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  1. Por que não sou liberal. Nem conservador. Nem porcaria nenhuma.

    Por que não sou liberal. Nem conservador. Nem porcaria nenhuma.

    ESCRITO POR MATEUS COLOMBO MENDES | 19 AGOSTO 2015 

     

    Vivemos um momento novo, um contexto inédito. A esquerda já não reina soberana na cultura nacional. Pessoas identificadas com diversas correntes políticas colocam-se como opositoras do esquerdismo. Mas, afinal, quem somos nós? Sobram incompreensões várias – o que até é normal em uma conjuntura incipiente. Os debates públicos, em redes sociais e mesmo em grupos fechados parecem definir o seguinte: há, do lado direito, o conservadorismo moral e o liberalismo econômico; do lado esquerdo, há o libertarianismo moral e o socialismo econômico; no meio, há o liberalismo moral e econômico. Mas esse aparente arranjo é tão-somente isso, aparente. 

    O que escrevo a seguir define o que não somos. O resto é Síndrome do Diagrama de Nolan, na qual o sujeito sente uma irresistível necessidade de encaixotar os posicionamentos políticos e sociais em categorias cartesianas. Quem faz isso (“Veja bem, não sou de direita, sou um liberal na acepção austro-húngara com compreensão antropomoral turco-otomana) já caiu no joguinho marxista de dividir o mundo entre nós e eles e aceita os rótulos vazios e desmoralizantes que lhes são jogados. Na verdade, essa divisão até existe: ou você vive no mundo real, ou orbita gostosamente, ludicamente, oniricamente, no mundo das idéias. E esse mundo de abstração ideológica, quando realizado, bem sabemos (e melhor sabem soviéticos e chineses), é mortal.

    ***

    O verdadeiro conservadorismo não poderia ser chamado de conservadorismo. Não se trata de um ideário, como o são o liberalismo e o socialismo (e.g.), mas de uma percepção acurada do mundo real, do que deu certo e do que deu errado ao longo da História, com a base de uma moralidade sempiterna, de um Direito Natural fundado na Verdade com “v” maiúsculo. Dizer-se conservador, sem atinência a essas ressalvas, é ser qualquer coisa, menos conservador. 

    “A política é a arte do possível”, diz o conservador: ele pensa nas políticas de Estado como as que intentam preservar a ordem, a justiça e a liberdade.O ideólogo, ao contrário, pensa na política como um instrumento revolucionário para transformar a sociedade e até mesmo a natureza humana. Em sua marcha para a utopia, o ideólogo é impiedoso.

    Russel Kirk, A política da prudência, Capítulo 1

     

    Esse eixo de certo e errado fundador daquilo a que se chama conservadorismo foi percebido em diferentes civilizações, em distintas regiões da Terra e em diversos momentos da História. Não o respeitamos sempre, mas ele segue pétreo, impávido colosso. Isso a que se chama erroneamente de conservadorismo não possui um nome preciso; “realismo” ou “verdadismo”, talvez, seriam mais exatos, mas “-ismos” não têm nada a ver com perceber e respeitar a realidade dos fatos. O mesmo se passa com aquilo a que se deu o nome decapitalismo. Novamente, não temos um ideário, um conjunto de idéias abstratas, mas o resultado de uma relação natural, próprio dos seres humanos: a relação de trocas.

    Aquilo que chamam de conservadorismo é, na verdade, a defesa da Verdade e da tensão certo-errado como mediadores das relações sociais. É algo que varia superficialmente, que muda de aspecto aqui e ali, mas cujo eixo é sempre o mesmo. É o respeito ao princípio mais básico, sólido e irrefutável que o ser humano já percebeu, o princípio da identidade (A = A). Como num exemplo de C. S. Lewis, em Cristianismo puro e simples: 

    Os homens divergiram quanto ao número de esposas que podiam ter, se uma ou quatro; mas sempre concordaram em que você não pode simplesmente ter qualquer mulher que lhe apetecer.

    Liberalismo e esquerdismo não são opostos a o que se chama conservadorismo; sequer são diferentes, porque não são da mesma categoria, não havendo, portanto, como estabelecer tal comparação. Estes dois e outros são conjuntos de idéias, excelentes subsídios para masturbação intelectual. As boas idéias que têm, aliás, nada mais são do que a defesa da Verdade dos fatos que descrevem, da prevalência do certo sobre o errado.

    […] só nos resta aceitar a existência de um certo e de um errado. As pessoas podem volta e meia se enganar a respeito deles, da mesma forma que às vezes erram numa soma; mas a existência de ambos não depende de gostos pessoais ou de opiniões, da mesma forma que um cálculo errado não invalida a tabuada. 
    C. S. Lewis

    Da mesma forma, aquilo que chamam capitalismo é, na verdade, a prática de uma interação social inescapável, também por respeito ao princípio de identidade e à Verdade. Somos todos imensamente distintos, e cada um de nós é incapaz de prover para si tudo de que necessita. Por isso, temos de fazer trocas. Podemos ordenar isso desta ou daquela forma, mas o fundamento será sempre o mesmo. Inclusive, em todas as vezes em que se tentou aplicar aquele saco de idéias chamado socialismo, as relações de troca resistiram – clandestinamente (entre os indivíduos) e formalmente (entre Estado e cidadãos).

    Aquilo a que se chama conservadorismo e capitalismo são realidade naturais dos seres humanos. Já os ideários não passam de emulações, de representações quase-teatrais da percepção e, mormente, da incompreensão dessas realidades. Levar a Filosofia Política e a prática política ao CAMPO DAS IDÉIAS é fugir da realidade, ignorando o apreço pelo conhecimento das coisas como são e as possibilidades de interação real com elas.

    Pensemos numa tempestade que se aproxima. O socialista/esquerdista nega a realidade da tempestade. Diz que ela não existe de fato, que é mera construção elitista, burguesa, aristocrática, para alienar e dominar as massas pelo medo. Saem, então, a destruir os abrigos que as outras pessoas construíram para si, além de, é claro, não se prepararem para as intempéries. Já o liberal/libertário concorda que há algo a que chamam por aí de tempestade, mas não sabe, não quer saber e tem raiva de quem sabe as propriedades e a origem do fenômeno, motivo pelo qual não compreende de fato aquilo com que se deparará. Crê que com um bomdebate de idéias seja possível impedir a insanidade dos socialistas destruidores de abrigos, além de manter o tempo bom e afastar os raios e a chuva. Para ambos, a tormenta chegará e, impassível, ignorará tanto o esquerdista, que seguirá bramindo que ela não existe, como o liberal, que tentará pará-la com um belo guarda-chuva metafórico de idéias.

    Enquanto isso, aquele que chamam de “conservador” e “capitalista” terá (1) admitido a realidade da tempestade, (2) compreendido razoavelmente suas verdades, sua constituição, suas variáveis, sua imanência, antes de querer reformá-la ou negá-la, e (3) terá se preparado devidamente para atravessá-la, com a humildade de quem sabe que não pode ver a existência desde fora (contrapondo-a com idéias) e a altivez de quem entende que há uma realidade anterior, ulterior e imutável ao fenômeno temporal que assola a todos.

    À tempestade também se pode chamar “vida real”.

    ***

    Dito isso, para efeitos de classificação, creio que podemos aceitar que sejamos conservadores, que estejamos com Roger Scruton e com o conservadorismo:

    Conservadorismo significa encontrar o que você ama e agir para proteger isso. A alternativa é encontrar o que você odeia e tentar destruir. Certamente, a primeira alternativa é um modo melhor de vida do que a segunda.

    Mas o que somos integralmente vai muito além disso. Não me ocorre melhor qualificação que essa (conservadores) àquilo que somos, mas me arrisco a dizer que 

    somos aqueles que não duvidam de que 1 +1 = 2, nem de que 2 x 2 = 4. 

    Como bem observou CS Lewis, até podemos errar a soma de vez em quando, mas sabemos que ela está lá, disponível ao nosso acesso, bastando-nos capacitarmo-nos ou abrimo-nos a sua Verdade.

    O que somos de fato, só Deus sabe. Literalmente.

    Porém, […] basta agora perguntar ao leitor como seria uma moralidade totalmente diferente da que conhecemos. Imagine um país que admirasse aquele que foge do campo de batalha, ou em que um homem se orgulhasse de trair as pessoas que mais lhe fizeram bem. O leitor poderia igualmente imaginar um país em que dois e dois são cinco. Os povos discordaram a respeito de quem são as pessoas com quem você deve ser altruísta – sua família, seus compatriotas ou todo o gênero humano; mas sempre concordaram em que você não deve colocar a si mesmo em primeiro lugar. O egoísmo nunca foi admirado. Os homens divergiram quanto ao número de esposas que podiam ter, se uma ou quatro; mas sempre concordaram em que você não pode simplesmente ter qualquer mulher que lhe apetecer.

    O mais extraordinário, porém, é que sempre que encontramos um homem a afirmar que não acredita na existência do certo e do errado, vemos logo em seguida este mesmo homem mudar de opinião. Ele pode não cumprir a palavra que lhe deu, mas, se você fizer a mesma coisa, ele lhe dirá “Não é justo!” antes que você possa dizer “Cristóvão Colombo”. Um país pode dizer que os tratados de nada valem; porém, no momento seguinte, porá sua causa a perder afirmando que o tratado específico que pretende romper não é um tratado justo. Se os tratados de nada valem, se não existe um certo e um errado – em outras palavras, se não existe uma Lei Natural –, qual a diferença entre um tratado justo e um injusto? Será que, agindo assim, eles não deixam o rabo à mostra e demonstram que, digam o que quiserem, conhecem a Lei Natural tanto quanto qualquer outra pessoa?

    Parece, portanto, que só nos resta aceitar a existência de um certo e um errado. As pessoas podem volta e meia se enganar a respeito deles, da mesma forma que às vezes erram numa soma; mas a existência de ambos não depende de gostos pessoais ou de opiniões, da mesma forma que um cálculo errado não invalida a tabuada.

    C. S. Lewis, Cristianismo puro e simples, Livro I.

    http://colombomendes.blogspot.com.br/

     

     

  2.  

    Os sanguinários
     

    Os sanguinários terroristas do ISIS planejam fazer seu próximo ataque no Brasil para dinamitar as ruínas da economia brasileira, tombadas pela UNESCO e pela Dilma

     

  3. Agamenon: Tá Ruim Pra Todo

    Agamenon: Tá Ruim Pra Todo Mundo!

    Mas pra mim tá pior. Demitido por tudo e por todos, é cada vez mais negra, quer dizer, cada vez mais afrodescendente a minha situação financeira. Para meu consolo (na verdade, o consolo é da Isaura, a minha patroa), estou no mesmo barco que os 8,3 % dos brasileiros desempregados que foram pra rua. Uma das poucas leis que pegaram no Brasil, a Lei de Murphy, diz o seguinte: nada está tão mal que não possa piorar. O país está na m*#!!*erda e, o que é pior: a merda não vai dar pra todo mundo. Quem me afirmou isso foi a afro-meteorologista Maju do Jornal Nacional, para quem nossos reservatórios de bosta estão no volume morto, apesar de todas as cagadas do governo Dilma… Nem o PAC, Programa de Aceleração de Cocôs, está dando certo.

    O problema é que agora se aproxima velozmente uma nova crise do capitalismo neoliberal na China comunista. Eu torço para que o autoritário regime sino-ditatorial de esquerda tome as medidas necessárias para evitar esse desastre, entre elas a flexibilização da mão de obra escrava e a terceirização na produção de brinquedos vagabundos de camelô. Só assim o mundo não vai mergulhar numa crise pior que a da novela Babilônia, que está chegando aos seus capítulos finais sem ninguém ter visto nem os primeiros.

    Para esquecer um pouco a crise brasileira, a presidenta Dilma Youssef resolveu dar uma força para as autoridades chinesas e está aprendendo mandarim. Mas nem precisava: a Dilma pode falar em qualquer língua porque ninguém entende o que ela está dizendo mesmo.

    E pensar que eu, o grande Agamenon Mendes Pedreira, já tive os meus dias de glória… Glória Maria, é claro. Quando exercia o jornalismo marrom de imprensa, eu era cortejado pelos poderosos. Durante um século, convivi com reis (do Bacalhau), príncipes (das Peixadas), mulheres de vida fácil e políticos idem. Provei as mais finas iguarias, os vinhos mais caros, vivi uma vida nababesca de luxos supérfluos e hoje estou aqui no maior miserê, achando o Restaurante a 1 real do Garotinho muito caro pro meu bolso. Se não fosse o auxílio dos meus 17 seguidores e meio (não esqueçam do anão), já teria passado desta para pior. Também não posso negar o esforço abnegado da Isaura, a minha patroa, que virou modelo book rosa para ajudar nas despesas. Em nossa combalida economia doméstica, Isaura, a minha patroa, é a única pessoa aqui em casa que ainda consegue levar algum por fora. E por dentro também.

     

  4. Para voltar a ser popular,

    The piauí Herald

    Para voltar a ser popular, Dilma exige ser criticada por Collor

     

    Para voltar a ser popular, Dilma exige ser criticada por Collor

    Collor enfrentará José Dirceu na próxima fase do mata-mata

    CASA DA DINDA – Após assistir à performance de Fernando Collor na sabatina de Rodrigo Janot, a presidente Dilma Rousseff reconheceu que ficou com uma ponta de ciúme. “Janot foi claramente beneficiado pelo fato de Collor ter sentado na primeira fila. Os olhares canhotos, o sorriso sinistro e a ironia apavorante conferiram, por contraste, uma aura messiânica ao postulante ao cargo de Procurador Geral da República”, reconheceu a mandatária. “Por isso reconheço aqui mais um erro cometido por mim: não ter sido hostilizada publicamente por Collor”, concluiu, num raro momento de lucidez concatenada.

    Em seguida, Dilma pôs em prática um plano para espezinhar o senador alagoano a fim de recuperar sua popularidade. “Contrataremos o juiz que passeou nos veículos de Eike Batista para vigiar aqueles carrões importados que apreendemos na Casa da Dinda. Também apresentarei um Projeto de Emenda Constitucional criando o jarro dos palavrões. Toda vez que Collor proferir palavras de baixo calão, terá uma concessão de rádio ou tevê cassada”, explicou.

    No final da tarde, a presidente apresentou novas medidas para resgatar décimos de popularidade. “Pegou bem diminuir 10 ministérios. Darei férias coletivas para 20 secretarias que sobraram e, enquanto estivermos em crise, vamos diminuir os 10 Mandamentos para 7.”

     

     

  5. Abuso de poder religioso !

     

    “O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais julgou procedente nesta quinta-feira, por quatro votos a três, as duas ações movidas por Marques Batista de Abreu (PTB) contra os deputados eleitos Marcio José Machado Oliveira (Missionário Marcio Santiago, estadual, do PTB, pela Coligação Avante Minas) e Franklin Roberto de Lima Souza (pastor Franklin, federal, do PTdoB, pela Coligação +Minas) e o pastor evangélico Valdemiro Santiago de Oliveira. Com isso, o mandato dos parlamentares foi cassado e foi declarada a inelegibilidade dos três por um período de oito anos.

    As ações foram movidas sob o fundamento de abuso de poder político, de autoridade e religioso, em razão de evento de cunho religioso na Praça da Estação, em Belo Horizonte, às vésperas das Eleições 2014. Os dois candidatos investigados estiveram no evento e panfletaram material de campanha, bem como foram levados ao palco pelo pastor Valdemiro, que pediu votos aos fiéis presentes”

    Do UAI/Estado de Minas

  6. Se for necessário, serei

    Se for necessário, serei candidato em 2018, diz Lula

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na manhã desta sexta-feira (28) que, se for preciso, poderá disputar a Presidência da República em 2018.

    “Não posso dizer que sou, nem que não sou [candidato]. Sinceramente, espero que tenha outras pessoas para serem candidatas. Agora, uma coisa pode ficar certa. Se a oposição pensa que vai ganhar, que não vai ter disputa e que o PT está acabado, ela pode ficar certa do seguinte: se for necessário, eu vou para a disputa e vou trabalhar para que a oposição não ganhe as eleições”, afirmou Lula em entrevista à Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, na cidade de Montes Claros (417 km de Belo Horizonte).

    Ontem, o ex-presidente participou de evento na cidade mineira que serviu de estreia para as viagens que ele fará pelo país para tentar melhorar a imagem do PT.

    A fala de Lula se deu após questionamento sobre a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Segundo Lula, a oposição tem de “esperar 2018”, aludindo à próxima eleição para a Presidência da República.

    Hoje, Lula vai a Belo Horizonte participar de evento da CUT na capital mineira.

  7. Bandidos da Decon voltam ao ataque

    Bandidos da Decon voltam ao ataque – Recomeçou a temporada de caça dos ladrões disfarçados de policiais das Delegacias do Consumidor (Decon) de São Paulo. Depois de algum tempo fingindo visitas ao pequeno comércio varejista da Capital para “orientar” os lojistas sobre irregularidades diversas em produtos à venda, os bandidos voltaram à rotina dos achaques. Assim:

    Entram na loja fazendo de conta que são consumidores interessados em comprar qualquer coisa e procuram algum pelinho no ovo que possa ser classificado como “irregularidade”. Qualquer coisa. Pode até ser uma irregularidade de fato ou alguma “interpretação” própria de um parágrafo da Lei do Consumidor. Sem inquérito aberto, sem mandado da Justiça, levam o lojista para uma sala na Decon onde, lá sim, em ambiente controlado pela bandidagem, colocam o preço para livrar o amedrontado cidadão do desconforto da prisão ilegal. Dizem que haverá processo se não for paga uma bufunfa. Cobram quantias variadas, conforme o porte aparente da loja ou a cara do lojista. Trinta mil reais, 80 mil, 10 mil. A maioria dos lojistas paga. Por medo. Pavor.

    Isso acontece há anos no Estado de São Paulo. Participam da quadrilha investigadores e delegados. Todos os que trabalham nas Decon? Não sei se todos, mas certamente muitos, pois o achaque lá dentro é às claras. Ninguém fala baixinho com as vítimas. Berram. Ameaçam. Metem o dedo no nariz das vítimas. Não são apenas bandidos. São terroristas. Sabem fazer terror.

    Mesmo depois de receberem em dinheiro o achaque que cobram, fazem a raspa do tacho. Apropriam-se de parte das mercadorias ilegalmente apreendidas. “Um presentinho para o filho, que gosta tanto disto aqui.” Tudo isso nas barbas do comando da Polícia Civil, nas barbas da Corregedoria (que sabe de tudo), nas barbas da Secretaria de Justiça, nas barbas do governador do Estado. Passa ano, entra ano. E não tem Lavo Jato pra eles.

  8. E depois reclamam que a

    E depois reclamam que a imprensa não é tutelada.

     Outro li : ”pra que ler jornal”– no mesmo horário Folha e Estadão deram a mesma notícia que não era favorável ao PT.

      Sugere o que ? Pra só lermos a Carta Capital ou o absurdo do absurdo P H A ?

        Na imprensa  livre cada um escreve o que quer, muitas x, visando seus interesses.

       E isso é em qualquer lugar do mundo aonde existe democracia pra valer.

       Vejamos um caso que acaba de acontecer:

       Enviei 2 comentários pro Fora de Pauta.

        Um foi publicado, o outro não.

        Sabe o que não foi publicado?

         O que todos portais estampam como capa–não foi invenção minha e de alguém do face.

             É NOTICIA MUNDIAL .

             E quem não publica um comentário desse, quer regular a mídia.

              Sério mesmo,Nassa ?

            O mundo sabe , O MUNDO MESMO, menos os leitores que só leem este blog.

  9. Manchete do Financial Times,

    Manchete do Financial Times, que associa Dilma Rousseff a Fernando Collor:

    Brasil assombrado por mais um pesadelo da corrupção.

  10. Nassa abre um post a uma da

    Nassa abre um post a uma da manhã de hoje assim:

    ”Nas últimas semanas, o país passou no teste da solidez democrática, com o esvaziamento de tentativas de impeachment.”

      Ou é mal informado ou precipitado.

    Menos de 3 horas depois, precisamente as 

    josias de Souza

     

    j28/08/2015 03:54

    Surge na Câmara embrião de grupo suprapartidário pelo impeachment

    Dois dias depois de Aécio Neves ter cancelado a reunião em que discutiria o impeachment com líderes da oposição, surgiu na Câmara o embrião de um movimento suprapartidário pelo afastamento de Dilma Rousseff. Num jantar iniciado na noite de quarta-feira e esticado até a madrugada de quinta, 24 deputados de partidos oposicionistas e governistas unificaram-se em torno de um objetivo: transformar em energia o vapor que vem das ruas e que leva 66% dos entrevistados do Datafolha a informarem que desejam ver a presidente pelas costas.

    O jantar que teve Dilma como prato principal ocorreu na casa do deputado Heráclito Fortes (PSB-PI). Dele participaram inclusive quatro personagens que estariam na reunião cancelada por Aécio: Roberto Freire, presidente do PPS, e os líderes Mendonça Filho (DEM), Rubens Bueno (PPS) e Bruno Araújo (PSDB). A diferença é que foram ao repasto como convidados, não como organizadores. Dessa vez, a iniciativa veio de baixo. Coube a um deputado do PMDB, o baiano Lúcio Vieira Lima arrebanhar o grupo.

    Além de Lúcio, foram à mesa outros quatro colegas de partido do vice-presidente Michel Temer: os peemedebistas Jarbas Vasconcelos (PE), Osmar Terra (RS), Darcísio Perondi (RS) e Lelo Coimbra (ES). Jarbas sugeriu que o grupo se aproxime de Temer, que, na hipotética possibilidade de Dilma renunciar ou sofrer impeachment, herdaria o cargo de presidente. O grupo aprovou os últimos movimentos do vice-presidente, que se afastou do varejo da articulação política do Planalto.

    Ouviram-se durante o jantar cobranças dirigidas ao tucanato. Avaliou-se que, além do PMDB, hoje o fiel da balança do impeachment, também o PSDB, maior partido da oposição, precisa adotar uma posição uniforme sobre qual a melhor saída para a crise. Havia dois tucanos na sala: Bruno Araújo (PE), que responde pela liderança da oposição na Câmara, e Pedro Cunha Lima (PB), filho do líder do partido no Senado, Cássio Cunha Lima. Coube a Bruno informar que o alto tucanato está muito próximo de fechar uma posição favorável ao impeachment.

    A um quê de exagero nesse vaticínio. Conforme já noticiado aqui, o governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin, posiciona-se em privado contra o afastamento de Dilma. Ele prefere que a presidente agonize na cadeira até 2018, quando estará livre do governo paulista, em plenas condições de entrar no jogo da sucessão presidencial.

    Enquanto o tucanato hesita, deputados filiados a partidos do campo governista começam a se posicionar. Além dos correligionários de Temer, estiveram no jantar do impeachment Arthur Lira (PP-AL), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara; Benito Gama (PTB-BA); e Cristiane Brasil (RJ), presidente do PTB federal e filha do deputado cassado Roberto Jefferson.

    É certo que grandes movimentos políticos começam de mansinho. Mas a infantaria anti-Dilma está muito longe de obter a quantidade mínima de votos de que necessita. Num colegiado de 513 deputados, são necessários pelo menos 342 votos para aprovar a abertura de um processo de afastamento da presidente. Para consumar o impeachment no Senado, teriam de virar a cara para Dilma 54 dos 81 senadores.

    Afora os votos, falta um motivo. Não há nenhum delator da Lava Jato acusando Dilma de ter embolsado verbas sujas do petrolão. Por ora, chegou-se apenas às arcas do PT e à caixa registradora da campanha de Dilma. Mas o TSE ainda não deu um veredicto sobre as propinas “lavadas” pelo PT na Justiça Eleitoral. Há, de resto, as chamadas “pedaladas fiscais”. Mas tampouco o TCU emitiu o parecer final a ser remetido ao Congresso.

    À espera da evolução da conjuntura, o grupo planeja manter a “pressão” sobre Dilma. Um dos participantes do jantar conta que Jarbas Vasconcelos disse que o ideal seria que Dilma renunciasse. É difícil, mas, em política, nada é impossível, declarou Jarbas. O país está muito próximo do fundo do poço, mas ainda não chegamos lá, ele acrescentou.

     

     

  11. Guerra política na zona sul de BH
     Ezequiel Fagundes – Hoje em DiaImprimir

    Ezequiel FagundesLula Bh

     

    Manifestantes contrários ao governo federal e o PT batem boca com membros de movimentos sociais e sindicalistas nesta sexta-feira (28) na porta do ginásio, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará discurso logo mais a noite em defesa da Petrobrás.  Com cartazes “Lula ladrão” e “Lula chefe de quadrilha”, os antipetistas estao concentrados no canteiro central da avenida Senhora do Carmo. Do outro lado da avenida, apoiadores do governo respondem com gritos de apoio a Lula e a presidente Dilma Rousseff. Policiais acompanham a movimentação de perto. “O burguesia pode esperar a sua hora vai chegar”, gritam os pró-governo. A uma hora antes do evento o trânsito no local começa a ficar congestionado. Motoristas que estão passando no local fazem um buzinaço. Mais cedo, em entrevista, Lula sinalizou pela primeira vez desde o surgimento do escândalo de corrupção na Petrobrás que pode concorrer a um terceiro mandato.  

     

     

     

     

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  12. De olho no lance:
    Lula avisou

    De olho no lance:

    Lula avisou que vai processar Diego Escosteguy e outros dois jornalistas de Época.

    É bom ele ir preparando seus advogados, porque hoje à noite a revista vai publicar mais uma reportagem sobre seu trabalho como lobista da Odebrecht.

    Em particular, a Época vai revelar seus negócios com a empreiteira em Cuba.

     

  13. A diferença entre a notícia e

    A diferença entre a notícia e a crônica,

    A crònica é eterna,Mas a notícia é fulgaz.Ou seja:Publicada no dia seguinte,não faz sentido.

          E este blog ainda não aprendeu a diferença.Cansa de publicar ”notícia” com prazo de validade vencido.

       Acho que foi Cecília Meireles quem disse: Se um dia esmagada pelo tédio/ me dê seu amor amor  como remédio.

       Esmagado pelo tédio , resolvi escrever. 

              Muito bem. O dia está chegando ao fim.E não republiquei nenhuma crônica.

           A que eu gostaria de reproduzir NÃO está entre as 5 mais da Pensata.

            Mas a que mais gostei na Folha de hoje foi esta :

    VLADIMIR SAFATLE

    Não quero falar sobre gênero

    ‘Acho que os gays são pervertidos e quero fazer meu filho achar isso. Por que o Estado me impediria?’

    “Não quero que a escola trate de assuntos relacionados a comportamento sexual, religião ou política. Quero o Estado longe, tenho o direito de ensinar meus valores a meus filhos. Chega de doutrinação.”

    Esse é um comentário que apareceu abaixo de uma notícia na internet sobre a decisão “iluminista” e “corajosa” do prefeito de São Paulo de não vetar o Plano Municipal de Educação, que exclui menção explícita à importância de ensinar questões de gênero e respeito à diversidade sexual.

    Tais afirmações podem inicialmente parecer ter alguma sensatez. Afinal, o que essa pessoa estaria a dizer é que o Estado não deveria impor valores a seus filhos. Ao contrário, ele deveria respeitar as diferenças de valores que existem nas famílias. Não seria possível aceitar “doutrinações” monolíticas que visariam a impedir os indivíduos de defender aquilo em que acreditam.

    Sim, tais afirmações podem parecer sensatas, mas só para aqueles acostumados ao caráter distorcido e farsesco do liberalismo brasileiro, o mesmo liberalismo que outrora se esmerou em usar o discurso dos “valores esclarecidos liberais” para justificar sociedade escravocrata e golpe de Estado.

    Poderíamos sintetizar o argumento acima da seguinte forma: “Não quero o Estado dizendo para meu filho que ele deve respeitar homossexuais e travestis e parar de vê-los, de uma vez por todas, como portadores de alguma forma de doença ou perversão. Quero continuar a educar meus filhos da maneira que achar melhor, mesmo que ‘educar’, nesse contexto, signifique ‘internalizar preconceitos’. Acho que homossexuais são pervertidos e quero continuar a fazer meu filho acreditar nisso. Por que o Estado me impediria?”. Bem, talvez porque seja atribuição maior do Estado proteger parcelas vulneráveis da sociedade de uma violência arraigada e recorrente vinda de outros setores da população.

    Estamos falando de um país, como o Brasil, que lidera rankings internacionais de assassinato de homossexuais e travestis por motivações homofóbicas e transfóbicas.

    Uma das razões para isso é, certamente, que há muita gente que compreende preconceito e violência como “liberdade de opinião”, ou respeito à diversidade e indiferença à diferença como “doutrinação”.

    No entanto, há de se lembrar que a democracia não respeita os “valores da família” quando tais “valores” são, na verdade, máscaras para perpetuar práticas de exclusão e desigualdade. Ela não os respeita quando famílias são racistas, antissemitas, islamofóbicas e homofóbicas. A democracia não é neutra do ponto de vista da enunciação de valores. Ela tem um valor que toda e qualquer família deve entender. Ele se chama “igualdade”. O que uma criança e um adolescente aprendem quando uma escola ensina gênero é a prática efetiva da igualdade.

    Há ainda um ponto que explica muito da histeria de certos setores da população brasileira a respeito de questões de gênero. O Brasil gosta de ter uma imagem de si mesmo como um país tranquilo e permissivo, mesmo enquanto pratica as piores violências contra grupos minoritários.

    Essa imagem parte do pressuposto de que você pode agir de forma singular desde que não se faça muito alarde, ou seja, desde que não quebre o pacto da invisibilidade, pois é assim que o poder impõe suas normas, a saber, decidindo o que pode ser visível, o que pode ser visto.

    Todo poder é uma decisão sobre o que pode ser visto e o que deve ser aceito apenas em silêncio. Nesse sentido, o que tais práticas escolares fazem é quebrar o pacto de silêncio e invisibilidade que perpetua as piores sujeições.

    Mas é verdade que questões de gênero não precisam lidar apenas com o estranhamento de alguns a respeito da extensão da igualdade como valor. Há também algo a mais, que toca o cerne do edifício ideológico de nossas sociedades, porque, a partir do momento em que se afirma que gêneros não são meros decalques da diferença binária da anatomia dos sexos, que a anatomia não é o destino, há algo que parece entrar em abalo profundo.

    Ninguém está a dizer a proposição delirante de que a diferença sexual não existiria. O que se está a dizer é algo ainda mais forte, a saber, que a diferença sexual não tem nenhum sentido que lhe seja natural, que dela não se deriva normatividade alguma. Isso significa que as nossas formas de vida, a estrutura de nossas famílias, não estão assentadas na natureza. Não, a natureza não é um álibi para nossas decisões culturais.

    Com uma covardia que lhe é costumeira, foi isso o que o PT e seu prefeito acharam que não valia uma briga.

      E num honroso segundo lugar :

    HÉLIO SCHWARTSMAN

    Soluções e problemas

    SÃO PAULO – As cenas de imigrantes tentando entrar na Europa e sendo repelidos são de cortar o coração. E ficam ainda mais difíceis de aceitar quando se considera que, do ponto de vista racional, uma das medidas econômicas mais óbvias que beneficiaria bilhões de pessoas praticamente sem custos seria abrir as fronteiras em escala mundial.

    Parece delírio, mas não é. Há sólida teoria por trás dessa tese, que é defendida, entre outros, pelo economista Bryan Caplan e pelo filósofo William MacAskill. Para começar, a economia mundial ganharia enormemente com a mobilidade da mão de obra. Algumas estimativas falam em aumento de até 50% do PIB mundial. Cálculos mais conservadores põem o benefício na escala dos trilhões de dólares por ano.

    A principal razão de o mundo ser pobre é que a esmagadora maioria da população global vive em ambientes que não lhe permitem ser produtiva. Estudo dos economistas Michael Clemens, Claudio Montenegro e Lant Pritchett mostra que 85% das diferenças salariais entre as pessoas se devem ao lugar onde elas trabalham. Transportar um trabalhador haitiano para os EUA, sem mexer em mais nada, implicaria um incremento de 680% em sua renda. No caso de um nigeriano, a majoração é de 1.000%.

    Obviamente, nem todos trocariam de país, mas os efeitos da mobilidade se espalhariam mesmo assim, pois imigrantes costumam mandar dinheiro para a família que fica.

    Apesar disso, o mundo rico não apenas não aceita facilitar a imigração como se esforça para dificultá-la. Há a percepção disseminada de que estrangeiros roubam empregos e exploram a seguridade social. Aqui as evidências são mais ambíguas, mas os melhores estudos disponíveis não amparam essa impressão. Ao que tudo indica, o país que recebe imigrantes ou ganha com isso ou perde muito pouco. Como diz Caplan, a imigração é uma solução em busca de um problema.

       

  14. Vida
    Rodopiando em MinMorre o

    Vida

    Rodopiando em Min

    Morre o fotógrafo que amarrava as pontas da vida em imagens

    ELIANE BRUM*28/08/2015 – 13p5 – Atualizado 28/08/2015 16p9 Assine já! Auto retrato (Foto: Marcelo Min)Auto retrato (Foto: Marcelo Min)

    Lembro-me primeiro de uma noite de inverno. Marcelo Min e eu testemunhávamos, como repórteres, os últimos dias da vida de Ailce de Oliveira Souza, a mulher que nós dois aprendêramos a amar, ao acompanhar o seu morrer por 115 dias. Naquela noite, Ailce parecia ter começado a partir. Ela só abria os olhos para olhar o mundo do qual se despedia e para pedir água. Nós molhávamos os lábios dela e ficávamos olhando o mundo com ela. Nem Min nem eu conseguimos deixá-la naquela noite. Nos enfiamos num quarto vago na enfermaria de cuidados paliativos do hospital, onde seu último inquilino acabara de se ir. Eram duas camas e não havia lençol. Deitamos sobre o plástico e Min, sempre generoso, me deu o único cobertor fino para atravessar uma madrugada gelada. Até ancorarmos no dia seguinte, ele ficou repetindo que não sentia frio, mas tiritava. Naquela noite do inverno de 2008, ficamos ali, no escuro, dois passageiros clandestinos daquela enfermaria entre a vida e a morte. Conversando para costurar a madrugada e a dor com palavras. Min me contou que queria morrer como seu Antônio, um homem que ele tinha fotografado em outro quarto, seu Antônio que o recebia com uns olhos brilhantes, molhados de vida, mais vivo que todos, e de imediato contava uma história. Min foi o primeiro a perceber que seu Antônio acreditava que, enquanto emendasse uma história na outra, estaria vivo. E um dia apenas fechou os olhos para anunciar que sua história tão cheia de “um tudo” havia chegado ao fim. 

    Antônio Walter Correia abriu o sorriso antes de começar a contar uma das muitas histórias de sua vida.  (Foto: Marcelo Min)Antônio Walter Correia abriu o sorriso antes de começar a contar uma das muitas histórias de sua vida. (Foto: Marcelo Min)Três dias depois, o contador de histórias encerrou a sua suavemente (Foto: Marcelo Min)Três dias depois, o contador de histórias encerrou a sua suavemente (Foto: Marcelo Min)

    Marcelo Min morreu na última quinta-feira (27/8). E eu ainda não posso afirmar que isso de fato aconteceu. Aqueles que amamos morrem devagar dentro da gente, e a qualquer momento eu sinto que ele vai chegar com aquele jeito meio tímido, com aquele sorriso inteiro bom, e dizer: “Oi, Eliane”. E depois faríamos alguma reportagem em que invariavelmente alguém o chamaria de “japonês”. E nós dois riríamos por causa dessa sina de que no Brasil todos os descendentes de orientais viram “japonês.” Min era descendente de coreanos. Mas ele morreu. E quando me pediram para escrever um texto sobre ele, minha reação imediata foi dizer: “não consigo”.  Como escrever sobre o Min quando a morte dele me rouba todas as palavras? Naquele momento, eu me sentia como uma criança que ainda não sabia onde as palavras moravam. Agora, algumas horas depois, volto a ser adulta. Sei onde as palavras moram, mas sei também algo que jamais vou superar: as palavras são faltantes, não dão conta da vida. Então, Min, me perdoa por me faltarem palavras para contar da falta que você nos faz.

    >> FOTOS: A homenagem de ÉPOCA ao fotógrafo Marcelo Min

    Na manhã de terça-feira (25/8), Min deixou os filhos na escola que ele e Luciana Benatti, sua companheira, ajudaram a criar. Sim, juntos eles eram assim, o Min e a Luciana. Criavam um mundo melhor, inventavam o que precisava existir. A gente nem sabia que precisava, mas eles sabiam. E inventavam. Min se despediu de Arthur, 7 anos, e de Pedro, 4, e foi ao Parque Villa-Lobos para fazer algo bem Min. Nos últimos dois anos ele tinha decidido aprender a patinar. E quando Min decidia fazer alguma coisa, fosse um gesto ou uma aventura arriscada, ele fazia. Ficou assistindo a tutoriais na internet e acabou por se tornar um artista da patinação. Luciana olhava para ele: “Aos 46 anos, Marcelo?”. Luciana sabia que Min era livre. E o amava livre. Min então rodopiava. Ele rodopiava quando se sentiu mal. Não houve queda, nem nada assim. Era um aneurisma no cérebro, um inimigo silencioso dentro dele. Logo Min perdeu a consciência. Dois dias depois, os médicos anunciaram sua morte cerebral.

    >> André Sarmento: Marcelo Min – um cara talentoso, doce e gentil

    Marcelo Min foi meu companheiro em todas as reportagens sobre a morte. E foram várias. Entre 2008 e 2010 empreendemos juntos essa travessia. Acho que só ele seria capaz de olhar para a morte da maneira revelada por suas fotos. Com tanta delicadeza. Tem gente que escreve com a ponta dos dedos. Min fotografava com a ponta dos dedos. Foi assim quando registrou uma mãe com seu bebê morto nos braços. Era uma foto tão difícil. Estávamos contando a rotina de uma UTI neonatal com cuidados paliativos, narrativas de mães que pariam filhos já condenados à morte próxima. A foto era um ritual que dava memória a um momento da vida daquelas mães e pais, uma certeza de que tinham cuidado da melhor forma que puderam, haviam feito todo o possível. Tinham sido mães e pais, ainda que por um curto espaço de tempo. A foto era o registro de uma história, ainda que essa história fosse um sopro. Mas só Min poderia fazer esse retrato para publicar numa revista de circulação nacional.

    Marcelo Min troca bebê (Foto: Marcelo Min)Josiane Pereira despede-se de sua filha Ana Luiza. A menina viveu apenas sete horas. Na sala de luto, na unidade de neonatologia, o marido, Giovani, a ampara e acaricia (Foto: Marcelo Min)

    Nessa travessia reportera por contar o morrer, Min era mais sábio do que eu. Ele compreendia melhor a matéria da vida. No mesmo período em que peregrinávamos por camas onde a existência se encerrava, ele se dedicava com Luciana a um outro projeto, o de contar o nascimento. Ativistas, ele e Luciana, do parto natural e humanizado, Min ora era chamado para registrar estreias de bebês no palco do mundo, ora era chamado para documentar a despedida de quem deixava a cena. Vivia sob o imperativo de dois gritos, às vezes quase simultâneos: “Vai nascer!” ou “Está morrendo!”. Partia para ambos os destinos com a mesma serenidade e a mesma entrega desbragada. Nascer e morrer era muito semelhante, no ponto de vista dele, eram partes de um mesmo processo. O olhar amendoado de Min amarrava as duas pontas da vida. Nunca consegui confirmar o autor dessa frase que estou sempre repetindo, por perfeita que é, mas o legado fotográfico de Min deu uma imagem definitiva a esse aforismo: “A morte não é o contrário da vida. A morte é o contrário do nascimento. A vida não tem contrários”.

    Denise, Lauro e a pequena Alice (Foto: Marcelo Min)Denise, Lauro e a pequena Alice (Foto: Marcelo Min)

    Arthur, o primeiro filho de Luciana e Min, fez sua estreia no mundo numa banheira de hospital e foi devidamente fotografado pelo pai. Pedro nasceu numa piscininha inflável, decorada com alegre fauna marinha e abastecida por uma mangueira e um velho chuveiro Lorenzetti, na sala do apartamento. Quando sentiu a primeira contração, Luciana achou que era a lasanha de berinjela do jantar se manifestando. Não era, e logo o porteiro do prédio foi ficando alarmado com as mulheres que chegavam de malinha no meio da noite para ajudar no parto em casa. Piorou a situação do porteiro quando Luciana começou a dar aqueles berros primais e libertadores na madrugada. Antes de começar a gritar nas contrações mais fortes, avisou ao pequeno Arthur: “Filho, para o irmãozinho sair da barriga, a mamãe vai ter que dar uns gritos de leão”. Arthur adorou. E a partir daí, sempre que sua mamãe leoa berrava, ele ria e batia palmas na maior empolgação. Foi assim, no estilo Luciana e Min de ser, que Pedro nadou para a vida. Marcelo e Arthur, pai e filho, cortaram o cordão umbilical. Quando Luciana acordou no dia seguinte, Marcelo serviu pão com requeijão. Eles eram assim. Eles serão sempre assim, juntos na memória da gente.

    Luciana Benatti no parto de Pedro (Foto: Marcelo Min)Luciana Benatti no parto de Arthur (Foto: Marcelo Min)

     

    Luciana Benatti e Pedro (Foto: Marcelo Min)Luciana Benatti e Arthur (Foto: Marcelo Min)

    Na véspera do dia em que perdeu a consciência, Min levou os dois filhos para o estúdio e passou a tarde fotografando-os. À noite, uma amiguinha foi dormir na casa deles. Min botou as crianças na cama e, de novo, fotografou-as. Depois, ele e Luciana abriram uma cerveja e ficaram conversando sobre a vida. Eles sentiam-se num grande momento, “plenos” foi a palavra escolhida por Luciana. Viviam segundo suas próprias escolhas. Min disse a Luciana sobre como se sentia feliz por ter escolhido trabalhar menos para poder colocar os filhos na cama, como acabara de fazer. Min tinha escolhido uma vida viva. E sabia disso.

    Nascer e morrer não foram os dois únicos temas da fotografia de Marcelo Min. Ele documentou muitos Brasis, vários mundos. Alguns deles comigo, muitos com outros repórteres. Várias vezes sozinho. Min não era um fotógrafo que esperava. Era ele mesmo um desbravador de histórias. Se o principal instrumento do repórter é a escuta, Min escutava com os olhos. Dentro daquele semblante sereno, habitava uma vontade indomável. Min era apaixonado e obcecado por suas paixões. E uma delas era a justiça. Foi assim na desocupação do Jardim Edite, em 2009, quando a especulação imobiliária expulsou 800 famílias depois que o metro quadrado daquela região de São Paulo se valorizou, entre a Avenida Berrini e a Ponte Estaiada. Alguns jornalistas acreditaram na versão oficial e deram a notícia de que todos os moradores haviam deixado o lugar. Mas Min estava lá, onde um repórter deve estar, por sua própria conta, sem que nenhum chefe tivesse mandado ou pedido. Ele acompanhava há meses o cotidiano da favela para contar o mundo invisibilizado, ainda que gigantesco, escancarado para todos que passavam pela avenida, mas preferiam não vê-lo. Min provou que havia restado uma casa, uma resistência. Registrou os últimos gauleses, Marcão da Pipoca e sua família, diante de uma casa pintada com “a cor do céu” entre os escombros do inferno de uma cidade que mastiga os mais pobres. Depois, me chamou para contar a história.

    O casal José Marcos, conhecido como Marcão da Pipoca, e Maria Aparecida, sua filha Késia e o neto Miguel Isaías, diante de sua casa, numa favela que não existe mais, na Zona Sul de São Paulo (Foto: Marcelo Min)O casal José Marcos, conhecido como Marcão da Pipoca, e Maria Aparecida, sua filha Késia e o neto Miguel Isaías, diante de sua casa, numa favela que não existe mais, na Zona Sul de São Paulo (Foto: Marcelo Min)

    Na noite em que ele partiu, Luciana reuniu os amigos e os familiares que haviam ido ao hospital esperar com ela a confirmação da morte cerebral. Ela já era querida naqueles corredores, a mulher que chegara lá com o homem que amava, dizendo: “Se ele tiver que ir, deixa ele ir. Nós falamos muito sobre isso, não queremos nada invasivo, nenhum tratamento doloroso e inútil. Vamos respeitar o tempo dele”. Numa roda de amor, foi lido um texto escolhido por ela. E Luciana depois contou um pouco do Min. Ela disse muito. Disse também: “O Marcelo queria mudar o mundo. E acho que ele mudou”. Sim, ele mudou. O mundo e cada um de nós que o carregaremos no lado de dentro. Sei que sou um pouco o que Min fez de mim em nossas andanças. Pedaços de Min em mim. Em nós.

    Ailce, a mulher que acompanhamos no seu morrer, nos ensinou que pensar sobre a morte é pensar sobre a vida. E pensar sobre a vida é pensar sobre o tempo. Ailce havia adiado demais e um dia descobrira que seu tempo tinha acabado. Ensinou, a mim e a Min, que o tempo é a delicadeza inegociável. Acho que Min aprendeu esse ensinamento essencial, talvez o mais profundo, melhor do que eu, que agora me resto a lamentar todas as vezes em que adiei para o dia seguinte o encontro que me levaria até ele. Não há dia seguinte. Não há nem mesmo hoje. Há esse instante, agora, em que tecemos nosso tempo. E sobre isso não podemos negociar, não há o que vender ou comprar. O tempo nem mesmo se aluga. O tempo tem de ser nosso. Já. Tomado de quem nos tomou, para ser tecido em nossos próprios termos.

    Min morreu. E Min sempre me soou um nome – sobrenome – tão enigmático. Lembro-me agora da poesia de Drummond. E a adapto para o Min que nela é: “Por muito tempo achei que a ausência é falta. E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em Min. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim”.

    Min partiu. Obedecendo ao seu desejo, claramente pronunciado em tantos dias, seus órgãos foram doados para fazer outros seguirem vivos. Min partiu-se para continuar íntegro. Antes, ele escreveu com Luciana um livro chamado Parto com amor. Min agora parte com amor.

    Em um vídeo sobre a reportagem da morte, Min contou que Antônio, o contador de histórias, o ensinou a morrer: “Eu quero morrer que nem o seu Antônio. Até o último momento bem-humorado, até o último momento cheio de vida”.  

    Marcelo Min não queria morrer, mas morreu como quis. Rodopiando em seus patins, voando.

    Min morreu vivo.

    *Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista

     

  15. José Serra entreguista do nosso petróleo

    Protesto contra entrega do pré-sal, no Rio, reúne movimentos sociais e sindicais

    ImprimirE-mail   Sexta, 28 Agosto 2015  Compartilhar

    A manifestação foi um veemente repúdio àqueles que pretendem entregar o pré-sal às petrolíferas estrangeiras.

     

    Ativistas de diversos movimentos sociais e sindicais realizaram um  animado ato público, em frente à antiga Bolsa de Valores do Rio, na Praça XV, hoje um centro de convenções.  A manifestação foi um veemente repúdio àqueles que pretendem entregar o pré-sal às petrolíferas estrangeiras. 

    Hoje quem melhor simboliza essa corrente é o senador tucano José Serra, um dos palestrantes convidados para um debate que teve como tema “as perspectivas de abertura do pré-sal”, patrocinado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. O senador provavelmente chegou e saiu de helicóptero, furtando-se ao contato com o público.

    Participaram do evento petroleiros, representando  o Sindipetro-RJ e o Sindipetro-Caxias, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e a Federação Única dos Petroleiros (FUP), militantes do MST, MAB, FIST, o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, a CUT, jovens do Levante Popular da Juventude, representantes de vários partidos políticos de esquerda e muitos populares que se somaram aos protestos. 

    O pré-sal tem tanto petróleo que colocará o Brasil entre os três países detentores das maiores reservas do mundo: ao lado da Arábia Saudita e  da Venezuela. Isso está despertando a cobiça dos abutres internacionais. 

    É papel de todos os brasileiros proteger as riquezas do país, para que ela seja utilizada e prospectada, levando em conta um projeto de desenvolvimento nacional e o atendimento às necessidades básicas dos brasileiros, sobretudo nas áreas de saúde e educação. 

    O senador José Serra (PSDB/SP) é autor de um projeto (PLS 131) que derruba a Lei de Partilha e retira a Petrobrás da condição de operadora única do pré-sal. Além disso, elimina a prioridade atualmente garantida às empresas nacionais que atuam no setor petróleo, visando a desenvolver a indústria local e garantir emprego aos brasileiros. 

    O senador José Serra e seu partido, o PSDB, assim como seus aliados no Congresso, estão à serviço dos interesses do imperialismo norte-americano, logo estão contra o Brasil e os brasileiros.
     
    O senador tucano foi a estrela maior do seminário desta sexta. Intitulado “Perspectivas sobre o futuro do pré-sal: o cenário do desenvolvimento do pré-sal e as perspectivas para uma possível abertura”, foi realizado pelo  Comitê de Energia AmCham Rio e Grupo de Trabalho de Óleo e Gás do Brazil-US Business Council, vinculado à Câmara de Comércio dos Estados Unidos.

    Do lado de fora do prédio da antiga Bolsa de Valores as vaias ao senador entreguista e as palavras de ordem de quem quer que o pré-sal fique sob controle dos brasileiros, provavelmente ecoaram em seus ouvidos e da seleta plateia.

    Fonte: Agência Petroleira de Notícias

     

     

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