Copa: 95% dos estrangeiros querem voltar ao Brasil

O Ministério do Turismo divulgou há poucas semanas os dados premilimares de entrevistas que fizeram com turistas brasileiros e estrangeiros durante a Copa do Mundo.
 
Foram ouvidos 6.627 estrangeiros e outros 6.038 brasileiros desde o início do Mundial. Para 83% dos entrevistados internacionais a experiência superou ou atendeu plenamente as expectativa turisticas. Já a segurança pública brasileira foi avaliada positivamente por 92% deles. O trabalho, encomendado à Fundação Getúlio Vargas (FGV) e à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), revelou que 95% dos visitantes internacionais que estiveram no país durante a Copa do Mundo têm intenção de voltar ao Brasil. O saldo positivo no campo do turismo foi o tema do último programa de debates Brasilianas.org, realizado na TV Brasil. 
 
Os resultados finais desta pesquisa serão publicados no final de agosto pelo Ministério do Turismo, quando também será divulgado o volume médio de dinheiro gasto pelos turistas. O Brasil recebeu cerca de 700 mil visitantes internacionais durante a Copa. Belo Horizonte contabilizou uma receita direita de R$ 451 milhões com turistas, segundo dados do governo local. Já, na cidade de São Paulo, os gastos dos visitantes por conta do Mundial geraram em torno de R$ 1,8 bilhão.
 
Segundo Enrico Fermi, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional), convidado para o debate, o setor hoteleiro recebeu cerca de 17,4% do volume de recursos que foram aplicados na economia nacional por conta do megaevento.

 
“Outros 36% ficaram com o comércio, 16% com restaurantes e bares. O restante foi pulverizado em diversos segmentos da cadeia do turismo. Esses números referentes à mobilização de dinheiro em torno da realização da Copa do Mundo são da Fifa. Segundo essa entidade, o expectador que vai assistir aos jogos se desloca em um raio de 800 quilômetros, então isso [o dinheiro] fica pulverizado” explicou Fermi.
 
O ministro do Turismo, Vinícius Lages, também convidado do programa, destacou que o impacto econômico não se deu apenas nas 12 cidades sedes. “Na nossa pesquisa os turistas visitaram 378 cidades no Brasil, no entorno das grandes cidades, e também de destinos turísticos já consolidados” apontou.
 
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O ministro lembrou que a cadeia turística é complexa e envolve vários atores desde os prestadores de serviço de translado, a rede hoteleria, os serviços aeroportuários e de diferentes modais. Em termos de políticas públicas participam ainda secretarias do turismo e de outros segmentos, como segurança e transporte, dos estados e municípios.
 
Vicente Neto, presidente da Embratur, defendeu no programa a decisão do governo federal de, em 2007, aumentar o número de cidades-sedes para receber os jogos da Copa de 8, sugerido pela Fifa, para 12.
 
“Foi uma decisão acertada do governo de promover, através dessa plataforma do esporte, o desenvolvimento de todas as regiões do país. [Com isso, ocorreu o destravamento de obras viárias, aeroportuárias, melhoria de qualificação profissional em vários ramos econômicos com destaque para o turismo e a possibilidade de novos empreendimentos no setor hoteleiro”, elogiou.
 
O resultado das obras de infraestrutura para transporte podem não ter sido 100% alcançados, entretanto o país conseguiu melhorar a malha áerea, hoje superior aos níveis pré-Copa.
 
“Agora precisamos manter a comercialização desses voos, garantir a ocupação hoteleira. Estamos com um edital aberto neste momento da Embratur e do Ministério do Turismo para captação de novos eventos internacionais. Portanto é uma agenda que segue aproveitando essa onda positiva que a Copa nos deixou” concluiu Neto.
 
A partir de 2010, o Ministério do Turismo junto com a Embratur iniciou uma série de trabalhos para promover a imagem turistaca do Brasil lá fora, por conta da Copa do Mundo. Neto contou que desde então foram realizados 20 eventos em 15 países, um deles ocorreu durante o Mundial de 2010, na África do Sul, onde montaram a Casa Brasil que recebeu 10 mil visitantes. As ações foram promovidas com o apoio da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos) e recebeu o nome de Go to Brazil.
 
Brasileiros mais críticos
 
A pesquisa encomendada pelo Ministério do Turismo revelou ainda que o atendimento e a receptividade são considerados positivos para 90,5% dos turistas domésticos, e a segurança por 83,8% – 7,5 e 8,2 pontos percentuais abaixo da avaliação internacional respectivamente. Os estádios foram aprovados por 92% dos brasileiros e 98,2% dos estrangeiros.
Redação

8 Comentários

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    1. Onde está esta lógica?

      O texto não diz nada de que o governo é uma maravilha. Essa pergunta não estava nos questionários.

      Demonstra apenas que o governo proporcionou o que se esperava dele em relação ao evento da Copa do Mundo. É dever de todo governo, independente de partido, arcar com estas questões (segurança, rede hoteleira, infraestrutura e no caso do evento em questão, estádios de futebol). O governo fez o que tinha que fazer.

      Apesar do “não vai ter Copa”…

       

      1. Aham
        De fato, NESSE texto a coisa tá leve. Por isso falei na “lógica do blog”. Principalmente na cabeça de muitos comentaristas, que acham que os gringos só querem voltar pq nosso governo maravilhoso fez um trabalho maneirissimo em transformar o Brasil num país bom de ser visitado.

        1. Não te faz de desentendido

          O que muita gente questiona, eu inclusive, é que antes, tudo era culpa do governo. Agora, apenas ao se falar em sucesso da copa, a coxinhada já exime o governo desta culpa pelo sucesso.

  1. Na minha curiosidade por

    Na minha curiosidade por notícias do exterior a respeito da organização de nossa Copa, de fato percebi que a grande maioria delas foi positivo e até com alto grau de surpresa, dada a baixa expectativa no pré-copa (sem entrar no mérito de quem criou e reverberou o terrorismo deste período).

    Umas das exceções foi o México. Ali grande parte da mídia execrou e “confirmou” as mazelas e parca infraestrutura brasileira. O grande mote das reportagens foi a desconstrução da grande potência emergente. Sempre segundo a mídia de lá, todo o alegado ganho social, econômico e de infraestrutura da era Lula é uma grande mentira.

    Interessante. Isso confirma a grande rivalidade principalmente econômica entre ambos os países, na disputa pelo capital e imagem (preocupação essa principalmente deles). Além disso, recentemente o ex-presidente Lula afirmou publicamente aqui no Brasil que esteve no México e viu que tudo que o que se diz de lá é um exagero, e que o Brasil está melhor em tudo. Não houve grande repercussão por aqui, mas lá eles ficaram “mordidos”.

     

  2. Interessante notar a ausência

    Interessante notar a ausência do Rio de Janeiro nesse post. Nenhuma referência aos gastos dos turistas na cidade carioca , o número de visitantes , etc  É o turismo café com leite …

    1. Estranho

      Também estranhei muito. Trabalho no Centro da cidade e via sempre uma movimentação gigantesca de estrangeiros, durante a copa, uma babel nos transportes, especilamente no metrô. Na orla da zona Sul então era uma multidão de turistas. Os bares e restaurantes sempre cheios deles, não entendi a pouca importância ou falta de referência.

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