote

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    Sobre o Autor

    Jornalista, com passagem pela Veja, Jornal Nacional, entre outros. [email protected]

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-dcm-foi-ate-claudio-em-minas-onde-aecio-construiu-o-aeroporto-na-fazenda-do-tio/

     

  10. A BBC entrega as botas

    O que pode mudar na política econômica se Dilma vencer?

    “Governo novo, ideias novas”, diz o lema da campanha do PT – e a presidente Dilma Rousseff já anunciou que a política econômica é uma das áreas em que devem ser feitos ajustes caso ela seja reeleita.

    “Vai haver mudanças porque eu acho que o país se preparou para essas mudanças”, disse a candidata ao jornal O Estado de S. Paulo.

    A promessa é feita em meio a uma escalada de críticas à política econômica e em um ambiente de deterioração das relações do governo com setores empresariais.

    Também é, em parte, uma resposta aos ataques da oposição, que tem explorado a desaceleração do crescimento e o fato de a inflação estar no teto da meta definido pelo Banco Central (BC) – de 4,5% com tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

    Analistas do mercado esperam um crescimento de apenas 0,27% este ano, e o governo também reduziu suas previsões de 1,8% para 0,9% no mês passado.

    Mas, afinal, o que pode mudar na economia se o PT ganhar a votação do dia 26? Deve haver uma correção estrutural de rumos – ou apenas ajustes em uma ou outra área?

    Mudança

    Consultados pela BBC Brasil, tanto economistas críticos quanto alinhados ao governo disseram não apostar em um ajuste radical. E, até o momento, a única mudança confirmada parece dizer respeito à saída do titular da pasta da Fazenda.

    Segundo a presidente, o atual ministro, Guido Mantega, não permanecerá no cargo por “razões pessoais”. Mas há algum tempo Mantega vinha sendo alvo de críticas de um grupo cada vez maior de economistas, investidores e entidades empresariais – e a desaceleração da economia, em plena corrida eleitoral, aumentou a pressão por sua saída.

    Acredita-se que dois outros nomes fortes da Fazenda também possam ser substituídos: o secretário do Tesouro, Arno Agustin, e o secretário de Política Econômica, Marcio Holland, que recentemente sugeriu que os brasileiros deveriam substituir o consumo de carnes por ovos e frango, o que colocou a presidente em uma saia justa.

    “Jamais (daria esse conselho), porque acho que as pessoas têm direito de comer carne, ovo e frango”, corrigiu Dilma.

    Novo ministro

    Entre os nomes cotados nas últimas semanas para substituir Mantega estão o ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda e atual professor da FGV, Nelson Barbosa, que deixou a pasta em 2013, após divergir sobre a condução da política econômica com o atual ministro.

    Barbosa teria uma boa relação com a presidente e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas tem negado que pretenda voltar ao governo.

    Outro nome sobre o qual se tem especulado é Otaviano Canuto, secretário de Assuntos Institucionais do governo Lula e consultor do Banco Mundial. Canuto, porém, disse à BBC Brasil não ter sido contactado sobre uma proposta nesse sentido.

    “Soube disso (das especulações) pelos jornais. Enquanto funcionário do Banco Mundial, não comento questões políticas em qualquer de nossos países membros.”

    Há quem levante a possibilidade do atual ministro da Casa Civil, Aloísio Mercadante, assumir a Fazenda, já que ele é uma espécie de braço direito da presidente e costuma ser ouvido por ela em temas econômicos.

    Outro que estaria sendo cotado é o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que, apesar de ser associado à polêmica estratégia de criação de “campeões nacionais”, tem bom trâmite entre empresários.

    Em algum ponto também se chegou a especular sobre a substituição de Mantega pelo atual presidente do BC, Alexandre Tombini, embora hoje se considere mais provável que ele continue à frente da autoridade monetária.

    “O ideal seria que a pasta fosse assumida por algum empresário ou alguém com bom trânsito entre setores empresarias para reforçar a interlocução nessa área”, acredita Luiz Gonzaga Belluzzo, que foi conselheiro econômico de Lula e professor de Dilma.

    “A presidente precisa de um anti-Armínio Fraga, alguém que não seja ligado ao mercado financeiro”, completa, referindo-se ao ex-presidente do BC escolhido pelo candidato Aécio Neves para ser seu ministro da Fazenda caso seja eleito.

    Políticas incertas

    Primeiro mandato de Dilma foi marcado por incentivos a alguns setores, como a indústria de eletrodomésticos.

    No caso dos rumos a serem tomados na condução da política econômica de um eventual segundo mandato de Dilma, as incertezas são ainda maiores.

    A presidente chegou a falar vagamente em “diminuir alguns incentivos”, mas sem dizer a que exatamente se referia.

    Também prometeu uma “política duríssima para inflação”, “como tivemos e teremos ainda mais”, mas acrescentou que “não tem mágica para se fazer (nessa área)”.

    “Quero saber quais são as novas ideias de alguém para a inflação”, disse.

    Seja porque Dilma ainda não tem certeza sobre que ajustes devem ser feitos, seja porque não quer dar subsídios para ataques da oposição, o fato é que ela e sua campanha têm evitado falar em detalhes sobre as possíveis mudanças.

    “Temos um cenário incomum, no qual é possível ter uma ideia mais clara sobre como pode ser a política econômica se a oposição ganhar do que se o governo ganhar”, diz Carlos Melo, cientista político do Insper.

    “Pesquisas de opinião mostraram que mais de 70% do eleitorado queria mudança, então o governo promete uma ‘mudança com segurança’, em oposição à ‘mudança radical’ da oposição – mas sem dizer o que isso quer dizer.”

    Para o economista André Biancarelli, da Unicamp, no caso de uma vitória de Dilma o ajuste deve ser feito apenas no modo como as políticas são implementadas, não em sua direção geral.

    “O cenário do ano que vem deve ser o de uma política fiscal mais apertada, mas Dilma não vai poder fazer um ajuste duro e acho improvável qualquer mudança drástica no atual modelo econômico.”

    “Se eleita, a presidente deve tentar reconstruir os canais de diálogo com o setor privado para impulsionar os investimentos, que acabaram diminuindo também em função das incertezas eleitorais.”

    Belluzzo concorda. “Não dá para pensar em qualquer ajuste ortodoxo, porque esse é um modelo fracassado – é só olhar o que está ocorrendo na Europa”, diz.

    “A mudança deve ocorrer principalmente na forma de execução (das políticas na área econômica) para que possamos destravar os investimentos. O governo precisa ter uma melhor interlocução com o empresariado e precisa resolver problemas administrativos, de gestão, que parecem ter prejudicado o resultado de leilões e licitações. Não é sensato ficar mexendo na taxa de retorno, como eles fizeram.”

    Leia mais: Palavra ‘mentira’ some de debate entre Aécio e Dilma

    Visão crítica

    Mais crítica ao atual governo, a professora Lourdes Sola, da USP, acredita que o fato de Dilma ter uma grande influência sobre a condução da atual política econômica é o que faz com que uma mudança estrutural seja improvável.

    Para ela, o modelo econômico do atual governo teve como eixo principal o estímulo à demanda – e há algum tempo estaria dando sinais de esgotamento.

    “O Estado interveio na economia por meio de políticas como a expansão do crédito e o estímulo a criação de campeões nacionais. Os gastos aumentaram, mas os investimentos e a oferta não acompanharam essa expansão – e como resultado tivemos uma deterioração da questão fiscal e a inflação cresceu”, diz.

    “A questão é que até o ex-presidente Lula parecia ser mais pragmático: sabia que não entendia de economia e por isso delegava a questão. Já Dilma tem convicções ideológicas mais firmes nessa área, o que dificulta uma correção de rumos que restaure o crescimento”, opina.

    http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/10/141014_mudanca_dilma_ru

  11. Dilma rebate Aécio e afirma

    Dilma rebate Aécio e afirma que falta d’água em São Paulo é culpa do governo Alckmin

    Presidenta diz que alertou governador em fevereiro sobre cenário inédito de seca e sugeriu obras emergenciais. Em entrevista, petista critica papel de parte da mídia ao acobertar gravidade do racionamento

    A presidenta Dilma Rousseff rejeitou hoje (20) a tentativa do candidato do PSDB à presidência da República, Aécio Neves, de atribuir ao governo federal responsabilidade pela falta d’água em São Paulo. Em entrevista coletiva realizada em um hotel no centro da capital paulista, ela recordou que o abastecimento é uma responsabilidade estadual, e relatou que alertou várias vezes o governador Geraldo Alckmin, do mesmo partido de Aécio, sobre a gravidade da seca que assolaria o estado.

    “Qualquer tentativa de transferir responsabilidade para o governo federal nós olharemos com grande estranheza. Não acredito que as estruturas do governo do estado podem atribuir a nós qualquer responsabilidade, ou qualquer omissão na ajuda. Ajudamos em todas as circunstâncias, participamos de grupos de trabalho, discutimos o volume morto”, afirmou, horas depois de seu adversário na disputa eleitoral tentar atribuir ao governo federal a responsabilidade pela crise que afeta São Paulo, com o esgotamento dos principais reservatórios de abastecimento.

    Durante conversa com jornalistas em Minas Gerais, o tucano afirmou não temer o efeito eleitoral da seca, avaliando que a questão não teve impacto na reeleição de Alckmin, vitorioso no primeiro turno. “É uma questão grave. Nós estamos tendo a maior estiagem dos últimos 80 anos, o estado fez algo que, ao meu ver, foi absolutamente adequado no momento em que propõe bônus para aqueles que economizam água em razão dessas circunstâncias”, disse.

    “Talvez o que tenha faltado seja uma parceria maior do governo federal, por exemplo, a Agência Nacional de Águas, criada no governo do presidente Fernando Henrique, se não estivesse no governo do PT servido a outros fins, nós nos lembramos bem quais foram as indicações, quais os critérios para se ocupar cargo de diretoria da ANA, ela poderia ser uma parceira maior do governador.”

    A ANA participa de grupos que trabalham na avaliação dos cenários de crise. Recentemente, o órgão regulador acusou a empresa estadual de águas, a Sabesp, de fazer uma retirada maior que a permitida em alguns sistemas já sob risco pelo baixo nível de reservas. Houve desentendimentos também quanto à mudança de vazão no fornecimento ao consumidor.

    “Em fevereiro procurei o governador Alckmin e falei que as nossas avaliações a respeito da situação da seca no Brasil indicavam uma forte seca no Sudeste”, complementou Dilma. “Em março o governador vem numa audiência no Palácio do Planalto: ‘Governador, pela minha experiência, acho que o senhor deveria fazer obras emergenciais porque tudo indica que essa seca se prolongará e vocês não têm capacidade de abastecimento de água suficiente’”.

    A petista comparou o caso da falta d’água em São Paulo ao racionamento de energia ocorrido no país em 2001-2002. Na época, segundo contou, como secretária de Minas e Energia do Rio Grande do Sul teria trabalhado para fazer obras emergenciais que ajudaram a atenuar os efeitos da falta de chuva no abastecimento elétrico de residências e indústria.

    Para ela, a manutenção das condições do sistema nacional de eletricidade daquele momento teria levado a um episódio ainda mais grave com o quadro atual, em que o desabastecimento foi evitado graças ao funcionamento de termelétricas. “Sempre acreditei em duas coisas: quando a situação é grave ou porque o planejamento faltou, há que se fazer obras emergenciais. Por isso sugeri ao governador”, disse. “Se a situação nossa hoje fosse similar à daquela época teríamos um racionamento bravo. Não houve. Por que não houve? Porque passamos a planejar o investimento no setor elétrico.”

    Ao ser acusada por jornalistas de que fazia “uso eleitoreiro” da questão da água em São Paulo ao apresentá-la na televisão como um resultado do estilo de governo do PSDB, Dilma reagiu: “Vocês não vão me dizer que piorou a situação do domingo da eleição para segunda-feira. Descobriram que havia falta d’água de domingo para segunda? Isso se chama uso eleitoreiro”.

    Como a RBA mostrou, regiões afetadas pela falta d’água tiveram uma breve normalização no abastecimento nos dias que antecederam o primeiro turno. Após a vitória de Alckmin, porém, residências e comércio de várias regiões da capital passaram novamente a sofrer os problemas, então ampliados para outras áreas da cidade.

    Em depoimento à CPI da Câmara Municipal de São Paulo que trata do tema, a presidenta da Sabesp, Dilma Pena, alegou que a empresa não pôde emitir alertas à população dando conta da gravidade do racionamento devido à lei eleitoral, que restringe a publicidade de veículos oficiais – sem, porém, vedar comunicado institucional de interesse público.

    http://www.redebrasilatual.com.br/eleicoes-2014/dilma-rebate-aecio-e-afirma-que-falta-dagua-em-sao-paulo-e-culpa-do-governo-alckmin-3565.html

  12. Mensagem cifrada, a arma da imprensa

    Artigo de Lúcio Flávio Pinto publicado hoje no Observatório de Imprensa:

    Ainda ecoa, como uma bomba de efeito retardado, trecho da nota com a qual o “Repórter 70”, a principal coluna de O Liberal, abriu a última semana da eleição de 1º turno. É uma nota relacionada diretamente com a disputa para o governo do Estado, que terminou apertadíssima no 1º turno, com a vitória de Helder Barbalho, do PMDB.

    O jornal dos Maiorana dizia que a empresária Beta Mutran “agora deu para financiar o advogado Márcio Vinagre, que passou a comprar mansões e castelo”. E completava: “Isso é um caso que enseja a investigação da polícia, que precisa descobrir para onde está indo toda essa dinheirama. Estamos de olho. A polícia também deve estar”.

    Os não iniciados em mensagens cifradas que circulam entre a elite paraense começaram a especular sobre as mansões (no plural) e o castelo (no singular) que a empresária estaria adquirindo por interposta pessoa, com a qual, aparentemente, não tem qualquer relação desse tipo.

    As mansões eram apenas despistamento. O castelo seria referência venenosa ao juiz eleitoral Marco Antonio Lobo Castelo Branco. O sentido da carta enigmática do jornal seria que Márcio Vinagre foi o intermediário de Beta Mutran para chegar ao juiz e conseguir dele decisões favoráveis a Helder Barbalho, a quem a empresária estaria apoiando.

    Leia mais, no link

    http://observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed821_mensagem_cifrada_a_arma_da_imprensa

     

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